quinta-feira, 15 de setembro de 2016

PROCURADORES DA LAVA JATO DENUNCIAM LULA PARA NA SEQUÊNCIA MORO ORDENAR SUA PRISÃO...ESTÃO EM CURSO OS PASSOS FUNDAMENTAIS PARA A GESTAÇÃO DO REGIME BONARPATISTA NO BRASIL


A chamada “força tarefa” da Operação Lava Jato, sob o comando do procurador Deltan Dallagnol, acaba de denunciar formalmente Lula como “comandante máximo do esquema de corrupção que assaltou o Estado brasileiro”. Como caracterizamos, passado o impeachment de Dilma, a “República de Curitiba” iria se voltar diretamente contra Lula, visando sua prisão. É um lance arriscado mas pelo visto a chamada “nova casta pura” está mesmo disposta a impedir que Lula seja candidato em 2018 ou mesmo uma opção da burguesia no caso de eleições antecipadas. Com métodos jurídicos típicos do fascismo pavimentam o caminho para um regime bonapartista em nosso país, a ser comandado por um de seus iluminados, ligados as igrejas pentecostais ou treinados pelo Departamento de estado ianque. Todos os elementos para a denuncia são requentados, patéticos e totalmente secundários, tanto que Dallagnol declarou “Não temos como provar. Mas temos convicção”. O que chama a atenção é que o procurador apontou um regime de “propinocracia” se referindo ao método criado por Lula e o PT para se manterem a frente do governo central por 13 anos, via a cobrança de comissões das estatais, um método sabidamente utilizado desde o nascimento da República. Não resta há menor dúvida que o conjunto do PT e seu arco de sustentação política reproduziu o velho “metiê” da cobrança de "comissões" (propinas como a mídia corporativa gosta de chamar) em cada operação comercial praticada pelo estado burguês. Entretanto caracterizamos as prisões e fustigamentos jurídicos da Lava Jato voltadas exclusivamente a eliminar do mapa nacional a influência política do PT. Não por acaso o centro estratégico da Lava Jato é exaurir a Petrobras e as empreiteiras brasileiras que estabelecem parceria com a estatal. Não somos ingênuos e denunciamos os interesses diretos das transnacionais imperialistas na quebra das reservas nacionais, "legitimadas" agora pela desmoralização midiática das estatais e de grandes empresas brasileiras. Em resumo, as acusações visam criminalizar o PT, prender Lula e incrementar a ofensiva contra as liberdades democráticas em nosso país.  A Lava Jato tem um objetivo determinado de criminalizar as lideranças de esquerda, particularmente o PT, impulsionando uma histeria reacionária no país que já provocou o impeachment de Dilma. Sem avalizar por um só momento a política desastrosa do PT, o movimento de massas deve ganhar as ruas para combater a escalada da direita e do fascismo, que mais cedo do que tarde se voltará contra o conjunto da vanguarda operária em nosso país. Entendemos que a defesa política, e não meramente jurídica, de Vaccari, Dirceu, e agora de Lula, se mantém necessária diante da ofensiva direitista contra o conjunto da esquerda e os movimentos sociais. Nós da LBI não nutrimos nenhuma afinidade programática ou política com Lula e outros dirigentes do conjunto da Frente Popular que promoveu ataques aos direitos e conquistas dos trabalhadores à serviço do capital financeiro. Entretanto os Bolcheviques sabemos muito bem distinguir o fascismo da Frente Popular, o primeiro embrulhado no discurso da moralização e ética da coisa pública e o segundo atolado e refém da sua própria política de colaboração de classes. A defesa política de Lula é um ato de enfrentamento com a brutal ofensiva ideológica da direita e não pode ser confundido com o apoio ou solidariedade ao programa burguês da colaboração de classes levado a cabo pelo PT. Cúmplices diretos da “Lava Jato” PSTU, a CST e o MES (correntes internas do PSOL) apostam no prestígio midiático do fascista Moro para tentarem obter algum dividendo eleitoral na velha “caça às bruxas” da direita tupiniquim. Nesta conjuntura de ofensiva reacionária em toda a linha, a tarefa dos Leninistas é denunciar vigorosamente a denuncia do MPF contra Lula assim como a estratégia de colaboração de classes que levou o PT a completa subserviência diante da burguesia mesmo quando seus quadros históricos são perseguidos e presos, tendo o encarceramento de Lula no horizonte próximo como parte da sanha reacionária em curso no país. É necessário defender publicamente nas ruas e nas lutas as lideranças perseguidas do PT contra a trama da direita reacionária que deseja entregar a economia nacional ao completo domínio dos monopólios imperialistas. Esta tarefa necessariamente precisa estar combinada com o chamado à mobilização direta dos trabalhadores contra o ajuste neoliberal que antes era levado a cabo por Dilma e agora está sendo aprofundado por seu vice golpista, o rato Temer. Por fim alertamos que na população desorganizada o ódio concentrado a corrupção estatal generalizada não será capitalizado pela esquerda revolucionária, estas camadas sociais ainda estão muito longe de compreender que somente a revolução socialista poderá eliminar o sistema de acúmulo patrimonialista dos políticos no regime burguês. Um cenário fértil para o surgimento de novos "salvadores da pátria", como Moro ou Deltan Dallagnol, candidatos a Bonaparte em nosso país. Como já dissemos anteriormente, o impeachment de Dilma, colocando no Planalto um governo Temer/Tucano passa bem longe de qualquer planejamento mais “sério” da burguesia nacional, é apenas uma frágil medida temporária que a classe dominante foi forçada a aceitar contra a Frente Popular, mas já o está desgastando porque é formado por setores lúmpens-burgueses. O grau de desmoralização da gestão golpista em curso tende a colocar o país em uma etapa de profunda instabilidade institucional. A alternativa que melhor se coaduna para um futuro próximo para preservar os interesses do capital seria a convocação de uma nova eleição, empossando um outro governo, em uma composição de forças políticas não identificadas com as velhas estruturas tradicionais do establishment. Neste cenário emerge a figura de um Bonaparte, que venha para livrar o país da “sujeira da corrupção”, tendo coragem suficiente para colocar na cadeia grandes burgueses nacionais. É óbvio que todo este embuste, que nasceu com a justificativa de “limpar a Petrobras” tem como pano de fundo a quebra das principais empresas capitalistas que ainda detém maioria de controle acionário nacional, como as empreiteiras e a própria Petrobras. Por esta razão o motor que alimentou a destituição de Dilma não foram as fictícias “pedaladas fiscais” e sim a famigerada “Lava Jato” e suas “revelações” produzidas nos estúdios da Rede Globo de modo a entronar o bonaparte Moro. Desgraçadamente as forças da esquerda (PSTU, PSOL e até o PT) não percebem o que está em curso no país e majoritariamente chancelam as bases programáticas da Lava Jato (mais além de críticas pontuais aos seus “exageros”), desta forma pavimentam politicamente o caminho para o surgimento do neobanapartismo no Brasil, este sim um viés muito mais nocivo aos interesses históricos dos trabalhadores do que o Golpe Institucional ou a permanência do governo Dilma. Como nos definiu brilhantemente o velho Marx, o bonapartismo emerge no impasse das classes dominantes, uma espécie de empate na correlação de forças sociais, catapultando um governo “acima” da disputa entre as frações burguesas. Em nosso caso concreto o bonapartismo “Moriano” terá a “missão” de eliminar todas as barreiras legais para a penetração do capital internacional nos negócios e obras públicas do Estado Nacional, serão eliminadas todas as reservas de mercado para a atuação das transnacionais no país. Quanto as reformas previdenciárias e trabalhistas que já tramitam no Congresso deverá se manter a mesma linha fiscal definida pelo governo golpista de Temer, caso este não tenha mais tempo de concluir seu projeto neoliberal. Como feras que provaram o gosto de sangue na boca, a matilha do justiceiro não irá recuar, exigem a rendição total da Frente Popular, que agora inclui a denúncia do MPF contra Lula e sua futura prisão. Nesta conjuntura de aguda crise, o bando bonapartista com o apoio da Rede Globo deve avançar rumo ao Planalto. Esta opção “Moro” das classes dominantes mais vinculadas ao imperialismo ianque vem sendo pacientemente costurada desde a gênese da Lava Jato. Para alcançar esse objetivo escolheram primeiro prender Lula. Cabe ao movimento de massas resistir a essa ofensiva. A LBI compreende que só há uma maneira de barrar a escalada fascista chefiada por Moro e seus "compadres" da Famiglia Marinho que alimentaram as manifestações reacionárias contra o PT e o conjunto da esquerda: colocar a classe operária em movimento, apoiando por exemplo a mobilização metalúrgica do dia 29 e a paralisação nacional dos professores em 22 de setembro rumo a construção de uma Greve Geral, para forjar as condições de luta direta para colocar abaixo Temer e implodir os planos bonapartistas da burguesia pró-imperialista!