Desde o Governo do Rio e
SP até ao STF: Ofensiva reacionária contra as liberdades democráticas às
vésperas da Copa dos “grandes negócios”
Na manhã desta
quarta-feira (11/06) ativistas políticos cariocas foram surpreendidos com
mandados judiciais de buscas em suas residências e intimações policiais, logo
sendo detidos e levados a delegacias para prosseguimento de inquérito criminal.
A acusação policial estava pautada na participação destes ativistas em
manifestações contra a Copa do Mundo. Na segunda-feira (09/06) um militante do
PSTU de São Paulo, que participava de um ato em solidariedade à greve dos
metroviários foi preso e torturado pela polícia assassina do governador tucano
da Opus Dei. Para “coroar” o sinistro panorama que o país atravessa, na tarde
de hoje em plena sessão plenária do STF o presidente Joaquim Barbosa ordenou
que os seguranças da casa retirassem à força o advogado de Genoino Neto,
justamente quando este apelava para que o pedido de prisão domiciliar do ex-presidente
do PT entrasse na pauta da Corte. O mais grave é que depois de retirado
violentamente do STF, o advogado Luiz Fernando foi acusado pelos seguranças de
JB de tentativa de assassinato do presidente demissionário do STF. O cenário
político que se abre no Brasil às vésperas da “Copa dos grandes negócios” é de
um brutal retrocesso das liberdades e garantias democráticas, conseguindo
superar os piores momentos do regime militar. A ofensiva capitalista
reacionária em curso, em pleno governo da Frente Popular, corresponde não ao
simples período eleitoral, mas sim a toda uma etapa histórica de retrocessos e
derrotas do movimento operário, onde o atual ascenso de lutas e greves por si
só é incapaz de reverter. Sem a consciência da “classe para si” as greves e
mobilizações acabam se diluindo em pequenas vitórias econômicas ou grandes
derrotas políticas, e nesta correlação de forças abertamente desfavorável ao
proletariado é por onde avança a reação e as organizações da direita fascistizante.
A realização da Copa no Brasil pressupunha previamente para o imperialismo e
suas transnacionais a imposição do “padrão Guantánamo”, ou seja, um regime de
exceção onde o ministro JB, uma criatura da mídia “murdochiana”, fosse sua
melhor expressão política.
Sem dúvida alguma a
derrota da greve dos metroviários (precedida do impasse dos rodoviários) no
campo político e econômico, pavimentará um novo período de refluxo no movimento
operário, revertendo parcialmente o momento de conquistas aberto pela
mobilização vitoriosa dos garis cariocas em pleno carnaval. Apesar de
ansiosamente esperadas as “jornadas de Junho” não se repetiram, pelo menos até
a abertura do Mundial da mafiosa FIFA e, salvo por um vergonhoso desastre da “seleção
canarinho”, as massas não partirão para o “quebra-quebra” dos monumentos das
grandes empreiteiras. Isto não significa a ausência de centenas de atos
nacionais de protesto que deverão ocorrer até o final do mês de julho. Em
contrapartida, a ofensiva reacionária deverá recrudescer ainda mais neste
período, exigindo do conjunto das organizações de esquerda uma posição de
combate muito firme e sem o menor resquício de sectarismo do tipo: “eles
merecem...”
A operação política de
retirada de cena de Joaquim Barbosa ainda não foi concluída, as cenas ocorridas
hoje são apenas a “avant première” desta ópera bufa montada pela burguesia. As
classes dominantes sabem muito que Dilma deve ser “encurralada” até o limite,
preservando é claro sua segunda gerência consecutiva neoliberal. Ao contrário
do tricampeonato no México, onde a burguesia mundial precisava dar a vitória
para a ditadura militar, hoje ocorre o inverso, sendo a derrota brasileira na
Copa a melhor opção do imperialismo para disciplinar a Frente Popular na
direção do capital financeiro.
Os Marxistas Revolucionários devem ter a exata compreensão da dura etapa histórica vigente, bem longe dos ufanismos Morenistas e afins que caracterizam a alucinação política de que estaríamos vivenciando um período de “revoluções” e ascenso mundial das massas. A ofensiva imperialista iniciada com a grande derrota do proletariado mundial na queda do Muro de Berlim, impôs um retrocesso em toda linha, cujo primeiro objetivo neoliberal é a retirada das conquistas sociais e direitos democráticos da classe operária. As lutas econômicas defensivas contra os ataques da burguesia só ingressarão em outro patamar com a construção do Partido Operário Revolucionário, que deverá orientar o movimento de massas no sentido ideológico, não meramente sindical, da derrota maior do modo de produção capitalista e seu estado burguês.