GREVE GERAL NA FRANÇA: MACRON ATACA AS APOSENTADORIAS DOS
TRABALHADORES EM BUSCA DE RECOMPOR O APOIO DA BURGUESIA A SEU FRÁGIL GOVERNO
ACOSSADO PELA EXTREMA DIREITA... SÓ A RESISTÊNCIA OPERÁRIA PODE BARRAR A
OFENSIVA REACIONÁRIA EM CURSO!
A França foi palco hoje de uma Greve Geral contra o projeto de
reforma da Previdência defendido pelo neoliberal Emmanuel Macron. A paralisação
afetou vários serviços como trens, aviões, escolas e hospitais. A indignação
popular foi motivada pelo profundo ataque aos direitos dos trabalhadores, com a
eliminação de 42 regimes especiais que existem atualmente e que garantem
conquistas sociais a várias categorias profissionais. O novo sistema pretende adiar
a aposentadoria, atualmente aos 62 anos e diminuir o nível das pensões. Fica
evidente que Macron deseja com esta medida demonstrar força no ataque aos
trabalhadores, tendo em vista as eleições presidenciais de 2022. O frágil
gerente neoliberal busca recompor o apoio do grosso da burguesia a seu governo
em crise, na tentativa desesperada de se manter como uma alternativa ao ascenso
da extrema-direita capitaneado por Marine Le Pen. Não esqueçamos que em março
deste ano, a líder do Rassemblement National (antiga Frente Nacional), venceu
as eleições para o parlamento europeu. O jovem direitista Jordan Bardella, de
24 anos, encabeçou a lista da antiga Frente Nacional como uma forma de ter um
canal direto como os “Coletes Amarelos”. Fica evidente que o atual governo
encontra-se encurralado pela extrema-direita, que usou inclusive esse movimento
para desgastar ao máximo Macron, tendo desgraçadamente nessa manobra o apoio do
conjunto da esquerda reformista, completamente incapaz de levantar um programa
operário e anticapitalista para derrubar o governo a partir da mobilização
direta dos trabalhadores e imigrantes. Segundo o Jornal “Le Figaro” um
levantamento aponta que três a cada quatro eleitores franceses está disposto a
recorrer a um “voto de protesto” nas próximas eleições presidenciais, em 2022.
A abstenção e o voto em branco também atingiram patamares jamais vistos nos
últimos anos. Neste momento, com a Greve Geral de hoje abre-se a possibilidade
da classe operária entrar em cena e com seus próprios métodos de luta construir
uma alternativa a Macron e a extrema direita. Desgraçadamente a burocracia
sindical da CGT e FO e o conjunto da centro-esquerda burguesa (PS, PC, Jean-Luc
Mélenchon) desejam que paralisação seja apenas um elemento de pressão contra o
governo para Macron retirar o projeto, quando na verdade o eixo político deveria
ser a derrubada deste frágil gerente a burguesia rumo a construção de um
Governo Operário e Camponês na França!