REBAIXAMENTO DA "NOTA DE RISCO" PELA S&P:
ACHACADORES DE WALL STREET HUMILHAM O PAÍS MAS DILMA AFIRMA QUE CONTINUARÁ A
SEGUIR FIELMENTE SUAS ORDENS!
Os achacadores imperialistas de Wall Street, travestidos
cinicamente de "agências de classificação de riscos", anunciaram na
noite desta quarta feira (09/09) o rebaixamento da nota dos títulos financeiros
do Brasil. A patifaria ficou a cargo da conhecida agência Standard&Poor's (S&P) que alterou a nota de BBB- para BB+,
enquanto sua parceira a Moody's manteve o grau anterior de sua avaliação. Os
carniceiros do mercado financeiro não conseguiram conter seus urros de
contentamento diante da notícia já aguardada, agora sabem que o governo Dilma
ficará de "quatro" diante das exigências dos rentistas por juros maiores
e pela adoção imediata de um forte programa de privatizações e corte de gastos
sociais. O cinismo que justificou a medida adotada pela S&P não tem
limites, segundo estes canalhas o Brasil estaria correndo risco de não honrar
seus compromissos com os agiotas internacionais... Justamente o Brasil que é o
melhor pagador para a banca internacional, remunerando os títulos com taxas de
juros "indecentes", enquanto o FED ianque adiciona menos de 1% ao ano
no rendimento destes papéis virtuais. Quanta ingratidão com o governo Dilma!
Mas não vamos ser "rancorosos " com a "traição" anunciou o
ministro Nelson Barbosa responsável pela equipe econômica palaciana de emitir a
primeira declaração oficial do governo. Barbosa afirmou que seu governo estará
ainda mais empenhado no "esforço fiscal" para recuperar a
credibilidade perdida frente aos parasitas do mercado de capitais. O outro
estafeta dos banqueiros, Joaquim Levy, foi correndo até aos estúdios da Globo e
diante de um "severo" William Waack pediu perdão aos amos do norte
prometendo corrigir os antigos rumos neodesenvolvimentistas do governo, no
sentido de redobrar o ajuste fiscal e eliminar a "herança estatista"
dos governos da Frente Popular. É obvio que rentistas sabem muito bem que não
há a menor possibilidade deste governo neoliberal promover qualquer suspensão
do pagamento dos rendimentos dos seus títulos da dívida pública, a questão é
chantagear ao máximo uma presidente covarde e impotente diante de um ataque
especulativo destas dimensões. Também não é minimamente crível supor que com
tamanho "arrocho" na economia estatal poderá acontecer um descontrole
das contas do governo. Trata- se de uma provocação com objetivo de ganhos
bilionários a partir desta inflexão meramente nominal por partes de agências
fajutas, que sabemos muito bem a quem representam. Um governo democrático e
minimamente soberano deveria romper com estes achacadores e retirar
ineditamente dos EUA todas nossas reservas cambiais, cancelando o pagamento
imoral da dívida interna e externa. Porém este não é o caso do atual governo da
esquerda neomonetarista, submisso até a medula aos interesses dos chacais
imperialistas. Com tamanha subserviência e covardia diante dos parasitas
internacionais, fica evidente que o governo Dilma está comprometido com os
interesses de classe da burguesia rentista e que pagará com o extremo
sacrifício do nosso povo as condições impostas pelos achacadores imperialistas.
O carnaval fora de época que trava a mídia "murdochiana"
tupiniquim com o gesto teatral da S&P deve causar apreensão a muitas
pessoas ingênuas, afinal devem perguntar se o Brasil perderá investimentos ou
debandada de capitais internacionais. A oposição tucana chegou a profetizar o
golpe agônico dado pela S&P contra o governo Dilma, entretanto uma análise
minimamente séria revela que as tais "agências de risco" sequer são
capazes de orientar seus associados acerca das oportunidades "seguras"
de investimentos. Quanto maior o "risco" maior a remuneração do
capital volátil, concedida por governos burgueses fragilizados diante das
chantagens dos rentistas. As taxas de juros oficiais do Brasil só são superadas
pelas da Russia no espectro mundial e não por coincidência os dois países foram
rebaixados pela S&P. A diferença fica por conta que o governo Putin não se
ajoelhou frente às exigências da S&P, muito pelo contrário acelerou as
medidas de estatização do setor energético que foi ilegalmente privatizado (
doado) pelo governo Yeltsin. Dilma corre no sentido inverso, e promete anunciar
a redução do aparelho de estado sob o gosto dos financistas de Washigton que
fazem a apologia do "Estado Mínimo".
Outra exigência dos rentistas é que o governo Dilma decrete
o fim do histórico "pacto federativo". Com esta ação todos os
empréstimos dos estados e municípios ficarão por conta exclusiva dos gestores
regionais, sem o menor aval da União. O RGS já vive uma pequena amostra do que
pode se tornar uma "epidemia" fiscal e tributária em todo país. Sem a
garantia do Tesouro Nacional, que em última instância banca o endividamento dos
estados com os bancos de fomento internacional, os governos estaduais não terão
como honrar seus compromissos sequer com a folha de pagamentos do
funcionalismo. Porém nada disto importa para os rentistas que exigem do governo
central a canalização dos recursos da União para o pagamento dos serviços da
dívida interna. Os tecnocratas do Planalto afirmaram que a falência dos estados
não é problema deles, seu único compromisso será a recuperação da nota de risco
perdida pelo governo petista.
Para a sacra recuperação internacional do status de
"bom pagador" , Levy não medirá nenhum esforço, nem mesmo a elevação
da carga tributária de renda da classe média, o que não é um consenso no
interior da máfia pemedebista que apoia o governo Dilma. Para a quadrilha que
domina o parlamento burguês basta levar adiante o plano de ataque à classe
trabalhadora, em sua mais nova versão a malfadada "Agenda Brasil".
Mas Dilma sabe muito bem que os agiotas internacionais estão mais preocupados
em tomar de assalto o patrimônio estatal do que esperar uma década pelos
resultados da subtração dos direitos sociais e trabalhistas da classe
trabalhadora. Por isso pretende publicitar um cardápio de privatizações bem ao
gosto da S&P. Não há tempo a perder com as falácias de um golpe de estado
da direita contra este governo entreguista. Dilma revelou seu caráter de capacho
do imperialismo na linha da submissão total a mera agências de piratas do
capital sediados em Wall Street, imaginem diante de obstáculos mais
"consistentes" como o Pentágono. Organizemos já uma outra alternativa
política dos trabalhadores a este engodo frouxo e covarde da Frente Popular!