APESAR DAS DENÚNCIAS CUNHA NÃO SÓ SE MANTÉM FIRME COM O
APOIO DO PT, COMO ARTICULA COM O GOVERNO DILMA UMA NOVA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
"MADE IN FMI"
Parece inacreditável mas Eduardo Cunha, apesar das inúmeras
denúncias e provas de roubo, se mantém firme na presidência da Câmara dos
Deputados. A pergunta que paira na cabeça de qualquer cidadão minimamente
esclarecido politicamente é como o bandido peemedebista Cunha ainda não foi
preso, quando dirigentes históricos do PT amargam o cárcere por denúncias de
corrupção na Petrobras desprovidas de qualquer prova material. Sob o teto de
Cunha chovem provas e fatos concretos de enriquecimento ilícito, como contas
secretas milionárias no exterior, frota de carros de alto luxo e até pagamentos
de requintes aristocráticos com cartão de crédito internacional. Comprovou-se
movimentação total de mais de meio bilhão de Reais, para um deputado federal
que percebe um salário anual de menos de meio milhão de Reais. Porém se com
tamanha "folha corrida", Cunha nem pisca e avisa que a renuncia ou
cassação de seu mandato não fazem parte do cenário político da Câmara dos
Deputados. Só pode haver uma razão lógica para tanta tranquilidade por parte de
Cunha, apesar dos dois processos abertos no STF contra sua conduta criminal, o
governo Dilma e sua base aliada (majoritária no Congresso) banca o "poder" inabalado de Cunha à frente da Câmara Federal. Apesar da sistemática
troca de farpas com o governo, e dos afagos da oposição conservadora de olho no
impeachment, Cunha se alimenta na fonte do Planalto para impulsionar a pauta
neoliberal tão importante para a dupla Dilma/Levy. Por isso não demonstra muita
preocupação com o Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, homem de
confiança da anturragem Dilmista e que já poderia ter requerido a prisão de
Cunha junto ao STF. Por sua vez o presidente da comissão de ética da Câmara,
Carlos Araújo do PSD do ministro Kassab, avisou que não tem a menor pressa em
andar com o processo contra Cunha movido pelo PSOL, ganhou de pronto um
importante cargo no Ministério das Cidades. Mas o determinante para a
"extraordinária" sobrevivência de Cunha, se fundamenta em sua
capacidade de "harmonizar" os ataques neoliberais contra os diretos
do povo, tanto com o governo petista como com a oposição de direita. E para não
perder tempo em um período de "cerco midiático", Cunha organizou um
almoço com a base governista onde o "cardápio" foi uma nova reforma da
previdência para aumentar a idade mínima exigida para a aposentadoria do
trabalhador. Com estas "bandeiras" do FMI, Cunha ganha a simpatia do
governo ao mesmo em que o chantageia com a ameaça de tocar com celeridade o
pedido de impeachment. O chefe da quadrilha peemedebista ainda encontra
segurança para avacalhar o governo, enquanto ganha de Levy rasgados elogios. O
segredo da estranha "equação" é bem simples, tanto Dilma, Cunha e
Levy estão subordinados aos mesmos senhores: Os rentistas do capital financeiro
internacional. Bem unidos no objetivo de sucatear a economia do país para a
transferência da renda nacional para os bolsos dos banqueiros, tudo resumido em
uma única e cínica consigna defendida pelo governo e oposição: "Todo
esforço deve ser feito para o pagamento dos royalties da dívida pública".