Há um ano do
inicio das “Jornadas de Junho”: Não ao novo ataque fascista de Alckmin ao MPL e lutadores! Estatização do transporte coletivo e passe livre já!
Neste dia 19
ocorreu em São Paulo o ato promovido pelo MPL com o eixo “Não vai ter tarifa”,
em uma clara alusão a denúncia do ataque às condições de vida do povo
trabalhador enquanto Dilma e os governos estaduais dão andamento a farra
bilionária da Copa do Mundo da FIFA. A manifestação que comemorava um ano do
início das “Jornadas de Junho” de 2013 seguiu da Av. Paulista até a Marginal
Pinheiros, onde agências bancárias e uma concessionária de carros de luxo foram
parcialmente destruídas, em uma clara contestação aos símbolos do capital
financeiro e da ostentação da elite capitalista. Logo, o fascista governador
Alckmin (PSDB) afirmou que a Secretaria de Segurança Pública identificará e
prenderá os “vândalos” que participaram da manifestação: “Uma coisa é manifestação,
que deve ser respeitada, outra coisa é vandalismo, depredação, ação criminosa
de mascarados, que tem que ser combatido e é dever da polícia fazer isso. Então
já determinamos ao secretário de segurança que, têm câmeras de vídeo, e alguns
(vândalos) dá para identificar. Então o mais rápido possível devemos prender
esses criminosos” (G1, 20/06). A conduta provocativa de Alckmin indica
inclusive que pode ter havido infiltração de P2 na manifestação. Um ano depois
dos atos que barraram o aumento da tarifa em SP, a burguesia volta a atacar o
movimento justamente porque vem em uma ofensiva repressiva com a derrota da
greve dos metroviários, que deixou 42 demitidos! Desgraçadamente o ascenso
grevista que vinha ganhando corpo recuou em função da política das direções
sindicais “alternativas” como a Conlutas (Rodoviários RJ e SP) e, por outro
lado, as manifestações contra a Copa foram claramente sabotadas pelos partidos da “Frente de
Esquerda” (PSOL e PSTU).
A PM
responsabilizou o MPL pelos ataques em uma clara tentativa de criminalizar os movimentos sociais, como já haviam feito no Rio de Janeiro ao
prenderem vários ativistas antes do início da Copa do Mundo da FIFA. Há indícios inclusive que P2 estavam infiltrados na manifestação. Em
uníssono, a burguesia, seus meios de alienação de massa tendo como ponta de
lança a Rede Globo e os governos burgueses do PT e PSDB, vem acusando os
manifestantes de “vândalos e baderneiros” porque para se defenderem dos ataques
do aparato de repressão (que disparam centenas de bombas de gás lacrimogêneo,
spray de pimenta e balas de borracha, além de dar bordoadas com cassetetes)
fazem barricadas com lixo, fecham ruas e reagem como podem à repressão policial!
Desde a LBI e da Juventude Bolchevique publicamente prestamos todo nosso apoio
incondicional aos “vândalos e baderneiros” do MPL e afirmamos claramente que a
luta contra o aumento das passagens no transporte coletivo deve se radicalizar
ainda mais e se unificar nacionalmente com os companheiros do Rio de Janeiro (que
realizaram um ato neste dia 20) e de outros estados.
O que estamos
novamente vendo nas ruas de São Paulo é a retomada da luta direta contra os
ataques às condições de vida do povo pobre e da juventude explorada. Por isto,
as barricadas, queimas de ônibus, pichações e ateamento de fogo no lixo nas
ruas para impedir o avanço policial é um método legítimo de autodefesa dos
oprimidos e lutadores. A lenga-lenga sobre a “destruição do patrimônio público”
vindo da boca dos governos do PSDB e PT só pode ser uma piada de mau gosto.
Seus gerentes no município, estado e em nível federal são responsáveis de
entregar várias estatais e empresas públicas (Vale, Telebrás, CSN...),
estradas, portos, aeroportos e o petróleo para as transacionais e os grupos
privados a preço de banana ou ainda com o subsídio de bancos públicos como a
Nossa Caixa (hoje “Agência Desenvolve SP”), BB e BNDES. Agora isso se torna
ainda mais visível já que as manifestações estão ocorrendo durante a farra
bilionária da Copa do Mundo da FIFA. O que está em jogo é luta pela
sobrevivência dos trabalhadores e do povo pobre! Nesse sentido, os lutadores
devem usar os métodos mais radicalizados possíveis para que possam de defender
da repressão e avançar no combate nas ruas, já que historicamente são as
barricadas e o uso da violência revolucionária que impõem a vitória dos
explorados sobre o poder burguês, que usa sua “democracia” dos cassetetes e
balas de borracha para impor a “ordem”... tão bem zelada pelos seus gerentes de
plantão.
O MPL já
programou um novo protesto para a próxima semana. Desde a LBI e a Juventude
Bolchevique chamamos o conjunto dos sindicatos classistas, o MST, MTST e as
entidades populares comprometidas com a luta dos trabalhadores e do povo pobre
a se somarem ao protesto, tomando as ruas da capital paulista. Prestamos
publicamente todo nosso apoio incondicional aos “vândalos e baderneiros” do MPL
e defendemos claramente que a luta contra o aumento das passagens no transporte
coletivo deve se radicalizar ainda mais e se unificar nacionalmente com os
companheiros do Rio de Janeiro, Goiânia e Natal para vencer os empresários e
seus governos de “direita” e “esquerda”. Neste momento, o conjunto do movimento
popular, sindical e estudantil que não está cooptado pelas generosas verbas
estatais deve se unificar em solidariedade aos presos políticos dos governos
Alckmin/Haddad acusados cinicamente de danos ao patrimônio e formação de
quadrilha, organizando um ato nacional em defesa dos companheiros e pelo passe
livre já, como um passo concreto para realizar um encontro nacional dos
lutadores contra o aumento das passagens em ônibus, trem, metrôs e vans, para
organizar e centralizar o combate aos governos estaduais, municipais e os
grandes tubarões do transporte privado. Caso contrário, por falta de
perspectivas, a combatividade latente das massas pode dispersar-se e perder o
ímpeto. Defendemos, portanto, que se fortaleça a luta contra o aumento, já em
vigor, impulsionando novas mobilizações com um eixo claro de combate: redução
das tarifas, passe-livre já e estatização de todo o sistema de transporte
coletivo sob controle dos trabalhadores. Só assim as lutas dos explorados não
serão em vão, na medida em que tomem em suas mãos o gerenciamento e organização
dos transportes. O passe-livre e um transporte público de qualidade para o povo
trabalhador só será conquistado através da sua luta tenaz com o objetivo de
estatizar sob seu controle direto todo o sistema de transporte, assim como os
serviços públicos, para extinguir sua tarifa e tornar melhor suas condições de
uso. Enquanto suas concessões estiverem reservadas a empresários em conluio com
agentes da administração estatal, o caos e os péssimos serviços nos transportes
tenderão a se agravar. É preciso impor a imediata redução da tarifa, até a
conquista do passe-livre, assim como exigir a imediata libertação de todos os
presos políticos lutadores contra o aumento das passagens, o que coloca na
ordem do dia a paralisação das escolas e universidades, o fortalecimento das
marchas nos centro das grandes cidades e nas periferias.