segunda-feira, 13 de junho de 2016

ATAQUE A BOATE “GAY” NOS EUA: TERRORISMO DOMÉSTICO DE UMA SOCIEDADE “DOENTE” A SERVIÇO DA OFENSIVA IMPERIALISTA CONTRA OS POVOS!


O ataque a tiros de fuzil AR-15 em uma boate LGBT em Orlando, nos EUA, na madrugada de domingo (12.06) deixou pelo menos 50 mortos e dezenas de feridos. A maioria das vítimas tinha origem latina, como cubanos e caribenhos, como o atentado ocorrendo no final de semana em que boa parte do país celebra o chamado dia do “Orgulho Gay”. Logo a imprensa estadunidense tratou de apresentar o assassino, Omar Mateen, nascido nos EUA mas filho de pais afegãos, como um simpatizante do Estado Islâmico (EI) apesar dele está sendo monitorado e ter sido interrogado pelo FBI desde 2013 sem que qualquer ligação tenha sido provada. Tanto que ele não estava na lista oficial de suspeitos por “terrorismo” e legalmente estava autorizado a ter licença para portar armas, de acordo com os registros oficiais da Florida. As redes de TV anunciaram que o EI havia reivindicado o ataque, como parte dos “lobos solitários” que são simpatizantes do grupo. Na verdade Mateen, de 29 anos, além de assassino, era mais uma vítima da sociedade doente gerada no coração do monstro imperialista. Instável emocionalmente, homofóbico, admirador da polícia (chegando ter fotos com camisetas com o nome e emblema da polícia de Nova York nas redes sociais -ver abaixo), ia muito à academia por ser segurança privado que trabalhava em um centro de prisão de jovens infratores, um ambiente de violência, abuso e repressão. A esposa separou-se dele em 2011 após sofrer anos de violência física. Ela disse a repórteres que Mateen era bipolar e que, apesar de muitos ligarem sua ação a religião ou ao EI, as razões estariam ligadas a problemas de saúde mental e social. Pelo que disse o pai, ele estava irritado por ter presenciado um beijo gay em Miami e planejou o ataque a boate “Pulse”, uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT na Flórida e nos Estados Unidos. O estabelecimento foi fundado em 2004, após um drama familiar: a morte, em 1991, do irmão da coproprietária do local, vítima da Aids. A Pulse faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para “despertar as consciências” sobre a homossexualidade. O ataque em Orlando faz parte de uma onde de violência doméstica nos EUA, aguçada pela própria disputa presidencial. Um país que tem Trump e Hillary como candidatos a presidentes, ambos belicistas, racistas, pró-sionistas e patrocinadores do terrorismo de estado tende a gerar psicopatas como Omar. Trump aproveitou para pedir a restrição temporária de muçulmanos estrangeiros nos Estados Unidos, para proteger o país de “ameaças potenciais” e Hillary defendeu o  guerra contra o terror e o controle na venda de armas. No distrito de West Hollywood, reduto LGBT de Los Angeles, preparava-se para começar a Parada do Orgulho Gay quando policiais encontraram um carro com munição e explosivos. O proprietário do veículo, James Howell, de 20 anos, foi detido em Santa Mônica neste domingo. Ele tinha intenção de usar o material contra a parada gay. A prisão ocorreu horas após o atentado em Orlando. Na madrugada do sábado, 11, uma cantora lésbica foi assassinada em Orlando. Ex-participante do programa de TV The Voice, Christina Grimmie, de 22 anos, foi atacada após um show por um atirador que se matou em seguida. Apesar de estarmos solidários com os mortos e seus familiares lembramos que o ataque em Orlando vem ocupando desde domingo as manchetes de jornais e TV pelo mundo afora, o que não ocorre quando os EUA matam diariamente em seus ataques militares dezenas de pessoas no Afeganistão ou Iraque, assassinatos que ocorrem sem a menor cobertura dos meios de comunicação. Além disso, o atentado doméstico vem servindo como móvel midiático para aprofundar a ofensiva imperialista contra os povos e recrudescer as normas internas que cerceiam as mais elementares liberdades democráticas do povo estadunidense. Obama logo saiu a condenar o ato como o “mais mortal da história americana” e declarou “Nós sabemos o suficiente para dizer que foi um ato de terror e um ato de ódio”, insinuando que era um atentado terrorista, quando é público que foi um ataque racista e homofóbico de uma besta humana gerada no seio da sociedade ianque. Este genocídio covarde muito utilizado por hordas fascistas contra as comunidades homossexuais nos EUA e no mundo afora deve ser amplamente repudiado pela esquerda classista e revolucionária como um ataque ao conjunto do movimento operário e as liberdades democráticas do povo trabalhador! Os revolucionários nunca defendem a “democracia” para a burguesia e seus setores mais reacionários poderem livremente organizar ofensivas reacionárias contra o povo trabalhador e as chamadas “minorias”! Ao contrário, intervém nos protestos e manifestações contra a homofobia para apresentar uma plataforma revolucionária que una a luta pelas liberdades democráticas do povo trabalhador no sistema capitalista ao combate para derrotar a burguesia e seu regime senil de conjunto, demonstrando que as posições reacionárias e preconceituosas são as expressões mais cruentas de seu desejo de “eliminar” os trabalhadores por meio da fome, miséria, do desemprego e da exploração capitalista! Fazemos um combate de classe ao racismo, à homofobia e ao preconceito social, racial e de gênero. Nesse sentido, apoiamos a marcha em solidariedade as vítimas de Orlando ocorrida em frente ao icônico Stonewall Inn. Em 1969, o bar foi palco de manifestações que marcariam o início da luta pelos direitos LGBT, quando homossexuais que frequentavam a casa noturna entraram em combate com a polícia durante mais de uma semana, exigindo seus direitos civis, data que deu origem ao chamado “Orgulho Gay” nos EUA. Apesar disso, nos delimitamos das paradas gay que são eventos cada vez mais exclusivamente festivos, policlassistas e que mais estão para um desfile hedonista de culto a “beleza” e ao “exótico” do que propriamente pela luta emancipatória de um setor brutalmente oprimido da sociedade. Denunciamos que o ataque em Orlando, assim como outros atos de terror doméstico nos EUA, tem o claro conteúdo fascista e estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica preconizada pelo imperialismo norte-americano. Estamos vendo a volta, com força, do neonazismo ianque em escala interna e planetária. Para se opor a essa escalada arquirreacionária deve-se ter claro que ela é uma expressão da dura etapa de contrarrevolução e profunda ofensiva imperialista em curso, onde ao lado dos mortos de Orlando estão os cadáveres de mais de 200 mil líbios trucidados pelos bombardeios da OTAN ou as vítimas dos mercenários “rebeldes” na Síria, ao melhor estilo dos jogos de guerra vendidos às crianças norte-americanas. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias dentro e fora dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.