BANCÁRIOS: CONTRAF-CUT IMPÕE O FIM DA GREVE NACIONAL QUANDO
A MOBILIZAÇÃO PODERIA CONQUISTAR O AUMENTO REAL
Publicamos o boletim do MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA (MOB)
lançado nas assembleias gerais da categoria que ocorreram em todo o país nesta
segunda-feira, 26. Apesar do combate que o MOB e outros setores de oposição
travaram pela continuidade da greve nacional, a burocracia sindical “chapa
branca” ligada a CONTRAF-CUT conseguiu dividir as assembleias por banco e implodir a paralisação unificada no momento de
sua maior adesão, impondo seu fim nos principais centros financeiros, como São Paulo. O MOB resistiu a esta manobra divisionista e conseguiu garantir a continuidade da greve nos bancos públicos do Ceará, decisão também seguida pelos bancários de Pernambuco. Não
bastasse o índice rebaixado de 10%, os trabalhadores sofreram duros ataques
durante a greve, como a demissão de companheiros do Bradesco no Ceará, como
denunciamos no boletim. O MOB defende que além de fazer um rigoroso balanço
político nas bases da categoria é necessário deflagrar uma campanha nacional
contra as demissões na categoria, exigindo que os sindicatos denunciem o ataque
perpetrado pelo Bradesco e prestem todo apoio jurídico aos demitidos para
reverter esta ofensiva patronal!
DIANTE DO ‘‘RECUO’’ DOS BANQUEIROS MANTER A GREVE POR
AUMENTO REAL! REJEITAR A PROPOSTA DE 10%
DOS BANQUEIROS/GOVERNO DILMA E A DIVISÃO DAS ASSEMBLEIAS POR BANCO!
A greve nacional dos bancários completou 21 dias. Após muita
encenação e enrolação nas negociações, a Fenaban apresentou sexta-feira
(23/10), sua proposta que prevê um reajuste de 10% no salário e 14% nos vales.
Os banqueiros também não abrem mão do pagamento dos dias parados através da
compensação desses dias até 15/12 como forma de penalizar os grevistas. Apesar
de que essa proposta está aquém dos já rebaixados índices reivindicados pela
CONTRAF-CUT de16% e das próprias necessidades dos bancários, o Comando Nacional
da categoria orientou pela aceitação dessa esmola, embelezando-a como uma
grande conquista da luta. Como parte do “teatro” da campanha salarial dos
bancários, conduzida pela burocracia governista da Contraf-CUT/CTB que dirige a
maioria dos sindicatos do país, é premissa para derrotar nossa greve a manobra
de realização de assembleias, previamente divididas por banco (privados, BB,
CEF, BNB) e completamente antidemocráticas. As manobras para nos dividir já
conhecemos: embelezar as esmolas da Fenaban e do governo Dilma, embrulhando-as
como “conquistas”. Depois, fragmentam a luta por banco e pelo efeito dominó,
liquidam a greve banco a banco. É hora de reforçar a mobilização e convocar a
base para conduzir os rumos de nossa campanha salarial para obrigar os
banqueiros e o governo Dilma, que se esconde por trás da “mesa única da
Fenaban”, a terem respeito com nossas reivindicações. Não por acaso BB, CEF E
BNB retomaram as negociações específicas, justamente depois que a Fenaban
apresentou nova proposta, acordada com a burocracia sindical “chapa branca” que
busca enfiá-la goela baixo da categoria. Tal situação tem provocado a
desconfiança da base em suas direções sindicais que chegaram até alterar o
horário da assembleia de 17 para 19h para contar com a “ajudinha” dos
fura-greves e gerentes lambe-botas das direções dos bancos que, nestas horas, assumem
o lado patronal e sempre aparecem para golpear nossa mobilização. Esta política
só serve para fragilizar a categoria e ajudar a burocracia, aos banqueiros e ao
governo Dilma a liquidarem nossa mobilização pelo efeito dominó, isto é, por
banco, causando desmoralização e confusão na base que age de forma
contraditória, a exemplo da greve de pijama, uma referência à ausência dos
grevistas nos piquetes.
BRADESCO DEMITE BANCÁRIOS NO CEARÁ EM PLENA GREVE. BARRAR AS
DEMISSÕES FORTALECENDO A LUTA!
O MOB tomou conhecimento que a direção regional do Bradesco
acaba de demitir nesta Segunda feira, 26 de outubro, três companheiros que
estavam reintegrados ao banco via ação judicial que garantia a estabilidade dos
BECISTAS no Bradesco. A covarde decisão do Bradesco de demitir companheiros em
plena greve se baseia em uma decisão do TST, que sob pressão do banco vem
julgando os processos a favor da quebra da estabilidade que nos foi garantida
desde a privatização do BEC. Diante desse vil ataque que pode atingir cerca de
500 bancários do Bradesco oriundos do BEC é necessário fortalecer nossa greve.
Defendemos que o Sindicato dos Bancários do Ceará impulsione imediatamente uma
ampla campanha de denúncia politica e defesa jurídica de todos os ex-BECISTAS.