DIANTE DO COVARDE ATAQUE DA DIREITA À LIDERANÇA DO MST:
ORGANIZAR AS MILÍCIAS DE AUTODEFESA CONTRA AS HORDAS FASCISTAS!
As hordas fascistas mostraram que estão bem informadas e preparadas para atacar as lideranças de esquerda dos movimentos sociais nesta conjuntura de crise política, o covarde "cerco" dado ao dirigente nacional do MST, João Pedro Stédile, quando desembarcava no aeroporto de Fortaleza na madrugada da última quarta-feira (23/09), revelou nitidamente a famigerada ofensiva das turbas reacionárias voltada contra os representantes de nossa luta. O bando criminoso do empresário Paulo Angelim, ligado ao PSDB local, detinha informações precisas acerca do horário da chegada do vôo de Stédile, que não tinham sido divulgadas publicamente sequer para o movimento sindical e popular, daí o fato da comitiva de recepção do dirigente do MST estar reduzida a professora Adelaide Gonçalves, umas das fundadoras do PSOL no Ceará. O fascista Angelim não é um "novato" na prática de tentar impor terror ao movimento de massas, dirige uma "ONG" autointitulada "Instituto Democracia e Ética" que já impulsionou várias ações de direita, como as marchas pelo impeachment de Dilma e ataques a médicos cubanos em Fortaleza. O aprendiz de Mussolini, Angelim, já teve uma passagem pelo PT e parece que viu frustado suas aspirações materiais quando resolveu migrar para o tucanato, convertendo-se em furioso ativista de direita. Sua ação no aeroporto Pinto Martins esteve coordenada com a inoperância da PM, que assistiu passiva ao atentado contra Stédile e Adelaide, podendo ter consequências mais graves, fato que não ocorre quando se trata de manifestações de esquerda no mesmo espaço duramente reprimidas. Registre-se que a PM do Ceará estar sob controle do governo petista/cirista de Camilo Santana, o mesmo que recentemente mandou a tropa policial contra manifestantes do MTST no Palácio da Abolição. A solidariedade e defesa incondicional de Stédile se coloca imperiosa nesta conjuntura polarizada onde a direita projeta uma ofensiva física e política de maiores dimensões contra todas as lideranças da esquerda que possam simbolizar a luta dos explorados, neste sentido vociferam xingamentos anticomunistas do tipo; "Vai pra Cuba, vagabundo" ou "terrorista assassino". Em um ambiente de grande defensividade política do movimento operário e popular, arrochado por uma política de ajuste e subtração de direitos e conquistas por parte de um governo que ajudou a eleger, a extrema direita se sente à vontade para proferir um discurso de "moral e ética ", mas que na verdade esconde um sentimento de ódio de classe e pretensões de esmagar o movimento anticapitalista do proletariado. Para este objetivo as hordas fascistas não distinguem as profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda pretendem dar a esta ofensiva da reação, ou clamam exclusivamente por uma ação institucional da Polícia Federal ou do próprio Ministério Público, nada contra acionar o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente nula! Diante das ações das turbas fascistas e da "inoperância" estatal em detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do " socorro da burguesia". É necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: "Conclamar a organização da milícia é uma 'provocação', dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias 'provoca' os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes." (Aonde vai a França, LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa "militarista" , separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal do governo da Frente Popular e na mesma proporção a "onda" fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas "Não se dialoga, se combate de armas na mão, se preciso for!"
Secretário Geral leva solidariedade da LBI a Stédile |
A direção nacional do MST vem ao longo dos últimos anos dos governos petistas refluindo em suas ações de ocupação de latifúndios, limitando-se as atividades de pressão sobre autarquias federais ou estaduais, como o INCRA por exemplo. Raras e louváveis exceções a esta política de "lobby", foram as ocupações do MST nas vastas terras do senador Eunício Oliveira, do PMDB cearense, um verdadeiro gângster da base de apoio do governo Dilma. Talvez este fato esteja por trás da organização da claque de fascistas que emboscou Stédile no aeroporto de Fortaleza. O certo mesmo é que independente da política atual do MST, a qual nos reservamos o direito de criticar desde o campo da luta, a direita nutre um ódio mortal a todos os movimentos que desafiam a "sagrada propriedade privada" dos meios de produção e troca. Mesmo sendo hoje o MST uma das entidades que apoiam politicamente um governo integrado por latifundiários assassinos como Kátia Abreu e similares, a extrema direita tem Stédile como um inimigo visceral e não se furtará de agir novamente contra outras lideranças e militantes de base do movimento. Por esta razão reforçamos nosso chamado ao MST, MTST, CUT, UNE e demais entidades de massas para que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa de cada organização de esquerda, porque a sanha facínora da direita já mostrou que está muito bem preparada.