segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

RÚSSIA EXCLUÍDA DAS OLIMPÍADAS E COPA DO MUNDO DE FUTEBOL: MAIS UM “ROUND” DO CERCO IMPERIALISTA AO PRINCIPAL ADVERSÁRIO DOS EUA NA ARENA POLÍTICA E MILITAR  


A mafiosa Agência Mundial Antidoping (Wada) decidiu excluir a Rússia de grandes competições esportivas durante quatro anos alegando cinicamente “falsificação de dados dos controles entregues à entidade”. Assim, o país não poderá ser representado nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e de Inverno de Pequim 2022, além de Mundiais de todas as modalidades, o que inclui a Copa do Catar 2022. A Rússia também não poderá organizar disputas desse nível em seu território. O COI acaba de declarar que apoia a decisão da Wada desta segunda-feira, reforçando que já havia anunciado o alinhamento para seguir o estipulado pela entidade antidoping. A suspensão também é estendida a membros do Governo da Rússia e dirigentes esportivos do país em todas as modalidades. O presidente russo, Wladimir Putin, reagiu indignado à decisão “Estamos observando um alarmante retrocesso com a interferência da política no esporte. Sim, as formas desse tipo de interferência mudaram, mas sua essência continua a mesma: pretende transformar o esporte em instrumento de pressão geopolítica, para promover uma imagem negativa de alguns países e povos”. Sem dúvida trata-se de um ataque direto não só ao esporte em geral, mas a Rússia em particular, adversária dos EUA no campo político e militar, além de historicamente principal concorrente nos jogos olímpicos, produto de uma valiosa herança das conquistas sociais oriundas da antiga URSS. Forçando a saída da Rússia das competições em modalidades que seus atletas individualmente são conhecidos por conquistarem dezenas de medalhas de ouro, os EUA querem ser campeões das competições no “tapetão” da farsa. O próprio imperialismo ianque é “expert” em produzir drogas para ampliar as performances de seus atletas nas competições internacionais, mas o único país punido por supostamente recorrer a esse expediente é a Rússia, em uma decisão arbitrária claramente manipulada pela Wada e o COI, com documentação e laudos suspeitos fabricados sob medida por um espião infiltrado, o informante Grigory Mikhailovich Rodchenkov, que não por acaso está sob “proteção de testemunhas” nos Estados Unidos desde 2015. A perseguição “esportiva” a Rússia amplia assim o conflito geopolítico mundial cujas frentes são mais visíveis na Ucrânia e na Síria.


Esse embate histórico vem do século passado, da disputa também na arena esportiva entre a União Soviética e os Estados Unidos sobre a supremacia para demostrar o maior nível de excelência em todas as modalidades, o que implicava na demonstração da superioridade do sistema socialista ou capitalista, na verdade um forte embate entre o mais importante Estado operário burocratizado existente na época e a principal potência imperialista. Nesse sentido, os jogos entre as duas equipes foram inesquecíveis e dramáticos, como a épica partida da final de basquete masculino nos Jogos Olímpicos de Munique em 1972. Neste jogo histórico o escrete da URSS ganhou do plantel dos EUA no último segundo, derrotando no auge da chamada "Guerra Fria" a equipe ianque em um dos esportes mais tradicionais do país, o basquete. Como se observa, a fraudulenta punição da Rússia é uma excelente maneira dos EUA evitarem a concorrência dos atletas russos com alto desempenho e qualidade que podem ganhar medalhas, um ponto de apoio para a ofensiva mundial imperialista contra os povos. Esse “jogo” sujo capitalista não ocorre por acaso, transformou as Olimpíadas em uma mera competição entre atletas amadores numa voraz disputa entre países (governos) para sediar o evento, empresas multinacionais patrocinadoras e os grupos de comunicação, em particular os conglomerados de redes de televisão tanto as de sinal aberto como as por assinatura, afinal são milhões de telespectadores “prontos para consumir” em todo o mundo. Trata-se de uma clara disputa comercial entre distintos bandos capitalistas que almejam deter para si o monopólio das comunicações, uma vez que o esporte de autorrendimento, profissional, transformado pela mídia “murdochiana” em espetáculo através de todo um arsenal propagandístico e da tecnologia áudio-visual, desperta um grande interesse da população mundial (onde hoje predomina o culto à imagem, ao imediato), por isso incute um ímpeto consumista cada vez mais intenso nos telespectadores. Neste sentido, o esporte é utilizado como instrumento ideológico-político para incrementar os lucros das transnacionais, tais como as ligadas aos grandes conglomerados financeiros, a indústria automobilística, operadoras de telefonia, as grifes do esporte (Nike, Adidas) etc.. Nos marcos do regime da propriedade privada dos meios de produção não há espaço para o esporte como sinônimo de bem-estar, de entretenimento ou de paixão popular genuína de raízes. Aqui, a “vítima” são as Olimpíadas e as grandes competições mundiais mercantilizadas e voltadas apenas a um público consumidor idiotizado. Portanto, a expressão da cultura corporal dos povos, da mesma maneira como o conjunto das manifestações artísticas, só pode ter lugar e praticada pela humanidade de forma plena (livre, criativa e prazerosa) a partir da abolição do modo de produção capitalista e o fim da sociedade de classes, tarefa que só pode ser alcançada pela revolução socialista. É preciso rechaçar a punição a Rússia e denunciar que essa manobra política faz parte da perseguição do imperialismo ianque a seu mais importante adversário na arena política e militar, o que representa um golpe reacionário contra a soberania das nações e os povos oprimidos!