sábado, 10 de outubro de 2015


ATENTADO TERRORISTA CONTRA MANIFESTAÇÃO DA ESQUERDA NA TURQUIA: CARNICEIRO ERDOGAN É O RESPONSÁVEL!

Quase uma centena de mortos e outros duzentos feridos é o trágico resultado do criminoso atentado terrorista que atacou a marcha dos sindicatos turcos contra a repressão policial e pela paz nacional neste sábado (10/10) na capital Ancara. Pelos informes até agora divulgados o ataque terrorista foi desferido por dois "homens bombas" quando a marcha passava em frente a uma estação de trens de Ancara. O brutal e covarde ato terrorista esteve focado justamente contra o movimento de massas que exige o fim imediato da política de opressão nacional e cerceamento das liberdades democráticas por parte do regime autocrático encabeçado pelo presidente Recep Erdogan. O reacionário governo turco tem impulsionado o fundamentalismo islâmico, alimentando grupos de mercenários terroristas para combaterem o PKK (guerrilha curda), assim como o regime nacionalista sírio, considerado um inimigo do país e do Islã. Não são poucas as evidências que ligam Erdogan a criação do famigerado "Estado Islâmico", adversário frontal do PKK. O certo é que o atentado terrorista de hoje, o maior da recente história republicana da Turquia, contou com a participação de milicianos fanáticos, muito provavelmente à serviço do ISIS. O partido legal pró-curdo, HDP, acusou diretamente os órgãos de inteligência do governo Erdogan de no mínimo terem sido negligentes com a ação terrorista, não alertando o movimento social sobre os operativos dos grupos fundamentalistas. Selahattin Demirtas, líder do HDP, falou agora há pouco a repórteres em Istambul e perguntou-se como um "Estado com tamanha Inteligência como o da Turquia não previu um ataque tão robusto". Ele também perguntou-se, referindo-se de maneira velada ao governo Erdogan, como "líderes de gangues podem realizar manifestações a salvo neste país, mas aqueles que querem a paz são assassinados". Porém o mais revelador sobre a autoria real dos crimes foi mesmo a declaração do próprio Erdogan, responsabilizando os organizadores da marcha por "não condenarem na mesma medida a morte de policiais pelo PKK, quanto repeliram o atentado de hoje", para concluir cinicamente: "os maiores aliados do terrorismo são aqueles que usam duas medidas diante do terrorismo". O PKK, por sua vez, anunciou durante o sábado, conforme já era esperado, um "cessar-fogo unilateral". Kemal Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo (CHP) principal força política de oposição ao governo orientou o cancelamento de todos os atos eleitorais de seu partido e afirmou que a: “Turquia não merece essa situação. A Turquia pode continuar sendo dirigida dessa maneira? Por que nossos jovens devem morrer em ações terroristas?”. A Turquia está a poucas semanas de eleições parlamentares, onde Erdogan e seu partido (AKP) podem amargar uma nova derrota, por esta razão o governo não perdeu tempo e decretou estado de sítio em várias regiões do país, utilizando como pretexto o atentado terrorista. O terrível massacre de Ancara não pode ficar impune, as bombas estavam dirigidas contra as colunas das correntes mais à esquerda da marcha, como a organização Partizan e o HDP, o carniceiro Erdogan deve pagar muito caro por seus sanguinários crimes dirigidos contra a esquerda e povo turco. Nenhuma ilusão nas eleições controladas e fraudulentas. É necessário a convocação imediata de uma poderosa greve geral unificando todos os setores sindicais, populares e nacionais para exigir a derrubada insurrecional do governo assassino de Erdogan, subordinado ao terrorismo patrocinado pelos EUA , OTAN, ISIS e Israel.

A condenação do atentado terrorista por parte do governo Erdogan tem o cheiro de uma farsa bem articulada. A Turquia há muitos anos se converteu em uma colônia militar da OTAN, como base de ataque aos adversários dos EUA na região. As forças armadas nacionais turcas são controladas diretamente pelo Pentágono, que disponibilizou para o país seus modernos caças F16 em larga escala, o "detalhe" é que os aviões que tem o timbre da bandeira turca são controlados remotamente pelo comando militar da OTAN. Sob a promessa de vir a integrar a União Européia (mercado comum), os governos lacaios da Turquia abdicaram a soberania nacional do país há cerca de trinta anos, porém agora Erdogan "radicalizou" esta via quando aceitou fomentar a derrubada de regimes que historicamente foram aliados da nação turca contra o enclave sionista de Israel. A Turquia passou a patrocinar militarmente a empreitada do EI contra a Síria, que de "quebra" também se comprometeu a atacar o povo curdo, duramente reprimido pelo governo Edorgan. O resultado da operação terrorista comandada pela CIA e monarquias árabes foi o vertiginoso crescimento do EI, que agora ameaça territorialmente até mesmo os lacaios da OTAN, como Erdorgan e governo fantoche do Iraque.

Com as eleições parlamentares antecipadas (marcadas para a primeira semana de novembro), o governo Turco utilizou o atentado para impor um controle fraudulento sobre o pleito, decretando "estado de sítio" em algumas regiões do país onde esperava colher uma derrota acachapante. O HDP que nas eleições passadas obteve uma excelente marca de 13% dos votos , adentrando pela primeira vez no parlamento, esperava uma votação ainda maior nesta conjuntura de crise do governo, além do esperado crescimento da esquerda comunista ligada aos movimentos sociais urbanos. Com o atentado terrorista Edorgan pretende insuflar um clima de "guerra civil" no país, responsabilizando o PKK (que já declarou uma trégua unilateral dos combates) pelo conflito nacional. Desta forma restringir ainda mais as parcas liberdades de organização política e garantias democráticas que restam da república turca, proclamada formalmente.

Desde a LBI no Brasil externamos nossa solidariedade de classe aos companheiros do HDP, Partizan Kaldiraç, EMEP entre outras organizações de esquerda que tiveram a vida de seus militantes ceifadas pelo bárbaro e covarde ataque terrorista. Esperamos sinceramente que a profunda dor da perda de valorosos combatentes antissionistas e de esquerda se galvanize na ação revolucionária de massas para derrubar o regime assassino de Erdorgan.