quinta-feira, 24 de setembro de 2015


PSB SOB O COMANDO DO ESCROQUE SIQUEIRA EXPULSA ATÉ SEUS ALIADOS HISTÓRICOS: GRUPO NOVAIS FOI VÍTIMA DE SUA PRÓPRIA VIGARICE POLÍTICA

O ex-deputado federal Sérgio Novais, dirigente histórico do PSB, tinha uma justa fama de ser o "fênix da política cearense”, após ter sobrevivido ao trator da oligarquia dos Ferreira Gomes que assaltaram o PSB por alguns anos e ter escapado de um AVC muito letal, sem quase deixar sequelas. Novais ingressou no PSB no início da década de 80, ainda quando era diretor do Sindiágua-Ce. Foi o primeiro parlamentar eleito pelo partido, quando conquistou uma cadeira de vereador em fortaleza em 1988. Um pouco depois deste período teve que "repartir" o PSB do Ceará com o grupo da ex-prefeita Maria Luiza Fontenele (PRO), em função da expulsão desta organização de esquerda pelo PT, Sérgio teve aí sua primeira prova de sobrevivência política e se saiu bem com a posterior retirada do PRO dos quadros do PSB e sua eleição para a Câmara dos Deputados. Sempre muito fiel à liderança nacional do PSB, Novais foi o homem de confiança no Ceará dos presidentes Miguel Arraes, Roberto Amaral e até mesmo Eduardo Campos. Ficou como um mito político o fato de Novais ter votado como único representante do Ceará na executiva nacional do PSB contra a postulação da candidatura de Ciro Gomes à presidência da república em 2010. Nesta ocasião Eduardo Campos defendeu o apoio do PSB à candidatura de Dilma, atraindo a ira dos Ferreira Gomes. Entretanto com a morte do neto de Arraes, o PSB passou por uma profunda transformação política, deslocando-se do campo da esquerda burguesa na "sólida" aliança com o PT para o terreno da direita reacionária, no triste papel de sublegenda dos Tucanos. O grupo de Sérgio Novais que sempre seguiu a orientação da oligarquia Campos de Pernambuco, conseguiu enfim expurgar os Ferreira das hostes do PSB, ganhando o reconhecimento da executiva nacional "socialista". Novais acompanhou integralmente a guinada direitista do PSB, apoiando a cruzada reacionária de Carlos Siqueira na depuração do partido. Primeiro excluíram o próprio Roberto Amaral, ex-presidente do partido e todas as lideranças nacionais que se opuseram ao apoio do PSB à candidatura do Tucano Aécio Neves, este parece ter sido o caso da deputada Luiza Erundina. Novais já se sentido a própria Fênix e com o apoio inicial do novo presidente Carlos Siqueira, resolveu partir para os "negócios" e leiloar o PSB do Ceará para oligarquias adversárias dos Ferreira Gomes. Em maio deste ano Novais e sua irmã, a ex-deputada Eliane, "alugaram" o partido para o ex-prefeito da cidade industrial de Maracanaú , Roberto Pessoa, ex-PR. Pessoa um próspero empresário regional tinha projetos de controlar dois partidos, o PSB e seu antigo PR, pagou caro pela legenda do PSB mas foi enganado por Novais que não aceitava que seu partido apoiasse um nome do PR para as próximas eleições municipais. O resultado foi que Novais recorreu a Siqueira para que juntos cedessem o PSB para a oligarquia do senador Eunicio Oliveira (PMDB), frustrando totalmente as expectativas de Pessoa. Em menos de três meses Novais negocia novamente à presidência do PSB cearense e desta vez o "lance" vencedor foi o de Eunicio que entrega o comando da agremiação ao seu cunhado, deputado federal Danilo Forte (ex-PMDB). Danilo agora presidente estadual do PSB indica um nome da sua confiança para a próxima disputa municipal em Fortaleza, atraindo o alinhamento de Siqueira que resolve descartar Novais do partido, apesar dos longos anos de fidelidade e afinidade na "nova era" reacionária. Certo de que poderia aplicar o golpe da venda da presidência do PSB por duas vezes em tão pouco tempo, Novais foi presa fácil na mão da máfia profissional pemedebista do senador Eunicio, celebrado pela esquerda "chapa branca" como um combativo parlamentar antigolpista. O grupo de Novais que até pouco tempo era um eufórico apologista da direção de Siqueira no PSB, ao conduzir o partido para longe do pátio da Frente Popular, agora se diz vítima deste verdadeiro escroque da política burguesa. A LBI enfrentou o grupo de Novais nas eleições do Sindiágua-Ce em 2012, quando na apuração das urnas este agrupamento oportunista recorreu até a capangas armados para intimidar a oposição classista além de estabelecer todo tipo de alianças espúrias com os chefetes da companhia de água do Ceará (CAGECE), se aliando aos gerentes da empresa ligados aos seus adversários da oligarquia dos Ferreira Gomes para derrotar a chapa da LBI-TRS. Por este pequeno exemplo não temos dúvidas em afirmar que a expulsão de Novais do PSB demonstra que ele foi vítima de sua própria vigarice política, achou que mais uma vez faria suas negociatas políticas e sairia ileso...Desta vez se deu mal o falso “socialista”!

Candido Alvarez discute com Roberto Amaral
artigo da LBI sobre guinada à direita do PSB

Na oportunidade da presença do ex-presidente nacional do PSB em Fortaleza nesta quinta 24/09, Roberto Amaral, para o lançamento do seu livro "A serpente sem casca", uma delegação da LBI esteve presente no auditório do Centro Dragão do Mar para publicitar o artigo onde demonstra a integração da velha sigla do nacionalismo burguês sendo "engolida" pela oposição pró-imperialista. Amaral, assim como Sérgio Novais foram cúmplices políticos da gênese deste processo de cooptação do PSB e depois ironicamente se transformaram em suas próprias "vítimas". A razão desta "incoerência" é bem elementar para Marxistas, os dirigentes históricos do PSB pensaram que podiam trafegar livremente entre os dois campos burgueses, angariando vantagens materiais para o partido, e depois retornarem ao curso tradicional do "socialismo". Ledo engano, em uma etapa histórica de intensa ofensiva ideológica do imperialismo, as pressões centrífugas para uma capitulação definitiva são enormes. E foi o que ocorreu com o PSB, que flertou com uma aliança "tática" com a oposição pró-ianque para depois acabar como um apêndice definitivo da reação conservadora. Agora o PSB é comandado por burocratas de direita sem a menor ligação com o movimento social, sempre prontos para vender o partido pela melhor proposta do momento.


Amaral responde a crítica da LBI afirmando ainda 
a possibilidade ilusória de resgate do PSB
A drástica alteração na rota política atual do PSB é produto direto de seu próprio programa partidário, um desenho tênue de nacionalismo burguês, que inevitavelmente oscilará diante das mudanças da conjuntura mundial, capitulando a "onda" reacionária global.  Quando Arraes ainda era vivo o centro político do país se deslocava para o campo da Frente Popular, o PSB foi o primeiro partido burguês a disponibilizar uma aliança eleitoral com o PT em 1989. Com o esgotamento do "modelo" petista na gerência do Estado capitalista, o PSB também foi o primeiro a "pular fora do barco", lançado a candidatura presidencial do falecido governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Amaral, Novais e muitos outros dirigentes históricos do PSB deram aval a empreitada arriscada de Campos, supondo que no segundo turno voltariam a se unificar com o PT. Porém um setor do imperialismo ianque apostou suas fichas em Marina Silva, então filiada do PSB, o resultado todos conhecem bem: um "acidente" aéreo que até hoje não se consegue explicar suas causas...

Com a "pentecostal" Marina centralizando os holofotes da mídia, foi muito fácil arrastar o PSB para o lado tucano, gerando uma tímida reação de alguns dirigentes mais antigos do partido, como Amaral mas não em Novais que seguia cegamente a nova orientação do escroque Siqueira. Entretanto o grupo de Sérgio e Eliane não esperava a "facada nas costas" da executiva nacional do PSB, rendido a "proposta" milionária da máfia pemedebista do senador Eunicio Oliveira, correligionário local da deputada Luizianne Lins do PT, que deverá apoiar a candidatura do PSB para a prefeitura de Fortaleza. Como neste terreno da política burguesa o único princípio é o "Dólar", Novais e seu grupo deve aportar sua nau oportunista novamente no cais da oligarquia de Roberto Pessoa (PR) com quem já tinha feito negócios, mas não tinha cumprindo com a "entrega do material" ...