No fim da tarde desta quarta-feira natalina (25/12) em uma
rede social, o Ministro justiceiro Sérgio Moro falou sobre a sanção
presidencial da nova lei anticrime: "Não é o projeto dos sonhos, mas
contém avanços. Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela
Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em
frente", afirmou o chefe da famigerada “República de Curitiba”.
Cinicamente Moro complementou "De todo modo, o texto final sancionado pelo
presidente contém avanços para a legislação anticrime no país”. O suposto desconforto do “capo” da Lava Jato
tem relação com a criação do juiz de garantias que é uma das medidas do pacote
anticrime que torna mais rígido o processo penal, sendo sancionada pelo
neofascista Bolsonaro, com alguns vetos. Esse juiz passará a ser o responsável
por acompanhar e autorizar etapas dentro do processo, mas não terá o poder de
alterar a sentença, por mais exdrúxula que seja. Como sempre, a blogosfera da
esquerda reformista enxerga uma suposta crise entre Moro e Bolsonaro, sempre
depositando ilusões no “espírito democrático” do nazista de Maringá. Desta vez
o site oficioso da Frente Popular, portal 247, escreveu: “Sergio Moro sofreu
sua mais dura derrota no governo federal, com a decisão de Jair Bolsonaro de
criar a figura do juiz de garantias”. Já o site Diário do Centro do Mundo (DCM)
fala da “Traição de Bolsonaro a Moro”. Ficção reformista a parte, a verdade é
que os vetos do governo neofascista não alteram em nada o caráter geral
reacionário e punitivista do malfadado “Pacote Anticrime”. Quanto a uma
imaginária “derrota” de Moro nem vale a pena comentar, tamanho o disparate
político desta conclusão dos frente populistas. Os fatos reais da conjuntura
nacional apontam na direção de um brutal recrudescimento do regime
bonapartista, inaugurado com o golpe institucional ocorrido em 2016. O
incremento da repressão estatal, somado a organização de ações facistas (não
oficiais) em todo o país, ver o atentado terrorista de ontem a produtora “Porta
dos Fundos”, revela uma nítida tendência do crescimento das hordas da extrema
direita no país. Enquanto o bloco da esquerda reformista (PT, PSOL, PCdoB, PCO)
“sonha” com eleições e na volta de Lula ao Planalto em 2022, o imperialismo
ianque vem pautando sua pauta neoliberal contra as conquistas históricas do
proletariado, aplicada à risca pela equipe econômica do rentista Paulo Guedes e
o pior sem a menor resistência direta das direções do movimento de massas.