quarta-feira, 7 de outubro de 2015


PAPAGAIOS DA OTAN: REVISIONISTAS DO TROTSKISMO REPUDIAM BOMBARDEIOS RUSSOS CONTRA OS “REBELDES” MADE IN USA NA SÍRIA... ESTÃO NA FRENTE ÚNICA COM OBAMA E O IMPERIALISMO

Não tardou para todos os membros da família morenista (LIT, UIT, MRS-CS) e seus “parentes” próximos (PTS e LOI-DO) bradarem de forma raivosa “contra os bombardeios russos na Síria”! Como uma cópia barata da cobertura jornalística da “imprensa livre” ianque tipo a CNN ou FOX, cuja pauta é ditada seguindo as ordens da CIA, estes revisionistas asquerosos noticiaram “Rússia lança esta ofensiva para manter a ditadura de Assad” (LIT-PSTU, 05/10) e não pararam por aí: “A ditadura de Assad esmagou, a sangue e fogo, à custa de centenas de milhares de mortos e da destruição do país, a revolução que irrompeu em 2011 reivindicando democracia, liberdade e justiça social... Repudiamos a intervenção russa, cujo principal objetivo é a manutenção da ditadura oligárquica de Assad” (Idem). A UIT (CST-PSOL no Brasil) em cólera declarou no texto “Pelo fim dos bombardeios russos na Síria” que “Desde a semana passada a aviação russa está bombardeando a Síria, supostamente contra ISIS (Estado Islâmico), mas se denunciou que também contra setores rebeldes inimigos de Al Assad. O verdadeiro objetivo russo, aliado ao Irã que estaria enviando tropas, é apoiar a ditadura”. Note-se que as preocupações destes filisteus são as mesmas do Secretário de Estado ianque, John Kerry, que afirmou durante a reunião do Conselho de Segurança da ONU: “Não vimos nenhum ataque contra o ‘EI’, o que vimos foram ataques contra a oposição síria” (BBC, 03/10). Canalhices idênticas podem ser lidas nas declarações políticas dos escribas de Obama que enlameiam a bandeira do trotskismo. Esses verdadeiros papagaios da Casa Branca, os mesmos que apoiaram em nome da “revolução” os ataques da OTAN e seus “rebeldes” na Líbia (hoje mergulhada na barbárie) agora saem a criticar a Rússia por bombardear as bases dos terroristas do EI e do ELS na Síria, já que segundo tais agrupamentos estes ataques militares beneficiariam a “ditatura de Assad” contra os “rebeldes”. Como se observa, estes pilantroskos estão no campo político-militar da contrarrevolução, não por acaso pedem armas a Obama para combater Assad ao lado dos “rebeldes” financiados e armados pelas potências capitalistas e Israel. Tanto que a LIT conclui seu lixo em forma de artigo afirmando “Uma base importante para uma Síria livre e soberana é a unidade das forças militares que lutam contra Assad e o Estado Islâmico, dando o protagonismo ao povo auto-organizado nos territórios libertados para satisfazer suas reivindicações democráticas e de justiça social”. Quem seriam estas forças militares que lutam contra Assad? Alguma dúvida que são os “rebeldes moderados” do ELS treinados pela CIA?  A UIT responde sem rodeios: “Pese o brutal ataque em distintas frentes a revolução popular não terminou. Existe o que poderíamos denominar de uma ‘terceira frente’ de combate... São as brigadas do Exército Sírio Livre (ESL), as brigadas independentes, os conselhos revolucionários”. Lembremos que na Líbia estes ventríloquos da OTAN travestidos de trotskistas pregavam a mesma cantilena fantasmagórica, onde estão estes revolucionários hoje em meio ao caos e miséria instalada no país após o assassinato de Kadafi pela ação conjunta da OTAN com os “rebeldes”? A resposta é simples: eles nunca existiram, todos os grupos “rebeldes” não passavam de mercenários a serviço da CIA, ávidos por controlar a extração de petróleo a fim de vendê-lo para as transnacionais. No campo oposto destes canalhas revisionistas, a LBI apoia os bombardeios russos contra o EI e os outros grupos rebeldes “made in USA”. Trata-se de saudar a frente única estabelecida entre Putin e Assad contra os terroristas financiados pelas potências capitalistas. Postamo-nos neste campo militar e político para fortalecer a luta anti-imperialista e contra os “rebeldes” pró-OTAN! Nesta trincheira de combate internacionalista e proletário forjamos a construção de uma alternativa revolucionária para os trabalhadores que vá além de suas direções burguesas, seguindo as lições que o velho Trotsky nos legou!

O PTS argentino (MRT no Brasil) deseja transparecer estar a um passo à esquerda de seus parentes morenistas, porém só pode enganar aos mais desavisados. No caso da Síria a similaridade de suas posições com o restante da família revisionista é flagrante, a começar pelo título da declaração “Síria: Kremlin ‘bombardeia’ o ISIS” (Izquierda Diario, 06/10), onde as aspas representam a mesma queixa feita pela Casa Branca de que Putin não ataca o EI e sim os grupos “rebeldes” da oposição, sob o controle direto das potências capitalistas e adversários de Assad. Tanto que o Secretário da Defesa dos EUA, Ash Carter, disse que o Pentágono não colaborará com Moscou enquanto a Força Aérea russa continuar bombardeando posições de grupos que não são o Estado Islâmico. Como o PTS está no campo político e militar da (mal) chamada “revolução síria”, ou seja, ao lado dos grupos inimigos de Assad também rechaça os ataques da Rússia na Síria em defesa do regime. Pior, o PTS reclama que os “EUA se adaptam ao plano de Moscou na Síria, apesar da guerra de informações” que seria de preservar o regime e começar uma transição negociada, declarando “Washington acusa a Rússia de haver bombardeado grupos que não são do EI. Porém, na falta de alternativas, Estados Unidos se adaptam de fato a política russa” (Idem). Pelo que se observa o PTS lamenta que o imperialismo fosse forçado a aceitar no plano imediato a manutenção de Assad em busca de um acordo com Putin, por esta razão afirma “A realidade é que nos aspectos centrais, Putin tem forçado EUA a aceitar o plano russo. Na terça-feira, o secretário de Estado John Kerry realizou uma nova declaração, que equivale a uma troca muito significativa na política da principal superpotência. Em uma entrevista televisiva em Nova York e no marco da reunião da ONU, disse que EUA e Rússia estão de acordo em ‘alguns princípios fundamentais’ na Síria. Kerry assegurou em entrevista ao canal MSNBC que o encontro de 90 minutos entre Obama e Putin em Nova Iorque, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, tem um ‘acordo de que a Síria deve ser um país unificado, unido e secular, que o EI deve ser desmantelado e que é necessário que haja uma transição controlada’. E acrescentou que as diferenças se manteriam no que seria o resultado dessa transição” (Ibidem). Como vemos, o PTS-MRT no frigir dos ovos denuncia que Obama está capitulando a Putin e aceitando preservar Assad, traindo assim a “revolução”! Não por coincidência essa é justamente a maior queixa da LIT, a matriarca da família revisionista: “Os Estados Unidos, que também bombardeiam a Síria, estão defendendo uma saída negociada com a ditadura. Em troca da permanência do regime, Assad deveria retirar-se tranquilamente a um segundo plano. Ou seja, a intervenção dos EUA não tem o objetivo de apoiar as reivindicações populares, mas sim forçar uma reforma superficial do regime, que permita um governo sólido que estabilize a situação e resguarde Israel e as monarquias do Golfo, aliadas dos EUA. De fato, recentemente os Estados Unidos firmaram um acordo histórico de colaboração com o Irã, que é um dos principais apoiadores de Assad” (LIT, Não aos bombardeios russos na Síria! 05/10). Na verdade, o grosso da família revisionista (a mesma que implora que Obama dê mais armas aos “rebeldes”) deseja que o imperialismo ianque intervenha militarmente na Síria para derrubar Assad. Como o PTS-MRT finge se diferenciar tanto da LBI como da LIT ele declara “Um setor minoritário da esquerda internacional postula a defesa de Assad. Outro setor, pelo contrário, pedia a intervenção dos EUA. Ambas as posições são equivocadas. É evidente que a ditadura sanguinária de Assad não desempenha nenhum papel progressista. Lançou uma repressão brutal para acabar com as mobilizações iniciadas em 2011 que, como parte da primavera árabe, expressava o cansaço da população com a repressão e as condições de vida do país. Mas a intervenção militar chefiada pelos EUA é um disciplinamento pela direita imperialista contra qualquer tentativa de derrubada do regime que não seja uma ‘transição pactuada’ que mantenha o capitalismo de pé” (MRT, Esquerda Diário, 30/10). De fato, o PTS-MRT não se opõe por princípio a pedir armas a Obama e a intervenção direta do imperialismo ianque na Síria, não o faz simplesmente porque não é consequente em sua sórdida política pró-imperialista, como é a LIT.

NA MESMA TRINCHEIRA DE PUTIN CONTRA O IMPERIALISMO PORÉM DENUNCIANDO A “NOVA BURGUESIA” RESTAUCIONISTA RUSSA

Ainda que estejamos no campo político e militar da frente única estabelecida entre Putin e Assad para derrotar os aliados da canalha revisionista (os “rebeldes”, EI e Obama) como Marxistas Revolucionários militamos neste terreno de luta com total independência política e de classe diante dos dois governos burgueses cercados e atacados pelo imperialismo. Nossa crítica em particular à Rússia não é a idiotice que esta seria um país imperialista e que os bombardeios russos representam uma ação imperial de expansionismo econômico e militar. A Rússia, desde sua “reconstrução” capitalista vem se configurando como uma semicolônia do imperialismo europeu, fornecedora de commodities agrominerais de baixo valor agregado. A ação de Putin trata-se antes de mais nada de uma conduta de autodefesa já que a Rússia está sofrendo um cerco econômico e militar por parte dos EUA (e em um grau menor da UE), com sanções que tem contribuído para aprofundar a crise econômica russa. A perda da base militar na Síria (ameaçada pelo avanço do EI e dos “rebeldes” pró-OTAN) seria um golpe gigantesco contra a capacidade de resistência de Moscou frente ao avanço do imperialismo, que já abocanhou a Ucrânia e outras ex-repúblicas soviéticas, além de manter tropas no Afeganistão. A Rússia capitalista herdou um arsenal bélico da era soviética e todos seus projetos militares (como o Sukoi Su-34 em operação na Síria), sua força atual advém deste legado fundamental e não de uma "ousadia" particular de Putin, isto permitiu que o país tenha se reafirmado como força regional que tenta resistir à política ofensiva das potências ocidentais sob sua esfera de influência mais próxima, com uma série de iniciativas limitadas como a União Alfandegária Euroasiática ou mesmo subsidiando o preço do gás para aliados, embora de nenhuma maneira se transformasse em uma grande potência capitalista: sua economia é cada vez mais rentista e dependente do preço do petróleo e do gás, regido pela especulação do mercado capitalista internacional. Apesar de Putin ter retomado o controle de setores estratégicos da economia nacional desde que ascendeu ao Kremlin, na condição de representante da nova burguesia ele manteve intocável o modelo de restauração capitalista que colocou as finanças do país nas mãos dos grandes bancos privados nacionais e internacionais (rentistas) e aprofundou as relações comerciais dependentes com o imperialismo (particularmente a Alemanha e França) importando grande parte dos produtos industrializados, o que tem gerado um gigantesco rombo em sua balança comercial e provocado recessão com a alta do dólar e a desvalorização do rublo. Putin não reestatizou a economia e muito menos avançou em qualquer medida que se chocasse com os interesses da “nova burguesia” restautacionista. Na verdade, a camarilha de Putin, apesar de ser herdeira política direta da contrarrevolução social comandada por Boris Yeltsin, que colocou a “grande Rússia” de joelhos diante dos EUA, pensa em retomar o velho projeto nacionalista de um setor da burocracia stalinista, só que agora não mais voltado a Europa do Leste e sim ao lado oriental e asiático. Denunciando estes limites de classe do governo burguês de Putin que via de regra deseja chegar a um acordo "soberano" com o imperialismo, os revolucionários estão no campo de batalha político-militar, ombro a ombro com o proletariado russo e seus aliados, forjando as condições para edificar um partido revolucionário internacionalista capaz não só de derrotar o imperialismo na Síria, mas para fundamentalmente reerguer a bandeira soviética na pátria de Lenin, superando o programa de Putin que se limita a patrocinar o sonho nacionalista-burguês da "Grande Rússia"!