EUA BOMBARDEIAM TROPAS SÍRIAS MATANDO DEZENAS DE SOLDADOS:
ORGANIZAR MOBILIZAÇÕES ANTI-IMPERIALISTAS EM DEFESA DA SÍRIA! FRENTE ÚNICA COM
ASSAD-PUTIN PARA RESPONDER A PROVOCATIVA AGRESSÃO MILITAR IANQUE!
Aviões F-16 dos EUA realizaram 4 ataques aéreos contra as
tropas do exército sírio neste sábado, 17 de Setembro. Morreram 62 militares e cerca de 180 ficaram feridos.
Os bombardeios ocorreram quando as tropas governamentais sírias estavam
cercando os mercenários do EI, em uma clara ação de colaboração entre o
imperialismo ianque e os “rebeldes” em terra. As aeronaves da coalizão entraram
no espaço aéreo da Síria a partir da fronteira iraquiana. Após os ataques, os
terroristas do EI iniciaram uma ofensiva contra o governo Assad. O governo da
Rússia denunciou a ação norte-americana
pró-EI: “Se antes tínhamos suspeitas de que a Frente al-Nusra é protegida desta
maneira, agora, depois dos ataques aéreos de hoje contra o exército sírio
chegamos a uma conclusão realmente aterrorizante para o mundo inteiro: a Casa
Branca está defendendo o EI”, disse a porta-voz do Ministério das Relações
Exteriores russa, Maria Zakharova, em transmissão pelo canal de televisão
Rossiya 24 (Sputinik, 17.09). A declaração é uma resposta contundente à
administração Obama após um comunicado do Comando Central dos EUA sugerindo que
a coalizão liderada pelos Estados Unidos tinha avisado a Rússia antes de lançar
os ataques aéreos contra posições do Exército sírio em Deir Ez-Zor neste
sábado, ocorridos mesmo após a celebração de um “cessar fogo”. Esse alerta não
existiu. O general russo Vladimir Savchenko disse que “a situação está
piorando, com as forças rebeldes aumentando o número de ataques desde que o acordo
entrou em vigor, em 12 de setembro”. Cinicamente os EUA dizem que o ataque foi
um “acidente” mas na verdade trata-se de uma ação planejada para gerar
desestabilização na aliança entre Rússia e Síria além de apoio militar indireto
aos “rebeldes”. Na verdade, o cessar-fogo costurado pela ONU vem servindo de
oportunidade para os terroristas do EI e da Frente Al-Nursa se reagruparem
justamente no momento em que estavam sendo esmagados pelas tropas sírias. No
sábado à noite, a Rússia convocou uma sessão de emergência do Conselho de
Segurança das Nações Unidas para tratar dos ataques aéreos da coalizão liderada
pelos EUA contra o Exército sírio, que desmoralizou o acordo de cessar-fogo que entrou em vigor no
início desta semana. Antes da reunião, quando o representante permanente da
Federação da Rússia já estava presente na sala de consultas da ONU, a
representante dos EUA, Samantha Power, se aproximou dos jornalistas e chamou a
iniciativa russa de convocar a reunião de “ação cínica e hipócrita”. A porta-voz
Maria Zakharova disse “Vamos exigir de Washington explicações completas e muito
detalhadas que deverão ser expostas ao Conselho de Segurança da ONU” e afirmou
“Esses ataques colocam em risco tudo o que foi conquistado até agora pela
comunidade internacional", pelo Grupo Internacional de Apoio à Síria, por
Moscou e por Washington, padrinhos do processo de paz na Síria, afirmou
Zakharova. O caminho diplomático pelo governo Putin não levará a qualquer
desfecho favorável a Síria. Os trotskistas revolucionários que defendem a nação
oprimida síria frente a agressão imperialista, alertamos dos perigos desta
estratégia de fechar um acordo com os EUA na ONU que vem servindo para o EI se
reagrupar, como reconheceu o próprio Assad. Compreendemos que as negociações na
ONU de forma alguma são o caminho para barrar a ação militar ianque. Defendemos
que o caminho justo para a luta em defesa da soberania nacional síria é
justamente a ampla denúncia da farsa montada pelo imperialismo e seus
“rebeldes”, chamando a solidariedade internacional dos trabalhadores e das
nações oprimidas, assim como unidade militar em torno da defesa da Síria.
Efetivamente, há no planeta um amplo sentimento de rechaço à possível agressão
dos EUA a Síria, entretanto faz-se necessário estimular esta tendência política
não para o pacifismo pequeno-burguês como temos visto em várias manifestações
“pela paz” ou em favor de uma “transição política” (que de fato signifique a
rendição da Síria), mas para impulsionar a luta internacionalista do
proletariado mundial no sentido da defesa da nação oprimida contra os
“rebeldes”, o imperialismo ianque, Israel e as petromonarquias árabes! A defesa
militar das nações semicoloniais agredidas pelos abutres imperialistas continua
neste momento sendo o centro político da intervenção da classe operária árabe,
independente dos regimes burgueses autocráticos. Defendemos incondicionalmente
o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares (convencionais ou
não) em resposta a agressão imperialista à soberania de seu território,
inclusive as armas químicas contra o enclave sionista de Israel! Assad sabe
muito bem que na “hora H” não poderá contar com o efetivo apoio militar da
Rússia e China, apesar das manobras diplomáticas na ONU contra a ofensiva dos
EUA. A principal lição programática a ser abstraída pela classe operária
mundial, diante do rufar dos tambores de guerra no Oriente e Ásia, é que a
tarefa do verdadeiro internacionalismo e solidariedade ativa entre os povos,
somente pode ser praticada por organizações revolucionárias. Cabe à vanguarda
mais combativa e consciente do proletariado lutar incondicionalmente contra a
agressão imperialista. Diante da ação provocativa da Casa Branca é hora de
organizar mobilizações antiimperialistas em todo planeta em defesa da Síria! No
caminho inverso ao que propõe Putin, está mais do que na hora dos países que se
opõem em palavras à agressão neocolonialista contra a Síria (Irã, Rússia, China
e Venezuela) forneçam armas e enviem brigadas ao país, assim como o Hezbollah e
a resistência palestina ataquem Israel, que patrocina os mercenários do EI. As
milícias populares que apoiam o governo Assad ou se colocam contra a agressão
ao país devem exigir, por sua vez, que o governo sírio abra os depósitos de
armas e munição para os militantes nacionalistas e voluntários de outros
países. Uma posição revolucionária neste exato momento passa por estabelecer
uma frente única militar com as forças que estejam dispostas a lutar na defesa
do atual regime, contra os rebeldes da reação imperialista, com absoluta
independência de classe em relação ao governo nacionalista burguês. O único
caminho para derrotar a ofensiva contra a Síria é chamando a unidade
anti-imperialista em nível mundial. Por esta razão nos opomos a proposta russa.
Entretanto declaramos sem a menor hesitação que a nossa trincheira de combate é
a nação Síria, incluindo a conformação de uma frente única militar com o regime
nacionalista burguês de Assad, mas sem capitularmos a ele e nem a seus aliados
burgueses! De nossa parte, como marxistas revolucionários, compreendemos que a
única forma de derrotar a agressão em curso é através da unidade revolucionária
do proletariado sírio com seus irmãos da região, particularmente os iranianos e
palestinos, para expulsar o imperialismo e a OTAN do Oriente Médio e impedir
que a barbárie social imposta na Líbia se repita em outros países, hecatombe
cinicamente apresentada como uma “revolução” pela Casa Branca e vergonhosamente
apoiada por setores da esquerda mundial.