segunda-feira, 26 de setembro de 2016

PALOCCI O “PETISTA MILIONÁRIO” É NOVO ALVO DO FASCISMO JUDICIÁRIO: DEFENDEMOS O PT CONTRA A OFENSIVA DA DIREITA, APESAR DO CARÁTER BURGUÊS DO PARTIDO DA COLABORAÇÃO DE CLASSES


A prisão de Palocci foi anunciada na véspera pelo ministro da Justiça, em plena atividade eleitoral na cidade de Ribeirão Preto, não por coincidência o reduto eleitoral do ex-ministro da Fazenda do governo Lula. Nenhuma surpresa ao se tratar da Lava Jato, uma Operação montada desde a Casa Branca e coordenada midiaticamente no Brasil pelas "Organizações Globo". Palocci um ex-militante da tendência Liberdade e Luta (atual corrente petista O Trabalho) converteu-se no interior do PT em um dos precursores do neoliberalismo quando ao assumir a prefeitura de Ribeirão Preto em 1992 privatizou a companhia telefônica da cidade. Ao assumir o Ministério da Fazenda na primeira gerência do presidente Lula, Palocci aprofundou seu curso monetarista promovendo as primeiras contrarrreformas do regime exigidas pelo mercado financeiro. Palocci não resistiu a um escândalo em Brasília, onde foi acusado de patrocinar uma mansão de lobistas ao governo e de quebrar o sigilo bancário do caseiro da tal mansão. Retornou ao governo após a eleição da presidente Dilma em 2010, porém não durou seis meses no cargo de ministro da Casa Civil, não conseguindo explicar a compra de um luxuoso apartamento de seis milhões de Reais, logo foi demitido. O petista neoliberal fora do governo, assim como José Dirceu, se dedicou a "prática de consultoria" para grandes empresas capitalistas, acumulando um patrimônio pessoal milionário, não muito distinto de dezenas de dirigentes do PT. É óbvio que o enriquecimento pessoal de militantes da esquerda somente pode acontecer no marco de partidos burgueses, como se transformou o PT ao longo da última década. As supostas "consultorias" são um método de camuflar o recebimento de comissões recebidas por gestores do Estado burguês (de todos os partidos institucionais) em absolutamente todas suas transações comerciais com grupos capitalistas. Os justiceiros fascistas da Lava Jato sabem muito bem que as "comissões" fazem parte da engrenagem do regime capitalista, prática generalizada no país desde a instauração da república com Deodoro da Fonseca, porém acusam o PT de ter inaugurado a "propinolandia" no Brasil. Com o suporte da mídia "murdochiana" e o aval do governo Obama, a Lava Jato avança a passos largos para fragilizar a Petrobras e retirar a reserva de mercado nacional das empreiteiras brasileiras (somente estas podem participar de licitações estatais). O "conto de fadas" publicitado pelo justiceiro Moro e reverberado pela Globo de que nunca se "roubou tanto" nos governos do PT só pode convencer tolos e incautos. Lula e em certa proporção Dilma promoveram a expansão dos investimentos públicos, lastreados pelo " boom" mundial do preço das commodities e pela "bolha de crédito", por isso mesmo o volume das "comissões" no campo da política burguesa se incrementou beneficiando também centenas de dirigentes e parlamentares do PT. As campanhas milionárias da Frente Popular, irrigadas com "caixa 1 e 2", foram produto do programa burguês do PT que defende impulsionar os "negócios capitalistas" com suas gerências estatais. Palocci como ministro da Fazenda foi uma peça original deste esquema em que o PT compartilhou com uma dezena de partidos da antiga "base aliada". Como os justiceiros fascistas da "República de Curitiba" tiveram que recuar com a "antipática" prisão do colega Mantega, levaram Palocci como "prêmio de consolação", pelo menos até ó amadurecimento das condições políticas para o encarceramento de Lula, o "maior troféu " para a direita. Como Marxistas não pretendemos ocultar o caráter de classe do PT, situado no mapa da política burguesa como um partido de "centro-esquerda", mas esta correta caracterização não nos impede de perceber o curso da ofensiva reacionária, concentrada hoje na Lava Jato, e que tem como estratégia a reversão das liberdades democráticas constitucionais e a abertura da economia nacional aos cartéis imperialistas. Neste sentido convocamos o movimento de massas a defesa incondicional do PT diante das ameaças e prisões da famigerada Lava Jato, sem abonar politicamente o programa burguês do partido e a pratica de enriquecimento pessoal da maioria de seus dirigentes. Da mesma forma os Trotsquistas atuaram diante da prisão do " governador burguês" Miguel Arraes ou o do "presidente capitalista" Jucelino Kubitscheck frente a ditadura militar inaugurada no Brasil  nos anos 60. A Lava Jato representa a porta de entrada de um novo regime bonapartista no país, de corte ideológico fascista, e ao contrário do que afirmam os revisionistas do grupo "MAIS" não tem nenhum aspecto progressista. Esta mesma lógica de capitulação a Lava Jato norteia desde o PSOL até o próprio PT, passando pelo neostalinista PCdoB, isto sem falar do PSTU fã do justiceiro Moro. É urgente que os movimentos sociais desenvolvam uma vigorosa campanha política nacional para denunciar a farsa da Lava Jato, revelando para as massas seus reais objetivos "inconfessáveis".