ATENTADO TERRORISTA NO AEROPORTO INTERNACIONAL DE ISTAMBUL: MAIS UMA VEZ
ERDOGAN É O PRINCIPAL RESPONSÁVEL!
O novo ataque terrorista promovido pelo EI na Turquia, desta
vez no aeroporto internacional de Istambul, deixou quase meia centena de mortos
e mais de duzentos feridos. A sinistra criatura impulsionada pelo facínora
Erdogan, o Estado Islâmico, contra os governos nacionalistas árabes agora se
volta contra o seu criador. Não foi a primeira vez que o EI ataca em território
turco, ou melhor, para além de suas fronteiras, em outubro de 2015 os
terroristas fundamentalistas armados pela CIA agiram criminosamente contra uma
marcha de sindicalistas e da esquerda comunista deixando um trágico saldo de
cem mortos. Como agora OTAN e a CIA resolveram "desinflar o monstro"
em função da sequência de suas derrotas militares contra a guerrilha curda e o
governo sírio, o EI pretende chantagear o "padrinho" Erdogan
promovendo atentados em pontos turísticos de afluência internacional na
Turquia. Para entender melhor a complexidade da conjuntura política da Turquia
e seus desdobramentos na região do Oriente Médio e norte da África o Blog da
LBI reproduz o artigo sobre o ataque criminoso a manifestação da esquerda
ocorrida no ano passado na cidade de Ancara, e que até o momento o governo
Erdogan não responsabilizou seu antigo aliado, o EI.
ATENTADO TERRORISTA CONTRA MANIFESTAÇÃO DA ESQUERDA NA
TURQUIA: CARNICEIRO ERDOGAN É O RESPONSÁVEL!
BLOG DA LBI 10/10/2015
Quase uma centena de mortos e outros duzentos feridos é o
trágico resultado do criminoso atentado terrorista que atacou a marcha dos
sindicatos turcos contra a repressão policial e pela paz nacional neste sábado
(10/10) na capital Ancara. Pelos informes até agora divulgados o ataque
terrorista foi desferido por dois "homens bombas" quando a marcha
passava em frente a uma estação de trens de Ancara. O brutal e covarde ato
terrorista esteve focado justamente contra o movimento de massas que exige o
fim imediato da política de opressão nacional e cerceamento das liberdades
democráticas por parte do regime autocrático encabeçado pelo presidente Recep
Erdogan. O reacionário governo turco tem impulsionado o fundamentalismo
islâmico, alimentando grupos de mercenários terroristas para combaterem o PKK
(guerrilha curda), assim como o regime nacionalista sírio, considerado um
inimigo do país e do Islã. Não são poucas as evidências que ligam Erdogan a
criação do famigerado "Estado Islâmico", adversário frontal do PKK. O
certo é que o atentado terrorista de hoje, o maior da recente história
republicana da Turquia, contou com a participação de milicianos fanáticos,
muito provavelmente à serviço do ISIS. O partido legal pró-curdo, HDP, acusou
diretamente os órgãos de inteligência do governo Erdogan de no mínimo terem
sido negligentes com a ação terrorista, não alertando o movimento social sobre
os operativos dos grupos fundamentalistas. Selahattin Demirtas, líder do HDP,
falou agora há pouco a repórteres em Istambul e perguntou-se como um
"Estado com tamanha Inteligência como o da Turquia não previu um ataque
tão robusto". Ele também perguntou-se, referindo-se de maneira velada ao
governo Erdogan, como "líderes de gangues podem realizar manifestações a
salvo neste país, mas aqueles que querem a paz são assassinados". Porém o
mais revelador sobre a autoria real dos crimes foi mesmo a declaração do
próprio Erdogan, responsabilizando os organizadores da marcha por "não
condenarem na mesma medida a morte de policiais pelo PKK, quanto repeliram o
atentado de hoje", para concluir cinicamente: "os maiores aliados do
terrorismo são aqueles que usam duas medidas diante do terrorismo". O PKK,
por sua vez, anunciou durante o sábado, conforme já era esperado, um
"cessar-fogo unilateral". Kemal Kiliçdaroglu, líder do Partido
Republicano do Povo (CHP) principal força política de oposição ao governo
orientou o cancelamento de todos os atos eleitorais de seu partido e afirmou
que a: “Turquia não merece essa situação. A Turquia pode continuar sendo
dirigida dessa maneira? Por que nossos jovens devem morrer em ações
terroristas?”. A Turquia está a poucas semanas de eleições parlamentares, onde
Erdogan e seu partido (AKP) podem amargar uma nova derrota, por esta razão o
governo não perdeu tempo e decretou estado de sítio em várias regiões do país,
utilizando como pretexto o atentado terrorista. O terrível massacre de Ancara
não pode ficar impune, as bombas estavam dirigidas contra as colunas das
correntes mais à esquerda da marcha, como a organização Partizan e o HDP, o
carniceiro Erdogan deve pagar muito caro por seus sanguinários crimes dirigidos
contra a esquerda e povo turco. Nenhuma ilusão nas eleições controladas e
fraudulentas. É necessário a convocação imediata de uma poderosa greve geral
unificando todos os setores sindicais, populares e nacionais para exigir a
derrubada insurrecional do governo assassino de Erdogan, subordinado ao
terrorismo patrocinado pelos EUA , OTAN, ISIS e Israel.
A condenação do atentado terrorista por parte do governo
Erdogan tem o cheiro de uma farsa bem articulada. A Turquia há muitos anos se
converteu em uma colônia militar da OTAN, como base de ataque aos adversários
dos EUA na região. As forças armadas nacionais turcas são controladas
diretamente pelo Pentágono, que disponibilizou para o país seus modernos caças
F16 em larga escala, o "detalhe" é que os aviões que tem o timbre da
bandeira turca são controlados remotamente pelo comando militar da OTAN. Sob a
promessa de vir a integrar a União Européia (mercado comum), os governos
lacaios da Turquia abdicaram a soberania nacional do país há cerca de trinta
anos, porém agora Erdogan "radicalizou" esta via quando aceitou
fomentar a derrubada de regimes que historicamente foram aliados da nação turca
contra o enclave sionista de Israel. A Turquia passou a patrocinar militarmente
a empreitada do EI contra a Síria, que de "quebra" também se
comprometeu a atacar o povo curdo, duramente reprimido pelo governo Edorgan. O
resultado da operação terrorista comandada pela CIA e monarquias árabes foi o
vertiginoso crescimento do EI, que agora ameaça territorialmente até mesmo os
lacaios da OTAN, como Erdorgan e governo fantoche do Iraque.
Com as eleições parlamentares antecipadas (marcadas para a
primeira semana de novembro), o governo Turco utilizou o atentado para impor um
controle fraudulento sobre o pleito, decretando "estado de sítio" em
algumas regiões do país onde esperava colher uma derrota acachapante. O HDP que
nas eleições passadas obteve uma excelente marca de 13% dos votos , adentrando
pela primeira vez no parlamento, esperava uma votação ainda maior nesta
conjuntura de crise do governo, além do esperado crescimento da esquerda
comunista ligada aos movimentos sociais urbanos. Com o atentado terrorista
Edorgan pretende insuflar um clima de "guerra civil" no país,
responsabilizando o PKK (que já declarou uma trégua unilateral dos combates)
pelo conflito nacional. Desta forma restringir ainda mais as parcas liberdades
de organização política e garantias democráticas que restam da república turca,
proclamada formalmente.
Desde a LBI no Brasil externamos nossa solidariedade de
classe aos companheiros do HDP, Partizan Kaldiraç, EMEP entre outras
organizações de esquerda que tiveram a vida de seus militantes ceifadas pelo
bárbaro e covarde ataque terrorista. Esperamos sinceramente que a profunda dor
da perda de valorosos combatentes antissionistas e de esquerda se galvanize na ação
revolucionária de massas para derrubar o regime assassino de Erdorgan.