FAMA E SUCESSO NÃO “BRANQUEOU BUNITINHO”: FALTOU O CAPITAL PARA SER CONSIDERADO “CIDADÃO DE BEM”...
Diego Farias Pinto, mais conhecido como humorista
“Bunitinho”, foi um dos quatro mortos pela Polícia Militar do governador
fascista Wilson Witzel, durante mais uma sinistra operação de repressão
policial na periferia do Rio de Janeiro, chacina ocorrida nesta última quinta-feira (05/12).Nenhum dos
executados covardemente pela PM pela tinha ficha criminal. Além do humorista “Bunitinho”, outras três pessoas também
morreram no mesmo local: Josselino de Oliveira Junior e Jorge Tadeu Sampaio,
que eram empresários de Bunitinho, e Sidney Antunes Figueiredo, que era fiscal
motociclista do BRT. Peritos da Polícia Civil encontraram pelo menos 19 marcas
de tiros no carro metralhado, sem que os ocupantes estivessem armados, ou
mostrassem algum sinal de resistência diante da abordagem policial. Como já é
de praxe nas operações criminosas da PM carioca, sempre existe a justificativa
de “troca de tiros” e de perseguição a algum “bandido” que estaria presente na
“comunidade”. ”Bunitinho” começou a fazer muito sucesso nas redes sociais
com imitações e memes, com o tempo, o comediante passou a fazer shows e a
participar de eventos, mas a a notoriedade não lhe tirou a marca de ser alvo
preferencial do aparelho de repressão do Estado Burguês, ou seja continuou a
ser preto, pobre e morador da periferia urbana. O fato das favelas e morros do
Rio de Janeiro estarem povoados de milícias e quadrilhas de traficantes é
apenas o reflexo do quadro social do país, são apenas os “braços” de rentáveis negócios gerados na elite
capitalista dominante, que em geral governam oficialmente as “impolutas”
instituições republicanas. Porém o “excedente” dos negócios da burguesia deve
ser eliminado fisicamente pela repressão policial, este “excedente” no caso é a
juventude pobre e negra das favelas brasileiras. Os governadores facínoras
Witzel, Dória não são uma “exceção a regra”, o chamado “protocolo” das PM’s
feito para matar são aplicados inclusive por governos da esquerda reformista,
como no Ceará onde no mesmo final de semana da chacina de Paraisópolis, a
repressão policial de Camilo Santana atacou de forma selvagem uma festa da
juventude no bairro do Benfica em Fortaleza. Exigir que os próprios assassinos
se auto condenem (PM, governos ou Estado central) é de uma inutilidade que só
semeia falsas ilusões na “neutralidade” da Ditadura do capital, por mais
democrática que seja sua fachada. Para derrotar a guerra oficiosa aberta pela
repressão estatal contra nossa juventude pobre e preta, é necessário construir
uma alternativa revolucionária da classe operária!