terça-feira, 27 de outubro de 2015


BANCÁRIOS: CONTRAF-CUT IMPÕE O FIM DA GREVE NACIONAL QUANDO A MOBILIZAÇÃO PODERIA CONQUISTAR O AUMENTO REAL

Publicamos o boletim do MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA (MOB) lançado nas assembleias gerais da categoria que ocorreram em todo o país nesta segunda-feira, 26. Apesar do combate que o MOB e outros setores de oposição travaram pela continuidade da greve nacional, a burocracia sindical “chapa branca” ligada a CONTRAF-CUT conseguiu dividir as assembleias por banco e implodir a paralisação unificada no momento de sua maior adesão, impondo seu fim nos principais centros financeiros, como São Paulo. O MOB resistiu a esta manobra divisionista e conseguiu garantir a continuidade da greve nos bancos públicos do Ceará, decisão também seguida pelos bancários de Pernambuco. Não bastasse o índice rebaixado de 10%, os trabalhadores sofreram duros ataques durante a greve, como a demissão de companheiros do Bradesco no Ceará, como denunciamos no boletim. O MOB defende que além de fazer um rigoroso balanço político nas bases da categoria é necessário deflagrar uma campanha nacional contra as demissões na categoria, exigindo que os sindicatos denunciem o ataque perpetrado pelo Bradesco e prestem todo apoio jurídico aos demitidos para reverter esta ofensiva patronal!

DIANTE DO ‘‘RECUO’’ DOS BANQUEIROS MANTER A GREVE POR AUMENTO REAL!  REJEITAR A PROPOSTA DE 10% DOS BANQUEIROS/GOVERNO DILMA E A DIVISÃO DAS ASSEMBLEIAS POR BANCO!

A greve nacional dos bancários completou 21 dias. Após muita encenação e enrolação nas negociações, a Fenaban apresentou sexta-feira (23/10), sua proposta que prevê um reajuste de 10% no salário e 14% nos vales. Os banqueiros também não abrem mão do pagamento dos dias parados através da compensação desses dias até 15/12 como forma de penalizar os grevistas. Apesar de que essa proposta está aquém dos já rebaixados índices reivindicados pela CONTRAF-CUT de16% e das próprias necessidades dos bancários, o Comando Nacional da categoria orientou pela aceitação dessa esmola, embelezando-a como uma grande conquista da luta. Como parte do “teatro” da campanha salarial dos bancários, conduzida pela burocracia governista da Contraf-CUT/CTB que dirige a maioria dos sindicatos do país, é premissa para derrotar nossa greve a manobra de realização de assembleias, previamente divididas por banco (privados, BB, CEF, BNB) e completamente antidemocráticas. As manobras para nos dividir já conhecemos: embelezar as esmolas da Fenaban e do governo Dilma, embrulhando-as como “conquistas”. Depois, fragmentam a luta por banco e pelo efeito dominó, liquidam a greve banco a banco. É hora de reforçar a mobilização e convocar a base para conduzir os rumos de nossa campanha salarial para obrigar os banqueiros e o governo Dilma, que se esconde por trás da “mesa única da Fenaban”, a terem respeito com nossas reivindicações. Não por acaso BB, CEF E BNB retomaram as negociações específicas, justamente depois que a Fenaban apresentou nova proposta, acordada com a burocracia sindical “chapa branca” que busca enfiá-la goela baixo da categoria. Tal situação tem provocado a desconfiança da base em suas direções sindicais que chegaram até alterar o horário da assembleia de 17 para 19h para contar com a “ajudinha” dos fura-greves e gerentes lambe-botas das direções dos bancos que, nestas horas, assumem o lado patronal e sempre aparecem para golpear nossa mobilização. Esta política só serve para fragilizar a categoria e ajudar a burocracia, aos banqueiros e ao governo Dilma a liquidarem nossa mobilização pelo efeito dominó, isto é, por banco, causando desmoralização e confusão na base que age de forma contraditória, a exemplo da greve de pijama, uma referência à ausência dos grevistas nos piquetes.



É preciso, portanto, que os bancários em luta tomem para si os rumos da campanha salarial. Para nós bancários nossa mobilização é uma questão de sobrevivência contra as péssimas condições de vida e de trabalho, além das demissões e inflação crescente. Afinal, ainda que haja as particularidades por banco, numa campanha salarial o que nos une enquanto categoria é a reivindicação de um reajuste e pisos dignos, além de questões como assédio moral, perseguições, isonomia, demissões, estabilidade etc. Por isso, a base mobilizada deve rejeitar a gorjeta da Fenaban e atropelar as direções traidoras para poder valer suas reais necessidades e reivindicações. Frente a essa situação nós, do MOB – MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA, que construímos a greve nos piquetes chamamos os bancários em greve, o ativismo classista e combativo da categoria a rejeitar unificadamente a migalha apresentada pela Fenaban e garantir as assembleias unitárias, fortalecendo a greve nacional até o atendimento de nossas reivindicações!     
  
BRADESCO DEMITE BANCÁRIOS NO CEARÁ EM PLENA GREVE. BARRAR AS DEMISSÕES FORTALECENDO A LUTA!

O MOB tomou conhecimento que a direção regional do Bradesco acaba de demitir nesta Segunda feira, 26 de outubro, três companheiros que estavam reintegrados ao banco via ação judicial que garantia a estabilidade dos BECISTAS no Bradesco. A covarde decisão do Bradesco de demitir companheiros em plena greve se baseia em uma decisão do TST, que sob pressão do banco vem julgando os processos a favor da quebra da estabilidade que nos foi garantida desde a privatização do BEC. Diante desse vil ataque que pode atingir cerca de 500 bancários do Bradesco oriundos do BEC é necessário fortalecer nossa greve. Defendemos que o Sindicato dos Bancários do Ceará impulsione imediatamente uma ampla campanha de denúncia politica e defesa jurídica de todos os ex-BECISTAS.