HÁ 09 ANOS: TROPAS MILITARES IANQUES SE RETIRAVAM DO IRAQUE DEIXANDO EM SEU LUGAR UM GOVERNO TÍTERE DO IMPERIALISMO
Em dezembro de 2011, após oito anos de ocupação militar
sobre o Iraque, o então presidente Barack Obama “retirou” oficialmente as tropas ianques do
território iraquiano. A ocupação trouxe um saldo macabro para a combalida
população iraquiana: quase 200 mil civis mortos nesta guerra de rapina
colonialista, milhares de mutilados, milhões de refugiados, desemprego em
massa; o país está arrasado em sua infraestrutura, a água potável é escassa
(poços foram envenenados pela coalizão anglo-americana), o sistema de
saneamento básico e eletricidade são precários. Com um rastro de sangue por
onde passaram, as tropas anglo-ianques estiveram “atoladas” nas areias do
deserto iraquiano durante nove anos, tendo como resultado, no enfrentamento com
a heroica resistência iraquiana, a morte de mais de quatro mil soldados
americanos e milhares de feridos e um “custo” que supera a casa dos quatro
trilhões de dólares para manter a logística de guerra. Contudo, o chamado “custo de guerra” é apenas
um subterfúgio, uma jogada diversionista do imperialismo para ocultar uma
operação de grande envergadura militar que está sendo preparada, a de apontar
seus mísseis para a Síria e Irã, fato que a mídia “murdochiana” faz questão de
esconder. Como é sabido, o imperialismo ianque e europeu não “abandonaram”
simplesmente o território iraquiano. Ao contrário, o Pentágono traçou uma nova
estratégia militar para a região a fim de aumentar ainda mais seu controle
geoestratégico no Oriente Médio. Para reprimir e intimidar a população local,
as diversas etnias e grupos religiosos – entre os quais sunitas e xiitas – os
militares ianques deixaram no lugar das tropas regulares um enorme contingente
de mercenários que já atuavam junto às tropas oficiais. Trata-se de uma máfia,
ou empresas privadas de segurança contratadas pelo Pentágono para “manter a
ordem” social e política no Iraque, sendo que mais conhecida é a “Blackwater”.
A “Blackwater Security Consulting Company”, para se ter uma ideia, é acusada de
vários crimes hediondos durante a guerra de ocupação, pois segundo o próprio
Wall Street Journal, “utilizam fuzis como se fossem buzinas” para defender a
propriedade privada dos grandes trustes petrolíferos.
O objetivo do imperialismo ianque, neste sentido, foi coordenar
um “ataque em pinças” sobre o território sírio, uma vez que tropas renovadas
estariam estacionando no Iraque, Jordânia e Turquia, Arábia Saudita, Qatar e
Emirados Árabes, apoiadas pelas “Forças de Operações Especiais” compostas por
mercenários e dissidentes sírios. A operação estratégica, formando um “eixo de
guerra”, consiste em realizar pequenas incursões ao sul, norte e leste sírio,
penetrando pelas fronteiras. Com o “caos” provocado, o imperialismo faria um
cínico apelo “humanitário” à opinião pública para intervir no país a fim de
“evitar um banho de sangue”, tal como já fizera na Líbia.
A falsa “retirada” das tropas regulares imperialistas do
Iraque por parte de Obama respondeu a uma ofensiva militar ainda mais cruel,
serve para perfilar suas tropas para novos alvos estratégicos, Síria e Irã.
Quer dizer, não se trata de uma “retirada”, mas sim de uma substituição
tático-propagandistica por parte do Pentágono, uma vez que mercenários e
efetivos estrangeiros (regulares e irregulares) ainda permaneceram no país. Os
povos iraquiano e sírio, bem como o proletariado mundial, depois enfrentaram duramente novas guerras genocidas não só no campo militar como
também no terreno político contra a sanha da Casa Branca de intervir
diretamente sobre países que não se alinhem à sua vontade colonialista.