sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

FAMA E SUCESSO NÃO “BRANQUEOU BUNITINHO”: FALTOU O CAPITAL PARA SER CONSIDERADO “CIDADÃO DE BEM”...


Diego Farias Pinto, mais conhecido como humorista “Bunitinho”, foi um dos quatro mortos pela Polícia Militar do governador fascista Wilson Witzel, durante mais uma sinistra operação de repressão policial na periferia do Rio de Janeiro, chacina ocorrida nesta  última quinta-feira (05/12).Nenhum dos executados covardemente pela PM pela tinha ficha criminal. Além do humorista “Bunitinho”, outras três pessoas também morreram no mesmo local: Josselino de Oliveira Junior e Jorge Tadeu Sampaio, que eram empresários de Bunitinho, e Sidney Antunes Figueiredo, que era fiscal motociclista do BRT. Peritos da Polícia Civil encontraram pelo menos 19 marcas de tiros no carro metralhado, sem que os ocupantes estivessem armados, ou mostrassem algum sinal de resistência diante da abordagem policial. Como já é de praxe nas operações criminosas da PM carioca, sempre existe a justificativa de “troca de tiros” e de perseguição a algum “bandido” que estaria presente na “comunidade”. ”Bunitinho” começou a fazer muito sucesso nas redes sociais com imitações e memes, com o tempo, o comediante passou a fazer shows e a participar de eventos, mas a a notoriedade não lhe tirou a marca de ser alvo preferencial do aparelho de repressão do Estado Burguês, ou seja continuou a ser preto, pobre e morador da periferia urbana. O fato das favelas e morros do Rio de Janeiro estarem povoados de milícias e quadrilhas de traficantes é apenas o reflexo do quadro social do país, são apenas os “braços” de  rentáveis negócios gerados na elite capitalista dominante, que em geral governam oficialmente as “impolutas” instituições republicanas. Porém o “excedente” dos negócios da burguesia deve ser eliminado fisicamente pela repressão policial, este “excedente” no caso é a juventude pobre e negra das favelas brasileiras. Os governadores facínoras Witzel, Dória não são uma “exceção a regra”, o chamado “protocolo” das PM’s feito para matar são aplicados inclusive por governos da esquerda reformista, como no Ceará onde no mesmo final de semana da chacina de Paraisópolis, a repressão policial de Camilo Santana atacou de forma selvagem uma festa da juventude no bairro do Benfica em Fortaleza. Exigir que os próprios assassinos se auto condenem (PM, governos ou Estado central) é de uma inutilidade que só semeia falsas ilusões na “neutralidade” da Ditadura do capital, por mais democrática que seja sua fachada. Para derrotar a guerra oficiosa aberta pela repressão estatal contra nossa juventude pobre e preta, é necessário construir uma alternativa revolucionária da classe operária!