quinta-feira, 1 de setembro de 2016


FORA TEMER, COM DEFESA DE NOVAS ELEIÇÕES É O CAMINHO DO REFORMISMO NA PODRE VEREDA DA DEMOCRACIA DOS RICOS... ABAIXO O GOLPISTA TEMER PELA VIA DA GREVE GERAL DE MASSAS PARA CONSTRUIR UM GOVERNO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES!         

"Golpe de Estado" gritam petistas, artistas e intelectuais de esquerda mais exaltados diante da interrupção de mais de treze anos de governos da Frente Popular. Afirma este amplíssimo leque social que este golpe consistiu na falsa acusação de um crime de responsabilidade não cometido pela presidente e que mesmo "constitucional" o impeachment nestas condições representa um verdadeiro "golpe contra a democracia" em nosso país. É de farto conhecimento público que a maquiagem de déficit público é um artifício contábil utilizado por governos desde a época do Marechal Deodoro da Fonseca e que nenhum Presidente da República sofreu impedimento institucional por ter praticado as tais "pedaladas fiscais". Também é notório que Dilma longe de ter desrespeitado a Lei de Responsabilidade Fiscal é uma fidedigna seguidora da medida neoliberal aprovada na trágica era FHC. Somado a estes dois elementos, não é nenhum "segredo de estado" que a denúncia de crime de responsabilidade apresentada contra Dilma na Câmara dos Deputados foi "amputada" na parte que versava sobre os "escândalos de corrupção na Petrobras", iniciativa do próprio Eduardo Cunha que naquela altura não apostava todas suas fichas que o Congresso Nacional aprovasse um pedido de impeachment lastreado em um mero "deslize"contábil do governo. Sem nenhuma denúncia oficial de corrupção nos autos do processo, o Senado aprova o impeachment da presidenta por larga maioria sob o tema central da utilização de "créditos suplementares" de bancos públicos sem a devida autorização  da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), porém inocenta Dilma da perda legal de suas funções públicas. Desfecho inusitado que alimenta ainda mais a versão de que este impeachment em agosto de 2016 é um "legítimo golpe", pelo menos para os paladinos da Frente Popular. Os Marxistas Revolucionários afirmam justamente o oposto: Este e qualquer outro mecanismo de impeachment previsto na Constituição capitalista das classes dominantes e deliberado nos marcos do parlamento da burguesia significa um golpe político (institucional) contra a verdadeira soberania popular! Em 1992 quando todo o PT e seus apêndices gritavam nas ruas "Fora Collor!" e "Impeachment Já!", afirmávamos corajosamente (como fração interna da OQI) que era o proletariado em sua ação direta revolucionária que deveria derrubar o corrupto serviçal dos EUA do governo, e não uma manobra parlamentar no Congresso de picaretas. Novamente em 1998 a Frente Popular foi a Brasília  para levantar o "Fora FHC!" e defender o "Impeachment" contra o privatista tucano, nem chegou a ser votado no Congresso Nacional, mas a iniciativa política de alguns parlamentares do PT foi registrada pela mesa da Câmara dos Deputados. Sustentamos na ocasião que a palavra de ordem correta para o movimento de massas seria "Abaixo FHC!" e "Construir uma alternativa de poder dos trabalhadores", não reconhecíamos no Congresso que aprovou a privataria das estatais brasileiras nenhuma autoridade política para cassar o mandato eletivo do então "príncipe neoliberal". Na soberania popular das massas deve valer o princípio de que as instituições republicanas da burguesia nunca se sobrepõem ao sufrágio universal do povo, e que somente os organismos independentes (Conselhos, Tribunais etc...) deste próprio povo tem a plena legitimidade de derrubar os governos de turno dos capitalistas. Recorrer ao covil de bandidos (parlamento) para substituir politicamente as ações diretas que devem ser protagonizadas pela luta do povo, pode se transformar em uma arma muito perigosa... Este debate sobre o caráter e alcances da soberania popular não é um "exercício teórico", tem implicações objetivas nas tarefas dos revolucionários diante deste governo entreguista que acaba de ser empossado pelo Senado das oligarquias dominantes. Não é novidade alguma constatar  que uma ampla frente de esquerda reformista foi formada em defesa do "Fora Temer, em defesa de novas eleições", este bloco de oposição é composto desde a presidenta afastada até a recém formado "MAIS", passando pelo PCdoB, PSOL e seus satélites disfarçados (MRT, PCR etc..). Para o movimento operário, popular e camponês derrotar os planos ultra neoliberais do governo golpista é uma questão de sobrevivência social, portanto nossa mira deve ter como foco a construção de um novo poder político: um Governo Revolucionário dos Trabalhadores! Não nos surpreenderemos de forma alguma se diante da batalha judicial que se avizinha no STF, o próprio PT pedir o impeachment de Temer neste mesmo Congresso das máfias parlamentares, revelando que não consegue abstrair lição política nenhuma da derrota sofrida. Afinal a Frente Popular sempre apostou na institucionalidade burguesa, freando conscientemente a resistência popular de massas contra o golpe palaciano, desferido por ex-aliados da "maior confiança". Os Comunistas Leninistas convocam a conformação de uma ampla frente única de luta direta contra o ajuste draconiano e a entrega do país por este governo lacaio dos rentistas internacionais e da Casa Branca, porém sem nutrir expectativas na falida política de colaboração de classes da Frente Popular. Organizar a greve geral contra as reformas será nosso primeiro desafio, passando por cima da burocracia sindical e suas "encenações" de mobilização. Nesta trilha de combate proletário a denúncia radical deste regime da democracia dos ricos e seu circo eleitoral será um ingrediente fundamental para elevar a consciência de classe, retrasada em décadas pela "febre" cretina e eleitoralista da Frente Popular. Em resumo é uma questão literalmente vital para as massas derrotar a brutal ofensiva reacionária e pró-imperialista já anunciada pela nova quadrilha estatal, não repetir os graves erros da esquerda reformista uma condição essencial para a próxima vitória. Romper o pacto social de uma década irá liberar energias estratégicas da classe operária, contidas na ilusão da expansão do consumo e crédito. Somente apontando na perspectiva de um governo revolucionário dos trabalhadores será possível superar a etapa histórica de retrocessos imposta pelos "magos" da democracia burguesa e suas receitas políticas moribundas que sempre nos mostram a vereda podre das eleições e do parlamento burguês como saída para a crise capitalista. 

A convocação de novas eleições representa uma "saída democrática" para a crise política do país, dizem os arautos da esquerda reformista, chegam a considerar a possibilidade da realização de uma nova Assembleia Constituinte para estabelecer um ambiente mais "progressista" do que o atravessamos hoje. Obviamente qualquer pessoa por mais desinformada que possa ser levantaria a seguinte questão, mas quem convoca estas novas eleições ou mesmo uma Constituinte? A resposta também parece óbvia, o governo! Seja com Temer ou Dilma novas eleições significa repetir a mesma polarização burguesa das eleições de 2014, mesmo que sob a ilusória mudança das "regras" os protagonistas políticos e mantenedores econômicos do atual regime capitalista apenas alternam seus "papéis" e localizações do cenário eleitoral. Se tratando de uma nova Constituição, o cenário resultante desta assembleia seria ainda mais trágico para os trabalhadores e povo oprimido. Sem a mudança radical e violenta deste regime social de acumulação do capital, a panaceia "democrática" só conseguiria retroceder ainda mais nas conquistas e direitos do nosso povo. Somente com um novo poder de Estado, alterando seu caráter de classe e estabelecido pela via revolucionária, as alternativas democráticas conseguiriam trazer algum progresso econômico e político para o nosso povo, caso seja mantido o mesmo "Establishment" da burguesia qualquer recurso eleitoral tem a mesma função ilusória de alternar apenas os "gerentes" do capital no aparelho de Estado. Na atual etapa concreta de ofensiva política e neoliberal das elites contra as massas e suas conquistas históricas, os expedientes eleitorais longe de alargarem os espaços democráticos do povo, servem como drenagem de capital "sujo" para controlar cada vez o botim estatal. Os "representantes" do povo, sejam da esquerda ou direita, não passam de marionetes dos oligopólios, ora nacionais ora imperialistas, simplesmente porque este é o caráter de classe do Estado burguês. O que estamos propondo ao movimento operário não é uma "novidade" histórica, simplesmente representa o resgate das melhores tradições do proletariado mundial: A insurreição proletária para derrotar a escalada fascista!

Caracterizar que a ascensão de Temer ao governo central sintetiza o fim da democracia política no país é uma estupidez teórica e o que é pior, uma verdadeira enganação demagógica voltada contra consciência de classe do proletariado brasileiro. Lembremos aos oportunistas da esquerda reformista, de fraca memória histórica, que o ex-presidente Sarney membro da mesma máfia dirigente pemedebista foi quem inaugurou o atual regime democrático no país. É verdade que o bandido Temer assumiu o Planalto pelas mãos de um golpe institucional, também concentra uma plataforma de ataque frontal ao movimento de massas pelas vias mais repressivas, porém tem a legítima cara da democracia capitalista conservadora que marcou toda a história republicana no Brasil, inclusive com Getulio e Lula. Os bancos, as grandes empreiteiras e o latifúndio do agronegócio nunca acumularam tanto capital como nos governos da Frente Popular, era a "festa democrática" que distribuía seus resíduos (em forma de crédito) aos pobres e trabalhadores. "La fête c'est fini" resmunga a esquerda reformista que estava parasitando há mais de uma década o pacto social de colaboração de classes, mas a vida "sem serpentina" do proletariado urbano e rural revela que ele segue super-explorado, seja sob a égide do PSDB, PT ou PMDB, tendo o incondicional direito de aspirar a estratégia revolucionária e socialista da superação do modo de produção capitalista. A "democracia sustentável" tão sonhada pelos revisionistas do PSOL e seus congêneres, não é um "estágio" obrigatório da luta por um governo operário e camponês, a necessária derrubada de Temer não tem que "marcar uma parada" na trilha da socialdemocracia que prega a "humanização do capitalismo". O impasse das classes dominantes tupiniquins diante do fim de um ciclo econômico relativamente bem sucedido (para eles é claro), força a busca de uma nova adequação do regime democrático, a bússola parece apontar para período de exceção das liberdades políticas e recrudescimento da repressão policial, legitimada por uma casta judiciária. Temer é só um "escada" para a direita fascista assumir o controle do futuro regime bonapartista. Trotsky, nosso grande chefe bolchevique, afirmou no século passado que os "governos de Frente Popular prepararam o caminho para o fascismo", não era um "profeta" mas sim um dos maiores teóricos do Marxismo Revolucionário. Foi assim no Chile de Allende e está sendo assim no Brasil do PT. Mas Trotsky também asseverou que o terreno da revolução proletária ganha enormes possibilidades com o esgotamento da política de colaboração de classes. A esquerda reformista, que embriagada canta loas para a democracia, quer abortar é justamente a potencialidade revolucionária das massas no embate ácido contra a direita recalcitrante. Nós da LBI não fomos convidados para a "festa" da democracia burguesa, com toda a justeza por parte de seus promotores que não admitem "penetras" comunistas... Não contem com as nossas forças para rogar ao proletariado que abra mão de seu projeto histórico, em nome de uma suposta "etapa democrática". Derrotaremos Temer com nossa própria bandeira do socialismo!