domingo, 18 de setembro de 2016

EUA BOMBARDEIAM TROPAS SÍRIAS MATANDO DEZENAS DE SOLDADOS: ORGANIZAR MOBILIZAÇÕES ANTI-IMPERIALISTAS EM DEFESA DA SÍRIA! FRENTE ÚNICA COM ASSAD-PUTIN PARA RESPONDER A PROVOCATIVA AGRESSÃO MILITAR IANQUE!

Aviões F-16 dos EUA realizaram 4 ataques aéreos contra as tropas do exército sírio neste sábado, 17 de Setembro. Morreram 62 militares e cerca de 180 ficaram feridos. Os bombardeios ocorreram quando as tropas governamentais sírias estavam cercando os mercenários do EI, em uma clara ação de colaboração entre o imperialismo ianque e os “rebeldes” em terra. As aeronaves da coalizão entraram no espaço aéreo da Síria a partir da fronteira iraquiana. Após os ataques, os terroristas do EI iniciaram uma ofensiva contra o governo Assad. O governo da Rússia denunciou a ação norte-americana pró-EI: “Se antes tínhamos suspeitas de que a Frente al-Nusra é protegida desta maneira, agora, depois dos ataques aéreos de hoje contra o exército sírio chegamos a uma conclusão realmente aterrorizante para o mundo inteiro: a Casa Branca está defendendo o EI”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, em transmissão pelo canal de televisão Rossiya 24 (Sputinik, 17.09). A declaração é uma resposta contundente à administração Obama após um comunicado do Comando Central dos EUA sugerindo que a coalizão liderada pelos Estados Unidos tinha avisado a Rússia antes de lançar os ataques aéreos contra posições do Exército sírio em Deir Ez-Zor neste sábado, ocorridos mesmo após a celebração de um “cessar fogo”. Esse alerta não existiu. O general russo Vladimir Savchenko disse que “a situação está piorando, com as forças rebeldes aumentando o número de ataques desde que o acordo entrou em vigor, em 12 de setembro”. Cinicamente os EUA dizem que o ataque foi um “acidente” mas na verdade trata-se de uma ação planejada para gerar desestabilização na aliança entre Rússia e Síria além de apoio militar indireto aos “rebeldes”. Na verdade, o cessar-fogo costurado pela ONU vem servindo de oportunidade para os terroristas do EI e da Frente Al-Nursa se reagruparem justamente no momento em que estavam sendo esmagados pelas tropas sírias. No sábado à noite, a Rússia convocou uma sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para tratar dos ataques aéreos da coalizão liderada pelos EUA contra o Exército sírio, que desmoralizou o  acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no início desta semana. Antes da reunião, quando o representante permanente da Federação da Rússia já estava presente na sala de consultas da ONU, a representante dos EUA, Samantha Power, se aproximou dos jornalistas e chamou a iniciativa russa de convocar a reunião de “ação cínica e hipócrita”. A porta-voz Maria Zakharova disse “Vamos exigir de Washington explicações completas e muito detalhadas que deverão ser expostas ao Conselho de Segurança da ONU” e afirmou “Esses ataques colocam em risco tudo o que foi conquistado até agora pela comunidade internacional", pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria, por Moscou e por Washington, padrinhos do processo de paz na Síria, afirmou Zakharova. O caminho diplomático pelo governo Putin não levará a qualquer desfecho favorável a Síria. Os trotskistas revolucionários que defendem a nação oprimida síria frente a agressão imperialista, alertamos dos perigos desta estratégia de fechar um acordo com os EUA na ONU que vem servindo para o EI se reagrupar, como reconheceu o próprio Assad. Compreendemos que as negociações na ONU de forma alguma são o caminho para barrar a ação militar ianque. Defendemos que o caminho justo para a luta em defesa da soberania nacional síria é justamente a ampla denúncia da farsa montada pelo imperialismo e seus “rebeldes”, chamando a solidariedade internacional dos trabalhadores e das nações oprimidas, assim como unidade militar em torno da defesa da Síria. Efetivamente, há no planeta um amplo sentimento de rechaço à possível agressão dos EUA a Síria, entretanto faz-se necessário estimular esta tendência política não para o pacifismo pequeno-burguês como temos visto em várias manifestações “pela paz” ou em favor de uma “transição política” (que de fato signifique a rendição da Síria), mas para impulsionar a luta internacionalista do proletariado mundial no sentido da defesa da nação oprimida contra os “rebeldes”, o imperialismo ianque, Israel e as petromonarquias árabes! A defesa militar das nações semicoloniais agredidas pelos abutres imperialistas continua neste momento sendo o centro político da intervenção da classe operária árabe, independente dos regimes burgueses autocráticos. Defendemos incondicionalmente o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares (convencionais ou não) em resposta a agressão imperialista à soberania de seu território, inclusive as armas químicas contra o enclave sionista de Israel! Assad sabe muito bem que na “hora H” não poderá contar com o efetivo apoio militar da Rússia e China, apesar das manobras diplomáticas na ONU contra a ofensiva dos EUA. A principal lição programática a ser abstraída pela classe operária mundial, diante do rufar dos tambores de guerra no Oriente e Ásia, é que a tarefa do verdadeiro internacionalismo e solidariedade ativa entre os povos, somente pode ser praticada por organizações revolucionárias. Cabe à vanguarda mais combativa e consciente do proletariado lutar incondicionalmente contra a agressão imperialista. Diante da ação provocativa da Casa Branca é hora de organizar mobilizações antiimperialistas em todo planeta em defesa da Síria! No caminho inverso ao que propõe Putin, está mais do que na hora dos países que se opõem em palavras à agressão neocolonialista contra a Síria (Irã, Rússia, China e Venezuela) forneçam armas e enviem brigadas ao país, assim como o Hezbollah e a resistência palestina ataquem Israel, que patrocina os mercenários do EI. As milícias populares que apoiam o governo Assad ou se colocam contra a agressão ao país devem exigir, por sua vez, que o governo sírio abra os depósitos de armas e munição para os militantes nacionalistas e voluntários de outros países. Uma posição revolucionária neste exato momento passa por estabelecer uma frente única militar com as forças que estejam dispostas a lutar na defesa do atual regime, contra os rebeldes da reação imperialista, com absoluta independência de classe em relação ao governo nacionalista burguês. O único caminho para derrotar a ofensiva contra a Síria é chamando a unidade anti-imperialista em nível mundial. Por esta razão nos opomos a proposta russa. Entretanto declaramos sem a menor hesitação que a nossa trincheira de combate é a nação Síria, incluindo a conformação de uma frente única militar com o regime nacionalista burguês de Assad, mas sem capitularmos a ele e nem a seus aliados burgueses! De nossa parte, como marxistas revolucionários, compreendemos que a única forma de derrotar a agressão em curso é através da unidade revolucionária do proletariado sírio com seus irmãos da região, particularmente os iranianos e palestinos, para expulsar o imperialismo e a OTAN do Oriente Médio e impedir que a barbárie social imposta na Líbia se repita em outros países, hecatombe cinicamente apresentada como uma “revolução” pela Casa Branca e vergonhosamente apoiada por setores da esquerda mundial.