PCO e seu fracassado “Seminário Internacional”: Entre os poucos figurantes, apoiadores da OTAN e da contrarrevolução no Leste Europeu!
O PCO acaba de realizar neste final de semana um “seminário
internacional” convocado para “ser um primeiro momento de debate e conclusões
políticas na luta por um partido operário internacional, operário e de massas,
a Quarta Internacional” (Causa Operária on line, 20/08). A fraude do “encontro”
não se restringe a sua raquítica “amplitude”, restrita apenas a participação de
um pequeno grupo expulso do PO argentino, a Tendencia Piquetera Revolucionaria
(TPR). A expressão de “morto-vivo” no rosto de Rui Costa Pimenta e de sua
reduzida claque na mesa da atividade não deixa dúvidas do fracasso do
“seminário internacional”, ainda mais que Causa Operária havia anunciado o
comparecimento de grupos da “Itália, Turquia, Venezuela e Bolívia” e outros
países, um fiasco que deve ter arrancado risos sarcásticos de Altamira,
Coggiola e cia. Entretanto, o maior embuste da “iniciativa” do PCO reside,
antes de mais nada, nas posições de seu único “parceiro internacional”,
apresentadas como revolucionárias e principistas. Na Argentina, a TPR está em
plena sintonia com a oposição reacionária e golpista ao governo “burguês
nacionalista” de Cristina Kirchner, segundo fielmente a linha política do PO
que é um braço auxiliar da direita sojeira e da burocracia corrupta e
pró-imperialista liderada pela CGT de Hugo Moyano, uma espécie de Paulinho da
Força Sindical. No terreno internacional este agrupamento falsamente
“piqueteiro” critica as posições de Altamira... sempre pela direita!!! Exigiu
que o PO adotasse uma postura mais firme, junto com a OTAN e seus “rebeldes”
contra Kadaffi na Líbia e, mais recentemente, contra Assad na Síria, inclusive
criticando duramente o apoio que a Rússia de Putin prestou ao regime
“nacionalista burguês” de Damasco contra os ataques do imperialismo ianque e os
“rebeldes” financiados pelas potências capitalistas e Israel!!! Registre-se que
além da TPR, o esvaziado “seminário” do PCO contou ainda com a participação de
uma tal “liga dos comunistas” fundada por um parasita corrupto ligado ao
vereador portenho, o meliante Gustavo Vera. O dito parlamentar argentino,
outrora dirigente do PBCI, abandonou formalmente o trotskismo (portanto, não se
trata mais de um revisionista), criou uma ONG (Fundação Alameda) e agora
representa oficialmente as posições políticas do Vaticano no país do tango.
Como se observa, o PCO está em muito boa companhia para “reconstruir a IV”, sua
liliputiana frente internacional vai desde os apoiadores da OTAN até gente
ligada a um vigarista que rompeu com o trotskismo e agora é um serviçal do
Papa, que por ironia da história acabou de proferir uma “homilia” contra a
Coreia do Norte e a ditadura “stalinista”, antes tão defendida por “Sergio
Romero”!
Como algum incauto ou mesmo ingênuo pode achar que tal
caracterização se trata de um “exagero” ou “calúnia” da LBI, deixemos que a
própria TPR exponha suas posições escandalosas mais recentes sobre a Síria. Os
“piqueteiros” pró-OTAN nos brindam logo de início com um artigo cujo título é
“Pacto Obama-Putin: luz verde para que Al-Assad siga massacrando” (TPR,
08/10/2013) justamente criticando o recuo de Obama em sua decisão no final do
ano passado de bombardear a Síria após a Rússia ameaçar que reagiria a tal ação
militar, forçando a um temporário acordo no CS da ONU. Segundo esses
altamiristas de segunda-linha, “Não se trata, entretanto, de um ‘triunfo
popular’ contra a guerra imperialista. O que o acordo busca é respaldar um
regime carniceiro... O pacto expressa, portanto, que o imperialismo decidiu
voltar a confiar em Al-Assad como seu melhor representante para aplastar a
revolução síria” (Idem). Mais claro impossível! A TPR copia o morenismo e
“lamenta” a fraqueza dos EUA por não atacar Assad. Não satisfeitos, esses
papagaios revisionistas criticam o PO por não ser consequente no combate a
Assad. A TPR declara: “É um grave erro a declaração da CRQI proposta pelo PO,
que diz que ‘estaremos do lado da revolução contra o regime de Al Assad também
no futuro’, como se a existência de uma ameaça militar norte-americana
anulasse, ainda que temporariamente, a rebelião contra o regime de Al-Assad”.
Em resumo, a TPR prega que se repita na Síria o que ocorreu na Líbia: bombardeio
imperialista pelo ar, “rebeldes” armados pela OTAN em ofensiva por terra...
Esta é verdadeira “rebelião” que a TPR esperava ver contra Assad e acabou
frustrada por enquanto! Como vemos, os aliados do PCO criticam Altamira por
vacilar no apoio a “revolução síria” made in CIA! Afina de contas, cabe a
pergunta: o PCO apoia os “golpistas” que desejam derrubar Assad a serviço do
imperialismo como defende a TPR ou se coloca no campo da frente única de ação
anti-imperialista, estabelecendo a unidade inclusive com Assad e Putin para
resistir as provocações internas golpistas e imperialistas?
Um retrospecto da posição do PCO e da própria TRP pode
servir para dirimir tais dúvidas! Na Líbia, a TPR adotou a mesma política de
criticar pela direita o PO, com o próprio Juan Marino que esteve no “seminário
internacional” declarou em uma “Carta Aberta da TPR ao XX Congresso do PO:
Frente de Esquerda, assim não!” (Abril, 2011), referindo-se à política
desenvolvida pelo PO na aliança eleitoral (FIT) com o PTS e os morenistas
ortodoxos da IS. Na referida carta Marino afirma: “O programa da Frente aponta
acertadamente a consigna ‘Viva a revolução árabe!’ e particularmente em relação
a Líbia, ‘Fora a OTAN da Líbia!’. Entretanto, termina negando que o sentido da
revolução árabe é derrubar as ditaduras e governos reacionários, e no caso
particular da Lídia, derrubar Kadafi. Este ‘esquecimento’ é fundamental porque
a ausência do ‘Fora Kadafi!’, principalmente na Argentina e America Latina,
implica sem dúvidas uma inequívoca adaptação ao kirchnerismo e ao chavismo, que
defendem Kadafi e se limitam a repudiar a invasão”! Mais uma vez, a TRP copia a
política do morenismo e cobra o PO por não ser consequente no combate ao
“ditador sanguinário”, caracterização que unificava todo o revisionismo a época
dos acontecimentos. Ainda em sua “queixa” ao PO, a TPR conclui: “Por isso, a
ausência do ‘Fora Kadafi’ implica em uma operação destinada a castrar o
verdadeiro caráter insurrecional das mobilizações dos povos do Oriente Médio e
do Norte de África” (Idem). No caso da Líbia as posições da TPR são muito
próximas às adotadas pelo PCO, que na época declarava “A crise na Líbia,
governada pelo ditador Muamar Khadafi, se agrava mais a cada dia que passa. As
manifestações estão crescendo e a repressão está sendo extremamente violenta
contra os manifestantes. Somente nas manifestações que estão ocorrendo nesta
sexta-feira (18/02) foram mortos 27 pessoas, sendo 20 em Benghazi e 7 em Derna.
As manifestações, assim como ocorreu no Egito, pode (sic) derrubar o Khadafi e
sua política de apoio ao imperialismo” (sítio PCO, 18/02/2011). Em resumo, o
PCO assim como toda a canalha revisionista do trotskismo comandada pela LIT,
corrente morenista hoje tão criticada por Causa Operária por adotar posições pró-imperialistas
como no Egito e na Ucrânia, estavam unidas e de mãos dadas com os “rebeldes”
contra o “ditador” Kadaffi que diziam ser aliado do imperialismo, usando
inclusive a mesma linguagem para definir o decadente regime nacionalista
burguês líbio. O mais hilário é que o PCO ainda hoje afirma com relação à Líbia
que “Khadafi tinha adotado um modelo neoliberal na Líbia” (Ibdem) para
justificar seu apoio a “revolução”. Mas não é este a mesma “tese” da LIT na
Venezuela, na Ucrânia e no... Brasil para apoiar os golpistas que Causa
Operária tanto proclama combater nos dias atuais, mesmo denunciando o PT por
ter adotado um “modelo neoliberal” em nosso país, para nós da LBI sem dúvida
muito mais integrado ao imperialismo do que o regime comandado por Kadaffi?
Parece que reina uma profunda “confusão” no PCO, própria de
seu recorrente catastrofismo e sua esquizofrenia política. Por exemplo, Causa
Operária vê golpistas por todos os lados, mas na vizinha Argentina, durante o
“paro nacional” (10/04) de cunho reacionário, apoiado pela patronal e as
oligarquias agrárias contra o governo “nacionalista burguês” de Cristina
Kirchner, tendo a cobertura de “esquerda” dos revisionistas da FIT (e da TPR),
saudou entusiasticamente esta manifestação policlassista apoiada pela direita
apresentado-a como uma verdadeira “greve geral” que “vai no sentido do programa
de transição elaborado por Trótski” (Sitio PCO, 10/04)! Afinal, mais uma vez,
perguntamos: Causa Operária segue com a linha pró-imperialista que adotou na
Líbia (como vimos agora na Argentina) ou mudou de posição mais uma vez (na
Ucrânia e Venezuela) apenas ao “sabor dos ventos”, ou melhor, como produto de
sua nítida fragilidade política e teórica, como revela o seu fracassado
“seminário internacional”? A crise de identidade do PCO é profunda e desde que
foram “excluídos” do arco Altamirista (CRQI) por razões meramente financeiras,
oscilam entre a defesa das posições do Morenismo no plano internacional e o
mais puro seguidismo governista no terreno nacional.
Para sermos justos, as posições comuns entre Causa Operária
e a TPR vão além de seu apoio à “Primavera Árabe” ou às manifestações
direitistas contra o governo Cristina Kirchner, ambas correntes continuam
reivindicando o “legado” de Altamira e do PO em seu apoio a “revolução” made in
CIA que restaurou o capitalismo na URSS há 23 e em 1989 levou a liquidação
contrarrevolucionária do Muro de Berlim. A esta “frente” de oportunistas também
se integrou o“pupilo” brasileiro de Gustavo Vera e sua tal “liga dos comunistas”.
Não por coincidência, Gustavo se dedica atualmente a reproduzir artigos de
conjuntura mundial urdidos nos bastidores da CNN e Casa Branca, “abençoados” é
claro pelo Vaticano, contra a China, Rússia, Coreia do Norte e todos os
adversários da OTAN! Chama-nos atenção que aqui no Brasil tal “liga” que às
vezes se diz “defensista” venha compartilhando em sua página no “Face” artigos
e publicações do degenerado Gustavo, talvez porque também tenha identidade em
se colocar à venda para algum aparato, como vem fazendo aqui no Brasil em sua
relação corrupta com o PCO, entusiasta antidefensista e apoiador de primeira
hora de Yeltsin no Golpe de Agosto de 1991 que liquidou a ex-URSS.
O mais tragicômico de tudo isso é que hoje o PCO alega para
justificar sua “ruptura” de anos atrás com o PO por “motivos incidentais”
(disputas financeiras) que “O curso posterior da CRQI indicou um
desenvolvimento de tendências que se apresentavam em caráter latente na
organização: a concepção centrista da frente de esquerda, o abandono gradual do
programa trotskista sobre o nacionalismo burguês, a aceitação da política
morenista de ‘sindicatos vermelhos’ no Brasil etc.” (Balanço de Atividades e
Plano de Trabalho, VII Congresso do Partido da Causa Operária, junho/2014).
Agora, em versão liliputiana e natimorta, o PCO tenta “reagrupar” em forma de
farsa seitas revisionistas de direita e oportunistas corruptos de plantão em um
“saco de gatos” ao melhor estilo da falida CRQI! O destino de tal “iniciativa”
não tem qualquer futuro político, a não ser um “encontro” para aparentar um
rompimento artificial do isolamento de Causa Operária e dos outros “figurantes”
do seminário, antes, é claro, que estoure a primeira briga de vaidades!