ESQUERDA CORROMPIDA DEFENDE OS VERGONHOSOS VETOS DO GOVERNO
AO REAJUSTE DAS APOSENTADORIAS E AO FIM DO "FATOR PREVIDENCIÁRIO"
O governo Dilma arregimentou suas forças máximas no
Congresso Nacional para manter os vetos presidenciais aos projetos aprovados
entre os quais o que extinguiu o famigerado "Fator Previdenciário",
criado pelo governo FHC para extorquir os salários dos trabalhadores que recém
se aposentavam, e também acerca do índice do cálculo que reajusta as
aposentadorias que estão acima de um salário mínimo. Não por acaso a mídia
corporativa deu grande ênfase a necessidade do veto sobre o reajuste de 78% dos
servidores do poder judiciário, "alertando" que se este for derrubado
poderia colocar por água abaixo o conjunto do esforço do governo para aprovar o
ajuste fiscal. Os "golpistas" Eduardo Cunha e Renan Calheiros foram
convocados por Dilma para ajudar o governo e não se furtaram na tarefa conjunta
de assaltar direitos dos trabalhadores. O mote que tem unificado oposição e
governo na defesa da manutenção dos vetos é que os projetos aprovados somariam
um gasto de 23,5 bilhões de Reais já para o próximo ano, somente o reajuste dos
servidores da justiça federal acarretaria de imediato um valor de 3,5 bilhões.
Os rentistas mandaram avisar que defendem o veto presidencial a todo custo,
como uma ação preventiva para garantir o pagamento dos encargos da dívida
pública e a manutenção da taxa de juros no mesmo nível praticado hoje pelo BC.
Neste sentido o estafeta dos bancos no Congresso, Eduardo Cunha, declarou o
seguinte: "Eu acho que, concretamente, não deve se derrubar esse veto.
Seria uma atitude de colocar mais gasolina na fogueira. É acender fósforo no
tanque gasolina. Não sou partidário disso". Porém Dilma se sente insegura
que parlamentares mais vulneráveis a pressão popular possam vir a votar pela
derrubada dos vetos, por isto mesmo "elegeu" o reajuste do judiciário
como o "vilão" desta história, orientando a omissão política dos
outros pontos cruciais para o conjunto da classe trabalhadora, como o fim do
"Fator Previdenciário". Que este governo burguês de turno subordinado
ao mercado financeiro atue cinicamente desta forma nenhuma novidade, afinal
está comprometido acima de tudo com o "ajuste" contra os
trabalhadores e o povo oprimido, mas a postura da esquerda "chapa
branca" é algo vergonhoso. O PCdoB não tem a menor desfaçatez em defender
o "pacotaço" de ataques neoliberais do governo, afirmando que o
importante é barrar o golpe que "voltou a ganhar força". Mas como a
direita não "ganhar forças" se este governo consegue granjear o justo
ódio da população, concentrado nas medidas de profunda austeridade e subtração
de conquistas históricas. "Novo irmão" do PCdoB, o PCO segue no mesmo
rastro do "pânico" do golpe para legitimar o "governo
democrático" e também sua política de arrocho e ofensiva contra o
proletariado. Qualquer ação de resistência contra os seguidos ataques
neoliberais do governo logo é taxado de "confluência com o golpismo",
por esta mesma esquerda que se corrompeu com os "favores" estatais.
Não podemos esperar boa coisa deste Congresso da BBB (bíblia, bala e boi),
ainda mais quando suas lideranças mais reacionárias estão afinados com este
governo dos rentistas, ainda pior quando a CUT não move uma palha em defesa do
reajuste das aposentadorias e pelo fim do "Fator Previdenciário". É
necessário construir uma nova direção política para as lutas de resistência que
devem emergir com força neste cenário de crise econômica e ataque as conquistas
dos trabalhadores.