sábado, 21 de dezembro de 2019

COM UM RASTRO DE CINCO MIL MORTOS: HÁ TRINTA ANOS O IMPERIALISMO IANQUE OCUPAVA MILITARMENTE O PANAMÁ


O governo do Panamá, através do presidente Laurentino Cortizo membro do PRD (Partido Revolucionário Democrático), declarou esta sexta-feira, 20 de dezembro, “Dia de Luto Nacional” em “reconhecimento às vítimas da invasão militar do exército dos Estados Unidos, ocorrido no país há 30 anos”. A decisão determina que a bandeira nacional fique hasteada a meio mastro na data em que milhares de panamenhos foram até os cemitérios prestar sua homenagem. Nesta data, em 1989, com o intuito de manter sob sua dominação imperial o estratégico Canal e a alegação de “acabar com a ditadura do general Manuel Antonio Noriega”, o presidente republicano George Bush (pai) ordenou o bombardeio e a ocupação do país que já tinha sido governado pelo histórico líder nacionalista Omar Torrijos. Como ficou fartamente comprovado por organismos internacionais, a ação de aviões e helicópteros de guerra ianques, somada ao fogo indiscriminado disparado de armas de alta tecnologia, a operação cinicamente batizada de “Causa Justa” deixou um saldo extraoficial de até 5.000 civis mortos, principalmente no popular bairro de El Chorrilo, próximo onde estavam concentradas as tropas panamenhas, mas também de Rio Hato, Panamá la Vieja, San Miguelito e Colón. Uma denúncia mais pormenorizada e contundente deste trágico fato, também está exposta no filme “Invasão”, dirigida pelo cineasta panamenho Abner Benaim, produzido em 2014. Após o ataque em que tomaram parte 27 mil soldados estadunidenses do destacamento “Rangers”, o então presidente Noriega se refugiou durante 10 dias na embaixada do Vaticano na Cidade do Panamá. Ali, enquanto massacravam civis, de forma completamente ilegal, as tropas ianques colocaram caixas de som com rock a um volume ensurdecedor, praticando ininterruptamente uma descomunal tortura psicológica que o obrigaram a se render no dia 3 de janeiro de 1990. Dentro de uma base militar, o fantoche panamenho Guillermo Endara foi nomeado pelos EUA presidente do Panamá, dirigindo o país até 1994. Em 31 de dezembro de 1999, em comprimento aos Tratados Torrijos - Carter, a Casa Branca se retira o último soldado norte-americano do território panamenho, ocorrendo a “devolução tutelada” do território da Zona do Canal para a suposta soberania da República do Panamá. Passados 30 anos da selvageria imperialista contra o povo do Panamá, o reacionário governo Trump, que reivindica o nefasto passado de intervenções de Reagan e Bush, ainda tenta uma aventura militar contra a Venezuela, sob o mesmo esfarrapado pretexto da “defesa da democracia” no continente que considera seu quintal. Como no passado, os Marxistas Leninistas que estiveram na linha de frente contra a ocupação imperialista no Panamá, sem depositar nenhuma confiança política no nacionalismo burguês, hoje estão na vanguarda do combate contra as tentativas de intervenção militar ianque na Venezuela!