quinta-feira, 10 de setembro de 2015


REBAIXAMENTO DA "NOTA DE RISCO" PELA S&P: ACHACADORES DE WALL STREET HUMILHAM O PAÍS MAS DILMA AFIRMA QUE CONTINUARÁ A SEGUIR FIELMENTE SUAS ORDENS! 

Os achacadores imperialistas de Wall Street, travestidos cinicamente de "agências de classificação de riscos", anunciaram na noite desta quarta feira (09/09) o rebaixamento da nota dos títulos financeiros do Brasil. A patifaria ficou a cargo da conhecida agência Standard&Poor's (S&P) que alterou a nota de BBB- para BB+, enquanto sua parceira a Moody's manteve o grau anterior de sua avaliação. Os carniceiros do mercado financeiro não conseguiram conter seus urros de contentamento diante da notícia já aguardada, agora sabem que o governo Dilma ficará de "quatro" diante das exigências dos rentistas por juros maiores e pela adoção imediata de um forte programa de privatizações e corte de gastos sociais. O cinismo que justificou a medida adotada pela S&P não tem limites, segundo estes canalhas o Brasil estaria correndo risco de não honrar seus compromissos com os agiotas internacionais... Justamente o Brasil que é o melhor pagador para a banca internacional, remunerando os títulos com taxas de juros "indecentes", enquanto o FED ianque adiciona menos de 1% ao ano no rendimento destes papéis virtuais. Quanta ingratidão com o governo Dilma! Mas não vamos ser "rancorosos " com a "traição" anunciou o ministro Nelson Barbosa responsável pela equipe econômica palaciana de emitir a primeira declaração oficial do governo. Barbosa afirmou que seu governo estará ainda mais empenhado no "esforço fiscal" para recuperar a credibilidade perdida frente aos parasitas do mercado de capitais. O outro estafeta dos banqueiros, Joaquim Levy, foi correndo até aos estúdios da Globo e diante de um "severo" William Waack pediu perdão aos amos do norte prometendo corrigir os antigos rumos neodesenvolvimentistas do governo, no sentido de redobrar o ajuste fiscal e eliminar a "herança estatista" dos governos da Frente Popular. É obvio que rentistas sabem muito bem que não há a menor possibilidade deste governo neoliberal promover qualquer suspensão do pagamento dos rendimentos dos seus títulos da dívida pública, a questão é chantagear ao máximo uma presidente covarde e impotente diante de um ataque especulativo destas dimensões. Também não é minimamente crível supor que com tamanho "arrocho" na economia estatal poderá acontecer um descontrole das contas do governo. Trata- se de uma provocação com objetivo de ganhos bilionários a partir desta inflexão meramente nominal por partes de agências fajutas, que sabemos muito bem a quem representam. Um governo democrático e minimamente soberano deveria romper com estes achacadores e retirar ineditamente dos EUA todas nossas reservas cambiais, cancelando o pagamento imoral da dívida interna e externa. Porém este não é o caso do atual governo da esquerda neomonetarista, submisso até a medula aos interesses dos chacais imperialistas. Com tamanha subserviência e covardia diante dos parasitas internacionais, fica evidente que o governo Dilma está comprometido com os interesses de classe da burguesia rentista e que pagará com o extremo sacrifício do nosso povo as condições impostas pelos achacadores imperialistas.

O carnaval fora de época que trava a mídia "murdochiana" tupiniquim com o gesto teatral da S&P deve causar apreensão a muitas pessoas ingênuas, afinal devem perguntar se o Brasil perderá investimentos ou debandada de capitais internacionais. A oposição tucana chegou a profetizar o golpe agônico dado pela S&P contra o governo Dilma, entretanto uma análise minimamente séria revela que as tais "agências de risco" sequer são capazes de orientar seus associados acerca das oportunidades "seguras" de investimentos. Quanto maior o "risco" maior a remuneração do capital volátil, concedida por governos burgueses fragilizados diante das chantagens dos rentistas. As taxas de juros oficiais do Brasil só são superadas pelas da Russia no espectro mundial e não por coincidência os dois países foram rebaixados pela S&P. A diferença fica por conta que o governo Putin não se ajoelhou frente às exigências da S&P, muito pelo contrário acelerou as medidas de estatização do setor energético que foi ilegalmente privatizado ( doado) pelo governo Yeltsin. Dilma corre no sentido inverso, e promete anunciar a redução do aparelho de estado sob o gosto dos financistas de Washigton que fazem a apologia do "Estado Mínimo".

Outra exigência dos rentistas é que o governo Dilma decrete o fim do histórico "pacto federativo". Com esta ação todos os empréstimos dos estados e municípios ficarão por conta exclusiva dos gestores regionais, sem o menor aval da União. O RGS já vive uma pequena amostra do que pode se tornar uma "epidemia" fiscal e tributária em todo país. Sem a garantia do Tesouro Nacional, que em última instância banca o endividamento dos estados com os bancos de fomento internacional, os governos estaduais não terão como honrar seus compromissos sequer com a folha de pagamentos do funcionalismo. Porém nada disto importa para os rentistas que exigem do governo central a canalização dos recursos da União para o pagamento dos serviços da dívida interna. Os tecnocratas do Planalto afirmaram que a falência dos estados não é problema deles, seu único compromisso será a recuperação da nota de risco perdida pelo governo petista.

Para a sacra recuperação internacional do status de "bom pagador" , Levy não medirá nenhum esforço, nem mesmo a elevação da carga tributária de renda da classe média, o que não é um consenso no interior da máfia pemedebista que apoia o governo Dilma. Para a quadrilha que domina o parlamento burguês basta levar adiante o plano de ataque à classe trabalhadora, em sua mais nova versão a malfadada "Agenda Brasil". Mas Dilma sabe muito bem que os agiotas internacionais estão mais preocupados em tomar de assalto o patrimônio estatal do que esperar uma década pelos resultados da subtração dos direitos sociais e trabalhistas da classe trabalhadora. Por isso pretende publicitar um cardápio de privatizações bem ao gosto da S&P. Não há tempo a perder com as falácias de um golpe de estado da direita contra este governo entreguista. Dilma revelou seu caráter de capacho do imperialismo na linha da submissão total a mera agências de piratas do capital sediados em Wall Street, imaginem diante de obstáculos mais "consistentes" como o Pentágono. Organizemos já uma outra alternativa política dos trabalhadores a este engodo frouxo e covarde da Frente Popular!