Pela vitória
militar do EIIL contra o governo fantoche do Iraque, "sucursal" da Casa Branca
Após a
desocupação militar ianque do Iraque, ocorrida em 2012, passados quase dez anos
onde o principal esteio do estado capitalista eram as próprias forças militares
dos EUA, abriu-se um período de profunda turbulência social e étnica e que
agora está muito próximo de deflagrar uma guerra civil no país do tipo
convencional. Entre centenas de organizações guerrilheiras, que ocuparam de
forma dispersa o papel de resistência militar as tropas da Casa Branca, cada
uma seguindo de certa forma uma orientação sectária (no sentido religioso do
termo) neste momento se destaca como vanguarda nacional tanto no campo político e bélico o EIIL (ISLL
sigla em inglês), Exército Islâmico do Iraque e do Levante. Esta forte milícia
"radical" que ameaça a estabilidade do governo fantoche iraquiano é
formada pela união de vários grupos insurgentes iraquianos, mas também conta
com combatentes experientes de diversas nacionalidades, que já lutaram no
Iraque e Afeganistão. Seu principal apoio vem de organizações sunitas, como a Al-Qaeda.
O EIIL já controla quase todo norte do
país e marcha de forma acelerada para
Bagdá. Parte de seu financiamento, que fornece suporte a seu moderno arsenal,
provém de doadores privados residentes em países do Golfo Pérsico em campanhas
dirigidas por pessoas como o Sheik kuwaitiano Hajjaj al-Ajmi. São considerados
a ala mais "radical" da Al- Qaeda (especula-se que já teriam rompido
com a organização), combatendo qualquer vestígio de nacionalismo como na Líbia
e Síria quando foram fartamente armados pelos EUA. Desesperado com a iminência
da perda de sua influência no Iraque, Obama analisa diversas opções de ajuda ao
governo de Bagdá, imerso em uma contenda contrainsurgente onde está em perigo,
segundo especialistas na área, a sobrevivência da já frágil unidade estatal
dessa nação árabe e a ameaça de uma ampliação sem precedentes das milícias
islâmicas em toda a região onde as companhias de petróleo ianques não param de
exportar o óleo para a "metrópole".
O "comandante"
da Casa Branca anunciou em 13 de junho que analisa a possibilidade de realizar
ataques aéreos limitados contra as forças insurgentes, ainda que tenha
descartado o uso de tropas terrestres. No entanto, um alto funcionário do
governo Obama, que preferiu manter-se anônimo, assinalou no dia 12 de junho ao
jornal The New York Times que as forças armadas norte-americanas têm sérias
limitações para realizar tarefas deste tipo em território iraquiano. A razão
fundamental é que, ao menos nessa data, as aeronaves do Pentágono mais próximas
do teatro de operações estavam a 1.500 quilômetros dos possíveis objetivos,
seja a bordo de porta-aviões como em bases aéreas em nações aliadas ou amigas
de Washington. Para resolver essa dificuldade e ao mesmo tempo fazer uma
demonstração imediata de força, a 16 de junho chegou ao Golfo Pérsico o navio
anfíbio USS Mesa Verde (LPD-19) com mais de 500 marines a bordo, área onde
também se encontra o porta-aviões USS George H.W. Bush (CVN-77).O CVN-77 está
acompanhado pelo cruzeiro USS Philippine Sea e o destruidor USS Truxtun, ambos
equipados com sistemas de foguetes Tomahawk de longo alcance, capazes de
golpear objetivos em terra associados aos insurgentes a distâncias superiores
aos 900 quilômetros.
Os
republicanos "pedem que cortem as cabeças, enquanto os democratas são
lentos em defender o grupo de conselheiros de Obama que têm uma longa lista de
atuações questionáveis", assinala um artigo assinado pelo jornalista
Alexander Bolton e publicado no dia 13 de junho no jornal "The
Hill".Porém, um grupo importante de integrantes da máfia do Capitólio
agora estão preocupados porque esta guerra-relâmpago no Iraque tomou de
surpresa à administração, em particular os serviços de
"inteligência", e põe em perigo os supostos "logros" de
Washington na nação árabe em uma década de guerra, estima Bolton. Desde o
início da guerra contra o Iraque até o fim da ocupação em 2012, mais de 4.480
militares norte-americanos morreram na invasão, que custou aos contribuintes
estadunidenses mais de US$ 2 bilhões.Por outra parte, alguns
"especialistas" recordam algumas das limitações que o poderio bélico
norte-americano tem para lutar contra agrupamentos militares irregulares em uma
contenda deste tipo, enquadrada nos parâmetros da guerra não totalmente
convencional.
Ao mesmo tempo,
esta complexa situação política no Iraque chega em um momento muito inoportuno
para o monstro imperialista, a poucos meses da retirada neste ano do grosso de
suas tropas do Afeganistão, prevista para dezembro, país que também se mantém
em um nível de instabilidade pouco conveniente para Washington.Os Estados
Unidos tem estabelecidos em solo afegão cerca de 33 mil efetivos, apoiados por
outros 17.700 de seus aliados. Washington prevê deixar no Afeganistão 9.800
soldados até 2015, depois sua presença se reduzirá à metade para o fim desse
ano até a retirada quase total em dezembro de 2016, depois do que só ficariam
200 militares na embaixada em "tarefas de cooperação bilateral". Toda
esta situação político-militar conforma uma espécie de tormenta perfeita que
atinge o governo Obama, a poucos meses das eleições de meio 4 de novembro de
2014.Nessas eleições estarão em jogo os 435 postos da Câmara de Representantes,
33 dos 100 assentos do Senado, 38 cargos de governadores e a integração de 46
das 50 legislaturas estaduais.