BANCÁRIOS: UNIFICAR AS LUTAS E AS CAMPANHAS SALARIAIS EM CURSO RUMO A
CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL PARA POR ABAIXO O GOVERNO GOLPISTA TEMER!
O ato final do Golpe Institucional contra o governo Dilma
foi desferido neste 31 de Agosto. O Senado aprovou o impeachment da Presidente
da República, por 61 votos a 20, mas manteve os direitos políticos de Dilma, ou
seja, ela pode se candidatar já nas eleições de 2018, demonstrando que setores
da burguesia desejam manter um "canal aberto" com Dilma que se
mostrou fiel defensora do chamado "regime da democracia dos ricos". Estamos diante de uma guerra fratricida no campo de nossos
inimigos de classe, onde o palco da "batalha" são as instituições
podres do regime da democracia dos ricos. Getúlio e Jango (ambos governos
nacionalistas burgueses) sofreram um golpe de estado porque contrariaram
minimamente interesses do imperialismo e das oligarquias. Já Dilma, que adotou
uma plataforma neoliberal e se aliou ao esgoto da política burguesa nacional,
sofre um golpe institucional de seus “fiéis” aliados.É absolutamente correto afirmar que Dilma não representa
nenhum "projeto dos trabalhadores”. Todavia a tarefa histórica de superar
e ultrapassar a política de colaboração de classes do governo da Frente Popular
deve ser resolvido pela ação independente do movimento de massas com um norte
progressista e classista e jamais "somando forças" com a direita
pró-imperialista.Nosso palco de luta é nas ruas e não no interior das podres
instituições do regime. Cabe aos trabalhadores participarem dos atos pelo “Fora
Temer” com um programa de luta que denuncie essa transição acordada, para
derrotar os golpistas nas ruas sem ficar refém do programa de colaboração de
classes da Frente Popular, nem das alternativas democratizantes e
institucionais da esquerda reformista, como “eleições gerais” (PSTU, MAIS, MES)
versus “Assembleia Constituinte” (CST, MRT, PCO) ou mesmo do “Plebiscito por
Diretas já” (Dilma, PCdoB, Insurgência). Embora todas maquiadas com o “Fora
Temer” são desprovidas de qualquer conteúdo de classe e se inserem nas
tentativas de salvaguardar o regime da democracia dos ricos em plena decadência
histórica. Agora que o canalha Temer passa a governar definitivamente o
país pelos próximos dois anos, é preciso que militância classista e de esquerda
organize através das lutas, greves e da ação direta dos explorados a
resistência aos duros ataques neoliberais que serão desferidos pelo golpista do
PMDB. Organizar a greve geral contra as reformas será nosso primeiro desafio,
passando por cima da burocracia sindical e suas "encenações" de
mobilização. Como por exemplo o chamado à preparação da greve geral, tão
alardeada pela CUT, caso se consumasse o golpe institucional contra o governo
Dilma, que não aconteceu, revelando-se ser mais uma manobra distracionista. Na trilha de combate proletário a denúncia radical deste
regime da democracia dos ricos e seu circo eleitoral será um ingrediente
fundamental para elevar a consciência de classe, retrasada em décadas pela
"febre" cretina e eleitoralista da Frente Popular. Nesse sentido, as campanhas salariais do segundo semestre
como a dos bancários prometem ser muito difíceis, diante da conjuntura política
e econômica do Brasil. Os banqueiros utilizam-se da crise e desse processo de
transição do governo para endurecerem nas negociações; os trabalhadores, por
sua vez, encontram-se paralisados pelo conjunto de suas direções chapa-branca
(CUT/CTB) e pelas reformistas da chamada “oposição de esquerda” que são
incapazes de apresentar uma alternativa independente e classista ao domínio do
capital porque estão completamente domesticadas à institucionalidade do regime,
alimentando ilusões numa suposta “moralização ética” da gestão patronal do
Estado e do Parlamento. Buscam apenas desgastar o governo e a Frente Popular
para canalizar a insatisfação e disposição de luta dos trabalhadores para o
terreno eleitoral, seja para assumir a direção dos aparatos sindicais seja para
gerir o Estado capitalista e suas instituições. Enquanto a crise econômica
capitalista se agrava gerando demissões e desemprego em massa, as entidades
sindicais burocratizadas (CUT, CTB, FS ...) só falam em "negociar e
pressionar" o governo com seu tradicional lobby parlamentar. Na campanha salarial dos bancários não é diferente. Não é à
toa que na negociação do dia 29/08, a Fenaban, em resposta a esse índice
rebaixado da Contraf (14,78%, referente a inflação do período mais 5% de
“aumento real”), propôs um miserável reajuste de apenas 6,5% no salário, na PLR
e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta
sequer cobre a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano, o
que representa uma perda salarial de 2,8%. Essa provocação dos banqueiros
contrasta com a enorme lucratividade do setor financeiro que bate recordes a
cada semestre, graças as altas taxas de juros, incrementado pela rotatividade e
demissões, assédio moral, terceirização, aumento de correspondentes bancários,
extrapolação da jornada de trabalho, privatizações, cobrança de altas tarifas
contra a população, etc. O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco,
Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$
29,7 bilhões.
NÃO À FARSA DA MESA ÚNICA DA FENABAN! NENHUMA DIVISÃO POR
BANCO! ASSEMBLÉIAS UNITÁRIAS!
A cada campanha, a burocracia governista tenta distanciar-se
ainda mais do controle da base sobre suas ações e os rumos da mobilização.
Pretendem disciplinar a vanguarda combativa dos bancos públicos que, tendo
perdas salariais e a capacidade de mobilização e organização maiores que os
privados, são sistematicamente engessados pela mesa “única” da Fenaban, além de
serem obrigados a aceitar o índice proposto pelos banqueiros, que acaba
tornando-se o teto (rebaixado) de reajuste para os bancos públicos. O resultado
é que nas campanhas passadas os bancos públicos faziam greve para pressionar os
banqueiros privados, enquanto o governo Dilma, patrão do setor público, tinha
sua conta faturada mais barata pela Fenaban e seus “ministros sindicais”, e
ainda, definia uma política salarial diferenciada para cada banco (BB, CEF,
BNB, BASA). E a história não pode se repetir.
Não podemos em nome da frustração e justa desconfiança da
base dos bancos federais, engessada pela farsa da estratégia da “mesa única”,
cair noutro engodo que são as mesas específicas por banco, mera tática de
enrolação. Nesse sentido, como forma de libertar o setor público da
camisa-de-força que lhe impõe os governistas, nós do Movimento de Oposição
Bancária (MOB), não abrimos mão da luta política para impor pela base a “Mesa
Única dos Bancos Públicos”.
A única saída para tornar a campanha salarial vitoriosa é
preparar desde já a greve unificada da categoria, rompendo com a política de
conciliação de classes da burocracia governista e reconstruindo nossa
capacidade de luta, a partir de uma intervenção independente da base que
resgate a mais ampla democracia operária, reivindicando comandos eleitos na
base, assembleias unificadas e intercategorias. Por isto, o MOVIMENTO DE
OPOSIÇÃO BANCÁRIO (MOB) convoca todos os bancários e ativistas classistas da
categoria a fortalecer a oposição durante nossa mobilização e na greve atuar
para superar a política de paralisia e desmobilização das direções sindicais
governistas!