sexta-feira, 9 de setembro de 2016

ESTADO OPERÁRIO NORTE-COREANO REALIZA NOVO TESTE NUCLEAR E O CARNICEIRO OBAMA AMEAÇA COM MAIS RETALIAÇÕES: OS REVOLUCIONÁRIOS APOIAM O PLENO DIREITO DA AUTODEFESA COREANA DIANTE DAS PROVOCAÇÕES DO IMPERIALISMO!


A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) confirmou nesta sexta-feira (09) em sua televisão estatal que realizou seu quinto teste nuclear, no dia em que o país comemora o 68º aniversário de sua fundação. “A detonação atômica aconteceu com sucesso”, disse a locutora Ri Chun-hee, encarregada de divulgar os principais anúncios do regime, em um breve espaço informativo especial emitido pela televisão estatal KCTV. O novo teste atômico é uma “medida de resposta aos EUA e a nossos inimigos que nos sancionaram, negando nosso status de orgulhosa potência nuclear e criticando nossas ações baseadas no direito à autodefesa”, expressou a locutora. “Vamos continuar reforçando nossas capacidades para impulsionar nossa força nuclear”, concluiu. O teste atômico aconteceu na base de Punggye-ri, no nordeste do país, o mesmo local onde a Coreia do Norte já detonou artefatos nucleares em 2006, 2009, 2013 e em janeiro deste ano. No teste nuclear de janeiro, o país assegurou ter usado uma bomba de hidrogênio. Hoje, a Coreia do Norte afirmou que o teste confirmou sua capacidade de montar uma ogiva nuclear em um míssil: “Este teste nuclear confirmou finalmente (...) a estrutura e as características específicas de uma ogiva nuclear que foi padronizada de maneira a ser montada em mísseis balísticos estratégicos”, afirmou a agência estatal norte-coreana KCNA. O teste “elevou sem dúvida a outro nível a tecnologia da Coreia do Norte para montar ogivas nucleares em foguetes balísticos”, completou a agência. O novo teste é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das provocações do imperialismo. O desenvolvimento dos programas de energia nuclear e comunicação na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e inundações. Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantém bases militares desde o final da Segunda Guerra Mundial. A Coreia do Sul já havia confirmado, mais cedo, que o terremoto de 5 graus de magnitude na Escala Richter causado de forma artificial na Coreia do Norte correspondia ao quinto teste nuclear do país vizinho. Além disso, afirmou que a explosão foi mais potente que em vezes anteriores. “Avaliamos que a Coreia do Norte realizou seu maior teste nuclear até o momento, já que teria alcançado os 10 quilotons, segundo nossas primeiras estimativas”, disse um porta-voz do Ministério da Defesa de Seul. Como sempre a presidente sul-coreana, Park Geun-hye, condenou o teste, alegando que “representa uma clara violação das resoluções da ONU e também um ato de desafio contra a comunidade internacional”, segundo o comunicado. Por sua vez a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chamou o anúncio da Coreia do Norte sobre um teste nuclear como uma “clara violação” das resoluções do Conselho de Segurança e um ato “preocupante e lamentável”: “Peço categoricamente à Coreia do Norte que aplique totalmente todas as resoluções pertinentes do Conselho de Segurança da ONU e da AIEA”, afirmou em comunicado Yukiya Amano, secretário-geral deste organismo da ONU. O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que “o teste nuclear norte-coreano é absolutamente inaceitável”. Tóquio “apresenta um sério protesto contra a Coreia do Norte e condena (este teste) da forma mais enérgica”. Abe declarou ainda que o programa nuclear de Pyongyang “se transformou em uma séria ameaça à paz e à segurança da comunidade internacional”. Por fim Obama ameaçou o Estado operário norte-coreano: “Proponho a nossos aliados e parceiros que o teste nuclear realizado hoje pela Coreia do Norte tenha sérias consequências”, informou a Casa Branca em comunicado. Tais declarações são uma farsa provocativa! Antes de mais nada, o novo teste é um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das provocações do imperialismo. A imprensa pró-imperialista em todo planeta faz alarde acerca dos testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à humanidade”. Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados, mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte. Como explicar que a Coreia do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil ou uma bomba H, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para uso especificamente militar? Diante dessa realidade de conflito permanente não negamos a possibilidade da Coreia Popular, devido ao isolamento econômico imposto pela China restaurada e das provocações do império ianque, ser forçada a utilizar suas ogivas atômicas ou termo-nucleares contra o território “enclave” da Coreia do Sul ou mesmo o Japão. Como Marxistas Revolucionários, não podemos assumir diante de um conflito que pode ter proporções nucleares a “posição de avestruz” da maioria das correntes revisionistas, por isto declaramos em “alto e bom som” nosso apoio ao Estado Operário norte-coreano, apesar da burocracia dinástica que o governa. Devemos mobilizar amplos setores do proletariado e da juventude para repudiar as provocações militares do império ianque contra a Coreia do Norte e apontar o governo Obama como responsável pela escala militar. Por outro lado, não devemos nutrir a menor confiança política na capacidade de resistência da burocracia stalinista coreana, pronta para capitular a qualquer momento em troca de sua própria sobrevivência enquanto uma casta social privilegiada. A tarefa que se impõe no momento é o chamado ao conjunto do proletariado asiático que se unifique na bandeira da derrota do imperialismo ianque e seus protetorados militares da região, em particular convocando a classe operária do Sul para cerrar fileiras na luta pela reunificação socialista do país.



O teste ocorreu em comemoração ao nascimento da República Democrática e Popular da Coreia (norte). Fundada em 1948 após a derrota militar do Japão (país que ocupava o território coreano desde 1910) na Segunda Guerra Mundial. Seguindo a política do Stalinismo de dividir o mundo em zonas de influência, a península coreana foi dividida entre o “norte socialista” e o Sul capitalista. Em 1950, guerrilheiros norte-coreanos iniciam uma ofensiva militar para reunificar o país, uma guerra é deflagrada e mais uma vez a URSS intervém para conter a iniciativa popular coreana, costurando um acordo internacional com os EUA de reconhecimento “definitivo” das duas Coreias em 1953. Com o crescimento da influência política e militar da China no final dos anos 60, a Coreia Popular passa a intensificar suas relações econômicas com a república mandarim, o que persistia até os dias de hoje, mas sob uma intensa pressão da burocracia chinesa para que os coreanos sigam o mesmo caminho restauracionista dos ex-Maoistas convertidos agora a “gerentes capitalistas”. É exatamente esta a questão central que explica o aumento da “temperatura” na região, abrindo a possibilidade concreta de uma guerra nuclear, entre um Estado operário ultradeformado e uma nação imperialista e seu gendarme sulista. O certo é que com a morte do Kim Jong-Il a pressão pela restauração capitalista, que ganhou grande incremento com a liquidação contrarrevolucionária da URSS e a conversão da China ao capitalismo, vem se recrudescendo para impor o fim do Estado operário norte-coreano. A política contrarrevolucionária da burocracia stalinista, hoje formalmente dirigida por Kim Jong-un, mas de fato controlada pelos generais do exército, está buscando uma mediação com as potências imperialistas através da China para uma transição ordenada ao capitalismo. Com o fim da URSS e a perda dos parceiros comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em 30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao capitalismo. A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior intensidade, a estrangular o Estado operário, aumentando as tensões intraburocráticas.

Oficialmente, a Coreia do Norte está em situação de guerra contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom, assinado em 1953, apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. O imperialismo ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode mais apoiar-se na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. Como diz o provérbio popular, que a vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam pacientemente responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que só não foi maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da revolução em toda a Ásia e Europa. Para os marxistas leninistas a tarefa da unificação socialista da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas sabemos muito bem que o primeiro passo para concretizar este objetivo passa pela derrota política e militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar as conquistas operárias ainda existentes na RDPC. Convocar o proletariado mundial, em particular a poderosa classe operária sul-coreana a defender incondicionalmente a Coreia do Norte, o que não significa em hipótese alguma depositar a menor confiança política no regime stalinista, como nos ensinou o “velho” Trotsky, “lutamos lado a lado de Stalin contra os inimigos da revolução, para depois acertarmos nossas próprias contas”. Como genuínos revolucionários, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário; ao contrário, defendemos incondicionalmente suas conquistas sociais revolucionárias. Justamente por esta razão, reivindicamos o legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear ou a bomba de Hidrogênio, para responder às provocações imperialistas. Para tanto, é preciso que o proletariado norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista, seja pelas mãos da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista como alternativa proletária à empedernida burocracia stalinista. As recentes ameaças do jovem dirigente Kim Jong (neto do fundador da República popular Kim Il Sung) sobre um ataque à costa americana do Pacífico carecem de fundamento bélico, os mísseis balísticos norte-coreanos aparentemente não possuem esta capacidade tecnológica, mas podem atingir facilmente o enclave do Sul e muito provavelmente o Japão, outro protetorado militar ianque. Um conflito destas proporções obrigaria os EUA a deslocar um enorme contingente de forças para a região, levando a China para uma posição de completo “desconforto” em seu próprio “quintal”. Com um leque de opções nada atraente para a burocracia restauracionista chinesa, em caso de uma guerra, Pyongyang continua a receber a “contragosto” ajuda econômica de Pequim “alimentando” assim as relações socializadas de produção (planificação central em oposição ao “livre” mercado do Sul) da Coreia Popular que ainda se mantém como um Estado operário, produto histórico da revolução popular que derrotou a ocupação do imperialismo japonês em seu território.

Como herdeiros das lições deixadas por Leon Trotsky, nos opomos frontalmente à frente única contrarrevolucionária comandada por Obama para estrangular um Estado operário burocratizado. Vergonhosamente, a maioria das correntes pseudotrotskistas mundiais, com a LIT e a UIT unem-se numa stalinofobia crônica, que os jogam no campo oposto do combate pela resistência contra a restauração capitalista e às agressões militares ao Estado operário. Não por acaso, estiveram lado a lado com o imperialismo na defesa da queda da URSS e do Muro de Berlim em nome do combate à “ditadura totalitária stalinista” e se postaram contra o regime nacionalista de Kadaffi apoiando os “rebeldes” mercenários da OTAN na Líbia, o que agora repetem na Síria. A maioria dos revisionistas mantém um criminoso silêncio diante das provocações ianques contra o Estado operário norte-coreano. Quando “abrem a boca” é para engrossar o coro pró-imperialista contra a Coreia do Norte e seu regime “ditatorial”. Sob o pretexto do combate ao "totalitarismo stalinista", somam-se à cantilena da Casa Branca. Apesar dos genuínos revolucionários defenderem a necessidade da revolução política para colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista em oposição à empedernida burocracia stalinista, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o Estado operário. Lutamos pela unificação da Coreia e a expulsão do aparato militar imperialista da península através da revolução social no sul, com a expropriação das empresas capitalistas tipo Hyundai e Samsung. Os marxistas revolucionários defendem incondicionalmente a Coreia do Norte e suas conquistas sociais revolucionárias: economia planificada e a propriedade dos meios de produção controlada pelo Estado, o controle do comércio exterior, sistema financeiro estatal, recursos e meios de produção como a indústria e a mineração como propriedade do Estado, fornecimento de energia elétrica subsidiada a toda a população, educação e saúde estatal gratuitas. A melhor forma de defender as massas norte-coreanas e suas conquistas, preparando as bases da revolução política, é estabelecer uma frente única militar com o Estado operário ameaçado, chamando o proletariado a se mobilizar em todo o mundo contra o bloqueio e as sanções orquestradas por Obama, assim como em defesa do legítimo direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico nuclear para se opor às provocações imperialistas.