PSTU “envia pesar” e “lamenta” a morte de Eduardo Campos enterrando as tradições da própria corrente morenista em relação aos políticos da burguesia
O PSTU acaba de publicar
uma nota, assinada pelo seu Presidente Nacional José Maria de Almeida, sobre a morte de Eduardo Campos em que declara: “Queremos
registrar que, evidentemente, lamentamos o acidente e o drama humano que causou
e enviamos nosso pesar aos familiares dele” (sítio PSTU, 13/08). Esta posição
escandalosa de “lamentar” a morte de um político burguês como Eduardo Campos
rompe com a conduta histórica da corrente morenista e do próprio Nahuel Moreno, quem em vida se negou a embarcar nesta cantilena, mesmo quando vieram ao
falecimento ícones da oposição burguesa no Brasil como Tancredo Neves. No
passado, quando um político burguês morria e a mídia burguesa patrocinava o
clima de comoção nacional para manipular o sentimento popular, a corrente
morenista no Brasil marcava a justa posição de declarar que ele “não era um dos
nossos” para expressar que não lamentava seu desaparecimento, porque este fazia
parte dos quadros políticos de uma classe inimiga, a burguesia. Portanto, os
revolucionários não tinham nada a lamentar nem “derramar lágrimas” pelo seu
falecimento.
Foi assim que a
Convergência Socialista (CS) corretamente se portou diante da morte de Tancredo
Neves em abril de 1985 apesar da comoção nacional e midiática provocada pelo
falecimento do político mineiro que acabou capitalizando deformadamente a
frustração popular com a derrota do movimento das “Diretas já” e simbolizando a
“transição para a democracia”, ainda que tenha sido indicado pelo reacionário
Colégio Eleitoral. Da mesma forma, quando faleceu Ulisses Guimarães,
representante do MDB histórico, no ano de 1992 em um desastre de helicóptero, a
CS adotou a mesma conduta principista que honrava a tradição do morenismo,
apesar do papel que Ulisses tinha exercido no combate da oposição burguesa a
ditadura militar.
Agora, com a morte de
Eduardo Campos em um “acidente” aéreo, o PSTU teve uma postura completamente
distinta da que adotou no passado. Saiu a lamentar pela morte do caudilho do
PSB e a se solidarizar com seus familiares burgueses, ou seja, com a oligarquia
que domina Pernambuco. A “mudança” na forma do PSTU encarar o desaparecimento
de um político burguês reflete a própria integração deste partido à democracia
burguesa. O fato do PSTU estar coligado com o REDE de Heloísa Helena
responsável por “abrir” então um palanque em Alagoas para a dupla
Eduardo&Marina já revelava porque os morenistas agora se comovem com o “drama
humano” provocado pela morte do dirigente-máximo do PSB. De nossa parte,
devemos afirmar claramente que Eduardo Campos não pertencia às fileiras do
movimento dos trabalhadores e tampouco do genuíno socialismo. O próprio Eduardo
já não tinha relação com o limitado “nacionalismo burguês” representado pelo
seu avô Arraes. A camarilha que controla hoje o PSB é tão grotesca que sequer
consegue fazer alguma demagogia “socialista” e sequer “nacionalista”, como pelo
menos tentava fazer o velho Miguel. A morte de Eduardo abre inclusive caminho
para a candidata preferencial do imperialismo ianque combater o PT, já que
Marina Silva e sua REDE tinham sido acolhidos pelo PSB justamente para o
partido neoliberal estreitar seus vínculos com o capital financeiro e a Casa Branca. Os trotskistas da
LBI reafirmamos que Eduardo Campos “não era um dos nossos” apesar do PSTU ter
literalmente enterrado esta posição histórica dos revolucionários e a conduta
defendida pelo próprio Moreno!