DERROTAR A OPERAÇÃO DESMONTE DA GREVE DOS BANCÁRIOS: CONTRA
OS BANQUEIROS E O GOVERNO GOLPISTA TEMER RADICALIZAR E FORTALECER A PARALISAÇÃO PELA
BASE SEM QUALQUER CONFIANÇA NA BUROCRACIA SINDICAL DA CUT/CTB!
Diante de uma greve passiva, ordeira e obediente à justiça
patronal, os banqueiros e o governo golpista Temer endurecem na sua
intransigência e, somente após três semanas reabrem nova negociação. A última
proposta, apresentada dia 9 de setembro, foi de 7% de reajuste nos
salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$
3,3mil. É uma verdadeira piada de mal gosto, tendo em vista que o lucro dos
cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) está
em torno de R$ 30 bilhões só no 1º.semestre de 2016. Não há muito o que esperar
quando a greve se mantém em compasso de espera de uma negociação faz-de-conta,
impulsionada por uma camarilha sindical que já traiu os bancários em diversas
campanhas salariais. Não queremos esmolas nem migalhas! Queremos respeito às
nossas reivindicações. A expressão da insatisfação e desconfiança da base em
suas direções traidoras da CUT-CTB revela-se muitas vezes na ausência dos
grevistas nas assembleias, nos piquetes, e também no aumento dos fura-greves
nos bancos públicos que batem o ponto, mas não abrem a agência ao público,
atendendo de forma seletiva etc. Como os bancários em luta não se sentem
representados por suas direções traidoras, acabam se comportando de forma
contraditória. Por isso, temos uma greve com forte adesão, mas pouca
participação dos bancários, característica da chamada “greve de pijama” e até
mesmo “assembleias de pijamas”. Também, cumprindo o “script” dos outros anos,
esse tipo de greve ordeira e comportada, controlada pela burocracia sindical da
CUT-CTB, não afeta significativamente o lucro dos banqueiros já que o serviço
de compensação e as operações bancárias não sofreram descontinuidade pelo uso
de canais de atendimento como a internet, o autoatendimento, os correspondentes
bancários e as próprias agências com o atendimento seletivo dos gerentes e
fura-greves, particularmente à cliente de alta renda. Estamos, portanto, diante
de um impasse na greve. Todo ativista da categoria sabe que uma greve é sempre uma
operação de combate com o objetivo de obrigar nosso adversário a ceder. Desse
ponto de vista da luta de classes, é preciso, portanto, que os bancários em
luta tomem para si os rumos da campanha salarial, isto é, passem por cima de
suas direções. Dessa forma, precisamos radicalizar a greve, fortalecendo a
presença dos bancários nas assembleias e nos piquetes, não meramente de
convencimento, mas como um instrumento de autodefesa para barrar a entrada dos
fura-greves. Deve-se fechar os autoatendimentos das agências, eleger um comando
de base, incorporando os delegados sindicais, realizar atos e manifestações
conjuntas com outras categorias em luta como correios,petroleiros, professores,
metalúrgicos como parte da luta comum para derrotar a ofensiva do regime contra
a classe trabalhadora. Enfim, tudo o que ainda não foi realizado por causa da
política de colaboração de classes das direções sindicais.Além disso, é preciso
garantir a greve unitária da categoria em oposição ao corporativismo
reacionário que divide os trabalhadores por banco, em nome de especificidades
que, embora reais, devem em época de campanha salarial estar subordinadas
àquilo que nos une primeiramente: reajuste e reposição salarial, pisos dignos,
fim das demissões, estabilidade, fim do assédio moral, isonomia, etc. Não é a
toa que as mesas específicas do BB, CEF, BASA, BNB ainda nada ofereceram, mas
só o farão quando o próximo índice da Fenaban for costurado como proposta final
e “possível”. Greve até a vitória!