EDITORIAL DO JORNAL LUTA OPERÁRIA Nº 344: SERVILISMO DO NEOFASCISTA AO IMPERIALISMO IANQUE FOI “PREMIADO” COM UMA “SURRA DE BARRA DE AÇO” DE TRUMP NAS COSTAS DE BOLSONARO
Todo o servilismo do governo neofascista do Brasil ao
imperialismo ianque desde que tomou posse há quase um ano foi “premiado” com
uma verdadeira “surra de barra de aço” de Trump nas costas de Bolsonaro e da
economia nacional. O midiático presidente norte-americano anunciou a
restauração de tarifas sobre o aço e o alumínio importados do Brasil e da
Argentina, países que, segundo ele, estariam desvalorizando suas moedas em
relação ao dólar e, assim, atrapalhando produtores dos EUA no mercado
internacional, sobretudo no setor agrícola.
A medida anunciada pela Casa Branca foi a última de uma série de ações
negativas adotadas por Washington em relação ao Brasil nos últimos meses, que
contrariam a tendência propagada pelo Bolsonarismo que assumiu o Planalto, estabelecendo
uma aliança automática vergonhosa com EUA. Mesmo antes de ser eleito por via de
uma fraude completa, Bolsonaro sempre demonstrou grande subserviência para com a
administração Trump. Cinicamente, a suposta “amizade” entre os dois vinha sendo
apresentada como uma fonte de garantia de inúmeros benefícios a serem obtidos
pelo Brasil nessa relação de dependência com os Estados Unidos, o que obviamente
não ocorreu devido a relação de completa espoliação histórica entre a metrópole
imperialista ianque e semicolônia capitalista brasileira.
Além da taxação aos produtos brasileiros, recentemente, a
Casa Branca “não cumpriu” sua promessa de apoiar a entrada do Brasil na
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e ao manter
o veto à entrada da carne bovina in natura brasileira no mercado
norte-americano. A entrada do Brasil no organismo, que permitiria mais
“facilidades” ao Brasil em matéria de comércio internacional era uma das
promessas feitas pelo governo do velhaco Donald Trump ao neofascista Jair
Bolsonaro, na patética visita do “capitão” presidente aos EUA, em março último.
O “cano” dado pelo imperialismo ianque ao governo neofascista é ainda mais
vergonhoso, se na “lei das compensações” globais levarmos em conta que os EUA nos
levaram a base aeroespacial de Alcântara, de onde poderão lançar foguetes com
menos despesa e maior alcance para a África, sem sequer nos deixar entrar nas
futuras instalações militares. O “pedido” de adesão do Brasil a OCDE dependia
da aprovação dos Estados membros, que incluem as nações capitalistas mais
“desenvolvidas “do mundo, além de alguns países semi-coloniais que servem
apenas como “alegoria” a este organismo multilateral controlado pelo
imperialismo.
Em meio a um processo de impeachment, Trump se prepara para
uma nova disputa eleitoral, o anúncio de taxação dos produtos brasileiros
configura uma clara sinalização para o público interno que entre seus “aliados”
e a prioridade ianque, a Casa Branca sempre opta obviamente pelos EUA. O
discurso nacionalista de Trump sensibiliza os devastados pela crise econômica
capitalista no maior mercado do mundo, porém não aglutina a elite financeira
que pensa em contornar o colapso ianque justamente com a expansão da
internacionalização do capital volátil nas colônias. Tentar escapar da crise
econômica com o incremento do mercado interno nos EUA, é uma ilusão já há muito
tempo foi descartada pela burguesia imperialista ianque quando iniciou o
chamado processo de “globalização” em meados dos anos 90. Trump tenta se
agarrar a algumas medidas de impacto populista mas que não apontam uma
alternativa real para as classes dominantes diante da iminência de um novo
crash financeiro. Nesse momento o Brasil e o governo Bolsonaro são alvos
diretos do ataque de Trump para tentar recompor suas bases políticas e
eleitorais.
Se não fosse dramático para o povo oprimido brasileiro,
poderíamos até rir da “surra de barra de aço” que o capitão fascista levou do
seu patrão norte-americano, porém desgraçadamente a submissão do nosso país aos
ditames do imperialismo mundial tem efeitos devastadores na vida dos
trabalhadores brasileiros, onde reina o desemprego e a carestia. Nossa tarefa é
combater a ofensiva imperialista na América Latina e no Caribe para na
trincheira da luta contra Trump e Bolsonaro fortalecer uma alternativa de
direção revolucionária nestes países! Os Marxistas Leninistas dizemos
claramente que só a revolução socialista, com a expropriação da burguesia em
nível mundial e a liquidação do modo de produção capitalista podem pôr um fim
às forças destrutivas, às guerras e aos monopólios predadores que ameaçam a
existência da humanidade e subjugam as colônias como o Brasil!