ATENTADO TERRORISTA CONTRA MANIFESTAÇÃO DA ESQUERDA NA
TURQUIA: CARNICEIRO ERDOGAN É O RESPONSÁVEL!
Quase uma centena de mortos e outros duzentos feridos é o
trágico resultado do criminoso atentado terrorista que atacou a marcha dos
sindicatos turcos contra a repressão policial e pela paz nacional neste sábado
(10/10) na capital Ancara. Pelos informes até agora divulgados o ataque
terrorista foi desferido por dois "homens bombas" quando a marcha
passava em frente a uma estação de trens de Ancara. O brutal e covarde ato
terrorista esteve focado justamente contra o movimento de massas que exige o
fim imediato da política de opressão nacional e cerceamento das liberdades
democráticas por parte do regime autocrático encabeçado pelo presidente Recep
Erdogan. O reacionário governo turco tem impulsionado o fundamentalismo
islâmico, alimentando grupos de mercenários terroristas para combaterem o PKK
(guerrilha curda), assim como o regime nacionalista sírio, considerado um
inimigo do país e do Islã. Não são poucas as evidências que ligam Erdogan a
criação do famigerado "Estado Islâmico", adversário frontal do PKK.
O certo é que o atentado terrorista de hoje, o maior da recente história
republicana da Turquia, contou com a participação de milicianos fanáticos,
muito provavelmente à serviço do ISIS. O partido legal pró-curdo, HDP, acusou
diretamente os órgãos de inteligência do governo Erdogan de no mínimo terem
sido negligentes com a ação terrorista, não alertando o movimento social sobre
os operativos dos grupos fundamentalistas. Selahattin Demirtas, líder do HDP,
falou agora há pouco a repórteres em Istambul e perguntou-se como um
"Estado com tamanha Inteligência como o da Turquia não previu um ataque
tão robusto". Ele também perguntou-se, referindo-se de maneira velada ao
governo Erdogan, como "líderes de gangues podem realizar manifestações a
salvo neste país, mas aqueles que querem a paz são assassinados". Porém o
mais revelador sobre a autoria real dos crimes foi mesmo a declaração do
próprio Erdogan, responsabilizando os organizadores da marcha por "não
condenarem na mesma medida a morte de policiais pelo PKK, quanto repeliram o
atentado de hoje", para concluir cinicamente: "os maiores aliados do
terrorismo são aqueles que usam duas medidas diante do terrorismo". O PKK,
por sua vez, anunciou durante o sábado, conforme já era esperado, um "cessar-fogo
unilateral". Kemal Kiliçdaroglu, líder do Partido Republicano do Povo
(CHP) principal força política de oposição ao governo orientou o cancelamento
de todos os atos eleitorais de seu partido e afirmou que a: “Turquia não merece
essa situação. A Turquia pode continuar sendo dirigida dessa maneira? Por que
nossos jovens devem morrer em ações terroristas?”. A Turquia está a poucas
semanas de eleições parlamentares, onde Erdogan e seu partido (AKP) podem
amargar uma nova derrota, por esta razão o governo não perdeu tempo e decretou
estado de sítio em várias regiões do país, utilizando como pretexto o atentado
terrorista. O terrível massacre de Ancara não pode ficar impune, as bombas
estavam dirigidas contra as colunas das correntes mais à esquerda da marcha,
como a organização Partizan e o HDP, o carniceiro Erdogan deve pagar muito caro
por seus sanguinários crimes dirigidos contra a esquerda e povo turco. Nenhuma
ilusão nas eleições controladas e fraudulentas. É necessário a convocação
imediata de uma poderosa greve geral unificando todos os setores sindicais,
populares e nacionais para exigir a derrubada insurrecional do governo
assassino de Erdogan, subordinado ao terrorismo patrocinado pelos EUA , OTAN,
ISIS e Israel.
Desde a LBI no Brasil externamos nossa solidariedade de classe aos companheiros do HDP, Partizan Kaldiraç, EMEP entre outras organizações de esquerda que tiveram a vida de seus militantes ceifadas pelo bárbaro e covarde ataque terrorista. Esperamos sinceramente que a profunda dor da perda de valorosos combatentes antissionistas e de esquerda se galvanize na ação revolucionária de massas para derrubar o regime assassino de Erdorgan.
A condenação do atentado terrorista por parte do governo
Erdogan tem o cheiro de uma farsa bem articulada. A Turquia há muitos anos se
converteu em uma colônia militar da OTAN, como base de ataque aos adversários
dos EUA na região. As forças armadas nacionais turcas são controladas
diretamente pelo Pentágono, que disponibilizou para o país seus modernos caças
F16 em larga escala, o "detalhe" é que os aviões que tem o timbre da
bandeira turca são controlados remotamente pelo comando militar da OTAN. Sob a
promessa de vir a integrar a União Européia (mercado comum), os governos
lacaios da Turquia abdicaram a soberania nacional do país há cerca de trinta
anos, porém agora Erdogan "radicalizou" esta via quando aceitou
fomentar a derrubada de regimes que historicamente foram aliados da nação turca
contra o enclave sionista de Israel. A Turquia passou a patrocinar militarmente
a empreitada do EI contra a Síria, que de "quebra" também se
comprometeu a atacar o povo curdo, duramente reprimido pelo governo Edorgan. O
resultado da operação terrorista comandada pela CIA e monarquias árabes foi o
vertiginoso crescimento do EI, que agora ameaça territorialmente até mesmo os
lacaios da OTAN, como Erdorgan e governo fantoche do Iraque.
Com as eleições parlamentares antecipadas (marcadas para a
primeira semana de novembro), o governo Turco utilizou o atentado para impor um
controle fraudulento sobre o pleito, decretando "estado de sítio" em
algumas regiões do país onde esperava colher uma derrota acachapante. O HDP que
nas eleições passadas obteve uma excelente marca de 13% dos votos , adentrando
pela primeira vez no parlamento, esperava uma votação ainda maior nesta
conjuntura de crise do governo, além do esperado crescimento da esquerda comunista
ligada aos movimentos sociais urbanos. Com o atentado terrorista Edorgan
pretende insuflar um clima de "guerra civil" no país,
responsabilizando o PKK (que já declarou uma trégua unilateral dos combates)
pelo conflito nacional. Desta forma restringir ainda mais as parcas liberdades
de organização política e garantias democráticas que restam da república turca,
proclamada formalmente.
Desde a LBI no Brasil externamos nossa solidariedade de classe aos companheiros do HDP, Partizan Kaldiraç, EMEP entre outras organizações de esquerda que tiveram a vida de seus militantes ceifadas pelo bárbaro e covarde ataque terrorista. Esperamos sinceramente que a profunda dor da perda de valorosos combatentes antissionistas e de esquerda se galvanize na ação revolucionária de massas para derrubar o regime assassino de Erdorgan.