segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Esporte cubano supera Brasil e México no Pan, demonstrando a superioridade do Estado operário sobre os países “emergentes” associados ao imperialismo

A 16º edição dos Jogos Pan-americanos realizado na cidade de Guadalajara capital do estado de Jalisco no México foi encerrada neste domingo 30 de outubro. Foram quinze dias de competição, onde os países das Américas (Norte, Central e Sul) mediram forças que, em certa medida, vão muito além do simples rendimento esportivo. Afora os EUA que tradicionalmente não participam com sua força máxima dos jogos Pan-americanos, os demais países estavam com seus melhores atletas em todas as modalidades. Esse foi o caso da delegação do Brasil que participou dos Jogos com o que tinha de melhor em cada modalidade, a exceção ficou por conta da seleção de futebol formada por jogadores desconhecidos e sem nenhuma expressão, devido ao boicote (branco) do eterno presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e da Rede Globo, em represália à Rede Record de televisão, detentora exclusiva dos direitos de transmissão dos jogos, como parte da pugna travada por estas verdadeiras máfias das comunicações.

O quadro geral de medalhas foi fechado com os EUA em primeiro lugar com o total de 236 medalhas, registrando uma queda no número de medalhas em relação aos jogos do Pan 2007 (297), certamente reflexo da crise econômica vivida pelo imperialismo ianque. O Brasil, mais uma vez, acabou em terceiro lugar, atrás de Cuba que se mantém como a segunda potência esportiva das Américas. Apesar deste fato não ser propriamente uma novidade, o feito da pequena ilha do Caribe ganha uma dimensão extraordinária se levarmos em consideração a conjuntura vivida pelos dois países. A Rede Record do reacionário bispo Edir Macedo, que teve o monopólio da transmissão dos jogos, fez o mesmo papel da Globo, ao enquadrar os atletas cubanos em quase todas as modalidades como “provocadores”, “sem caráter”, ou seja, quase “bandidos” para idiotizar os telespectadores e disseminar a ideologia burguesa. A verdade é que o Estado operário cubano está atravessando um período de total isolamento, certamente o maior de sua historia após a revolução socialista de 1959, aprofundado com a “reação democrática” que ocorreu nos países árabes e, em decorrência disto, o incremento criminoso do embargo econômico por parte da Casa Branca. Enquanto isto, o Brasil e o México associados ao imperialismo são alçados à condição de uma das principais forças “emergentes” da economia capitalista no mundo. Em essência, “emergentes” significa semicolonias que têm enormes investimentos capitalistas que as possibilitam certa participação econômica nos mercados globalizados.

A explicação para o fenômeno do bom desempenho de Cuba nas grandes competições esportivas como os jogos Olímpicos e o Pan-americano, mesmo com todas as dificuldades provocadas pelo bloqueio econômico a que está submetida, reside na existência das bases de sua economia socializada (saúde, educação, moradia etc.) assentadas a partir da revolução socialista que derrubou o Estado burguês em 1959. Portanto, mesmo com todo o limite burocrático imposto pela direção Castrista, Cuba tem um resultado que demonstra a superioridade do Estado operário sobre as semicolonias como o Brasil, chamados sofisticamente pelos amos imperialistas de países “emergentes”. Neste contexto, da ofensiva mundial do imperialismo ianque, torna mais do que nunca uma necessidade vital para o proletariado cubano e internacional defender incondicionalmente o Estado operário e as conquistas históricas da revolução cubana, as quais permanecem com sua plena vigência, cujos resultados do Pan são a demonstração cabal de toda a sua superioridade diante do modo de produção capitalista decadente.

sábado, 29 de outubro de 2011

Blog da LBI faz ampla denúncia da agressão imperialista contra a Líbia no Encontro Mundial dos Blogueiros

Neste segundo dia do primeiro Encontro Mundial dos Blogueiros, o Blog da LBI fez ampla denúncia da agressão imperialista contra a Líbia através da intervenção do seu porta-voz, Marco Queiroz, quando usou sua intervenção para convocar a realização do ato nacional em defesa da resistência, chamando a derrota da ofensiva das potências capitalistas, da OTAN e de seus “rebeldes” por terra. A simpatia de uma ampla franja de blogueiros em apoio às posições políticas da LBI incomodou a direção do encontro.

Marco Queiroz, porta-voz da LBI,
fez a única defesa da resistência nacional líbia
no Encontro Mundial dos Blogueiros
 
A direção do Encontro, na figura de Altamiro Borges, do PCdoB, percebendo a polarização do debate cumpriu o papel vergonhoso ao impedir que os blogueiros pudessem se expressar desde o plenário através do uso da palavra, revelando que este suposto representante da “mídia alternativa” não passa de um capacho do governo Dilma e da própria direção da Itaipu, principal patrocinadora do encontro. Os “comunistas” do PCdoB não desejavam ver questionadas as posições vergonhosas da frente popular que reconheceu o governo fantoche do CNT, mesmo quando a resistência travava duros combates contra os abutres imperialistas e a cidade de Sirte era diariamente bombardeada pela OTAN.

Stand da LBI no Encontro Mundial dos Blogueiros
despertou a atenção dos blogueiros que se
identificaram com a luta anti-imperialista

Ao denunciar os apologistas da mal-chamada “Primavera Árabe” no Encontro Mundial dos Blogueiros e polemizar abertamente com os representantes dos blogs “chapa branca”, a LBI desde as suas “pequenas” forças militantes travou uma luta política frontal pelas posições revolucionárias no meio daqueles que se dizem contra o monopólio da mídia pelos grandes capitalistas, mas se vergam a estes no terreno vivo da luta de classes, nas mais elementares tarefas, como é o caso de defender a Líbia agredida pelas metrópoles abutres! A tarefa que se impõe neste momento é a de conquistar completa autonomia política e material, por parte dos que constroem uma verdadeira mídia independente dos “barões” da comunicação, dos governos da centro-esquerda burguesa.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Blog da LBI participa do Encontro Mundial dos Blogueiros, na Tríplice Fronteira entre Brasil Argentina e Paraguai, denunciando a burla de uma “mídia independente” sem a ruptura revolucionária com o Estado capitalista


Cândido Alvarez, editor do Blog da LBI,
polemiza com a esquerda “chapa branca” no
Encontro Mundial dos Blogueiros em Foz

Teve início neste dia 27 de outubro o 1º Encontro Mundial dos Blogueiros, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná, localizada na região da chamada Tríplice Fronteira. Região multiétnica que o carniceiro Bush pretendia “ocupar” em 2001, sob o pretexto de abrigar terroristas muçulmanos. O Blog da LBI esteve representado pelo seu editor, o camarada Cândido Alvarez, que já no início dos trabalhos denunciou a impossibilidade de existir uma “mídia independente” dos grandes monopólios dos meios de comunicação, sem a ruptura revolucionária das massas com o Estado burguês e a expropriação dos meios de comunicação capitalistas, que manipulam a população segundo seus interesses de classe, como faz corriqueiramente a revista Veja e a Rede Globo, assim como os aliados da frente popular, a exemplo da Rede Record ou do SBT.

A LBI pontuou que a defesa do marco regulatório apresentado pelos organizadores da atividade como a via para a “democratização das mídias” (jornal, revista, TV e internet) não passa de uma burla na medida em que visa um acordo político e econômico com o grande capital que controla o setor, reservando uma parcela do orçamento estatal para beneficiar os grupos jornalistas burgueses minoritários e as chamadas “mídias alternativas”, como os blogs “chapa branca”, que apóiam incondicionalmente o governo da frente popular. Uma expressão prática deste engodo foi quando o principal organizador do Encontro, Altamiro Borges, do PCdoB, elogiou o apoio do governo do Paraná (PSDB) à atividade como um exemplo da “pluralidade” que ele reivindica nos meios de comunicação!

Distribuindo verbas federais a seus novos aliados na mídia e ao mesmo tempo mantendo intocáveis os “velhos” grupos de comunicação, o PT pretende fazer “média” com sua base social vendendo o conto que está estimulando a “concorrência em nome da democracia”, quando na verdade apenas está investindo pesado em complexos burgueses de comunicação “alternativos” à mídia demo-tucana com o objetivo de melhor preservar seu governo de colaboração de classes para manter a estabilidade do regime da democracia dos ricos.

O contraponto feito pelo camarada Cândido Alvarez, denunciando que a campanha a favor de uma tímida regulação da grande mídia burguesa, principal reivindicação do 1º Encontro Mundial dos Blogueiros, serve apenas como uma medida preventiva contra novas investidas da “Veja”, Época”, “Folha”, “Estadão” ao governo petista e seus aliados, como foi vítima recente o ex-Ministro Orlando Silva, do PCdoB. Esse fato demonstra que o PT e o governo da frente popular pela sua natureza de classe é completamente refém da mídia capitalista, sendo incapaz de tomar qualquer medida consequente contra esta e seus “barões”.

Para o “novato” blog da LBI, que ousou defender corajosamente essa política principista em pleno Encontro Mundial dos Blogueiros dominado pela frente popular e seus porta-vozes na blogsfera, ao invés de resmungar covardemente a léguas de distância, a única forma de ter uma mídia comprometida com os interesses dos trabalhadores e do povo pobre é lutando pela liquidação do próprio Estado burguês, que através de seu “quarto poder” aliena as massas para manter a exploração capitalista e a hegemonia do imperialismo sobre os povos do planeta.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Fritado pela própria Dilma, Orlando cai arrastando o PCdoB para a vala comum da corrupção burguesa nacional

A queda de Orlando já estava “cantada” desde que as denúncias da arquirreacionária revista “VEJA”, colocaram o PCdoB no centro da berlinda política do país. O esquema corrupto de contratação de ONGs para a execução de projetos públicos, não é monopólio do PCdoB, tampouco do PT, foi introduzido maciçamente ainda na gestão estatal tucana de FHC. Mas foi pela via das ONGs que a frente popular, no governo central, estabeleceu uma rede de cooptação e corrupção de centenas de lideranças do movimento de massas. Reproduzindo o esquema das ONGs no ministério dos esportes, com o programa “Segundo Tempo”, Orlando retirava das escolas públicas a obrigação de oferecer a prática esportiva aos seus alunos, transferindo para entidades privadas um dever elementar do Estado para com a juventude. As ONGs, indicadas pelo PCdoB, passaram a receber “generosas” verbas públicas para gerenciar o programa “Segundo Tempo”, retribuindo a “gentileza” em forma de “comissões” para o partido.

O fato das denúncias terem partido da fascista “VEJA” e de um policial delinquente, diga-se de passagem ex-filiado ao PCdoB justamente para por em prática o malfadado programa do Ministério dos Esportes, não anula a gravidade da verdadeira “privataria” colocada em marcha por Orlando e seu partido “comunista”. Se os bandidos da burguesia midiática agora cinicamente clamam por “ética” no trato da “coisa pública”, esqueceram que foram os primeiros a incentivar a tal “Parceria Público Privada”, na qual o PCdoB embarcou sem o menor constrangimento ideológico. A decomposição programática dos pseudocomunistas é tamanha, que admitem “administrar” o Estado capitalista em parceria com as piores máfias da burguesia, como a oligarquia Sarney, com a qual coabitam no Ministério do Turismo.

O que chama a atenção na demissão de Orlando foi a “fritura” interna do ministro, operada nos bastidores do próprio Palácio do Planalto. Sem a exibição de fitas de áudio e vídeo que pudessem comprometer a figura pessoal de Orlando, o PCdoB esperava contornar a crise política e se manter no cargo, mas não foi isto que aconteceu. A própria Dilma através do seu “aríete” jurídico, o Procurador Geral da República Roberto Gurgel, mandou abrir uma investigação no STF contra Orlando, ao contrário do que fez com outras denúncias de corrupção, onde os ministros envolvidos estavam ligados a bandos burgueses de maior calibre político, como o PMDB. O “insuspeito” supremo logo aceitou o pedido feito por Gurgel, selando assim a sorte de Orlando, mais uma “vítima” do fogo-amigo da frente popular. Acontece que os polpudos “negócios” que o Ministério dos Esportes vem traficando em torno da Copa do mundo e das Olimpíadas no Brasil, despertaram o apetite voraz das quadrilhas que habitam o condomínio corrupto e moralmente decomposto da frente popular. O governo Dilma ainda tentou “emplacar” de imediato o nome do “coringa” Aldo Rebelo para a pasta dos esportes, um “comunista” já formatado integralmente para servir às classes dominantes, e visto com muita desconfiança no interior do próprio PCdoB, mas a manobra não deu certo.

Para os ex-Stalinistas do PCdoB, uma organização da esquerda reformista que abandonou o leninismo e a estratégia da revolução socialista, resta o “consolo” de ter sobrevivido nas tetas do Estado burguês, apesar da profunda desmoralização política a que foi submetido. Seus parceiros reformistas como o PCB agora “tripudiam” em cima dos fatos, olvidando que estiveram juntos na campanha eleitoral de Lula em 2002, repetindo o apoio no segundo turno em 2006 e da própria Dilma em 2010. Por sua vez, os “probos” da oposição de esquerda, como o PSTU, querem se juntar ao movimento dos “cansados e indignados” da franja tucana, para moralizar o Estado burguês, estes revisionistas não passam de uma escória política, sedenta para se aliarem à direita, como fizeram na Líbia e agora pretendem repetir a dose na Venezuela e em Cuba. Para se combater realmente a corrupção que assola o país, inerente a estrutura de qualquer Estado burguês, independente do matiz político de seu governo de turno, é necessária a adoção de uma estratégia revolucionária que aponte o norte programático da ditadura do proletariado.
Especulação imobiliária em torno dos “negócios” da Copa do Mundo impede o direito de acesso à habitação da maioria da população de baixa renda

A Copa do Mundo de 2014 instalou um quadro de agressiva especulação imobiliária nas principais cidades que abrigarão os jogos da seleção brasileira de futebol. Os governos nas esferas federal, estadual e municipal tudo fazem para atrair os “investidores” para a consecução deste megaevento empresarial, desde isenções fiscais até suculentos empréstimos do BNDES praticamente a fundo perdido à “iniciativa privada”. Por outro lado, a bolha especulativa em relação aos imóveis expulsa os trabalhadores do entorno das obras dos estádios que sediarão os jogos da Copa e impede que os explorados adquiram suas moradias, empurrando-os muitas vezes para áreas de risco. O inflacionamento dos imóveis incluem os projetos “Minha Casa, Minha Vida”.

O aumento artificial do valor dos imóveis que está sendo praticado no Rio de Janeiro, escolhido para o encerramento da Copa e sede das Olimpíadas de 2016, segue a lógica da euforia do mercado especulativo, causado pela explosão na demanda. Os bairros que terão maior valorização serão os da Zona Sul (Gávea e Jardim Botânico) e aqueles com UPPs. Até mesmo nas favelas e bairros populares esta realidade vem ocorrendo, por exemplo, no Conjunto de Favelas da Maré – que se situa a dez minutos do centro da cidade – uma casa que custava em torno de 40 mil há alguns meses, hoje já custa mais do que o dobro, 98 mil. O ciclo se repete em Fortaleza, após o anúncio da Fifa que o Castelão irá receber jogos da seleção brasileira, a especulação imobiliária tomou contra da cidade, na qual terrenos e imóveis tiveram uma alta generalizada. Terrenos hoje baldios deverão receber conjuntos residenciais, as obras viárias infra-estruturais do entorno do estádio devem causar uma explosão de preços ainda maior. Segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará os imóveis tiveram um acréscimo de 25% e que para o próximo período devem aumentar muito mais.

Tanto em Fortaleza como no Rio de Janeiro, ou em qualquer outra cidade brasileira que abrigará jogos da Copa, os principais atingidos pela bolha especulativa serão os trabalhadores de baixa renda familiar. Para ilustrar esta situação temos a construção do “Fielzão” no bairro de Itaquera na capital paulista anunciado como palco da abertura da Copa do Mundo. Os governos federal, estadual e municipal estabeleceram desde o início uma política segregadora que prioriza os bilionários negócios de poucos grupos privados com isenções fiscais e fundos creditícios oriundos do BNDES. As famílias pobres que há anos vivem nas proximidades do estádio sofrem cotidianamente com o pesadelo do despejo. As obras viárias causarão impacto sobre 16 favelas em razão do alargamento de avenidas, construção de vias, estacionamentos, shoppings centeres etc. Inúmeras famílias serão despejadas de um raio de quilômetros em torno do estádio.

A Copa do Mundo, um megaevento capitalista organizado pela mafiosa Fifa, mostra a sua verdadeira face de classe: não só se apropriou da paixão popular pelo futebol como também atua tal qual um animal predador que devora os parcos recursos da classe operária e está exclusivamente voltada para a lógica da circulação de capital. Ela não trará nenhum beneficio para os explorados, uma vez que único objetivo das empresas é lucrar de qualquer forma, não existindo qualquer interesse social nas obras referentes à Copa. Há sim o viés de aprofundar a segregação social, com a remoção forçada a cassetetes e bombas de gás de famílias inteiras dentro das áreas circunscritas à bolha especulativa. A tônica dos capitalistas e governos de plantão é a mercantilização do espaço urbano. Para a população pobre está reservada a polícia (as UPPs) e a impossibilidade de adquirir a sua casa própria por causa dos preços proibitivos, que nem sequer poderá assistir aos jogos porque os valores dos ingressos serão absurdamente caros; para os capitalistas e especuladores, ao contrário, todo o incentivo com bilhões de reais!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Eleições para a Assembleia Constituinte na Tunísia: “velho regime” é reciclado pela transição democrática operada pelos EUA

No domingo, 24, encerraram-se as eleições para a Assembleia Constituinte, a qual designará um “primeiro-ministro” que estará encarregado de liderar um governo de transição que ficará no comando até a convocação das eleições gerais para uma data ainda indeterminada. Um movimento bem distinto daquele que se iniciou em dezembro de 2010, dia 17, quando um vendedor ambulante ateou fogo ao próprio corpo em protesto à carestia geral, ao desemprego, às dívidas e a falta de perspectivas, dando início um espontâneo protesto radicalizado de massas na Tunísia. Este fato foi um alerta para os órgãos de inteligência do imperialismo francês e ianque em relação ao chamado “mundo árabe” que trataram de movimentar suas peças políticas na região. Facilitou a fuga do corrupto Zine El Abidine Ben Ali no poder há 23 anos por eles sustentado e viabilizou um governo de transição tutelado pelas FFAA, a polícia e “democratas” do “velho regime”. Mas por que as massas foram derrotadas?

As condições objetivas estavam dadas: carestia de vida, desemprego, crise política e social, caos econômico etc. No entanto, o problema fundamental foi eminentemente subjetivo: a ausência de uma direção revolucionária que desse um curso de classe à radicalidade das massas e um norte de tomada de poder pelos explorados. Por esta razão, não tardou para que o imperialismo começasse a mexer as peças do tabuleiro deste intricado xadrez, intervindo no processo através da CIA, ONGs, União Europeia com o objetivo de estancar a crise e restaurar o mais rápido possível a ordem burguesa. O estancamento das manifestações de massa na Tunísia foi o “tubo de ensaio” do imperialismo para agir logo em seguida no Egito, Bahrein, Iemen... e Líbia em sua expressão contrarrevolucionária, mais sangrenta e assassina.

O balanço a ser feito é o papel da esquerda revisionista durante as manifestações espontâneas das massas na Tunísia. Para ela foi uma “revolução” que ainda não terminou e se estendeu para o norte da África e Oriente Médio. Por exemplo, o CMI de Alan Woods chegou ao delírio de comparar este protesto popular como uma “Revolução de Fevereiro” (Lucha de Clases, 12/2/2011) e que, portanto, os “revolucionários” deveriam convocar imediatamente uma “Assembleia Constituinte revolucionária”. Nove meses depois da queda de Ben Ali, estancada a crise, acontecem as eleições constituintes e o sufrágio para escolher um governo provisório para o país e determinar para um futuro indeterminado as eleições gerais. As eleições para a Assembleia Constituinte são nada mais nada menos do que a expressão da transição política ordenada, instaurando um novo regime democratizante, voltado aos interesses econômicos do imperialismo.

Como lição para os marxistas revolucionários fica o fato de que não nos contaminamos com o engodo democrático-burguês apontado e levado a cabo pelo imperialismo na farsesca “revolução árabe”, embuste no qual a esquerda revisionista caiu como um cordeirinho. É prioritária a necessidade dos genuínos revolucionários denunciarem a reação “democrática” orquestrada a partir dos gabinetes da Casa Branca e construir uma alternativa independente do proletariado. Todo movimento de massas que não esteja balizado por uma clara estratégia revolucionária de enfrentamento com o velho regime e o imperialismo estará fadado à derrota. Uma revolução somente poderá vingar através da construção de organismos de poder que liquidem as FFAA, expropriem a burguesia como classe e instaurem um novo modo de produção sob a direção de um partido comunista proletário.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O assassinato de Kadaffi entre as risadas das hienas e as lágrimas dos crocodilos da ONU

Não tardou muito e as hienas do revisionismo saíram com força a dar “vivas” à morte de Kadaffi, afirmando ser um “alento” à queda de outros “ditadores”... um impulso a suposta “revolução árabe”, que por sinal celebrou a transição democrática na Tunísia com a realização das eleições para a Assembleia Constituinte. As imagens filmadas dos últimos momentos de vida do dirigente líbio “mostram” o combatente capturado na mão dos “rebeldes” do CNT, sendo sumariamente executado após exigir o direito universalmente constituído de um prisioneiro de guerra. A mídia “murdochiana” logo transformou este fato em um pedido de clemência feito por Kadaffi aos seus algozes de “ocasião”. Em êxtase as hienas (na verdade são “cadelinhas da OTAN”) disseram que não teria sido a OTAN a responsável pela morte de Kadaffi, mas sim os próprios “bravos rebeldes” já que as imagens não mostram nenhum destacamento da OTAN em ação. Imaginem que um comboio de quase 200 homens armados poderia ter sido capturado por poucas dezenas de “rebeldes” bêbados (ver imagens) e ainda por cima só ter restado como prisioneiro unicamente Kadaffi e seu filho Mutassim, um conto do tipo dos filmes de Chuck Norris.

Na verdade, o comboio militar em que se encontrava o coronel Kadaffi buscava se reposicionar nos arredores de Sirte, na tentativa de aliviar os pesados bombardeios dos caças da OTAN que já duravam quase dois meses ininterruptos, castigando impiedosamente toda a população civil. Nesta manobra tática o comboio foi duramente atingindo por mísseis de alta precisão da OTAN, obrigando os combatentes a se entrincheirarem fora dos carros, travando uma encarniçada batalha contra as tropas em terra da OTAN e seus “rebeldes”, que durou várias horas. Em franca desvantagem bélica e possivelmente já com pouca munição, as forças da resistência, reduzidas a cerca de 80 combatentes, foram capturadas, sendo entregues aos bêbados “rebeldes” que trataram de trazer para si o mérito do linchamento covarde, como num passe de mágica onde encontraram Kadaffi escondido em um bueiro. Agora começam a aparecer os cadáveres da criminosa operação da OTAN, cerca de 60 combatentes da resistência encontrados em um hotel desativado de Sirte.

A mesma ONU que chancelou os bombardeios “humanitários” da OTAN, agora cinicamente cobra explicações do governo títere de transição do CNT acerca da execução sumária de Kadaffi. Por sua vez, os covardes “rebeldes” temem até o cadáver de Kadaffi, prometendo sepultá-lo em um local secreto, com medo de manifestações populares. Os abutres imperialistas não param de render homenagens aos “rebeldes”, que fizeram o valioso papel de coadjuvantes na verdadeira operação de estupro a uma nação soberana. O CNT já anunciou o advento da “democracia ocidental” na Líbia (sem radicalismos islâmicos), com a realização de eleições similares a Tunísia, em no máximo oito meses, é só esperar o “deus” mercado tomar conta da situação e excomungar de vez o fantasma da “ditadura sanguinária”. Este é o real conteúdo da chamada “revolução árabe” impulsionada pelo imperialismo ianque, instalar governos títeres em nome da “nova democracia” e dos valores ocidentais capitalistas.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vitória arrasadora de Cristina Kirchner e o “fim das ilusões” para uma esquerda integrada ao regime democratizante

A presidente argentina, Cristina Kirchner, obteve ontem (23/10) uma estrondosa vitória eleitoral ao conseguir sua reeleição ao cargo com quase 55% dos votos. Em segundo lugar e muito distante de Cristina aparece o ex-governador da província de Santa fé, Hermes Binner da Frente Ampla Progressista. As candidaturas tradicionais, como a da UCR (Alfonsín) e do “velho” peronismo (Duhalde e Rodriguez Saá) foram praticamente trucidadas. A FPV de Cristina conseguiu não só ampliar a votação obtida nas primarias de agosto como reconquistar a maioria na Câmara dos Deputados, assim como eleger seis governadores das oito províncias que renovaram seus mandatários. Foi a maior diferença eleitoral obtida por uma candidatura à presidência desde o fim da ditadura militar em 1983, desta forma Cristina consolida uma liderança política nacional do calibre de Juan Domingo Perón, em seu último período de vida, onde o nacionalismo era apenas um leve traço desbotado.

O triunfo da família Kirchner, apesar do falecimento prematuro do patriarca Néstor no ano passado, tem a mesma base do sucesso Lulista no Brasil, ou seja, uma forte expansão econômica baseada na bolha de crédito internacional. A Argentina também é beneficiada com a alta no valor das commodities agrominerais no mercado mundial, impulsionando um grande mercado interno consumidor. Redução nos índices de desemprego e um relativo aumento do controle estatal sobre preços e serviços públicos e privados, foram os ingredientes políticos que finalizaram a aplastante vitória de Cristina no cenário nacional. Um capítulo a parte nestas eleições foi a virulenta campanha dos meios de comunicação contra a presidenta, acusada de “totalitarismo” e até mesmo de pretender transformar a Argentina em uma nova Cuba. O jornal “El Clarín” comandou uma cruzada ultrarreacionária contra Cristina, chegando a apostar suas fichas nas candidaturas da esquerda “oficial”, que obtiveram a “generosidade” das principais páginas do asqueroso periódico da direita pró-imperialista portenha.

Outro grande derrotado nestas eleições foram as organizações da esquerda revisionista que formaram a “FIT”, uma verdadeira fraude política que tinha como principal slogan eleitoral: “Meta diputados de izquierda”. O Partido Obrero (PO), principal integrante da “FIT”, meses antes das eleições afirmava rotundamente com seu catastrofismo ridículo e peculiar que “Cristina marcha a un derrumbe generalizado”, para em poucas semanas da realização das primárias, tentando “surfar” na onda Kirchnerista, pedir aos eleitores peronistas “cortar boleta e votar en los candidatos de la FIT”. Passadas as primárias onde a FIT obteve o “milagro” oportunista de superar o piso proscritivo, graças ao apoio descarado dos “camaradas” do Clarín, Altamira saiu a brindar com o jornalista fascista “Chiche” Gelblumg o resultado obtido pela “FIT”. O PTS que repudiou a postura vergonhosa de Altamira foi logo ameaçado de expulsão da FIT pelo PO. Logo depois foi o próprio PTS quem aceitou sem “verguenza” a edição do seu livro, “A esquerda frente a Argentina Kirchnerista”, por uma editora hiper reacionária (Planeta), a “ABRIL” de lá.

Projetando ampliar a votação das primárias, onde a FIT obteve pouco mais de 2% dos votos, o PO passou a delirar com a eleição de vários deputados. O resultado foi que apesar de uma campanha eleitoralista e palatável à mídia capitalista, sem a publicidade de qualquer referência revolucionária e comunista (chegaram a negar a defesa da ditadura do proletariado nos programas televisivos), a FIT estacionou nos 2% ficando muito distante de conquistar uma bancada parlamentar. A esquerda revisionista argentina que embarcou de conjunto no amálgama da FIT, mostrou que é completamente incapaz de passar, de forma Leninista, no teste elementar da democracia burguesa, ou seja, a farsa do circo eleitoral.

Leia também:
CFK obtém vitória aplastante e “un milagro para Altamira” são os signos das primárias argentinas
Diante das “porteiras abertas” pelo PSOE, para a direita fascista na Espanha, ETA anuncia fim de suas atividades guerrilheiras

Nestes últimos dias passou quase que despercebido pela mídia “murdochiana” o anúncio de que o grupo guerrilheiro “Pátria Basca e Liberdade” (ETA) depunha as armas, cessando em definitivo as suas ações militares: “face à violência e a repressão, o diálogo e o acordo devem caracterizar o novo ciclo... o reconhecimento do Euskal Herria [País Basco] e o respeito à vontade popular devem prevalecer sobre a imposição” (Declaración de ETA, 20/10). Desgraçadamente, esta declaração segue o curso do profundo retrocesso da consciência do proletariado mundial, em meio ao bárbaro assassinato de Kadaffi pela OTAN e às vésperas da iminente vitória da direita fascista capitaneada pelo Partido Popular (PP) nas eleições espanholas de novembro próximo. Diante da ofensiva mundial do imperialismo e o avanço do fascismo na Europa, o ETA divulga a sua renúncia às armas após uma trégua com o regime político de Zapatero que já perdurava cerca de dois anos. As tentativas de acordos com o Estado espanhol (e francês) foram várias, sendo que a mais recente ocorreu no chamado “Acordo de Gernika”, em setembro de 2010, os quais culminaram na “Conferência de Aiete” na quinta-feira, 20 onde estiveram presentes nomes de confiança do imperialismo europeu como e ex-chefe de gabinete de Tony Blair, Jonathan Powell, o ex-secretário da ONU Kofi Annan e o dirigente do Sinn Fein Gerry Adams.

A decisão dos dirigentes do ETA está diretamente relacionada às sombrias perspectivas eleitorais de seu braço político, a “izquierda abertzale”, que nas eleições municipais de maio deste ano obteve 25% dos votos com a chamada “coalização Bildu” e às pressões políticas daí decorrentes para o “respeito à vontade popular”. Neste sentido, pesquisas demonstram que a direita franquista pode se eleger com cerca de 60% dos votos, uma vitória acachapante do PP através de Mariano Rajoy, enquanto a coalizão basca teria uma porcentagem irrisória de votos. Zapatero, ao antecipar as eleições gerais, ora marcadas para março do ano que vem, deu um cheque em branco para direita. O PP vem assumir o governo com um projeto que pretende durar vários anos no poder, razão pela qual o ETA, para se preservar decidiu pôr fim às suas ações militares e se integrar ao regime político em seu “novo ciclo”. Mesmo assim, as pressões são gigantescas, pois além da renúncia política à guerrilha, a burguesia espanhola exige segundo as Forças de Segurança do Estado, que o ETA entregue definitivamente seu “arsenal bélico” espalhados pelo país, em Portugal e na França. Até agora os dirigentes bascos não fizeram menção de colocar em movimento esta capitulação, o que na verdade seria uma completa rendição, haja vista que nenhum dos problemas relacionados à nacionalidade foram solucionados: há 700 militantes bascos presos nas masmorras espanholas e francesas, centenas de exilados, nem sequer houve a mínima retirada das Forças de Segurança do país basco. Num futuro governo PP esta condição, não obstante, tende a piorar drasticamente, como afirmou o candidato Mariano Rajoy ao jornal El Periodico (23/10) que o ETA “deve pagar algum preço... e sua dissolução é irreversível”. E arremata com violência: “Com o ETA não há nada o que falar... é um grupo criminoso que quer impor pela força suas teses”.

Como podemos ver, ao contrário do que a esquerda revisionista afirma, as tendências políticas para o próximo período, numa etapa de aguda crise do capitalismo, indicam um enorme retrocesso na consciência das massas no velho continente, onde, por exemplo, “indignados” espanhóis (e em vários outros países) não poupam esforços para demonstrar sua profunda rejeição a partidos de esquerda, o que representa uma porteira aberta para o retorno da direita fascista do PP. A possível vitória eleitoral da social democracia na França de forma alguma anula esta tendência geral, posto que a adoção de um programa de governo neoliberal pelo PS, apenas semeia o caminho do breve retorno de uma direita ainda mais recalcitrante do que Sarkozy.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011


“Morte de Kadafi pode ser alento” para Obama, Sarkozy, Cameron... e os canalhas da LIT!

A intervenção imperialista na Líbia pelo braço militar da OTAN teve desde o seu início como móvel central a defesa dos “direitos humanos” de uma população civil vítima de “uma ditadura sanguinária”. Sobre esta base política, o regime nacionalista decadente do coronel Kadaffi foi “desenhado” pela grande mídia internacional como um “bárbaro repressor” de uma suposta “revolução árabe” (que varria o Magreb) surgida então na cidade Líbia de Benghazi, o novo “paraíso” das transnacionais do petróleo. Uma parte da população de Benghazi, beneficiada com investimentos europeus, a partir da abertura dada por Kadaffi a poderosos grupos econômicos do setor energético, passou a sonhar com o “american way of life”. A partir desta base de apoio, “linkar” Benghazi com o conto da “revolução árabe” foi um passo fácil para o imperialismo ianque que nesta altura dos acontecimentos já tinha tomado o controle da situação de “transição democrática” na Tunísia e no Egito.

Mas, para tornar crível a versão de que a chamada “primavera árabe” ocorria também na Líbia, o Departamento de Estado dos EUA (sob a chefia da Sra. Clinton) necessitava da esquerda revisionista para legitimar sua estratégia de “intervenção humanitária” no deserto norte da África. Prontamente, os canalhas da LIT abraçaram a versão imperialista da “revolução na Líbia”, qualificando os “rebeldes” de Benghazi como “autênticos revolucionários” que lutavam contra uma “tirania assassina e corrupta”, ao estilo de Mubarak e Ben Ali. A mídia “murdochiana” logo entrava no primeiro plano e elegia o coronel Kadaffi “inimigo número 1” da humanidade, com calúnias de todo tipo. A fábrica midiática de mentiras lançava acusações racistas de contratação de mercenários africanos para matar friamente os opositores de Kadaffi, enquanto os revisionistas seguiam fielmente o roteiro “Hollywoodiano” dos bombardeios de milhares civis para justificar a resolução da ONU que estabeleceu a zona de exclusão aérea. Nem a entrada na trincheira dos “rebeldes”, das forças militares da OTAN, acanhou o apoio entusiástico da esquerda revisionista à agressão da coalizão imperialista contra uma nação oprimida. Contra o “terrível ditador” tudo era permitido: perseguir negros, bombardear cidades inteiras por vários meses consecutivos, roubar os fundos de um país depositados no exterior etc.., afinal todas as atrocidades imperialistas estavam justificadas pelo frenesi da imprensa capitalista contra o “malévolo” Kadaffi.

Coube à esquerda revisionista o papel de buscar argumentos mais “finos” para desmoralizar o cambaleante regime nacionalista dos coronéis, que no passado recente ousou contrariar os interesses imperiais e no presente buscava uma aproximação com os antigos inimigos. Estes senhores, previamente corrompidos pelo governo Obama, afirmavam que Kadaffi teria se tornado “entreguista e neoliberal” por selar acordos com empresas imperialistas na Líbia, como se tivesse existido na história algum regime nacionalista burguês que nunca pactuou com o imperialismo. É da própria natureza de classe dos regimes nacionalistas, sob a liderança de um caudilho burguês, serem incapazes de levar consequentemente e até o fim as tarefas anti-imperialistas que se propõe inicialmente a defender. Por acaso, esquecem-se que o próprio Nasser, fundador do pan-arabismo forneceu fuzis defeituosos ao exército egípcio para torpemente combater as tropas sionistas na guerra do Canal de Suez? Ou ignoram o fato do governo “nacionalista burguês” de Chávez negociar a exploração das jazidas de petróleo da bacia do Orinoco com as transnacionais norte-americanas? Como papagaios acéfalos dos meios de comunicação, a LIT e seus satélites “esgrimiram” o argumento final: Kadaffi colaborava ultimamente com a CIA! Este escandaloso fato serviria para justificar, no frigir dos ovos, uma aliança “democrática” com a OTAN, na forma da LIT reivindicar deste facínora organismo armas para os “rebeldes” do CNT. Fazendo um grosseiro paralelo, seria o mesmo que pedir ajuda militar do gendarme de Israel para combater as “traições” do governo do Hezbollah no Líbano, quando este persegue os corajosos combatentes da FPLP.

Quando da queda de Trípoli, após sofrer o bombardeio de mais de mil missões aéreas da OTAN, os canalhas da LIT não se envergonharam de festejar junto as forças títeres do CNT a “vitória da revolução”, como cínicos sequer mencionaram a maior campanha militar de uma coalizão imperialista contra um país, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Nem na guerra contra o Vietnã se despejaram a quantidade de bombas que a Líbia foi alvo, mais de quatro mil toneladas de urânio empobrecido deixando um saldo sinistro de cerca de cinquenta mil mortos, e, apesar disto, nem uma palavra da LIT! Agora, voltam a comemorar junto a Sarkozy, Cameron e Obama a morte de Kadaffi, sem dúvida alguma um “alento” para os abutres imperialistas, que pretendem saquear impiedosamente a Líbia. Como sustentar que um regime sem nenhum apoio popular consiga enfrentar por mais de seis meses as maiores potências militares do planeta? E como explicar a heróica resistência de Sirte, cercada e bombardeada pela OTAN por 70 dias e noites consecutivas? Somente correntes de “esquerda” decompostas moralmente e corrompidas materialmente, como a LIT, são capazes de tamanha sordidez, ao emblocarem-se com as hienas do tipo da família “Marinho”, para brindar o suposto fim da resistência das massas líbias à ocupação imperialista de seu país. Engana-se toda a matilha pró-imperialista que pensa que a morte de Kadaffi é o ponto final da resistência nacional as tropas da OTAN, sem sombra de dúvida o tombamento em plena luta do coronel Kadaffi foi uma grande derrota de todos os povos do mundo que enfrentam a ofensiva imperialista, mas a guerra de libertação continua como reconhece até mesmo o alto comando do Pentágono.

A destruição de todos os monumentos anti-imperialistas na Líbia, um símbolo da era Kadaffi, pelos “rebeldes” que usam uma bandeira monarquista e se vestem com camisetas e bonés com símbolos ianques, são um péssimo presságio da etapa que iremos atravessar. Episódios similares assistimos na destruição das estátuas de Lenin, na época da queda contrarrevolucionária da URSS, quando se abriu um período de reação em toda linha. Não por mera coincidência, o ETA na Espanha acaba de anunciar o final de suas atividades guerrilheiras e a FARC na Colômbia atravessa seu pior momento de isolamento. A vanguarda da classe operária deve abstrair todas as ácidas lições da atual etapa histórica, onde o proletariado mundial acumula uma série de graves derrotas em função da ausência de uma direção genuinamente revolucionária. A crise estrutural do modo de produção capitalista não nos levará por si só ao regime socialista, como afirmam os charlatões de todos os matizes revisionistas. A tarefa da reconstrução da IV INTERNACIONAL continua vigente mais do que nunca e não pode ser substituída por “atalhos” ou por “novas vanguardas”, alheias à estratégia da revolução permanente.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

OTAN assassina Kadaffi que comandava bravamente os combates contra ocupação de Sirte pelos mercenários do imperialismo

A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na Líbia aparentemente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte. Em êxtase, a mídia burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do dirigente nacionalista líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN, articulado com os “rebeldes” nas imediações de Sirte. Ainda que sejam informações preliminares, tudo indica que as imagens são verdadeiras. Kadaffi morreu lutando bravamente contra forças infinitamente superiores, do ponto de vista bélico. Dirigiu a resistência militar à ocupação de seu país até o limite de sua própria vida, ao contrário dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato, como fazem os “ditadores” ou “democratas” covardes no enfrentamento direto com o imperialismo.

Segundo as versões iniciais, os caças da OTAN bombardearam um comboio militar da resistência em que estava Kadaffi, atingindo-o mortalmente. Mas o CNT tratou de tomar a captura e morte de Kadfaffi como obra sua, apresentando-o sem vida, capturado dentro de um túnel. Desta forma, mais um capítulo da ofensiva neolocolonialista das grandes potências capitalistas contra os povos está se encerrando, vergonhosamente apoiada pela canalha revisionista do trotskismo como a LIT e seus congêneres, abrindo caminho para imposição do governo fantoche do CNT para a rapina das riquezas do país norte-africano.

Bandeiras da monarquia junto a dos EUA e da UE foram mostradas tremulando nas “comemorações” dos mercenários. Os representantes imperialistas saudaram a morte de Kadaffi apresentando-a como o fim de uma “ditadura sanguinária”. Como papagaios, a esquerda revisionista apresenta cinicamente o assassinato do dirigente líbio como produto da “revolução popular” contra um “governo pró-imperialista”. Nada mais falso. É verdade que a aproximação do regime líbio, operada a partir dos anos 90 com o imperialismo europeu, debilitou enormemente o regime frente às massas e a própria classe operária. Mas esse processo não foi suficiente para reverter completamente as conquistas sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta e pró-imperialista no final dos anos 60. Por esta razão, no lastro da farsesca “revolução árabe”, a Casa Branca e a UE montaram uma ofensiva para derrubar o regime nacionalista que controlava a extração e exportação do petróleo com alto grau de controle estatal, o que se chocava com os interesses das transnacionais petrolíferas norte-americanas.

O assassinato de Kadaffi pelas mãos da OTAN e seus “rebeldes” é sem dúvida uma vitória do imperialismo e representa uma derrota para os trabalhadores, porque anuncia o incremento da ofensiva neocolonialista sobre o país. A partir das modestas forças da LBI, caracterizamos o início das manifestações pró-imperialistas em fevereiro deste ano como uma operação política montada pelas potências imperialistas em nome da “defesa da democracia”, farsa posteriormente apoiada pelos bombardeios genocidas da OTAN. Denunciamos vigorosamente mais esse crime cometido pelos abutres capitalistas e nos mantemos, apesar da morte de Kadaffi, ao lado da resistência das massas líbias contra os agressores imperialistas! É neste contexto que se trava a atual guerra na Líbia, onde os marxistas revolucionários não hesitam um único momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Brasil, África do Sul e Índia, um novo “BRIC” dos pequenos emergentes com legiões de miseráveis atrás

A presidente Dilma Rousseff chegou a Pretória, para uma reunião com o presidente sul-africano, Jacob Zuma e o Primeiro Ministro da Índia, Manmohan Singh. A cúpula dos países, chamada de IBSA, foi criada há oito anos, mas estava desativada em função da prioridade dada pelo Brasil e Índia aos encontros do BRIC, onde a África do Sul não tem assento. A identidade social dos países que integram o IBSA é sem duvida alguma muito maior do que no BRIC, que conta com duas potências mundiais, Rússia e China, poderosas economias convertidas a restauração capitalista há cerca de menos de uma década. Ao contrário, o IBSA é uma articulação dos países chamados “emergentes”, na verdade semicolônias com grandes investimentos capitalistas, que as tornaram importantes mercados globais.

A condição de “emergentes” do IBSA não retirou destes países o caráter atrasado e agromineral exportador de suas economias, beneficiadas circunstancialmente com a crise financeira que assola os países imperialistas. Outra simetria no IBSA é política, trata-se da gestão estatal de partidos da centro-esquerda burguesa, que com grande apoio no movimento de massas vem desenvolvendo uma plataforma de pacto social e colaboração de classes. Neste cenário de estabilidade social e política conseguem atrair um enorme fluxo de capital internacional em forma de bolha de crédito, amortecendo a ação direta da classe operária e rebaixando suas reivindicações imediatas. Como estes países não alteraram sua estrutura de dependência dos centros imperialistas, continuam a apresentar altos índices de miséria e pobreza em suas populações, anestesiadas com políticas públicas compensatórias como o “Fome Zero” no Brasil. A África do Sul é um exemplo de cooptação de boa parte de sua população negra e oprimida, por um regime da democracia dos ricos e brancos, instaurada pelos capatazes do CNA.

A presença de Dilma, pisando pela primeira vez na África, um pouco ofuscada agora pelo escândalo no Ministério dos Esportes, foi muito bem planejada pela pasta das Relações Exteriores como a abertura de um novo “front” de negócios e liderança política de um novo bloco de países, já que no BRIC o Brasil é totalmente ofuscado pela China e Rússia. A iminência da crise capitalista mundial afetar o crescimento da economia chinesa, grande importadora de nossas commodities, impõe a necessidade do governo da frente popular buscar novos mercados, unindo sua identidade com gestões estatais do mesmo calibre. África e Índia são sem dúvida as novas “fronteiras” econômicas a serem “desbravadas” para que o Brasil tente sair mais ou menos ileso da retração global que se delineia no horizonte próximo.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Libertação de palestinos prisioneiros de guerra, uma vitória parcial da Intifada contra o enclave sionista

A libertação de 477 militantes palestinos, a maioria condenados a morte ou prisão perpétua pelo gendarme terrorista de Israel, foi possível graças a captura há cinco anos de um soldado israelense, que estava “monitorando” um posto militar próximo a fronteira da faixa de Gaza. A operação de captura do militar Gilad Shalit foi dirigida por combatentes do Hamas com objetivo de conseguir a liberdade de presos políticos palestinos, encarcerados aos milhares nas masmorras sionistas e submetidos à tortura e condições inumanas de existência. Na época da captura de Shalit, a ação foi condenada como um “ato terrorista” do Hamas, por várias correntes da esquerda reformista mundial, incluindo aí a própria corrupta Autoridade Nacional Palestina. A princípio, o governo de Israel negou-se a estabelecer qualquer negociação com o Hamas visando a troca de prisioneiros, Shalit era apenas um jovem soldado raso e os sionistas não demonstraram muito interesse por sua vida.

Diante da recusa de seu próprio governo em negociar a libertação com o Hamas, a família de Shalit iniciou um processo de mobilização da opinião pública para pressionar o Kadima e depois o Likud, no sentido aceitar a proposta da troca de prisioneiros. Passados mais de cinco anos da captura de Shalit (25/06/2006), o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu encontrou um momento propício para utilizar a libertação do soldado israelense como um trunfo em sua campanha eleitoral. O Likud vem sofrendo uma forte pressão do imperialismo norte-americano para ceder o governo ao Kadima, partido mais identificado politicamente com o atual período histórico da farsesca “revolução árabe”. Pelas circunstâncias colocadas, Netanyahu foi obrigado a ir muito além do que inicialmente pretendia, aceitando por em liberdade cerca de mil militantes palestinos em duas etapas, a primeira imediatamente após a entrega de Shalit e a segunda nos próximos dois meses.

É evidente que o Hamas, também sai reforçado com a troca dos prisioneiros, uma inequívoca vitória das ações militares da intifada contra o estado terrorista de Israel. Como marxistas leninistas consideramos legítimas as ações dos grupos fundamentalistas islâmicos contra alvos sionistas e imperialistas, embora com a devida crítica da ausência da estratégia da revolução socialista e do método da mobilização permanente das massas. O Hamas, uma organização teocrática nacionalista burguesa, agora poderá utilizar seu êxito político para também se integrar ao processo de “Acordo de Paz”, já iniciado pela OLP, como pretende Obama e a social democracia europeia. Não podemos depositar nenhuma confiança política nestas direções, mesmo que atuando na mesma trincheira de luta e em unidade de ação contra o imperialismo. Somente um programa revolucionário, empunhado pela classe operária árabe e hebréia, poderá lutar consequentemente pela consigna da destruição do enclave sionista e a construção de uma república soviética dos povos que habitam milenarmente toda a região do Oriente Médio.
Disputa feroz das oligarquias regionais pelos royalties do petróleo é um sintoma da desagregação latente do Estado burguês

O Congresso Nacional está às vésperas de votar um projeto de lei sobre a distribuição dos royalties do petróleo entre estados, municípios e a própria União. A questão do modelo institucional de exploração dos recursos minerais, como petróleo e gás natural, obteve um certo consenso no Parlamento exatamente porque preservou as linhas centrais da "privataria", celebrada na gestão tucana de FHC. Apesar da demagogia "nacionalista" o governo da frente popular impulsionou o modelo de prospecção do pré-sal, proposto pela ANP, garantindo a grandes grupos privados (como a OGX de Eike Batista) a "parceria" com a PETROBRAS em uma área estratégica para o país. Mas, agora quando se trata da discussão da parte que cabe ao estado nacional dos "dividendos" da exploração do petróleo, as oligarquias regionais dominantes se põem em pé de guerra, com ameaças ferozes umas contra as outras.

O relator do projeto de lei que tramita no congresso, senador Vital do Rego ( PMDB-PB), ainda tenta um difícil acordo para acomodar interesses de estados produtores e não-produtores de petróleo. O governador do Rio, Cabral "caveirão" e o atual senador por Minas, Aécio "mauricinho" Neves, são os principais protagonistas desta contenda interburguesa, que ameaça bater as portas do STF. Já a união aceitou reduzir cada vez mais sua participação nos royalties do petróleo, justamente para beneficiar as oligarquias estaduais corruptas, integrantes da base de apoio do governo da frente popular. Contando com o "ovo ainda no cú da galinha", a PETROBRAS tem plena noção que a falaciosa campanha publicitária do "el dorado" do pré-sal, não passa de uma jogada para valorizar as ações da empresa no mercado bursátil, capitalizando seus investidores internacionais. Por hora, continuam parados no "papel" os projetos de construção de novas refinarias, uma demonstração cabal da falta de veracidade das promessas do governo na potencialidade do pré-sal, isto em um país que não possui sequer uma dezena de refinarias modernas.

Em meio ao tiroteio dos bandos parlamentares regionais, "corre por fora" no Congresso uma emenda do ex-deputado Ibsen Pinheiro que propõe uma distribuição igualitária dos royalties entre todos estados e municípios, com base nos repasses do fundo de participação dos municípios (FPM). Esta proposta, caso seja aprovada, promete deflagrar uma verdadeira "guerra" tributária entre os estados federados, revelando o caráter embrionário das tendências à desagregação do Estado burguês, na medida do aprofundamento da crise estrutural do modo de produção capitalista.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária, nº 224, Primeira Quinzena de Outubro/2011



EDITORIAL
Dilma “endurece” com as greves ou são as direções sindicais que “amolecem” frente à cooptação do Estado burguês?


ESCÂNDALO DE CORRUPÇÃO NO MINISTÉRIO DOS ESPORTES
Parece que é o “fim de jogo” para Orlando Silva e o PCdoB


CRISE NA OPOSIÇÃO BURGUESA
Em tempo de escassez política “ninho” tucano se transforma em “rinha de gavião”


FIM DA GREVE NOS CORREIOS
Conlutas leva o seu “mensalinho” do governo Dilma e une-se aos traíras da CUT/CTB para fazer cumprir em assembleias fantasmas as ordens do TST determinando o fim da greve


GREVE DOS BANCÁRIOS
CONTRAF/CUT “chapa-branca” orienta o fim da greve em troca de migalhas


SABOTAGEM A LUTA DOS PROFESSORES - CEARÁ
Traição! PSTU na Líbia se une a OTAN e aqui se junta a Cid Gomes e aos pelegos da APEOC para acabar com a nossa greve!


DECRETAÇÃO DE ILEGALIDADE DAS GREVES PELOS TRIBUNAIS
Uma reacionária ofensiva do Estado burguês de repressão institucional contra as lutas dos trabalhadores


CRISE EUROPEIA
Espanha às vésperas do triunfo eleitoral da direita fascista do PP


A AGONIA DA V REPÚBLICA
PS francês escolhe um neoliberal para concorrer à presidência, enquanto o NPA segue apoiando a política imperialista de Sarkozy na Líbia


CORRIDA ELEITORAL PELA CASA BRANCA
Sarah Palin do Tea Party desiste da disputa à presidência, uma gentileza para o “neo”falcão Obama


MORREU STEVE JOBS
Ladrão que rouba ladrão e é roubado por outro... esta é a história do “empreendedorismo” ianque


INTERVENÇÃO REVOLUCIONÁRIA NO CICLO DE DEBATES “OUTUBRO VERMELHO”
LBI faz chamado a Stédile do MST para organizar um ato nacional em defesa da resistência líbia contra a OTAN


GUERRA IMPERIALISTA CONTRA A LÍBIA
Sirte resiste heroicamente a OTAN enquanto mídia “murdochiana” é obrigada a desmentir captura do filho de Kadaffi


OFENSIVA IANQUE CONTRA REGIME DOS AIATOLÁS
Provocação de Washington contra o Irã é o prenúncio de uma nova ação da OTAN


GENERAIS PRÓ-IMPERIALISTAS MASSACRAM POPULAÇÃO
Regime militar egípcio reprime violentamente minoria cristã copta, são os ventos da “revolução” made in USA


CERCO A SÍRIA
Ofensiva imperialista no Oriente exige fim do regime da oligarquia Assad, enquanto mercenários made in CIA formam seu “Conselho Nacional Sírio”


MOVIMENTO “OCUPAR WALL STREET”
“Indignados” são duramente reprimidos nos EUA quando marchavam por regular Wall Street contra a “avareza dos mais ricos”

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

http://www.lbiqi.org/

sábado, 15 de outubro de 2011

Escândalo de corrupção no Ministério dos Esportes: parece que é o “fim de jogo” para Orlando Silva e o PCdoB

Já é consecutivamente o quinto ministro do governo Dilma, em menos de um ano de gestão estatal, a se ver envolvido em pesadas denúncias de corrupção. A “bola da vez” agora é o ministro Orlando Silva, da pasta dos esportes, indicado pelo PCdoB para substituir Agnelo Queiroz que trocou de partido e se elegeu governador do DF pela legenda do PT. A reacionária revista “Veja”, uma espécie de “caça corruptos” do governo da frente popular e fã de “carteirinha” dos bandidos demo-tucanos, revelou em sua última edição um esquema de desvio de recursos do Ministério dos Esportes pela via do programa “segundo tempo”. A denúncia foi feita por um policial militar e ex-militante do PCdoB, João Dias, que acusou o partido de intermediar a contratação de ONGs para o “segundo tempo” em troca de uma comissão de 20% do valor pago pelo Ministério dos Esportes. O esquema montado pelo PCdoB teria desviado nos últimos oito anos do governo petista um valor de mais de 40 milhões de reais, permeando as gestões de Agnelo e Orlando.

Em que pese as denúncias terem partido da “Veja”, fica absolutamente claro que a contratação de ONGs para a prestação de serviços que deveriam ser operados por agentes públicos é uma fonte induzida de corrupção e desvio de verbas estatais. Também não se trata de um simples caso de corrupção pessoal de mais um ministro do governo Dilma, já que todos os ministros “jogam neste mesmo time”. Este episódio que envolve Orlando, ex-presidente da UNE, é parte integrante do processo de corrupção ideológica do PCdoB ao regime democrático burguês, fazendo com que os ex-Stalinistas abandonassem completamente a estratégia da revolução socialista e da ditadura do proletariado. O “new” PCdoB, convertido às alianças políticas com as piores oligarquias desde os tempos da “Nova República”, adaptou-se ao projeto de colaboração de classes da frente popular, cumprido a função auxiliar de sabotar a ação direta da classe operária. Figuras comprometidas com os grandes grupos capitalistas, como Aldo Rabelo e Haroldo Lima, continuam a ocupar postos de direção no PCdoB, sem o menor constrangimento, revelando o atual caráter programático “nacional-desenvolvimentista” do partido, em completa contradição com seu passado Stalinista de “esquerda”, quando protagonizou a guerrilha do Araguaia.

Desgraçadamente, o PCdoB não está sozinho no processo de integração ao regime da democracia dos ricos, outros agrupamentos stalinistas como o MR8 e também pseudo “trotsquistas” como o PSTU, seguiram o curso da cooptação material do Estado burguês. Nestes exemplos onde a origem da degeneração sempre começa com a “revisão” programática do Leninismo e termina miseravelmente com o suborno de seus dirigentes pelo capital em troca de “favores” na luta de classes, não se trata de uma “questão ética” e sim ideológica. Sabemos muito bem que na atual etapa de franco retrocesso na consciência do proletariado mundial, após a derrubada contrarrevolucionária da URSS, manter firmes e intransigentes os princípios comunistas não é uma tarefa “singela”. Não é nenhum segredo que os movimentos sociais deste período histórico, como por exemplo, os “indignados” tenham como eixo central a rejeição política ao marxismo-leninismo e a repulsa programática a ditadura do proletariado. Trata-se de uma enorme fissura entre a ação e a consciência das massas, por onde germina o “vírus” da corrupção e cooptação da esquerda reformista, do qual o PCdoB é mais um trágico elemento.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Espanha às vésperas do triunfo eleitoral da direita fascista do PP

O estado Espanhol tem frequentado as manchetes da mídia global em função da grave recessão econômica por que atravessa. Nesta semana as raposas das “agências de riscos” norte-americanas rebaixaram as notas dos títulos financeiros e bancos espanhóis com o objetivo de criar pânico no mercado bursátil e, com isso, favorecer a capitalização “fácil” dos Soros e Buffets da vida... O ataque às condições de vida da população trabalhadora, com destaque aos índices extremados de desemprego, tem causado a reação dos chamados “indignados”, um setor fundamentalmente da juventude que não consegue adentrar no mercado de trabalho. O 15-M, como ficou conhecido mundialmente este movimento, ganhou dimensão internacional por sua “peculiaridade” antipartidária e pela rejeição veemente ao socialismo revolucionário, considerado como uma forma “autoritária” de regime social.

Mas o que é realmente pouco debatido na esquerda mundial sobre a Espanha é o fato de o país estar à beira de uma “catástrofe” política, com o iminente triunfo eleitoral da direita fascista do PP nas próximas eleições gerais marcadas para 20 de novembro. O atual governo do PSOE, que tem na figura de José Luis Zapatero sua principal expressão de massas, no “poder” desde 2004, “lavou as mãos” preparando o retorno exitoso da direita franquista. As pesquisas apontam uma vitória aplastante do candidato à presidência do governo espanhol pelo PP, Mariano Rajoy, com cerca de 60% dos votos, contra apenas 30% do candidato social-democrata, o ex-ministro do interior Alfredo Rubalcada. Outros 10% do eleitorado se dividiriam entre partidos e coalizões menores como “Esquerda Unida”, Bascos e os Ecologistas.

Como já tínhamos apontado anteriormente, a antecipação das eleições parlamentares por parte de Zapatero significou uma verdadeira declaração de renúncia. Desta forma Zapatero pavimentou, com a adoção de uma série de medidas antioperárias, a vitória do PP, que irá terminar o trabalho “sujo” deixado pelo PSOE. O retorno do Franquismo à chefia do governo espanhol não é uma simples questão do jogo “do perde ganha eleitoral” da “democracia” parlamentar, como poderia ser interpretado com a ascensão do PS na França e a provável derrota do direitista Sarkozy. É emblemático para a classe operária europeia, e também mundial, o significado do triunfo da direita fascista no país da derrota da guerra civil, justamente em um período de profunda crise capitalista como a que atravessamos neste momento histórico de brutal ofensiva imperialista. Começam a soprar os ventos da reação, sobre o proletariado espanhol carente de uma perspectiva revolucionária e refém de alternativas pequeno-burguesas, como o 15-M.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Sirte resiste heroicamente a OTAN enquanto mídia “murdochiana” é obrigada a desmentir captura do filho de Kadafi

As hienas da mídia “murdochiana” não paravam de exalar seu sinistro regozijo com a notícia da captura do filho de Kadafi, o comandante Mutassim, um dos responsáveis da resistência militar a ocupação da Líbia pelas forças da OTAN. O falso anúncio da prisão de Mutassim, feito no último dia 12/10, estava associado à suposta tomada final da cidade de Sirte, pelas tropas do CNT apoiadas pelos incessantes bombardeios da coalizão imperialista. Mas a realidade obrigou, em menos de 24 horas, que um dos chefes militares do CNT, Wissam Bem Ahmed, desmentisse a notícia da captura de Mutassim, assim como admitir que os combates pelo controle de Sirte devem “durar pelo menos uma semanaa mais”. O cerco militar ao bastião da resistência em Sirte, já está sendo considerado como uma das batalhas mais encarniçadas, após o término da segunda guerra mundial. Em uma desproporção descomunal de forças entre a sofisticada frota aérea da OTAN e as brigadas de defesa nacional, comandadas pelo coronel Kadafi com as armas convencionais, a dificuldade das tropas “rebeldes” em dominar Sirte só pode ser explicado pelo heroísmo de sua população, que prefere até a morte a entregar seu país aos bandidos saqueadores imperialistas.

Para os canalhas da LIT que insistem em afirmar que a "queda" do regime nacionalista burguês líbio foi produto de uma  "revolução popular", protagonizada pelos "rebeldes" que utilizam uma bandeira monarquista, nada melhor do que a palavra do general ianque Carter Ham, responsável pelo comando militar dos EUA no norte da África: "Sem a OTAN, Kadafi  recuperaria o controle do país em uma noite" e ainda complementou para defender a continuidade dos covardes bombardeios : "não queremos perder tudo o que conseguimos em uma noite". Agora diante da corajosa resistência do povo líbio a agressão imperialista, que arrasta os combates aos subúrbios de Trípoli e as cidades de Bani Wali e Sirte, a sordidez da mídia global insiste em fabricar "factóides" como o suposto paradeiro de Kadafi, como se não soubessem que o coronel dirige pessoalmente a resistência  nas ruas e bairros de  Sirte!

O velho nacionalismo burguês pan arabista (fundado pelo egípcio Nasser nos anos 60) que tem na figura Kadafi um dos seus últimos representantes políticos, estava em franca decomposição histórica. A aproximação do regime líbio, operada a partir dos anos 90, com o imperialismo europeu o debilitou enormemente frente as massas e a própria classe operaria. Mas a inflexão de Kadafi rumo ao "ocidente" não foi suficiente para reverter completamente as conquistas sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta e pró imperialista. É neste contexto que se trava a atual guerra na Líbia, onde os marxistas revolucionários não hesitam um único momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Provocação de Washington contra o Irã é o prenúncio de uma nova ação da OTAN

Nem mesmo conseguiram “dobrar” o adversário na Líbia, que resiste heroicamente à superioridade bélica da OTAN, o imperialismo ianque já saliva o próximo alvo de ataque no mundo árabe, a “bola da vez” agora é o odiado Irã. Uma provocação fajuta que deixa para trás até mesmo o mais ordinário roteiro de um filme trash fabricado em Hollywood, acusa o governo iraniano de patrocinar um atentado “terrorista” contra o embaixador da Arábia Saudita em Washington. O “plano” consistiria na contratação de um cartel do narcotráfico mexicano para assassinar o embaixador saudita, por um iraniano residente nos EUA. O presidente Obama avalizou a grotesca armação e já anunciou que convocará a ONU para impor retaliações ao país persa.

A sórdida campanha ianque contra o Irã ganhou imediatamente a adesão da própria aristocracia saudita e dos “amigos” Cameron e Sarkozy, parceiros de Obama na pilhagem a Líbia. De nada adiantaram as enfáticas negativas do presidente Ahmadinejad, afirmando que não são estúpidos a este ponto de “chutar cachorro morto”, como quer fazer crer a mídia murdochiana. O objetivo central do imperialismo neste momento é minar a aliança político-militar entre Teerã e Damasco, facilitando uma possível ação militar de Israel contra os vizinhos “terroristas”. O governo Assad na Síria encontra-se nas “cordas” sob a pressão de uma oposição “made in CIA”, seria o momento ideal para o Pentágono também colocar na defensiva o regime dos aiatolás.

Como marxistas revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista dos regimes nacionalistas do Irã e da Síria ou do próprio Hezbollah, braço armado do islamismo mais “radical”. Também não podemos ocultar as diversas colaborações contrarrevolucionárias que estes regimes já estabeleceram no passado com Washington, como a repressão às massas palestinas quando lutavam contra as burguesias árabes. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante de uma agressão imperialista contra uma nação, seja quem for seu caudilho. Por acaso o regime de Hugo Chávez não vem entregando combatentes anti-imperialistas para os cárceres do império, e qual deveria ser a postura da esquerda diante de um ataque dos EUA a Venezuela?

Não nos omitiremos de estabelecer uma unidade de ação com regime dos aiatolás, diante de uma agressão imperialista, utilizando a lógica canalha de que se trata um estado “fundamentalista”, como fazem os bastardos da LIT. É bom lembrar que os marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. Alentado pelo suposto “êxito” das operações político-militares na Líbia, Obama agora tenta uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. Pretende o império em severa crise econômica, somar para suas empresas as reservas de petróleo do Iraque, Líbia e Irã e assim deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis a Casa Branca podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”.