A MORTE DO MENINO AYLAN E AS CÍNICAS LÁGRIMAS DOS
REVISIONISTAS DO TROTSKISMO: APOIARAM A DESTRUIÇÃO DA SÍRIA E DA LÍBIA SOB
ENCOMENDA DOS EUA
Logo após a imagem do menino sírio Aylan Kurdi afogado na costa turca comover o
mundo, diversas correntes revisionistas do trotskismo que sempre desejam
parecer simpáticas à chamada “opinião pública mundial” não só lamentaram a
morte do pequeno imigrante sírio, mas imediatamente trataram de acusar como
principal responsável pela crise dos refugiados na Síria o governo Assad. Não por acaso apontaram o regime sírio como
primeiro culpado pela tragédia. A CST-UIT foi categórica em sua declaração
intitulada “Ditador sírio e imperialismo europeu são responsáveis pela morte do
menino Aylan!” (04.09), onde afirma “O mundo inteiro ficou consternado com a
foto do menino sírio, chamado Aylan Kurdi, de somente três anos, que morreu ao
lado de seu irmão e sua mãe; o único sobrevivente da família foi seu pai. Eles
vinham da cidade de Kobane e fugiam das atrocidades do regime de Bashar Al
Assad na Síria, dos bombardeios da OTAN e do reacionário ISIS, que surgiu como
outra força na Síria para destruir a luta do povo sírio e curdo”. Colocar no
mesmo patamar o imperialismo agressor e o governo de uma nação oprimida atacada
pela OTAN já seria absurdo do ponto de vista teórico do marxismo, uma ruptura
completa com o trotskismo, porém responsabilizar o governo sírio pela morte de
Aylan é fazer diretamente o jogo das potências capitalistas e da mídia venal
que deseja vender ao mundo Assad como um “ditador sanguinário”. A política
canalha da CST não é uma surpresa, toda família revisionista do trotskismo
(LIT, PTS, PO, CMI) se posta no campo militar dos “rebeldes” contra o governo
Assad, alguns como a UIT, LIT e a CS-MRS defendem abertamente que Obama e todos
os governos imperialistas forneçam armas para os grupos terroristas que
combatem Assad e atacam Kobani, cidade natal de Aylan e sua família. Quem
atacou a região curda e provocou a fuga em massas da região foi o EI (grupo
“rebelde” financiado por Israel e a CIA) e os bombardeios da Turquia, membro da
OTAN, ou seja, por opositores do governo Assad, portanto por forças políticas e
militares que estão no mesmo campo dos revisionistas do trotskismo! A família
de Aylan fugiu de Kobani, cidade curda, autônoma, que nunca foi bombardeada
pelo exército da Síria, mas destruída pelo EI e pelos bombardeios da Turquia.
Eles pretendiam ir para o Canadá, onde tinham parentes, mas o governo canadense
(apêndice da Casa Branca) negou o visto, o mesmo governo que a LIT, UIT e seus
satélites pedem armas contra Assad. Não por acaso, a CS argentina recorreu à
mesma cantilena da UIT e com lágrimas de crocodilo declarou-se “Pela memoria de
Aylan e dos milhares de refugiados e massacrados: solidariedade com os povos
que lutam contra as ditaduras e o imperialismo”. Ocorre que no mundo real em
que Aylan vivia e morreu o imperialismo ianque e europeu combatem a suposta
“ditadura” de Assad, não estão no mesmo campo político e militar, mas em luta
contra Damasco, com a Síria sofrendo todo tipo de sanções e agressões que geram
mais fome e miséria ao povo que ali habita! Lembremos que em meio à guerra, a LIT
pediu que os governos imperialistas que barram os imigrantes dessem armas aos
“rebeldes”: “É necessário exigir de todos os governos do mundo, começando por
aqueles países da região que são parte da revolução, como Egito, Tunísia e
Líbia, que rompam relações diplomáticas e comerciais com a ditadura de Assad e
que enviem aviões, tanques e armas pesadas, medicamentos, alimentos e todo tipo
de apoio material para as milícias rebeldes, para que estas possam derrotar e
acabar com este regime que oprime o povo sírio” (Cercar a Revolução Síria com
solidariedade ativa - Suplemento Correio Internacional, LIT, 22/05/2013).
Tratou-se de um verdadeiro chamado à intervenção militar na Síria em socorro
aos “rebeldes” não só pelos exércitos controlados pelo Pentágono no Oriente
Médio e Norte da África (Egito, Líbia e Tunísia), mas pelo próprio
imperialismo, já que “todos os governos do mundo” obviamente inclui EUA,
Canadá, Israel, França, Inglaterra e Itália, estes sim responsáveis diretos
pela tragédia de todos os imigrantes e particularmente da família do menino
Aylan!!! Em oposição as cínicas lágrimas dos revisionistas, a posição dos
Marxistas Revolucionários é primeiramente reafirmar a frente única com o
exército nacional comandado por Bashar Al-Assad contra os “rebeldes” armados e
financiados pela Casa Branca, que são o ELS, a Frente al-Nursa e o próprio EI,
responsáveis pela fuga desesperada da família de Aylan. Estes grupos combatem o
governo Assad e disputam entre si violentamente o controle dos territórios
conquistados na Síria, tendo o ELS a simpatia pública da Casa Branca e dos
revisionistas do trotskismo como a LIT e a UIT, que chegaram a pedir
publicamente que Obama fornecesse armas e munições para os “rebeldes”. Por sua
vez, os grupos precursores do EI foram anteriormente armados pela CIA para
desestabilizar o governo sírio seguindo o mesmo script macabro imposto na Líbia
de Kadaffi. A LBI que desde o início da farsesca “revolução árabe” denunciou-a
como uma transição pactuada pelo imperialismo e chamou a derrotar os “rebeldes”
na Líbia, logo apoiados pela intervenção da OTAN para derrubar Kadaffi não
vacilou em nenhum minuto sequer em postar-se em frente única com Assad contra a
ameaça de intervenção imperialista e para esmagar os “rebeldes” mercenários por
terra. A posição dos genuínos trotskistas é postar-se pela vitória militar do
exército nacional sírio e das milícias que apoiam o governo Assad, para desde o
campo militar dos que combatem o imperialismo construir uma direção
revolucionária e comunista para os trabalhadores. Nesta trincheira de luta não
vacilamos em pedir armas e apoio aos governos burgueses e aos estados operários
burocratizados (Rússia, China, Venezuela, Irã, Coreia do Norte e Cuba) que em
palavras se dizem solidários com o governo Assad, denunciando desde o combate
contra o imperialismo o limite de classes destes governos e do próprio regime
da oligarquia Assad, incapazes de serem consequentes na luta contra o
imperialismo, tarefa que está nas mãos do proletariado mundial. Esta é a única
forma justa e revolucionária de vingar a morte do pequeno Aylan e dos milhares
de imigrantes mortos pela barbárie capitalista provocada pelas revoluções “made
in USA”!