PSOL LIDERA DISPUTA À PREFEITURA DE CUIABÁ: "PROCURADOR
MAURO" DEFENDE REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL E CRIMINALIZAÇÃO DO ABORTO, A
OUTRA FACE DA FRENTE DE ESQUERDA?
O PSOL está liderando todas as pesquisas na disputa pela
prefeitura de Cuiabá, seu candidato majoritário é o procurador federal Mauro
César Lara, ou simplesmente como foi registrado no TRE, “Procurador Mauro”. Na
única capital do país onde o PSOL já está praticamente assegurado no segundo
turno (a disputa em Belém não está definida), seu candidato a prefeito é um
notório reacionário fundamentalista cristão, que tenta pegar carona no forjado
prestígio midiático da famigerada "Operação Lava Jato". Até aí
nenhuma grande novidade, já que até a candidata "Trotskista" Luciana
Genro também faz coro com à ofensiva fascista da "República de
Curitiba", inclusive na defesa da supressão das garantias democráticas constitucionais,
como na plataforma das "Dez Medidas Contra a Corrupção", um
verdadeiro libelo de um novo regime autocrático. Porém o "Procurador
Mauro" avança em um programa de governo, típico da direita mais
conservadora, bem além do que sua "companheira" gaúcha de partido. O
"50" em Cuiabá pretende granjear eleitoralmente a franja mais
conservadora e abastada da cidade, "colando" sua campanha em
bandeiras reacionárias contra o "aborto e os homossexuais", além da defesa da redução da maioridade penal
como "forma de diminuição da criminalidade urbana". Respondendo a críticas
feitas pelo "pastor" Silas Malafaia a sua campanha eleitoral, o
"Procurador Mauro" respondeu da seguinte forma: "Com o objetivo
de apoiar outras candidaturas estão espalhando mentiras a meu respeito. Não é
verdade o que eles estão dizendo. O meu posicionamento pessoal é o seguinte:
sou contra modificações na legislação do aborto, sou contra legalização das
drogas, nunca defendi a troca de sexo ou a erotização de crianças. Sou católico
praticante, sou cristão, vocês me conhecem, não deixem a mentira, o pânico e o
desespero deles enganarem vocês”. Obviamente a cúpula nacional do PSOL está
plenamente consciente do "quilate" do caráter político de seu
candidato majoritário em Cuiabá, Mauro não é neófito no partido e já disputou a
prefeitura em 2012. Por meio de sua assessoria de comunicação, o
"Procurador Mauro" rebateu que haja desencontro de ideias entre a
Executiva Nacional e o diretório da capital Mato-grossense: "Para a
Executiva municipal, o PSOL possui várias correntes de pensamento e o partido é
democrático ao acolher as ideias". Questionado sobre um possível ‘puxão de
orelha’ da executiva nacional, o
"Procurador Mauro" afirmou: "Estou tranquilo quanto seu
posicionamento nesta campanha." (Folhamax, 23/09). Longe de ser um "ponto fora da curva", a grotesca candidatura do PSOL em Cuiabá reflete de
forma mais cristalina a média política geral dos postulantes do partido nestas
eleições, desde a defesa do "capitalismo sustentável" feita por
Freixo até as aberrações fundamentalistas do "Procurador Mauro" existe um fio condutor: A completa ausência
de uma estratégia genuinamente socialista e revolucionária para as massas
combaterem a ofensiva neoliberal do capitalismo em plena etapa de sua
decadência histórica. Apresentar alternativas políticas do viés mercantil de
uma Erundina como a expressão da "Frente de Esquerda Socialista",
representa uma tremendo estelionato programático contra os princípios mais
elementares do Marxismo. O PSOL e seus satélites oportunistas como o MAIS não
tem a menor autoridade política para se apropriarem do legado da esquerda e
tampouco do socialismo revolucionário, são no máximo uma caricatura liliputiana
da velha social-democracia, que em tempos de crise do capital surge para
maquiar sua exploração sobre o proletariado mundial. A tal "Frente de
Esquerda" apresentada pelo PSOL, que agrupa desde o fanático "Procurador Mauro" até a "Trotskista" Luciana Genro (agora por força da legislação órfã da Gerdau),
deve ser vigorosamente denunciada pela Esquerda Classista e Revolucionária como
"MAIS" um embuste político que sequer tem vergonha de se perfilar ao
lado de fascistas e apologistas de crimes contra a humanidade.