terça-feira, 20 de outubro de 2015


APESAR DAS DENÚNCIAS CUNHA NÃO SÓ SE MANTÉM FIRME COM O APOIO DO PT, COMO ARTICULA COM O GOVERNO DILMA UMA NOVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA "MADE IN FMI" 

Parece inacreditável mas Eduardo Cunha, apesar das inúmeras denúncias e provas de roubo, se mantém firme na presidência da Câmara dos Deputados. A pergunta que paira na cabeça de qualquer cidadão minimamente esclarecido politicamente é como o bandido peemedebista Cunha ainda não foi preso, quando dirigentes históricos do PT amargam o cárcere por denúncias de corrupção na Petrobras desprovidas de qualquer prova material. Sob o teto de Cunha chovem provas e fatos concretos de enriquecimento ilícito, como contas secretas milionárias no exterior, frota de carros de alto luxo e até pagamentos de requintes aristocráticos com cartão de crédito internacional. Comprovou-se movimentação total de mais de meio bilhão de Reais, para um deputado federal que percebe um salário anual de menos de meio milhão de Reais. Porém se com tamanha "folha corrida", Cunha nem pisca e avisa que a renuncia ou cassação de seu mandato não fazem parte do cenário político da Câmara dos Deputados. Só pode haver uma razão lógica para tanta tranquilidade por parte de Cunha, apesar dos dois processos abertos no STF contra sua conduta criminal, o governo Dilma e sua base aliada (majoritária no Congresso) banca o "poder" inabalado de Cunha à frente da Câmara Federal. Apesar da sistemática troca de farpas com o governo, e dos afagos da oposição conservadora de olho no impeachment, Cunha se alimenta na fonte do Planalto para impulsionar a pauta neoliberal tão importante para a dupla Dilma/Levy. Por isso não demonstra muita preocupação com o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, homem de confiança da anturragem Dilmista e que já poderia ter requerido a prisão de Cunha junto ao STF. Por sua vez o presidente da comissão de ética da Câmara, Carlos Araújo do PSD do ministro Kassab, avisou que não tem a menor pressa em andar com o processo contra Cunha movido pelo PSOL, ganhou de pronto um importante cargo no Ministério das Cidades. Mas o determinante para a "extraordinária" sobrevivência de Cunha, se fundamenta em sua capacidade de "harmonizar" os ataques neoliberais contra os diretos do povo, tanto com o governo petista como com a oposição de direita. E para não perder tempo em um período de "cerco midiático", Cunha organizou um almoço com a base governista onde o "cardápio" foi uma nova reforma da previdência para aumentar a idade mínima exigida para a aposentadoria do trabalhador. Com estas "bandeiras" do FMI, Cunha ganha a simpatia do governo ao mesmo em que o chantageia com a ameaça de tocar com celeridade o pedido de impeachment. O chefe da quadrilha peemedebista ainda encontra segurança para avacalhar o governo, enquanto ganha de Levy rasgados elogios. O segredo da estranha "equação" é bem simples, tanto Dilma, Cunha e Levy estão subordinados aos mesmos senhores: Os rentistas do capital financeiro internacional. Bem unidos no objetivo de sucatear a economia do país para a transferência da renda nacional para os bolsos dos banqueiros, tudo resumido em uma única e cínica consigna defendida pelo governo e oposição: "Todo esforço deve ser feito para o pagamento dos royalties da dívida pública".