HÁ QUATRO ANOS DO ASSASSINATO DE KADAFFI PELA OTAN E SEUS
“REBELDES”: NÃO PERMITIREMOS QUE O IMPERIALISMO FAÇA DA SÍRIA UMA “NOVA LÍBIA”
MERGULHADA NA BARBÁRIE CAPITALISTA
Exatamente há quatro anos, no dia 20 de outubro de 2011,
tombava em combate o coronel Muamar Kafaffi resistindo à ofensiva por terra dos
“rebeldes” apoiados pelos bombardeios da OTAN na Líbia pelo ar. Em sua
homenagem reproduzimos abaixo o artigo histórico lançado pelo BLOG da LBI
poucas horas depois da morte do dirigente líbio. As imagens filmadas dos
últimos momentos de vida de Kadaffi mostram o combatente capturado na mão dos
“rebeldes”, sendo sumariamente executado após exigir o direito universalmente constituído
de um prisioneiro de guerra. A mídia burguesa e os revisionistas do trotskismo
(LIT, UIT) em êxtase logo disseram na época que não teria sido a OTAN a
responsável pela morte de Kadaffi, mas sim os próprios “bravos rebeldes” já que
as imagens não mostram nenhum destacamento da aliança ocidental em ação.
Imaginem que um comboio de quase 200 homens armados sob o comando de Kadaffi
poderia ter sido capturado por poucas dezenas de “rebeldes” bêbados e ainda por cima só ter restado como prisioneiro unicamente Kadaffi e
seu filho Mutassim. Na verdade, o comboio militar em que se encontrava o
coronel Kadaffi buscava se reposicionar nos arredores de Sirte, na tentativa de
aliviar os pesados bombardeios dos caças da OTAN que já duravam quase dois
meses ininterruptos, castigando impiedosamente toda a população civil. Nesta
manobra tática o comboio foi duramente atingindo por mísseis de alta precisão
da OTAN, obrigando os combatentes a se entrincheirarem fora dos carros,
travando uma encarniçada batalha contra as tropas em terra da OTAN e seus
“rebeldes”, que durou várias horas. Em franca desvantagem bélica e
possivelmente já com pouca munição, as forças da resistência, reduzidas a cerca
de 80 combatentes, foram capturadas, sendo entregues aos bêbados “rebeldes” que
trataram de trazer para si o mérito do linchamento covarde, como num passe de
mágica onde encontraram Kadaffi escondido em um bueiro. Passados quatro anos, a
destruição de todos os monumentos anti-imperialistas na Líbia, um símbolo da era
Kadaffi pelos “rebeldes” que usaram uma bandeira monarquista e se vestiam com
camisetas e bonés com símbolos ianques, foram um péssimo presságio da etapa que
estamos atravessando que tem a Síria e a Ucrânia como seu alvo atual. Episódios
similares assistimos na destruição das estátuas de Lenin, na época da queda
contrarrevolucionária da URSS, quando se abriu um período de reação em toda
linha. A vanguarda da classe operária deve abstrair todas as ácidas lições da
atual etapa histórica, onde o proletariado mundial acumula uma série de graves
derrotas em função da ausência de uma direção genuinamente revolucionária. Por
esta razão, apoiamos a frente única entre Putin-Assad na Síria para que não
façam deste país uma “nova” Líbia. Lembremos que em 2011 os falsários do leninismo que hoje se dizem "defensores da Síria" como o PCO e um apêndice seu, uma tal "Liga", integravam um "Comitê Antiimperialista" com a CST e O Trabalho, os mais canalhas revisionistas apoiadores dos "rebeldes", chegando a votar contra nossa proposta de se estabelecer uma frente única com Kadaffi para derrotar da OTAN e seus "rebeldes" mercenários, opondo-se a lutar pela vitória militar da Líbia. Diante desta farsa flagrante, nos retiramos deste engodo e denunciamos publicamente este comitê que de antiimperialista não tinha nada! Honrando a resistência que Kadaffi
empreendeu antes de ser morto, a LBI se posta neste campo militar e político
para fortalecer a luta anti-imperialista e contra seus “rebeldes” pró-OTAN
(cinicamente apresentados como revolucionários pelos revisionistas do
trotskismo). Nesta trincheira de combate internacionalista forjamos a
construção de uma alternativa revolucionária para os trabalhadores que vá além
de suas direções burguesas!
OTAN ASSASSINA KADAFFI QUE COMANDAVA BRAVAMENTE OS COMBATES
CONTRA OCUPAÇÃO DE SIRTE PELOS MERCENÁRIOS DO IMPERIALISMO (20 de outubro de 2011)
A operação “revolução árabe” montada pelo imperialismo na
Líbia aparentemente alcançou seu principal objetivo imediato: a morte do
coronel Muamar Kadaffi, morto em combate nas ruas de Sirte. Em êxtase, a mídia
burguesa em uníssono apresentou imagens do corpo do dirigente nacionalista
líbio ensanguentado após um ataque aéreo da OTAN, articulado com os “rebeldes”
nas imediações de Sirte. Ainda que sejam informações preliminares, tudo indica
que as imagens são verdadeiras. Kadaffi morreu lutando bravamente contra forças
infinitamente superiores, do ponto de vista bélico. Dirigiu a resistência
militar à ocupação de seu país até o limite de sua própria vida, ao contrário
dos que afirmaram que Kadaffi fugiria como um rato, como fazem os “ditadores” ou
“democratas” covardes no enfrentamento direto com o imperialismo. Segundo as versões iniciais, os caças da OTAN bombardearam
um comboio militar da resistência em que estava Kadaffi, atingindo-o
mortalmente. Mas o CNT tratou de tomar a captura e morte de Kadfaffi como obra
sua, apresentando-o sem vida, capturado dentro de um túnel. Desta forma, mais
um capítulo da ofensiva neolocolonialista das grandes potências capitalistas
contra os povos está se encerrando, vergonhosamente apoiada pela canalha revisionista
do trotskismo como a LIT e seus congêneres, abrindo caminho para imposição do
governo fantoche do CNT para a rapina das riquezas do país norte-africano.
Bandeiras da monarquia junto a dos EUA e da UE foram
mostradas tremulando nas “comemorações” dos mercenários. Os representantes
imperialistas saudaram a morte de Kadaffi apresentando-a como o fim de uma
“ditadura sanguinária”. Como papagaios, a esquerda revisionista apresenta
cinicamente o assassinato do dirigente líbio como produto da “revolução popular”
contra um “governo pró-imperialista”. Nada mais falso. É verdade que a
aproximação do regime líbio, operada a partir dos anos 90 com o imperialismo
europeu, debilitou enormemente o regime frente às massas e a própria classe
operária. Mas esse processo não foi suficiente para reverter completamente as
conquistas sociais da revolução democrática que derrubou uma monarquia corrupta
e pró-imperialista no final dos anos 60. Por esta razão, no lastro da farsesca
“revolução árabe”, a Casa Branca e a UE montaram uma ofensiva para derrubar o
regime nacionalista que controlava a extração e exportação do petróleo com alto
grau de controle estatal, o que se chocava com os interesses das transnacionais
petrolíferas norte-americanas.
O assassinato de Kadaffi pelas mãos da OTAN e seus
“rebeldes” é sem dúvida uma vitória do imperialismo e representa uma derrota
para os trabalhadores, porque anuncia o incremento da ofensiva neocolonialista
sobre o país. A partir das modestas forças da LBI, caracterizamos o início das
manifestações pró-imperialistas em fevereiro deste ano como uma operação
política montada pelas potências imperialistas em nome da “defesa da
democracia”, farsa posteriormente apoiada pelos bombardeios genocidas da OTAN.
Denunciamos vigorosamente mais esse crime cometido pelos abutres capitalistas e
nos mantemos, apesar da morte de Kadaffi, ao lado da resistência das massas
líbias contra os agressores imperialistas! É neste contexto que se trava a
atual guerra na Líbia, onde os marxistas revolucionários não hesitam um único
momento sequer em assumir o campo correto e justo nesta luta, sem abrir mão de
nossa tarefa estratégica, ou seja, a revolução socialista.