terça-feira, 6 de setembro de 2016

LBI IMPULSIONA CHAPA 3 – OPOSIÇÃO DE LUTA PELA BASE DOS PROFESSORES DE FORTALEZA: "OS TRABALHARES PRECISAM DERROTAR OS ATAQUES DO PREFEITO ROBERTO CLÁUDIO E A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PT NO SINDIUTE"

Cida Albuquerque, militante da LBI com o jornal Luta Operária,
impulsiona a Chapa 3 - Oposição pela Base
O Jornal Luta Operária entrevista a companheira Cida Albuquerque, militante da LBI-TRS e membro da Direção Executiva da Chapa 3 – Oposição pela Base, que disputa as eleições para o SINDIUTE-Ceará marcada para os dias 26 e 27 de setembro próximo. Cida nos fala dos desafios de construir uma chapa revolucionária e de luta contra a gestão do prefeito Roberto Cláudio, representante da Oligarquia Gomes em Fortaleza e em oposição às duas chapas cutistas ligadas à ex-prefeita Luizianne Lins (PT). O debate do programa da Chapa 3 refletiu o combate político da LBI contra as propostas do PSTU, PSOL e do MAIS que defendiam as “eleições gerais” como alternativa contra o governo Temer. Ao final das discussões, o núcleo de professores da TRS conseguiu aprovar uma plataforma classista em defesa da construção da Greve Geral e a denuncia vigorosa das candidaturas burguesas do PDT, PR e PT no circo eleitoral da democracia dos ricos, além de uma série de reivindicações específicas da categoria para alavancar a luta dos trabalhadores em educação e fazer do SINDIUTE uma entidade democrática e combativa que saia das mãos da burocracia sindical ligada a CUT, encastelada no Sindicato há vários mandatos.

Jornal Luta Operária (JLO)Como foi o processo de formação da Chapa -3 “Oposição pela Base” como alternativa as duas chapas petistas ligadas a CUT no Sindiute?

Cida Albuquerque (CA) – Não foi nada fácil porque o estatuto do SINDIUTE impõe uma série de normas e obstáculos draconianos para se formar a chapa. Para conseguirmos formar a chapa estabelecemos o critério de frente única entre todas a correntes políticas que se reclamam contrárias a diretoria do sindicato e aos governos burgueses de Temer (PMDB), Camilo (PT) e a gestão do prefeito Roberto Cláudio (PDT) no município de Fortaleza. Nesse sentido integram a oposição além da LBI, TPOR, PSOL, PSTU, MAIS e militantes independentes classistas. A corrente “O Trabalho” apesar de se proclamar “oposição cutista” não compõe a nossa chapa e lançou outra porque é servil a CUT, inclusive compondo a atual direção petista na entidade. Os militantes da LBI intervieram nas plenárias para discutir o programa da chapa e sua composição, nas quais nos pronunciamos como críticos da linha proposta pelo PSTU e MAIS porém comprometidos em derrotar a camarilha vendida da Articulação e OT. Pontuamos as diferenças programáticas que nossa corrente no terreno nacional e internacional, como a questão das eleições gerais. O desafio para os setores classistas que atuam na oposição é justamente impulsionar uma plataforma de luta para expressar o ódio de classe dos trabalhadores contra a prefeitura, apontando uma perspectiva revolucionária para este combate além do economicismo próprio do sindicalismo vulgar! A serviço desta tarefa a LBI coloca sua militância na luta por construir esta frente única para derrotar os pelegos da CUT, cúmplices dos ataques da Oligarquia Ferreira Gomes contra os trabalhadores!

JLOQuais os principais ataques do governo Roberto Cláudio aos professores de Fortaleza?

CA – Roberto Cláudio (PDT) é “filhote” da Oligarquia Gomes na Prefeitura, ele inclusive pediu a ilegalidade da greve dos professores em fevereiro último, recorrendo aos métodos da direita mais reacionária. Roberto Cláudio também não liberou o recurso do FUNDEF para os trabalhadores em educação, ele quer surrupiar esse dinheiro para usar na sua reeleição e vem atacando várias conquistas da categoria para alcançar seu objetivo venal. Esta conduta provou a inutilidade da conduta da direção da CUT e do PT em apresentar esses canalhas burgueses como aliados da luta contra o chamado “golpe da direita” porque seu apoio a Frente Popular esteve movido apenas pelas negociatas que lhes beneficiam em torno da rapina do botim estatal enquanto atacam os trabalhadores onde governam. Os militantes da TRS/LBI que não se corromperam diante das verbas estatais e dos cargos comissionados distribuídos pela prefeitura convocaram o movimento de massas a se mobilizar contra o arrocho salarial e os ataques as conquistas promovido pelos governos capitalistas alinhados com a política de austeridade imposta pelos rentistas do mercado financeiro. Nossos camaradas da Oposição de Luta impulsionada pela TRS-LBI alertaram nos curso das lutas da categoria que qualquer mobilização deveria ser travada sem ter qualquer confiança na direção do SINDIUTE, ligada a Articulação e a OT. Esta burocracia sindical traiu a última greve dos professores, submetendo os interesses da categoria a aliança entre PT e PDT, que são aliados no Ceará!

JLO As chapas petistas estão divididas nestas eleições sindicais?

CA: O Sindiute até a gestão anterior era controlado pela corrente “O Trabalho” porém seus principais dirigentes se bandearam para a direita petista e se disseram inicialmente “independentes” mas depois embarcaram na Arituculação (PT). Nessa transmutação corrupta, foram se vergando cada vez mais aos ditames da administração municipal de Roberto Cláudio (PDT), ao ponto de cair em tamanho descrédito que o sindicato perdeu uma pequena parte de sua base para a APEOC e grande número de sócios para o SINDFORT que representa o conjunto dos servidores do município de Fortaleza, sendo filiado a Intersindical (PSOL). Nesse sentido, é uma tarefa da chapa Oposição pela Base impulsionar a unificação da categoria em um único sindicato de luta que enfrente tanto a prefeitura como o governo do estado, desfiliando ambos da CUT  e livrando-se de todas as alas da burocracia sindical que vivem de privilégios do aparato das entidades. Uma prova do que afirmamos é que as chapas cutistas 1 (Articulação) e 2 (O Trabalho) apoiam a candidatura de Luizianne Lins  (PT) para a prefeitura agora em 2016, a mesma que colocou a greve dos professores na ilegalidade em 2011 e ordenou que a guarda municipal atacasse os trabalhadores em educação, com repressão e spray de pimenta.

JLO – Porque a LBI decidiu integrar uma chapa 3?


CA – Temos uma longa tradição de luta na categoria e enfrentamos um momento de polarização política entre a direita e a Frente popular. Nesse contexto era fundamental em meio ao debate eleitoral e sindical lançar uma alternativa revolucionária para os professores contra os dois blocos burgueses. Desde as plenárias iniciais na formação da chapa declaramos que iríamos participar da “Oposição pela Base” porém tínhamos muitas críticas a política do PSTU, PSOL e MAIS. Esta ressalva foi compartilhada por um amplo setor classista da chapa que discorda das posições desses agrupamentos, tanto que na plenária que decidiu o programa da chapa não entrou a defesa de eleições gerais e as posições revisionistas dessas correntes, apontamos a Greve Geral e a independência de classe como plataforma de luta dos professores de Fortaleza. Portanto, trata-se de uma frente única onde as posições da esquerda revolucionária representada pelo núcleo de trabalhadores em educação da TRS tem bastante eco e vamos disputar cada ponto programático da chapa, cada panfleto a ser lançado na denúncia das duas chapas ligadas a CUT.

JLOQuais as perspectivas da chapa 3 “Oposição pela Base” nesta disputa?

CA – Vamos atuar no combate de classe, sem tréguas aos governos Temer, Camilo e Roberto Cláudio, nossos inimigos nas três esferas de gestão burguesa. Nesse sentido, temos que derrotar seus agentes no interior do movimento operário que é a atual direção do Sindiute dividida em duas chapas, por isso defendemos a unificação em um sindicato único estadual. A chapa 3- Oposição pela Base deve cumprir esta tarefa superando a “cláusula de barreira” dos 20% impostos pela burocracia sindical cutista nos estatutos da entidade que prevê a proporcionalidade qualificada. Nesse sentido, além dos materiais da chapa 3, lançaremos panfletos próprios da TRS-LBI, com eixos de luta que marcam nossa corrente revolucionária, bastante respeitada entre os professores de base. Explicaremos a necessidade desta frente única e de nossa liberdade de crítica ao PSTU-PSOL-MAIS. No curso deste combate, buscaremos aproximar os ativistas mais avançados e conscientes para a tarefa da construção do Partido Revolucionário e da LBI, única ferramenta capaz de superar a Frente Popular, o sindicalismo vulgar e o revisionismo trotskista. Por isso, mãos à obra e todo apoio a chapa 3 - Oposição pela Base!