quinta-feira, 22 de outubro de 2015


FASCISMO ATACA STÉDILE, MAURO IASI E AGORA ASSASSINA IMIGRANTE NEGRO HAITIANO... ATÉ QUANDO A ESQUERDA IRÁ ESPERAR PARA ORGANIZAR AS MILÍCIAS DE AUTODEFESA CONTRA AS HORDAS DA DIREITA XENÓFOBA?

O Comitê Central da LBI vem a público se solidarizar com o camarada Mauro Iasi, dirigente nacional do PCB e seu candidato a Presidente da República em 2014, alvo de ataques anticomunistas (contendo ofensas, ameaças de agressão e até de morte) por ele ter declamado o poema de Bertold Brecht “Perguntas a um bom homem” dedicado a defesa ao legítimo combate de classe aos fascistas, onde se afirma que não há conciliação ou diálogo possível com a extrema-direita. Os ataques a Mauro Iasi ocorrem em um quadro de ofensiva reacionária da direita em nosso país contra o movimento de massas, suas lideranças políticas e aos imigrantes negros, como vimos no assassinato do haitiano Fetiere Sterlin em Santa Catarina por um bando xenófobo formado por dez fascistas de classe média. No mês passado uma horda raivosa da direita atacou o líder do MST, João Pedro Stédile, em Fortaleza. O processo contra os 23 presos políticos no Rio de Janeiro continua, perseguindo os lutadores que combatem o governo Dilma-Pezão-Cabral. Não temos dúvida que essa tendência reacionária e fascistoide que toma conta de nosso país avança justamente porque o movimento operário não vem respondendo a altura as investidas da reação burguesa de conjunto. O governo do PT, por exemplo, sustenta o facínora Eduardo Cunha na presidência da Câmara dos Deputados e o partido não reage à prisão arbitrária de seus dirigentes como Dirceu e Vacarri, tudo em nome de garantir a governabilidade burguesa. Ao contrário, propõe a “Lei Antiterrorismo” para perseguir os movimentos sociais. A CUT, UNE e o MST estão amarrados a essa política de colaboração de classes, ainda que sejam críticos em alguns aspectos do ajuste neoliberal praticado por Dilma. Como nos ensinou Trotsky, com o fascismo não se debate, se combate, destrói, antes que ele levante a cabeça e coloque em risco o conjunto da esquerda. Seguindo esta lição fundamental do velho dirigente soviético, não concordamos com os termos do “Manifesto em solidariedade a Mauro Iasi” subscrito por intelectuais que afirma “Os abaixo-assinados – defensores intransigentes da livre circulação de ideias – se solidarizam com o professor e militante político neste momento sombrio da política brasileira”. A LBI não concorda com a “livre circulação de ideias” fascistas e anticomunistas, não faz fetiche da democracia burguesa como um regime das amplas liberdades democráticas. Defendemos que o fascismo seja esmagado em seu germe, não consideramos correto e justo do ponto de vista dos interesses do proletariado garantir a livre circulação das ideias de gente como Jair Bolsonrado, Caiado, Marcello Reis do Revoltados On-Line, devemos combate-los com os métodos de luta da classe operária, como pregava Brecht em seu poema. A LBI combate a direita, xenófoba e a reação fascista sem capitular a política da Frente Popular e sem defender o governo Dilma, servil aos rentista. O ataque da direita a Mauro Iasi ocorre justamente porque o camarada ao declamar o poema de Brecht chamou a resistência ao fascismo pelas mãos e métodos dos próprios trabalhadores, inclusive com sua eliminação física no paredão, como é tradição no justo acerto de contas em períodos revolucionários! Nada que se pareça com a política do PT de ter no seu governo ministros que representam os banqueiros e latifundiários como Levy e Kátia Abreu, os setores mais conservadores e reacionários da classe dominante. Esta política do PT vem pavimentando o fortalecimento da direita em nosso país e como “resposta” a esta ofensiva o Dilma implementa duros ataques aos trabalhadores para garantir sua governabilidade. A solidariedade de classe ao PCB, ao MST e aos familiares do imigrante negro haitiano se coloca imperiosa nesta conjuntura polarizada onde a direita projeta uma ofensiva física e política de maiores dimensões contra todas as lideranças da esquerda que possam simbolizar a luta dos explorados. Em um ambiente de grande defensividade política do movimento operário e popular, arrochado por uma política de ajuste e subtração de direitos e conquistas por parte de um governo que ajudou a eleger, a extrema direita se sente à vontade para proferir um discurso de "moral e ética ", mas que na verdade esconde um sentimento de ódio de classe e pretensões de esmagar o movimento anticapitalista do proletariado. Para este objetivo as hordas fascistas não distinguem as profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda pretendem dar a esta ofensiva da reação, ou clamam exclusivamente por uma ação institucional da Polícia Federal ou do próprio Ministério Público, nada contra acionar o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente nula! Diante das ações das turbas fascistas e da “inoperância” estatal em detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do “socorro da burguesia”. É necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: “Conclamar a organização da milícia é uma ‘provocação’, dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias 'provoca' os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes." (Aonde vai a França, LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa “militarista”, separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal do governo da Frente Popular e na mesma proporção a “onda” fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas “Não se dialoga, se combate de armas na mão, se preciso for!” Por esta razão reforçamos nosso chamado ao PCB, MST e ao conjunto das organizações políticas e sindicais da esquerda para que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa de cada organização de esquerda, porque a sanha facínora da direita já mostrou que está muito bem preparada.