sexta-feira, 2 de setembro de 2016

BANCÁRIOS: UNIFICAR AS LUTAS E AS CAMPANHAS SALARIAIS EM CURSO RUMO A CONSTRUÇÃO DA GREVE GERAL PARA POR ABAIXO O GOVERNO GOLPISTA TEMER!


O ato final do Golpe Institucional contra o governo Dilma foi desferido neste 31 de Agosto. O Senado aprovou o impeachment da Presidente da República, por 61 votos a 20, mas manteve os direitos políticos de Dilma, ou seja, ela pode se candidatar já nas eleições de 2018, demonstrando que setores da burguesia desejam manter um "canal aberto" com Dilma que se mostrou fiel defensora do chamado "regime da democracia dos ricos". Estamos diante de uma guerra fratricida no campo de nossos inimigos de classe, onde o palco da "batalha" são as instituições podres do regime da democracia dos ricos. Getúlio e Jango (ambos governos nacionalistas burgueses) sofreram um golpe de estado porque contrariaram minimamente interesses do imperialismo e das oligarquias. Já Dilma, que adotou uma plataforma neoliberal e se aliou ao esgoto da política burguesa nacional, sofre um golpe institucional de seus “fiéis” aliados.É absolutamente correto afirmar que Dilma não representa nenhum "projeto dos trabalhadores”. Todavia a tarefa histórica de superar e ultrapassar a política de colaboração de classes do governo da Frente Popular deve ser resolvido pela ação independente do movimento de massas com um norte progressista e classista e jamais "somando forças" com a direita pró-imperialista.Nosso palco de luta é nas ruas e não no interior das podres instituições do regime. Cabe aos trabalhadores participarem dos atos pelo “Fora Temer” com um programa de luta que denuncie essa transição acordada, para derrotar os golpistas nas ruas sem ficar refém do programa de colaboração de classes da Frente Popular, nem das alternativas democratizantes e institucionais da esquerda reformista, como “eleições gerais” (PSTU, MAIS, MES) versus “Assembleia Constituinte” (CST, MRT, PCO) ou mesmo do “Plebiscito por Diretas já” (Dilma, PCdoB, Insurgência). Embora todas maquiadas com o “Fora Temer” são desprovidas de qualquer conteúdo de classe e se inserem nas tentativas de salvaguardar o regime da democracia dos ricos em plena decadência histórica. Agora que o canalha Temer passa a governar definitivamente o país pelos próximos dois anos, é preciso que militância classista e de esquerda organize através das lutas, greves e da ação direta dos explorados a resistência aos duros ataques neoliberais que serão desferidos pelo golpista do PMDB. Organizar a greve geral contra as reformas será nosso primeiro desafio, passando por cima da burocracia sindical e suas "encenações" de mobilização. Como por exemplo o chamado à preparação da greve geral, tão alardeada pela CUT, caso se consumasse o golpe institucional contra o governo Dilma, que não aconteceu, revelando-se ser mais uma manobra distracionista. Na trilha de combate proletário a denúncia radical deste regime da democracia dos ricos e seu circo eleitoral será um ingrediente fundamental para elevar a consciência de classe, retrasada em décadas pela "febre" cretina e eleitoralista da Frente Popular. Nesse sentido, as campanhas salariais do segundo semestre como a dos bancários prometem ser muito difíceis, diante da conjuntura política e econômica do Brasil. Os banqueiros utilizam-se da crise e desse processo de transição do governo para endurecerem nas negociações; os trabalhadores, por sua vez, encontram-se paralisados pelo conjunto de suas direções chapa-branca (CUT/CTB) e pelas reformistas da chamada “oposição de esquerda” que são incapazes de apresentar uma alternativa independente e classista ao domínio do capital porque estão completamente domesticadas à institucionalidade do regime, alimentando ilusões numa suposta “moralização ética” da gestão patronal do Estado e do Parlamento. Buscam apenas desgastar o governo e a Frente Popular para canalizar a insatisfação e disposição de luta dos trabalhadores para o terreno eleitoral, seja para assumir a direção dos aparatos sindicais seja para gerir o Estado capitalista e suas instituições. Enquanto a crise econômica capitalista se agrava gerando demissões e desemprego em massa, as entidades sindicais burocratizadas (CUT, CTB, FS ...) só falam em "negociar e pressionar" o governo com seu tradicional lobby parlamentar. Na campanha salarial dos bancários não é diferente. Não é à toa que na negociação do dia 29/08, a Fenaban, em resposta a esse índice rebaixado da Contraf (14,78%, referente a inflação do período mais 5% de “aumento real”), propôs um miserável reajuste de apenas 6,5% no salário, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta sequer cobre a inflação do período, projetada em 9,57% para agosto deste ano, o que representa uma perda salarial de 2,8%. Essa provocação dos banqueiros contrasta com a enorme lucratividade do setor financeiro que bate recordes a cada semestre, graças as altas taxas de juros, incrementado pela rotatividade e demissões, assédio moral, terceirização, aumento de correspondentes bancários, extrapolação da jornada de trabalho, privatizações, cobrança de altas tarifas contra a população, etc. O lucro dos cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) no primeiro semestre de 2016 chegou a R$ 29,7 bilhões.

NÃO À FARSA DA MESA ÚNICA DA FENABAN! NENHUMA DIVISÃO POR BANCO! ASSEMBLÉIAS UNITÁRIAS!

A cada campanha, a burocracia governista tenta distanciar-se ainda mais do controle da base sobre suas ações e os rumos da mobilização. Pretendem disciplinar a vanguarda combativa dos bancos públicos que, tendo perdas salariais e a capacidade de mobilização e organização maiores que os privados, são sistematicamente engessados pela mesa “única” da Fenaban, além de serem obrigados a aceitar o índice proposto pelos banqueiros, que acaba tornando-se o teto (rebaixado) de reajuste para os bancos públicos. O resultado é que nas campanhas passadas os bancos públicos faziam greve para pressionar os banqueiros privados, enquanto o governo Dilma, patrão do setor público, tinha sua conta faturada mais barata pela Fenaban e seus “ministros sindicais”, e ainda, definia uma política salarial diferenciada para cada banco (BB, CEF, BNB, BASA). E a história não pode se repetir.

Não podemos em nome da frustração e justa desconfiança da base dos bancos federais, engessada pela farsa da estratégia da “mesa única”, cair noutro engodo que são as mesas específicas por banco, mera tática de enrolação. Nesse sentido, como forma de libertar o setor público da camisa-de-força que lhe impõe os governistas, nós do Movimento de Oposição Bancária (MOB), não abrimos mão da luta política para impor pela base a “Mesa Única dos Bancos Públicos”.

A única saída para tornar a campanha salarial vitoriosa é preparar desde já a greve unificada da categoria, rompendo com a política de conciliação de classes da burocracia governista e reconstruindo nossa capacidade de luta, a partir de uma intervenção independente da base que resgate a mais ampla democracia operária, reivindicando comandos eleitos na base, assembleias unificadas e intercategorias. Por isto, o MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIO (MOB) convoca todos os bancários e ativistas classistas da categoria a fortalecer a oposição durante nossa mobilização e na greve atuar para superar a política de paralisia e desmobilização das direções sindicais governistas!