quinta-feira, 19 de junho de 2014


Pela vitória militar do EIIL contra o governo fantoche do Iraque, "sucursal"  da Casa Branca

Após a desocupação militar ianque do Iraque, ocorrida em 2012, passados quase dez anos onde o principal esteio do estado capitalista eram as próprias forças militares dos EUA, abriu-se um período de profunda turbulência social e étnica e que agora está muito próximo de deflagrar uma guerra civil no país do tipo convencional. Entre centenas de organizações guerrilheiras, que ocuparam de forma dispersa o papel de resistência militar as tropas da Casa Branca, cada uma seguindo de certa forma uma orientação sectária (no sentido religioso do termo) neste momento se destaca como vanguarda nacional  tanto no campo político e bélico o EIIL (ISLL sigla em inglês), Exército Islâmico do Iraque e do Levante. Esta forte milícia "radical" que ameaça a estabilidade do governo fantoche iraquiano é formada pela união de vários grupos insurgentes iraquianos, mas também conta com combatentes experientes de diversas nacionalidades, que já lutaram no Iraque e Afeganistão. Seu principal apoio vem de organizações sunitas, como a Al-Qaeda. O EIIL já controla  quase todo norte do país e  marcha de forma acelerada para Bagdá. Parte de seu financiamento, que fornece suporte a seu moderno arsenal, provém de doadores privados residentes em países do Golfo Pérsico em campanhas dirigidas por pessoas como o Sheik kuwaitiano Hajjaj al-Ajmi. São considerados a ala mais "radical" da Al- Qaeda (especula-se que já teriam rompido com a organização), combatendo qualquer vestígio de nacionalismo como na Líbia e Síria quando foram fartamente armados pelos EUA. Desesperado com a iminência da perda de sua influência no Iraque, Obama analisa diversas opções de ajuda ao governo de Bagdá, imerso em uma contenda contrainsurgente onde está em perigo, segundo especialistas na área, a sobrevivência da já frágil unidade estatal dessa nação árabe e a ameaça de uma ampliação sem precedentes das milícias islâmicas em toda a região onde as companhias de petróleo ianques não param de exportar o óleo para a "metrópole".

O "comandante" da Casa Branca anunciou em 13 de junho que analisa a possibilidade de realizar ataques aéreos limitados contra as forças insurgentes, ainda que tenha descartado o uso de tropas terrestres. No entanto, um alto funcionário do governo Obama, que preferiu manter-se anônimo, assinalou no dia 12 de junho ao jornal The New York Times que as forças armadas norte-americanas têm sérias limitações para realizar tarefas deste tipo em território iraquiano. A razão fundamental é que, ao menos nessa data, as aeronaves do Pentágono mais próximas do teatro de operações estavam a 1.500 quilômetros dos possíveis objetivos, seja a bordo de porta-aviões como em bases aéreas em nações aliadas ou amigas de Washington. Para resolver essa dificuldade e ao mesmo tempo fazer uma demonstração imediata de força, a 16 de junho chegou ao Golfo Pérsico o navio anfíbio USS Mesa Verde (LPD-19) com mais de 500 marines a bordo, área onde também se encontra o porta-aviões USS George H.W. Bush (CVN-77).O CVN-77 está acompanhado pelo cruzeiro USS Philippine Sea e o destruidor USS Truxtun, ambos equipados com sistemas de foguetes Tomahawk de longo alcance, capazes de golpear objetivos em terra associados aos insurgentes a distâncias superiores aos 900 quilômetros.

Os republicanos "pedem que cortem as cabeças, enquanto os democratas são lentos em defender o grupo de conselheiros de Obama que têm uma longa lista de atuações questionáveis", assinala um artigo assinado pelo jornalista Alexander Bolton e publicado no dia 13 de junho no jornal "The Hill".Porém, um grupo importante de integrantes da máfia do Capitólio agora estão preocupados porque esta guerra-relâmpago no Iraque tomou de surpresa à administração, em particular os serviços de "inteligência", e põe em perigo os supostos "logros" de Washington na nação árabe em uma década de guerra, estima Bolton. Desde o início da guerra contra o Iraque até o fim da ocupação em 2012, mais de 4.480 militares norte-americanos morreram na invasão, que custou aos contribuintes estadunidenses mais de US$ 2 bilhões.Por outra parte, alguns "especialistas" recordam algumas das limitações que o poderio bélico norte-americano tem para lutar contra agrupamentos militares irregulares em uma contenda deste tipo, enquadrada nos parâmetros da guerra não totalmente convencional.

Ao mesmo tempo, esta complexa situação política no Iraque chega em um momento muito inoportuno para o monstro imperialista, a poucos meses da retirada neste ano do grosso de suas tropas do Afeganistão, prevista para dezembro, país que também se mantém em um nível de instabilidade pouco conveniente para Washington.Os Estados Unidos tem estabelecidos em solo afegão cerca de 33 mil efetivos, apoiados por outros 17.700 de seus aliados. Washington prevê deixar no Afeganistão 9.800 soldados até 2015, depois sua presença se reduzirá à metade para o fim desse ano até a retirada quase total em dezembro de 2016, depois do que só ficariam 200 militares na embaixada em "tarefas de cooperação bilateral". Toda esta situação político-militar conforma uma espécie de tormenta perfeita que atinge o governo Obama, a poucos meses das eleições de meio 4 de novembro de 2014.Nessas eleições estarão em jogo os 435 postos da Câmara de Representantes, 33 dos 100 assentos do Senado, 38 cargos de governadores e a integração de 46 das 50 legislaturas estaduais.

Como Marxistas da LBI estivermos na linha de frente na defesa dos governos da Líbia e Síria, contra as milícias fundamentalistas islâmicas, apoiadas diretamente pelos EUA para defenestrar os regimes nacionalistas burgueses da região árabe e muçulmana. Também fomos muito firmes no alinhamento militar com o regime de Saddam Hussein em 2003 quando toda a esquerda revisionista bradava a falta de democracia no Iraque, para logo justificar seu apoio político envergonhado a intervenção militar do facínora Bush. Agora que o Pentágono não controla seu próprio "feitiço" e a "hidra raivosa" se volta contra o amo, novamente os Bolcheviques Leninistas colocam como o centro tático a derrota militar do imperialismo, mesmo que seja pelas mãos bastardas do fundamentalista EIIL. Posto que esta justa posição tática não venha a subordinar a orientação estratégica, da reconstrução do partido comunista iraquiano e do combate pela revolução socialista.