CUNHA CASSADO: O BANDIDO DO PMDB AGORA NEGOCIA SUA
IMPUNIDADE COM O JUSTICEIRO MORO E O GOLPISTA TEMER
Um dos chefes nacionais da quadrilha do PMDB, Eduardo Cunha,
foi finamente "apartado" de seus pares da Câmara Federal,
instituição a qual tinha sido escolhido para presidir em fevereiro de 2015. A
eleição de Cunha para a comandar a Casa foi precedida de um desentendimento no
interior da cúpula do PT, Lula defendia que o partido deveria seguir o acordo de
chancelar o nome do pemedebista carioca ligado ao grupo mafioso do
ex-governador Cabral, afinal Pezão e seu
chefe tinham se mantido no apoio à reeleição de Dilma em 2014. Já a presidenta
Dilma se manteve reticente a orientação de Lula, indicando de última hora o
nome do deputado Chinaglia para disputar o controle da Câmara, o impasse
petista facilitou em muito uma folgada vitória de Cunha. No comando da "Casa
dos picaretas", Cunha começou a complicar a vida de Dilma porém deu livre
trâmite ao seu draconiano ajuste fiscal, além de colocar em votação (de comum
acordo com a base aliada) o PL4330 da terceirização "ampla e
irrestrita". Mas Cunha também "facilitou" a aprovação de uma série de reajustes
salariais a determinados setores do funcionalismo federal, o que provocou a ira
da equipe econômica palaciana "qualificando" as medidas como uma
"pauta bomba". No bojo da ofensiva reacionária contra direitos e
conquistas sociais Cunha e Dilma estiveram juntos em vários momentos, em outros
separados como na proposta de redução da maioridade penal e questões de gênero,
onde o falso "pastor" representava a bancada fascista do BBB. Com
Temer e Padilha, Cunha traçou uma estratégia de chantagem pesada ao governo
Dilma, mas o PT já tinha chegado ao limite das concessões diante da quadrilha
pemedebista e resolveu romper o "acordo", apoiou a representação
contra o presidente da Câmara no conselho de ética e na sequência exonerou dos
cargos de confiança do segundo e terceiro escalões as indicações do "PMDB
do C". Assegurado os votos para o impeachment, coube ao STF a tarefa de
iniciar a "higienização" do golpe, em uma decisão absolutamente
inconstitucional afastou um deputado federal de suas funções parlamentares sem o
devido crivo do plenário da Câmara, em contrapartida garantiu que o justiceiro
Moro não colocasse as mãos na família de Cunha, apesar das fartas evidências de
terem utilizado dinheiro das "comissões" pagas pelas empreiteiras
para operarem com a Petrobras. A finalização da cassação de Cunha, por ampla
margem de votos, fechou um ciclo parlamentar cujo ponto de inflexão foi a
eleição de Rodrigo Maia derrotando uma candidatura a presidência da Câmara do
chamado "Centrão". Entretanto a "novela" Cunha ainda terá
alguns capítulos, com ou sem a publicação de seu livro anunciado ontem, agora
está em marcha um outra negociação acerca de sua impunidade familiar. Moro não
tem mais a justificativa do foro privilegiado para não prender Cunha, assim
como fez com Dirceu e Vaccari, porém se colocado nas grades o ex-deputado
possivelmente delatará o compadre Temer e a cúpula pemedebista. A decisão porém
está nas mãos da burguesia nacional, que definirá se sustenta politicamente Temer
até a conclusão das reformas neoliberais iniciadas por Dilma, ou se livrará do
golpista antes do fim de seu mandato tampão. Caso se intensifique a crise
política ameaçando a governabilidade de Temer, a delação de Cunha será de
grande utilidade para o uso político das classes dominantes, que poderá
inclusive adotar a bandeira da esquerda reformista de convocação de novas
"eleições gerais"...