ATAQUE A BOATE “GAY” NOS EUA: TERRORISMO DOMÉSTICO DE UMA
SOCIEDADE “DOENTE” A SERVIÇO DA OFENSIVA IMPERIALISTA CONTRA OS POVOS!
O ataque a tiros de fuzil AR-15 em uma boate LGBT em
Orlando, nos EUA, na madrugada de domingo (12.06) deixou pelo menos 50 mortos e
dezenas de feridos. A maioria das vítimas tinha origem latina, como cubanos e
caribenhos, como o atentado ocorrendo no final de semana em que boa parte do
país celebra o chamado dia do “Orgulho Gay”. Logo a imprensa estadunidense
tratou de apresentar o assassino, Omar Mateen, nascido nos EUA mas filho de
pais afegãos, como um simpatizante do Estado Islâmico (EI) apesar dele está
sendo monitorado e ter sido interrogado pelo FBI desde 2013 sem que qualquer
ligação tenha sido provada. Tanto que ele não estava na lista oficial de
suspeitos por “terrorismo” e legalmente estava autorizado a ter licença para
portar armas, de acordo com os registros oficiais da Florida. As redes de TV
anunciaram que o EI havia reivindicado o ataque, como parte dos “lobos
solitários” que são simpatizantes do grupo. Na verdade Mateen, de 29 anos, além
de assassino, era mais uma vítima da sociedade doente gerada no coração do
monstro imperialista. Instável emocionalmente, homofóbico, admirador da polícia
(chegando ter fotos com camisetas com o nome e emblema da polícia de Nova York
nas redes sociais -ver abaixo), ia muito à academia por ser segurança privado que trabalhava
em um centro de prisão de jovens infratores, um ambiente de violência, abuso e
repressão. A esposa separou-se dele em 2011 após sofrer anos de violência
física. Ela disse a repórteres que Mateen era bipolar e que, apesar de muitos
ligarem sua ação a religião ou ao EI, as razões estariam ligadas a problemas de
saúde mental e social. Pelo que disse o pai, ele estava irritado por ter
presenciado um beijo gay em Miami e planejou o ataque a boate “Pulse”, uma das
casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT na Flórida e nos
Estados Unidos. O estabelecimento foi fundado em 2004, após um drama familiar:
a morte, em 1991, do irmão da coproprietária do local, vítima da Aids. A Pulse
faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para “despertar as
consciências” sobre a homossexualidade. O ataque em Orlando faz parte de uma
onde de violência doméstica nos EUA, aguçada pela própria disputa presidencial.
Um país que tem Trump e Hillary como candidatos a presidentes, ambos
belicistas, racistas, pró-sionistas e patrocinadores do terrorismo de estado
tende a gerar psicopatas como Omar. Trump aproveitou para pedir a restrição
temporária de muçulmanos estrangeiros nos Estados Unidos, para proteger o país
de “ameaças potenciais” e Hillary defendeu o “guerra contra o terror” e o controle na venda de armas. No
distrito de West Hollywood, reduto LGBT de Los Angeles, preparava-se para
começar a Parada do Orgulho Gay quando policiais encontraram um carro com
munição e explosivos. O proprietário do veículo, James Howell, de 20 anos, foi
detido em Santa Mônica neste domingo. Ele tinha intenção de usar o material
contra a parada gay. A prisão ocorreu horas após o atentado em Orlando. Na
madrugada do sábado, 11, uma cantora lésbica foi assassinada em Orlando.
Ex-participante do programa de TV The Voice, Christina Grimmie, de 22 anos, foi
atacada após um show por um atirador que se matou em seguida. Apesar de
estarmos solidários com os mortos e seus familiares lembramos que o ataque em
Orlando vem ocupando desde domingo as manchetes de jornais e TV pelo mundo
afora, o que não ocorre quando os EUA matam diariamente em seus ataques
militares dezenas de pessoas no Afeganistão ou Iraque, assassinatos que ocorrem
sem a menor cobertura dos meios de comunicação. Além disso, o atentado
doméstico vem servindo como móvel midiático para aprofundar a ofensiva
imperialista contra os povos e recrudescer as normas internas que cerceiam as
mais elementares liberdades democráticas do povo estadunidense. Obama logo saiu
a condenar o ato como o “mais mortal da história americana” e declarou “Nós
sabemos o suficiente para dizer que foi um ato de terror e um ato de ódio”,
insinuando que era um atentado terrorista, quando é público que foi um ataque
racista e homofóbico de uma besta humana gerada no seio da sociedade ianque.
Este genocídio covarde muito utilizado por hordas fascistas contra as
comunidades homossexuais nos EUA e no mundo afora deve ser amplamente repudiado
pela esquerda classista e revolucionária como um ataque ao conjunto do
movimento operário e as liberdades democráticas do povo trabalhador! Os
revolucionários nunca defendem a “democracia” para a burguesia e seus setores
mais reacionários poderem livremente organizar ofensivas reacionárias contra o
povo trabalhador e as chamadas “minorias”! Ao contrário, intervém nos protestos
e manifestações contra a homofobia para apresentar uma plataforma
revolucionária que una a luta pelas liberdades democráticas do povo trabalhador
no sistema capitalista ao combate para derrotar a burguesia e seu regime senil
de conjunto, demonstrando que as posições reacionárias e preconceituosas são as
expressões mais cruentas de seu desejo de “eliminar” os trabalhadores por meio
da fome, miséria, do desemprego e da exploração capitalista! Fazemos um combate
de classe ao racismo, à homofobia e ao preconceito social, racial e de gênero.
Nesse sentido, apoiamos a marcha em
solidariedade as vítimas de Orlando ocorrida em frente ao icônico Stonewall
Inn. Em 1969, o bar foi palco de manifestações que marcariam o início da luta
pelos direitos LGBT, quando homossexuais que frequentavam a casa noturna
entraram em combate com a polícia durante mais de uma semana, exigindo seus
direitos civis, data que deu origem ao chamado “Orgulho Gay” nos EUA. Apesar
disso, nos delimitamos das paradas gay que são eventos cada vez mais
exclusivamente festivos, policlassistas e que mais estão para um desfile
hedonista de culto a “beleza” e ao “exótico” do que propriamente pela luta
emancipatória de um setor brutalmente oprimido da sociedade. Denunciamos que o
ataque em Orlando, assim como outros atos de terror doméstico nos EUA, tem o
claro conteúdo fascista e estão em consonância com a época de ofensividade
bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo norte-americano.
Estamos vendo a volta, com força, do neonazismo ianque em escala interna e
planetária. Para se opor a essa escalada arquirreacionária deve-se ter claro
que ela é uma expressão da dura etapa de contrarrevolução e profunda ofensiva
imperialista em curso, onde ao lado dos mortos de Orlando estão os cadáveres de
mais de 200 mil líbios trucidados pelos bombardeios da OTAN ou as vítimas dos
mercenários “rebeldes” na Síria, ao melhor estilo dos jogos de guerra vendidos
às crianças norte-americanas. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias
dentro e fora dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial
poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação
do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu
próprio projeto de poder socialista.