terça-feira, 27 de setembro de 2016

DERROTAR A OPERAÇÃO DESMONTE DA GREVE DOS BANCÁRIOS: CONTRA OS BANQUEIROS E O GOVERNO GOLPISTA TEMER RADICALIZAR E FORTALECER A PARALISAÇÃO PELA BASE SEM QUALQUER CONFIANÇA NA BUROCRACIA SINDICAL DA CUT/CTB!


Diante de uma greve passiva, ordeira e obediente à justiça patronal, os banqueiros e o governo golpista Temer endurecem na sua intransigência e, somente após três semanas reabrem nova negociação. A última proposta, apresentada dia 9 de setembro, foi de 7% de reajuste nos salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3mil. É uma verdadeira piada de mal gosto, tendo em vista que o lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) está em torno de R$ 30 bilhões só no 1º.semestre de 2016. Não há muito o que esperar quando a greve se mantém em compasso de espera de uma negociação faz-de-conta, impulsionada por uma camarilha sindical que já traiu os bancários em diversas campanhas salariais. Não queremos esmolas nem migalhas! Queremos respeito às nossas reivindicações. A expressão da insatisfação e desconfiança da base em suas direções traidoras da CUT-CTB revela-se muitas vezes na ausência dos grevistas nas assembleias, nos piquetes, e também no aumento dos fura-greves nos bancos públicos que batem o ponto, mas não abrem a agência ao público, atendendo de forma seletiva etc. Como os bancários em luta não se sentem representados por suas direções traidoras, acabam se comportando de forma contraditória. Por isso, temos uma greve com forte adesão, mas pouca participação dos bancários, característica da chamada “greve de pijama” e até mesmo “assembleias de pijamas”. Também, cumprindo o “script” dos outros anos, esse tipo de greve ordeira e comportada, controlada pela burocracia sindical da CUT-CTB, não afeta significativamente o lucro dos banqueiros já que o serviço de compensação e as operações bancárias não sofreram descontinuidade pelo uso de canais de atendimento como a internet, o autoatendimento, os correspondentes bancários e as próprias agências com o atendimento seletivo dos gerentes e fura-greves, particularmente à cliente de alta renda. Estamos, portanto, diante de um impasse na greve. Todo ativista da categoria sabe que uma greve é sempre uma operação de combate com o objetivo de obrigar nosso adversário a ceder. Desse ponto de vista da luta de classes, é preciso, portanto, que os bancários em luta tomem para si os rumos da campanha salarial, isto é, passem por cima de suas direções. Dessa forma, precisamos radicalizar a greve, fortalecendo a presença dos bancários nas assembleias e nos piquetes, não meramente de convencimento, mas como um instrumento de autodefesa para barrar a entrada dos fura-greves. Deve-se fechar os autoatendimentos das agências, eleger um comando de base, incorporando os delegados sindicais, realizar atos e manifestações conjuntas com outras categorias em luta como correios,petroleiros, professores, metalúrgicos como parte da luta comum para derrotar a ofensiva do regime contra a classe trabalhadora. Enfim, tudo o que ainda não foi realizado por causa da política de colaboração de classes das direções sindicais.Além disso, é preciso garantir a greve unitária da categoria em oposição ao corporativismo reacionário que divide os trabalhadores por banco, em nome de especificidades que, embora reais, devem em época de campanha salarial estar subordinadas àquilo que nos une primeiramente: reajuste e reposição salarial, pisos dignos, fim das demissões, estabilidade, fim do assédio moral, isonomia, etc. Não é a toa que as mesas específicas do BB, CEF, BASA, BNB ainda nada ofereceram, mas só o farão quando o próximo índice da Fenaban for costurado como proposta final e “possível”. Greve até a vitória!