LBI IMPULSIONA CHAPA 3 – OPOSIÇÃO DE LUTA PELA BASE DOS
PROFESSORES DE FORTALEZA: "OS TRABALHARES PRECISAM DERROTAR OS ATAQUES DO
PREFEITO ROBERTO CLÁUDIO E A POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES DO PT NO
SINDIUTE"
Cida Albuquerque, militante da LBI com o jornal Luta Operária, impulsiona a Chapa 3 - Oposição pela Base |
Jornal Luta Operária (JLO) – Como foi o processo de formação
da Chapa -3 “Oposição pela Base” como alternativa as duas chapas petistas
ligadas a CUT no Sindiute?
Cida Albuquerque (CA) – Não foi nada fácil porque o estatuto
do SINDIUTE impõe uma série de normas e obstáculos draconianos para se formar a
chapa. Para conseguirmos formar a chapa estabelecemos o critério de frente
única entre todas a correntes políticas que se reclamam contrárias a diretoria
do sindicato e aos governos burgueses de Temer (PMDB), Camilo (PT) e a gestão
do prefeito Roberto Cláudio (PDT) no município de Fortaleza. Nesse sentido
integram a oposição além da LBI, TPOR, PSOL, PSTU, MAIS e militantes
independentes classistas. A corrente “O Trabalho” apesar de se proclamar
“oposição cutista” não compõe a nossa chapa e lançou outra porque é servil a
CUT, inclusive compondo a atual direção petista na entidade. Os militantes da
LBI intervieram nas plenárias para discutir o programa da chapa e sua
composição, nas quais nos pronunciamos como críticos da linha proposta pelo
PSTU e MAIS porém comprometidos em derrotar a camarilha vendida da Articulação
e OT. Pontuamos as diferenças programáticas que nossa corrente no terreno
nacional e internacional, como a questão das eleições gerais. O desafio para os
setores classistas que atuam na oposição é justamente impulsionar uma plataforma
de luta para expressar o ódio de classe dos trabalhadores contra a prefeitura,
apontando uma perspectiva revolucionária para este combate além do economicismo
próprio do sindicalismo vulgar! A serviço desta tarefa a LBI coloca sua
militância na luta por construir esta frente única para derrotar os pelegos da
CUT, cúmplices dos ataques da Oligarquia Ferreira Gomes contra os
trabalhadores!
JLO – Quais os principais ataques do governo Roberto Cláudio
aos professores de Fortaleza?
CA – Roberto Cláudio (PDT) é “filhote” da Oligarquia Gomes
na Prefeitura, ele inclusive pediu a ilegalidade da greve dos professores em
fevereiro último, recorrendo aos métodos da direita mais reacionária. Roberto
Cláudio também não liberou o recurso do FUNDEF para os trabalhadores em
educação, ele quer surrupiar esse dinheiro para usar na sua reeleição e vem
atacando várias conquistas da categoria para alcançar seu objetivo venal. Esta
conduta provou a inutilidade da conduta da direção da CUT e do PT em apresentar
esses canalhas burgueses como aliados da luta contra o chamado “golpe da
direita” porque seu apoio a Frente Popular esteve movido apenas pelas
negociatas que lhes beneficiam em torno da rapina do botim estatal enquanto
atacam os trabalhadores onde governam. Os militantes da TRS/LBI que não se
corromperam diante das verbas estatais e dos cargos comissionados distribuídos
pela prefeitura convocaram o movimento de massas a se mobilizar contra o
arrocho salarial e os ataques as conquistas promovido pelos governos capitalistas
alinhados com a política de austeridade imposta pelos rentistas do mercado
financeiro. Nossos camaradas da Oposição de Luta impulsionada pela TRS-LBI
alertaram nos curso das lutas da categoria que qualquer mobilização deveria ser
travada sem ter qualquer confiança na direção do SINDIUTE, ligada a Articulação
e a OT. Esta burocracia sindical traiu a última greve dos professores,
submetendo os interesses da categoria a aliança entre PT e PDT, que são aliados
no Ceará!
JLO – As chapas petistas estão divididas nestas eleições
sindicais?
CA: O Sindiute até a gestão anterior era controlado pela
corrente “O Trabalho” porém seus principais dirigentes se bandearam para a
direita petista e se disseram inicialmente “independentes” mas depois
embarcaram na Arituculação (PT). Nessa transmutação corrupta, foram se vergando
cada vez mais aos ditames da administração municipal de Roberto Cláudio (PDT),
ao ponto de cair em tamanho descrédito que o sindicato perdeu uma pequena parte
de sua base para a APEOC e grande número de sócios para o SINDFORT que
representa o conjunto dos servidores do município de Fortaleza, sendo filiado a
Intersindical (PSOL). Nesse sentido, é uma tarefa da chapa Oposição pela Base
impulsionar a unificação da categoria em um único sindicato de luta que
enfrente tanto a prefeitura como o governo do estado, desfiliando ambos da
CUT e livrando-se de todas as alas da
burocracia sindical que vivem de privilégios do aparato das entidades. Uma
prova do que afirmamos é que as chapas cutistas 1 (Articulação) e 2 (O
Trabalho) apoiam a candidatura de Luizianne Lins (PT) para a prefeitura agora em 2016, a mesma
que colocou a greve dos professores na ilegalidade em 2011 e ordenou que a
guarda municipal atacasse os trabalhadores em educação, com repressão e spray
de pimenta.
JLO – Porque a LBI decidiu integrar uma chapa 3?
CA – Temos uma longa tradição de luta na categoria e
enfrentamos um momento de polarização política entre a direita e a Frente
popular. Nesse contexto era fundamental em meio ao debate eleitoral e sindical
lançar uma alternativa revolucionária para os professores contra os dois blocos
burgueses. Desde as plenárias iniciais na formação da chapa declaramos que
iríamos participar da “Oposição pela Base” porém tínhamos muitas críticas a política
do PSTU, PSOL e MAIS. Esta ressalva foi compartilhada por um amplo setor
classista da chapa que discorda das posições desses agrupamentos, tanto que na
plenária que decidiu o programa da chapa não entrou a defesa de eleições gerais
e as posições revisionistas dessas correntes, apontamos a Greve Geral e a
independência de classe como plataforma de luta dos professores de Fortaleza.
Portanto, trata-se de uma frente única onde as posições da esquerda
revolucionária representada pelo núcleo de trabalhadores em educação da TRS tem
bastante eco e vamos disputar cada ponto programático da chapa, cada panfleto a
ser lançado na denúncia das duas chapas ligadas a CUT.
JLO – Quais as perspectivas da chapa 3 “Oposição pela Base”
nesta disputa?
CA – Vamos atuar no combate de classe, sem tréguas aos
governos Temer, Camilo e Roberto Cláudio, nossos inimigos nas três esferas de
gestão burguesa. Nesse sentido, temos que derrotar seus agentes no interior do
movimento operário que é a atual direção do Sindiute dividida em duas chapas,
por isso defendemos a unificação em um sindicato único estadual. A chapa 3-
Oposição pela Base deve cumprir esta tarefa superando a “cláusula de barreira”
dos 20% impostos pela burocracia sindical cutista nos estatutos da entidade que
prevê a proporcionalidade qualificada. Nesse sentido, além dos materiais da
chapa 3, lançaremos panfletos próprios da TRS-LBI, com eixos de luta que marcam
nossa corrente revolucionária, bastante respeitada entre os professores de
base. Explicaremos a necessidade desta frente única e de nossa liberdade de
crítica ao PSTU-PSOL-MAIS. No curso deste combate, buscaremos aproximar os
ativistas mais avançados e conscientes para a tarefa da construção do Partido
Revolucionário e da LBI, única ferramenta capaz de superar a Frente Popular, o
sindicalismo vulgar e o revisionismo trotskista. Por isso, mãos à obra e todo
apoio a chapa 3 - Oposição pela Base!