quinta-feira, 15 de setembro de 2016

COLETIVA DE LULA NA SEDE DO PT: "OS EMPRESÁRIOS E BANCOS NUNCA GANHARAM TANTO DINHEIRO COMO NO MEU GOVERNO, NÃO SEI POR QUE NÃO GOSTAM DE MIM"


Parece que Lula e a direção nacional do PT ainda não entenderam muito bem o que está se passando no país. O ex-presidente da república insiste em convencer as forças políticas da reação e da direita institucional que realizou o "melhor governo da história do Brasil" e por esta razão deve ser anistiado da ofensiva golpista em pleno curso ascendente. Com um discurso emocionado, reivindicando o acesso dos pobres ao mercado de consumo e a "bancarizacão" de 70 milhões de brasileiros, Lula pensa demover a famigerada Lava Jato de sua sanha fascista em prendê-lo e criminalizar o PT, além do conjunto dos movimentos sociais. Lula afirmou que o Brasil cresceu economicamente e ganhou respeito internacional nas gestões da Frente Popular, mas pouco falou da subordinação do país aos interesses dos rentistas do cassino financeiro de Wall Street. Disse ainda que tinha orgulho dos políticos que tinham que se submeter ao voto a cada quatro anos e de suas alianças com as oligarquias burguesas mais reacionárias para manter a "governabilidade de coalizão". Porém o mais importante não foi dito e tampouco convocado o movimento de massas: Derrotar a ofensiva golpista que neste momento se apoia fundamentalmente no prestígio da "Operação Lava Jato", obtido com todo o suporte da mídia corporativa deste país. A equipe do justiceiro Moro tem sido poupada e até mesmo prestigiada desde o primeiro governo da presidenta Dilma, atuam acima da própria Constituição e agora já sonham em comandar diretamente o regime vigente, nacionalizando a malfadada "República de Curitiba". A estratégia adotada pela cúpula do PT consiste em chamar a solidariedade da burguesia nacional contra a caçada humana a Lula promovida pela Lava Jato, acontece que a classe dominante compreende que o ciclo histórico do "neodesenvolvimento" lulista está encerrado. Por isso mesmo não é conveniente e oportuno arriscar a possibilidade de Lula chegar novamente ao Planalto em 2018, a função de Moro e sua anturragem judiciária é exatamente esta. Porém a Lava Jato, como literalmente definiu o Procurador Geral Janot: "é bem maior do que todos nós", ou seja, trata-se de um operativo montado desde a Casa  Branca, com a mirada voltada na reordenação da economia brasileira. Não pode haver pedido de clemência, por mais emocionado da parte de Lula, que faça recuar a tática de Moro em desmoralizar o PT pelas fartas "comissões" recebidas por todos os dirigentes do partido. É fato inconteste que o próprio Lula e as lideranças da Frente Popular se beneficiaram pessoal e politicamente com as "comissões" pagas pelos grandes grupos econômicos em função de cada transação comercial realizada com o estado capitalista, mas não é por este motivo que estão sendo processados e presos. Não existe um único gestor estatal desta república, desde Deodoro até o atual golpista Temer, que não tenha recebido as "comissões", conhecidas popularmente com a alcunha de "propinas". A república do "propinoduto", como afirmou o protofascista Dallagnol não foi criada pelo PT no governo Lula, o grande "crime" das gerências estatais da Frente Popular talvez tenha sido o de "baixar e democratizar" os valores recebidos de cada comissão, e isto parece ter perturbado a elite dominante. As "comissões" são um produto inerente ao modo de produção capitalista, para acabá-las somente instaurando um outro regime econômico, o socialismo, e isto hoje Lula foi bastante sincero ao afirmar que nunca em seu governo pretendeu "abraçar"  a expropriação do capital. O fato de reconhecermos, como Marxistas, que Lula também recebeu " comissões", não outorga nenhuma legitimidade ou mesmo legalidade nas ações do Ministério Público, afinal deveriam começar pelas "comissões " bem mais robustas como as da Privataria Tucana. O Estado capitalista e suas instituições fraudulentas (STF, MPF, etc...) não podem ter a menor autoridade histórica para criminalizar os setores nacionalistas de esquerda da burguesia, como o PT ou na sua época o Brizolismo, repetimos mais uma vez trata-se de uma farsa, somente os próprios trabalhadores no curso da revolução proletária terão a missão de estabelecer seus próprios organismos de poder para construir sua justiça classista. A intervenção pública de Lula foi brilhante do ponto de vista político da demagogia eleitoral, porém inócua do ângulo de convocar a resistência direta das massas para defenestrar a ofensiva fascista que aponta na perspectiva de eliminar as conquistas sociais e democráticas da classe operária.