No Itaquerão vaias da reacionária “classe média” para Dilma. Nas ruas violenta repressão estatal para “silenciar” as legítimas manifestações populares contra a “farra da Copa”
Antes mesmo da bola
rolar no campo do Itaquerão, manifestações ocorridas no final desta manhã nas
cidades do Rio e BH foram violentamente reprimidas pela PM, na capital paulista
um ato de protesto contra a “farra da Copa”, convocado nas cercanias do sindicato
dos metroviários (Radial Leste) teve uma “recepção” com métodos de guerra civil
por parte da tropa de choque do fascistizante governo Alckmin. Logo depois o
próprio sindicato dos trabalhadores do Metrô foi cercado pela polícia, fazendo
lembrar os tenebrosos tempos da ditadura militar. A derrota política da greve
dos metroviários provocou um certo sabor de vitória para todos os apologistas
da Copa, que logo bradaram que iria sim “ter Copa e com Metrô!” Mas sem dúvida
alguma o centro das atenções do país estava voltado para o jogo de abertura da
Copa, em todos seus aspectos logísticos e futebolísticos. Dilma chega no
Itaquerão ao lado de Blatter, mesmo sem fazer discurso é vaiada
entusiasticamente pela maioria da “torcida”, composta majoritariamente dos
extratos mais reacionários da chamada “classe média”, reflexo da própria
composição social que estará presente nas “Arenas” da FIFA. Em seguida veio o
que parecia ser o “desastre” tanto esperado pelo PIG paulista (Folha e Estadão):
a seleção brasileira leva no início da partida um gol contra e parte dos
refletores do novíssimo estádio sofre uma pane. Porém, com a ajuda do talento
individual de Neymar e do juiz japonês, o escrete canarinho vira o jogo e a
iluminação volta rapidamente ao normal. O resultado final da abertura da Copa
pode ser sintetizado da seguinte forma: uma trégua para Dilma e relativo
refluxo das mobilizações. Mas ainda vai rolar muita bola neste campeonato
mundial que envolve, política, luta de classes e o futebol mercantilizado da
FIFA.
Para driblar a rejeição
da classe média paulistana ao seu governo, considerado de “ultraesquerda” e “muleta
para os pobres” pela reação, Dilma quebrou um protocolo de 30 anos ao não
discursar como chefe de Estado na abertura da Copa do Mundo. Há um ano, no
calor das históricas “Jornadas de Junho”, Dilma foi fortemente vaiada em
Brasília na abertura da Copa das Confederações. As vaias permaneceram, mas ao
que tudo indica as “jornadas” não se repetirão com a mesma intensidade do ano
passado, em função da ausência de um protagonismo político mais determinante do
proletariado nestas mobilizações. É certo que hoje as passeatas e marchas
contra os governos se concentram muito mais no marco das reposições salariais
do que na “rebelião da juventude” pequeno burguesa.
Neste cenário nacional a
atuação dos “Black Blocs” nas mobilizações ficou cada vez mais isolada
socialmente, sem que isto signifique a legitimação da repressão policial sobre
este setor. A crítica marxista a chamada “tática BB” também não deve
representar a apologia política do pacifismo, como tanto insiste o PSTU e PSOL.
Os Morenistas no seu afã em defender a estabilidade institucional do regime “democracia
dos ricos” chegaram a acusar os BBs de ousar “enfrentar” a PM do Tucanato
durante o covarde cerco do sindicato dos metroviários ocorrido nesta
quinta-feira.