50 ANOS DO ASSASSINATO DE ALEXANDRE VANNUCHI: HONRAR SEU
COMBATE À DITADURA MILITAR SEGUINDO NA LUTA REVOLUCIONÁRIA CONTRA A FARSA DA
DEMOCRACIA DOS RICOS!
O governo Lula sequer cogita propor
revisar a Lei de Anistia, pois significaria quebrar o acordo firmado com os
militares desde a crise do regime militar nos estertores da década de 70. A
denominada “transição” da ditadura para o regime “democrático” burguês,
elaborada pelo general Golbery tinha como estratégia manter intacta a estrutura
e os métodos de repressão política como monopólio do Estado capitalista.
A “Lei
de Anistia”, promulgada em 1979, inocentou os carrascos dos militantes de esquerda,
cujo “vespeiro” a burguesia e seus gerentes e ex-gerentes de farda ou civis não
querem abrir, pois traria à tona a imensa podridão do regime capitalista, seus
serviçais militares e civis. Todos os documentos relativos a este período estão
guardados a sete chaves por exigência das FFAA como ultrassecretos.
É preciso aproveitar as homenagens a Alexandre Vannuchi e
denunciar em viva voz que o governo Lula é apenas o atual gestor do Estado
burguês, um comitê dos negócios comuns da mesma classe reacionária que promoveu
o golpe de 1964 e patrocinou o regime sanguinário.
Sob o capitalismo, seja qual
face expresse, o Estado não perde seu caráter ditatorial de classe. Portanto, Lula não pode e nunca irá voltar-se contra os senhores aos quais servem tão
dedicadamente. Hoje, sob os signos da democracia, os reformistas armados de
ontem administram bilionários negócios em favor de grupos econômicos nacionais
e internacionais.
Os ex-stalinistas do PCdoB atualmente officies-boys da
burguesia, por exemplo, engalfinham-se junto aos partidos tradicionais na
divisão do botim estatal e dos seus negócios, defendendo
ardentemente todas as instituições do Estado capitalista, a mesma máquina
assassina que seus ex-militantes da Guerrilha do Araguaia combateram.
Essa é,
sem dúvida, a maior ofensa à memória dos que tombaram na luta contra a ditadura
militar. Um verdadeiro crime político a ser denunciado energicamente pelos
revolucionários.
Alexandre Vannuchi se aproximou da ALN
porque era contrário a orientação burguesa do PCB e sua capitulação frente ao
golpe militar. Esta política provocou uma série de rupturas políticas nas
fileiras do Partidão. A paralisia do stalinismo oficial gerou um leque de
organizações políticas (ALN, PCBR, VPR, VAR-Palmares), que expressando uma
resposta desesperada da pequena-burguesia radicalizada, buscaram o caminho do
foquismo e da luta guerrilheira para combater a ditadura militar.
Reivindicando
praticamente o mesmo programa etapista e stalinista do PCB, mas criticando sua
tática de integração sindical e parlamentar ao regime burguês e, depois, a ação
conjunta com a própria oposição civil à ditadura militar, essas organizações
políticas viraram as costas para o trabalho sistemático de organização da
classe operária nas fábricas e seguiram o caminho da luta armada praticada por
pequenos focos de militantes, tanto através da guerrilha urbana, como por meio
da guerrilha rural.
Não por acaso, a esmagadora maioria dessas organizações
estavam dizimadas uma década após o golpe de 64. Essa orientação foi equivocada
na medida que setores da classe operária e do movimento estudantil ainda
resistiam à ditadura militar até1968. São exemplos desse combate das massas, a
greve dos trabalhadores metalúrgicos de Contagem e Osasco, inclusive com
ocupação de fábrica e a manifestação do 1º de Maio em São Paulo.
Em oposição ao
oportunismo do PCB e ao foquismo pequeno-burguês de suas dissidências, a
posição correta dos marxistas revolucionários diante do golpe militar deveria
ser a defesa da formação de uma frente única proletária abarcando todos os
agrupamentos operários revolucionários, capaz de tornar-se a espinha dorsal de
um poderoso movimento de massas para a reconquista das liberdades sindicais,
operárias e democráticas (partidos, sindicatos, imprensa, direito de reunião)
estranguladas pela ditadura militar.
Somente a retomada da iniciativa política
da classe operária em torno da defesa de suas reivindicações políticas e
econômicas e por meio de comitês de frente única, que unisse o trabalho
revolucionário legal e ilegal, poderia conseqüentemente, inclusive, arrastar
para a luta contra o regime de exceção amplos setores da pequena burguesia radicalizada,
projetando as lutas operárias em curso, através da construção de comissões de
empresas e de oposições sindicais para desbancar os agentes do capital da
direção do movimento operário.
Apesar das divergências com o programa
defendido pela ALN, desde a LBI rendemos nossa
sincera homenagem a Alexandre Vannuchi que lutou contra o regime dos gorilas
sendo assassinado devido ao combate que fazia contra a dominação do país pelo
imperialismo e seus títeres de farda.
Desgraçadamente, uma característica
fundamental da ALN foi a negação da teoria leninista sobre o papel do partido
da vanguarda do proletariado no processo revolucionário. Sob a influência do
guevarismo e da experiência da revolução cubana, adotou como lema “a ação faz a
vanguarda”, partindo para a luta armada. O norte estratégico da ALN era a
restauração da democracia burguesa e a criação de um governo que realizasse
algumas reformas sociais, como a reforma agrária, e assumisse uma posição de
independência frente ao imperialismo.
Como já havia demonstrado Trotsky nas
Teses da Revolução Permanente e, mais tarde, Lênin nas suas famosas Teses de
Abril, essas tarefas da revolução democrática já não podem mais ser realizadas
por nenhum setor dito “progressista” da burguesia nacional dos países coloniais
e semicoloniais, visto que nesses países a burguesia nativa tem seus interesses
diretamente vinculados ao domínio do capital imperialista. Portanto, só a
revolução proletária e a Ditadura do Proletariado podem assegurar a realização
das tarefas democráticas e de libertação nacional, abrindo caminho diretamente
para o socialismo e não para uma etapa de desenvolvimento capitalista
independente como defendia o stalinismo, visão com a qual, apesar da forma
radicalizada da luta armada, a ALN não rompeu.
Mesmo com todas essas limitações políticas e programáticas, o incontestável heroísmo na luta contra a ditadura militar, fazem de Alexandre Vannuchi um herói dos estudantes brasileiros e de sua vanguarda comunista. Nós da LBI, que estamos firmes no combate por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e dedicamos o melhor de suas forças e energias à construção do partido revolucionário, nos espelhamos no exemplo inquebrantável de Alexandre Vanucchi Leme que, apesar dos erros programáticos, não traiu a causa que defendia, morreu resistindo as torturas da ditadura militar e pagou com a sua própria vida na luta sem tréguas contra os gorilas genocidas!
Mesmo com todas essas limitações políticas e programáticas, o incontestável heroísmo na luta contra a ditadura militar, fazem de Alexandre Vannuchi um herói dos estudantes brasileiros e de sua vanguarda comunista. Nós da LBI, que estamos firmes no combate por desmascarar a democracia dos ricos como uma face da ditadura do capital e dedicamos o melhor de suas forças e energias à construção do partido revolucionário, nos espelhamos no exemplo inquebrantável de Alexandre Vanucchi Leme que, apesar dos erros programáticos, não traiu a causa que defendia, morreu resistindo as torturas da ditadura militar e pagou com a sua própria vida na luta sem tréguas contra os gorilas genocidas!