PALOCCI O “PETISTA MILIONÁRIO” É NOVO ALVO DO FASCISMO
JUDICIÁRIO: DEFENDEMOS O PT CONTRA A OFENSIVA DA DIREITA, APESAR DO CARÁTER
BURGUÊS DO PARTIDO DA COLABORAÇÃO DE CLASSES
A prisão de Palocci foi anunciada na véspera pelo ministro
da Justiça, em plena atividade eleitoral na cidade de Ribeirão Preto, não por
coincidência o reduto eleitoral do ex-ministro da Fazenda do governo Lula.
Nenhuma surpresa ao se tratar da Lava Jato, uma Operação montada desde a Casa
Branca e coordenada midiaticamente no Brasil pelas "Organizações
Globo". Palocci um ex-militante da tendência Liberdade e Luta (atual
corrente petista O Trabalho) converteu-se no interior do PT em um dos
precursores do neoliberalismo quando ao assumir a prefeitura de Ribeirão Preto
em 1992 privatizou a companhia telefônica da cidade. Ao assumir o Ministério da
Fazenda na primeira gerência do presidente Lula, Palocci aprofundou seu curso
monetarista promovendo as primeiras contrarrreformas do regime exigidas pelo
mercado financeiro. Palocci não resistiu a um escândalo em Brasília, onde foi
acusado de patrocinar uma mansão de lobistas ao governo e de quebrar o sigilo
bancário do caseiro da tal mansão. Retornou ao governo após a eleição da
presidente Dilma em 2010, porém não durou seis meses no cargo de ministro da
Casa Civil, não conseguindo explicar a compra de um luxuoso apartamento de seis
milhões de Reais, logo foi demitido. O petista neoliberal fora do governo,
assim como José Dirceu, se dedicou a "prática de consultoria" para
grandes empresas capitalistas, acumulando um patrimônio pessoal milionário, não
muito distinto de dezenas de dirigentes do PT. É óbvio que o enriquecimento
pessoal de militantes da esquerda somente pode acontecer no marco de partidos
burgueses, como se transformou o PT ao longo da última década. As supostas
"consultorias" são um método de camuflar o recebimento de comissões
recebidas por gestores do Estado burguês (de todos os partidos institucionais)
em absolutamente todas suas transações comerciais com grupos capitalistas. Os
justiceiros fascistas da Lava Jato sabem muito bem que as "comissões"
fazem parte da engrenagem do regime capitalista, prática generalizada no país
desde a instauração da república com Deodoro da Fonseca, porém acusam o PT de
ter inaugurado a "propinolandia" no Brasil. Com o suporte da mídia
"murdochiana" e o aval do governo Obama, a Lava Jato avança a passos
largos para fragilizar a Petrobras e retirar a reserva de mercado nacional das
empreiteiras brasileiras (somente estas podem participar de licitações
estatais). O "conto de fadas" publicitado pelo justiceiro Moro e
reverberado pela Globo de que nunca se "roubou tanto" nos governos do
PT só pode convencer tolos e incautos. Lula e em certa proporção Dilma
promoveram a expansão dos investimentos públicos, lastreados pelo "
boom" mundial do preço das commodities e pela "bolha de crédito",
por isso mesmo o volume das "comissões" no campo da política burguesa
se incrementou beneficiando também centenas de dirigentes e parlamentares do
PT. As campanhas milionárias da Frente Popular, irrigadas com "caixa 1 e
2", foram produto do programa burguês do PT que defende impulsionar os
"negócios capitalistas" com suas gerências estatais. Palocci como
ministro da Fazenda foi uma peça original deste esquema em que o PT
compartilhou com uma dezena de partidos da antiga "base aliada".
Como os justiceiros fascistas da "República de Curitiba" tiveram que
recuar com a "antipática" prisão do colega Mantega, levaram Palocci
como "prêmio de consolação", pelo menos até ó amadurecimento das
condições políticas para o encarceramento de Lula, o "maior troféu "
para a direita. Como Marxistas não pretendemos ocultar o caráter de classe do
PT, situado no mapa da política burguesa como um partido de
"centro-esquerda", mas esta correta caracterização não nos impede de
perceber o curso da ofensiva reacionária, concentrada hoje na Lava Jato, e que
tem como estratégia a reversão das liberdades democráticas constitucionais e a
abertura da economia nacional aos cartéis imperialistas. Neste sentido
convocamos o movimento de massas a defesa incondicional do PT diante das
ameaças e prisões da famigerada Lava Jato, sem abonar politicamente o programa
burguês do partido e a pratica de enriquecimento pessoal da maioria de seus
dirigentes. Da mesma forma os Trotsquistas atuaram diante da prisão do "
governador burguês" Miguel Arraes ou o do "presidente
capitalista" Jucelino Kubitscheck frente a ditadura militar inaugurada no
Brasil nos anos 60. A Lava Jato
representa a porta de entrada de um novo regime bonapartista no país, de corte
ideológico fascista, e ao contrário do que afirmam os revisionistas do grupo
"MAIS" não tem nenhum aspecto progressista. Esta mesma lógica de
capitulação a Lava Jato norteia desde o PSOL até o próprio PT, passando pelo
neostalinista PCdoB, isto sem falar do PSTU fã do justiceiro Moro. É urgente
que os movimentos sociais desenvolvam uma vigorosa campanha política nacional
para denunciar a farsa da Lava Jato, revelando para as massas seus reais
objetivos "inconfessáveis".