terça-feira, 20 de setembro de 2016


UNIFICAR AS LUTAS RUMO À GREVE GERAL CONTRA O GOLPISTA TEMER E SEUS ATAQUES NEOLIBERAIS! SUPERAR A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PT E SEUS SATÉLITES EM DEFESA DAS ELEIÇÕES COMO SAÍDA PARA A CRISE DO REGIME POLÍTICO BURGUÊS! CONSTRUIR UM GOVERNO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES!

Durante esta segunda quinzena de Setembro estão previstas duas mobilizações nacionais convocadas pelo conjunto das centrais sindicais (CUT, CTB, Força Sindical, Conlutas e a Intersindical). Trata-se de uma ampla “unidade” da burocracia sindical, o que indica não se tratar de um sério combate de classe aos ataques antioperários. Até agora o nível de organização na base para os dias 22 e 29 é bastante tímido. Lembremos que no transcuro desses “dias de luta” ocorre a greve dos bancários e outras categorias tem data base, como petroleiros, químicos e metalúrgicos. Para além das lutas corporativas e economicistas, as atividades estão sendo chamadas formalmente para enfrentar os ataques que o governo golpista do canalha Temer deseja impor ao conjunto dos trabalhadores: fim da CLT, aumento da jornada de trabalho, reforma da previdência e trabalhista, contra o PL 257, a PEC 241 e o PL 4567 e as privatizações, etc. A CUT em particular deseja fazer da manifestação um ato reivindicando os supostos ganhos na gestão burguesa da Frente Popular: “O golpe foi contra a democracia, referência de igualdade, justiça social e respeito aos direitos. Foi contra a classe trabalhadora e contra quem mais precisa de emprego decente e políticas públicas. Esse dia 22 será fundamental para acordamos quem ainda não entendeu que o golpe é contra o povo que avançou em direitos e conquistas na última década”, defendeu Vagner Freitas, presidente da Central. A conduta da CUT e da CTB na greve dos bancários, sabotando uma campanha salarial de verdade, demonstra que essas entidades não desejam radicalizar a luta contra o governo e os patrões, ainda buscam manter o pacto social imposta na época de Lula e Dilma. Nada podemos esperar do sindicalismo amarelo mafioso. Uma série de entidades (MTST, Intersindical) vão defender nos dias 22 e 29 as “Diretas Já”, usando as mobilizações das categorias como ponto de apoio para sua política que aponta o terreno eleitoral como saída “democrática” para a crise do regime político. Desta forma desviam a luta nas ruas para o terreno eleitoral onde a burguesia e suas instituições tem controle, impondo como “alternativas” a Temer o “Volta Lula” ou no máximo o apoio à futura candidatura presidencial do PSOL. Por seu turno, a Casa Branca e a Rede Globo já trabalham com a possibilidade do golpista do PMDB ser substituído futuramente pelo Bonarparte Juiz Moro ou algum nome da “República de Curitiba” que represente uma mudança estratégica no regime político, com traços cada vez mais fascistas e de recrudescimento da repressão. A denúncia contra Lula pelo MPF demonstrou esse objetivo, uma sanha fascista que o movimento de massas deve rejeitar e denunciar. Em nome da LBI e dos sindicalistas revolucionários da TRS nos opomos que as lutas deste final de Setembro tenham esse eixo político distracionista. Nosso método é preparar a Greve Geral, nossa estratégia é construir o poder dos trabalhadores, nesse caminho a luta para derrotar o governo Temer deve ser a ação direta e revolucionária, nunca uma alternativa nos marcos das apodrecidas instituições burguesas. Ao contrário, denunciamos o circo eleitoral da democracia dos ricos e empunhamos o combate por uma alternativa de poder dos trabalhadores, que passa longe de qualquer modelo de gerência da crise capitalista, seja sociademocrata ou neoliberal!

Interviremos nestas lutas com o eixo próprio “Abaixo Temer! Organizar a Greve Geral!”. Não iremos legitimar outro engodo político como o da convocação de novas “eleições gerais" ou “diretas já” pois já conhecemos muito bem o seu desfecho histórico. Estas bandeiras que ora a esquerda reformista insiste em levantar, podem ser incorporadas perfeitamente pelo próprio regime burguês no caso de um colapso prematuro do governo Temer, fragilizado e sem a menor base social. O elemento central neste amplo arco político é que desde o PT, passando pelo PCdoB, além do PSOL e do MAIS, todos os agrupamentos reformistas, socialdemocratas e revisionistas presentes uniram-se em torno de uma “saída” dentro dos marcos do regime político e do respeito à institucionalidade burguesa. No máximo chegam a defender a convocação de uma Assembleia Constituinte, como o MRT e a CST, todos em uníssono não rompem com os instrumentos legais da democracia dos ricos, desejam “radicalizá-la” ou aperfeiçoá-la sem defender uma alternativa de poder dos trabalhadores contra a ordem capitalista. Alertamos por último a todos os ativistas classistas que alguns agrupamentos da esquerda frente populista (como o PCO e afins) vem se colocado contra a defesa de novas eleições por advogarem  o retorno do governo Dilma, e não por uma estratégia revolucionária na direção de um governo revolucionário dos trabalhadores. A TRS-LBI seguirá firme na senda da construção de uma alternativa de poder revolucionário, completamente por fora das instituições apodrecidas deste regime da democracia dos ricos. A esquerda reformista, que embriagada canta loas para a democracia, quer abortar é justamente a potencialidade revolucionária das massas no embate ácido contra a direita recalcitrante. Nós da LBI não fomos convidados para a “festa” da democracia burguesa, com toda a justeza por parte de seus promotores que não admitem "penetras" comunistas... Não contem com as nossas forças para rogar ao proletariado que abra mão de seu projeto histórico, em nome de uma suposta “etapa democrática”. Derrotaremos Temer com nossa própria bandeira do socialismo! 

Da parte da TRS-LBI interviremos nos atos de 22 e 29 para alavancar a luta direta rumo a Greve Geral mas ao mesmo tempo denunciamos a política distracionista das burocracias sindicais e apontamos que é necessário organizar as mobilizações desde as bases das categorias, com assembleias e discussões nos locais de trabalho e estudo. Para romper com esse verdadeiro ciclo de derrotas é necessário superar a própria concepção economicista vulgar que domina os sindicatos, em sua esmagadora maioria completamente cooptados política e materialmente, que têm como limite de atuação as regras ditadas pelas instituições do regime, como a justiça burguesa. Faz-se necessário travar uma dura luta programática e ideológica no seio da vanguarda classista do proletariado para alterar o atual rumo das mobilizações em curso, já que estamos em pleno curso das campanhas salariais deste segundo semestre. Para começar, trata-se de lançar a consigna de unificação nacional de todas as lutas econômicas para o norte político estratégico de derrotar o governo Temer. Em segundo lugar, mas não menos importante, é preciso retomar a pauta das reivindicações históricas da classe operária, muito mais além do que alguns pontos percentuais superiores aos que nos oferece a patronal. Mas, para empreender esta verdadeira batalha central contra toda sorte de oportunistas e revisionistas de “esquerda” que dirigem o movimento de massas no Brasil, atrelando-o ao regime da democracia dos ricos, é fundamental forjar a construção de um verdadeiro embrião do partido operário revolucionário e de frações classistas nos sindicatos, com um trabalho diretamente estruturado em suas bases mais radicalizadas. Este é o principal desafio político, programático e ideológico a ser enfrentado pelos setores da vanguarda classista que buscam construir uma alternativa revolucionária de poder dos trabalhadores em nosso país, enfrentando a pressão daqueles que querem sempre disciplinar o movimento de massas sob as ordens “responsáveis e pacíficas” do grande capital.  Somente com a organização independente e de base da classe operária e seus aliados históricos poderemos derrotar a dura ofensiva neoliberal, unindo sim os todos explorados com o norte programático da revolução e do socialismo!

Há outro elemento que deve ser analisado nestas manifestações de setembro. O fato concreto é que a maioria das centrais sindicais que convocam os atos de 22 e 29 já estão negociando na mesa do golpista Temer a “mediação” das reformas trabalhista e previdenciária, uma exigência dos rentistas internacionais. Como em um “teatro” sincronizado com atores e roteiristas a burocracia sindical ensaia uma “luta unitária” para depois entregar de “bandeja” na mesa dos patrões as conquistas operárias. A TRS /LBI vem ao conjunto do movimento de massas denunciar politicamente esta farsa de unidade sindical que nem de longe se assemelha a uma frente única operária de combate e ação direta. A presença da Conlutas (PSTU) e Intersindical (PSOL) não muda em nada o caráter do engodo de colaboração de classes deste arremedo de união sindical, apenas legitimam a derrota que se avizinha no caso da inação política da vanguarda classista em preparar uma verdadeira greve geral.

Por seu turno, reforçaremos nas lutas em curso que o proletariado não deve apresentar uma “agenda democrática” para a crise capitalista, como pretendem os revisionistas do PSTU, LER/MRT, PCO assim como a Frente Popular A única saída realmente progressista diante da barbárie capitalista é por abaixo a ditadura de classe da burguesia e construir o novo Estado Operário, a falência histórica da democracia formal emoldurada pelas elites reacionárias já demonstrou para os trabalhadores que sua única alternativa é a luta pela Revolução Proletária! Aproveitaremos os dias de luta para defender que é tarefa da esquerda classista e revolucionária, assim como de todas as entidades democráticas e populares empreenderem uma jornada nacional de luta e denúncia política da farsa da Lava Jato, uma operação jurídico-político voltada a atacar o conjunto do movimento operário! Nossa militância combaterá nas ruas o embuste da Operação “Lava Jato” assim como a LBI combateu o julgamento farsa do “Mensalão” chamando neste momento a unificar na mesma pauta programática a luta contra a ofensiva neoliberal que pretende subtrair nossos direitos sociais e políticos, tarefa que deve ser combinada com a defesa incondicional de todos os militantes políticos da esquerda que se postam no campo nacional, democrático e popular. Essa conduta não significa apoio a política de colaboração de classes de Lula e do PT. O movimento operário e popular não pode estar subordinado as variantes burguesas que se postulam como alternativas de governo diante da crise estrutural do regime capitalista. A vanguarda classista do proletariado deve começar a debater e organizar sua própria alternativa de poder em oposição frontal ao bonapartismo que surge para ocupar o espaço vazio da falência política da Frente Popular. O PT já demonstrou que não tem nenhum interesse em derrocar o governo golpista de Temer, quando muito acena com a proposta de antecipação de novas eleições, um verdadeiro "presente de natal" para os planos nefastos de Moro e sua famigerada Lava Jato. Somente o combate ideológico por um poder revolucionário, produto da luta direta do proletariado e não das viciadas eleições burguesas, poderá apontar um norte socialista para a catástrofe em curso do regime capitalista, construindo um autêntico Governo Revolucionário dos Trabalhadores!