HÁ UM ANO DO IMPEACHMENT NO SENADO: UMA POLÊMICA
CONTINUA NA ORDEM DO DIA,DILMA FOI ALVO DE UM GOLPE DE ESTADO OU SOFREU UM GOLPE PARLAMENTAR?
O ato final do Golpe Institucional contra o governo Dilma
foi desferido há um ano atrás, no dia 31 de Agosto de 2106. Naquela data, o
Senado aprovou o impeachment da Presidente da República, por 61 votos a 20, com
Renan Calheiros, hoje convidado de honra das “Caravanas de Lula pelo Nordeste”,
ampliando ainda mais o placar contra a gerente petista. O plenário ainda
decidiu manter os direitos políticos de Dilma, ou seja, ela pode se candidatar nas
eleições de 2018, demonstrando que setores da burguesia desejam manter um
"canal aberto" com Dilma que se mostrou fiel defensora do chamado
"regime da democracia dos ricos". O Blog da LBI acompanhou todos os
capítulos da crise política que levou ao afastamento da gerentona neoliberal.
Nossa corrente trotskista interviu nos atos massivos contra o “golpe” defendendo
uma política revolucionária, denunciando a ofensiva da direita reacionária e a
covardia da política de colaboração de classes do PT que acabou por pavimentar
sua derrota vergonhosa no parlamento burguês. Fomos a primeira corrente a caracterizar
o processo em marcha como um Golpe Institucional, diferenciando-o de um Golpe
de Estado como analisamos no artigo que reproduzimos abaixo, uma diferença
fundamental desprezada conscientemente pela esquerda reformista adaptada ao
regime da democracia dos ricos.
GOLPE DE ESTADO E “GOLPE” PARLAMENTAR REPRESENTAM O MESMO
RECURSO PARA AS CLASSES DOMINANTES? OS MARXISTAS AFIRMAM CATEGORICAMENTE QUE
NÃO!
(BLOG DA LBI, 25 DE ABRIL DE 2016)
A esquerda reformista como um todo, desde os setores
revisionistas do Trotsquismo recém convertidos a defesa da Frente Popular até
os mais carcomidos neostalinistas velhos apologistas da política de colaboração
de classes, vem há algum tempo sustentando a “tese” de que está em marcha um
Golpe de Estado no Brasil. Com a agudização da crise política do regime
democratizante e o triunfo da primeira etapa do impeachment da presidente
Dilma, a pseudo-tese do Golpe de Estado ganhou contorno de verdade fática,
sendo utilizada como principal bandeira política do bloco governista contra a
oposição direitista, que hoje congrega desde as raposas da privataria tucana
até os antigos caciques da chamada "base aliada" do governo petista,
hoje qualificados de “golpistas”. De fato está em pleno curso político uma
inflexão da classe dominante em direção a um novo governo (gerente de seus
negócios), pela via de um golpe parlamentar, que se vale do instrumento
constitucional do impeachment. Este movimento institucional da burguesia contra
seu antigo gestor estatal "despertou" forças sociais conservadoras,
reacionárias e até fascistas que ameaçam o conjunto das liberdades democráticas
e a esquerda como um todo (reformistas e revolucionários) e que portanto não
pode ser apoiado pelo movimento dos trabalhadores de forma alguma.
APÓS 13 ANOS DE OCUPAÇÃO MILITAR, EXÉRCITO BRASILEIRO SAI DO
HAITI DEIXADO RASTRO DE REPRESSÃO, FOME E BARBÁRIE A SERVIÇO DA EXPLORAÇÃO
IMPERIALISTA DA ILHA NEGRA...LULA E BUSH INICIARAM ESSA "PARCERIA"
OPRESSORA COMO DENUNCIOU A LBI EM 2004!
O Exército brasileiro ocupa há 13 anos o Haiti a serviço da
exploração da Ilha negra pelas transnacionais imperialistas. Agora, nesse dia
31 de agosto, começa formalmente a se retirar do país deixando um rastro de repressão, fome e barbárie. País mais
pobre da América e de todo hemisfério ocidental, o Haiti está submetido desde
2004 a uma terrível ocupação militar, a partir do golpe orquestrado pela Casa
Branca que derrubou o então presidente Jean Aristide. Então com a participação
direta dos exércitos dos governos de centro-esquerda burguesa como Lula, Evo Morales
e Rafael Correa que se dispuseram a fazer o trabalho sujo de
"estabilizar" a Ilha, a ocupação militar foi até hoje capitaneada
pelas tropas do Exército brasileiro a serviço do imperialismo ianque. A
ocupação agravou imensamente a situação de extrema miséria da população
haitiana. Mais da metade dos haitianos está desempregado e 70% teve que deixar
suas terras, primeiro devido a um processo de degradação causada pelo plantio
do café, o principal produto de exportação do Haiti e, depois, pela repressão
consequente da invasão imperialista. Destruição, miséria, fome, doenças... A
expectativa de vida é de 52 anos, apenas 20% da população está empregada e a
taxa de analfabetismo é de 45%. O acesso à água potável é outro problema
assustador: apenas 37% da população usufrui deste "direito". Outra
marca da ação militar no Haiti é a brutal repressão através de chacinas,
estupros e tortura contra qualquer foco de resistência, principalmente nos
conglomerados mais proletarizados, como a favela de Cité Soleil, na capital
Porto Príncipe.
HÁ VINTE ANOS ATRÁS O ENTÃO DEPUTADO LINDBERG FARIAS SE
AFASTAVA DO PCdoB E INGRESSAVA NO PSTU. QUATRO ANOS DEPOIS (2001) SEM
CONQUISTAR UMA ÚNICA VAGA PARLAMENTAR PELO MORENISMO O EX-PRESIDENTE DA UNE
ADENTRA NO PT PARA RETOMAR SUA "CARREIRA" INSTITUCIONAL BURGUESA,
PORÉM A LBI JÁ APONTAVA ESTE CURSO OPORTUNISTA BEM ANTES....MAIS UM PROGNÓSTICO
MARXISTA 100% CONFIRMADO...
LINDBERG "SAI" DO PSTU E INGRESSA NO PT: MANOBRA
OPORTUNISTA DE "ENTRISMO" DO PSTU NO PT OU COMPLETA DESMORALIZAÇÃO DE
SUA POLÍTICA ELEITOREIRA?
(HOME DA LBI SETEMBRO DE 2001)
Há exatamente quatro anos, em setembro de 1997, no Jornal
Luta Operária nº 22, a Liga Bolchevique Internacionalista elaborou um documento
intitulado "Genuína autocrítica do stalinismo ou uma reacomodação
eleitoral?", o qual analisava o desligamento do então deputado federal
Lindberg Farias do PCdoB e seu ingresso no PSTU. Resolvemos agora reeditá-lo
como apêndice dessa brochura, no marco de uma nova realidade política: a
recente saída de Lindberg do PSTU e sua filiação ao PT. Tomamos essa decisão porque, recorrendo ao próprio marxismo
e seu método de análise, podemos afirmar que além de apontarmos corretamente
naquele momento as genuínas raízes políticas que provocaram a ruptura de
Lindberg com o PCdoB, temos hoje todos os elementos para clarificar o seu
aparente desligamento do PSTU e o ingresso no partido que é timoneiro-mor da
frente popular no Brasil, o PT.
34 ANOS DA FUNDAÇÃO DA CUT: A TRANSFORMAÇÃO DE UMA CENTRAL
OPERÁRIA PELAS MÃOS DA FRENTE POPULAR EM AUTARQUIA BUROCRÁTICA A SERVIÇO DA
COLABORAÇÃO DE CLASSES COM A BURGUESIA
Por: Hyrlanda Moreira - Fundadora da CUT, encabeçando a chapa de oposição que unificou a esquerda revolucionária em 1997
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebra hoje seus 34
anos de fundação realizando neste exato momento um “Congresso Extraordinário e
Exclusivo” da central em meio a ofensiva privatizadora do governo golpista de
Temer. O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, abriu oficialmente o
Congresso da entidade para patrocinar a candidatura Lula em 2018, “o líder que
é a cara do povo brasileiro... O ódio que as elites têm do Lula é que o Lula
mostrou que a classe trabalhadora não nasceu para ser capacho da burguesia. É
por isso que ele é perseguido. Eles querem fazer uma eleição sem o Lula.
Eleição sem o Lula é fraude”, afirmou Freitas. Em resumo, a paralisia da CUT em
impulsionar a luta direta das massas tem como lastro apostar suas fichas no
circo eleitoral de 2018. Fundada no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo,
durante a ditadura militar na época sob o comando do general Figueiredo e
opondo-se, via o chamado “novo sindicalismo”, aos pelegos do PCB, PCdoB e MR-8,
a CUT hoje está completamente integrada ao Estado capitalista após os mandatos
do PT no governo central. Mesmo agora estando na “oposição” ao golpista Temer a
CUT não tem quase poder de reação operária pelos seguidos anos de sua política
de colaboração de classes. Enquanto o ascenso das greves operárias no final dos
anos 70 provocou o nascimento da CUT, uma central operária que centralizava a
luta dos trabalhadores contra a ditadura militar, defendendo liberdade e
autonomia sindical, significando um acontecimento histórico progressivo, a
ascensão do governo de frente popular do PT, por sua vez, é um acontecimento
político importante porque completou o processo de integração e cooptação
política e material da CUT ao Estado burguês. Tal fato representa também um
marco histórico que decretou a morte e a falência política dessa entidade como
instrumento de luta das massas exploradas. Coube, por exemplo, ao VIII CONCUT
em 2003 inaugurar essa nova etapa histórica em que a CUT dá um salto de
qualidade no caráter de classe da Central. Se antes a CUT era um braço sindical
do PT, depois de 14 anos de gestão da Frente Popular ela consolidou-se como uma
sucursal do próprio governo petista, intervindo como guardiã dos interesses
econômicos e políticos da burguesia, ao ponto de agora frente ao Golpe
Institucional contra Dilma seguir a política da direção nacional do PT de
apenas desgastar eleitoral e midiaticamente o governo Temer apostando na volta
de Lula em 2018.
POLÊMICA SOBRE EM QUE CAMPO POLÍTICO E MILITAR DEVEM
POSTAR-SE OS MARXISTAS REVOLUCIONÁRIOS DIANTE
DA AÇÃO DO IMPERIALISMO E SEUS AGENTES INTERNOS RACHAVA A LIT HÁ 5 ANOS ATRÁS
Publicamos um artigo elaborado há 5 anos em que analisamos a
ruptura da seção espanhola da LIT no auge da ofensiva imperialista
contra a Síria e após a intervenção militar da OTAN na Líbia, em agosto de 2012. Esse debate volta a tomar força nas fileiras
morenistas agora que a LIT vem defendendo a “unidade tática” com o MUD para
derrubar o governo Maduro, posição escandalosa e pró-imperialista que tem
provocado dissidências internas. Assim como se aliou aos “rebeldes” na Líbia de
Kadaffi e aos "revolucionários do ELS" na Síria de Assad, ambos patrocinados pela OTAN, a direção da LIT usando como pretexto o combate a “ditadura
chavista” vem convocando conjuntamente com a direita golpista apoiada pela CIA as marchas contra
Maduro. Como genuínos trotskistas nos colocamos no campo político e militar
oposto ao do imperialismo e seus agentes internos tanto na Líbia, como na Síria
e agora na Venezuela. O fato dessa polêmica retomar com força neste momento de
ofensiva imperialista na Venezuela demonstra que as posições morenistas diante dos
conflitos de governos nacionalistas burgueses ou frente populistas com o
imperialismo e as forças políticas que este patrocina no interior dos países
semicoloniais rompe com os critérios fundamentais do Marxismo-Leninismo provocando "desconforto" até mesmo em suas fileiras ou gerando rupturas, na medida que é oposta pelo vértice as lições que
nos legaram Lênin e Trotsky da defesa incondicional dos países semicoloniais atacados pelos
imperialismo e por seus agentes internos como o MUD, sem abrir mão da crítica às direções reformistas e nacionalistas burguesas, travando paralelamente o combate pela construção do Partido Revolucionário, a IV Internacional.
POLÍTICA DA LIT DE APOIO A OTAN “RACHA” SUA SEÇÃO NA ESPANHA
(BLOG DA LBI, 23 DE AGOSTO DE 2012)
A LIT não passou imune por apoiar abertamente os “rebeldes”
pró-OTAN na Líbia e aprofundar descaradamente sua política pró-imperialista na
Síria, se colocando entusiasticamente no campo dos mercenários do Exército
Livre da Síria (ELS). Sua seção espanhola “Corriente Roja” (organização que
sucedeu o PRT) sofreu um importante racha que teve justamente como plataforma
política a denúncia da unidade política e militar que os morenistas
estabeleceram com forças patrocinadas e armadas diretamente pelas potências capitalistas
nestes dois países em nome da fantasiosa “revolução árabe”. Já em junho de
2011, os camaradas que romperam com a LIT na Espanha lançaram um comunicado
“Sobre a ruptura produzida na Corriente Roja”. Neste afirmam: “Consumou-se uma
ruptura entre os companheiros do PRT e parte da organização Corriente Roja,
diante da decisão dos primeiros de dissolver o PRT para converter CR em seu
partido político, seção da LIT-QI no Estado espanhol”. Logo depois esclareceram
os motivos políticos da ruptura na declaração intitulada “Fora as tropas
espanholas, da OTAN e seus mercenários da Líbia” (Agosto/2011) em que afirmam:
“Os bombardeios abriram caminho para os mercenários, porém o fato de que o povo
líbio tenha resistido durante seis meses deixa evidente que os chamados
‘rebeldes’ sem a OTAN não existem. Como se fosse pouco, enquanto conclui seu
‘trabalho’ na Líbia, o imperialismo ameaça já a Síria, país que junto com Irã e
parte do sul do Líbano (controlada pelo Hezbollah) constituem os redutos da
resistência frente ao imperialismo. Os planos internacionais de
desestabilização incluem o financiamento de mercenários terroristas sírios a
fim de potenciar um conflito desde o exterior, justificando uma nova invasão
exterminadora”. Como se observa até mesmo no interior das correntes que estão
atoladas no mais embriagado revisionismo há resistência diante de uma política
que transformam organizações como a LIT em uma força auxiliar do imperialismo
“democrático”. A defesa do estabelecimento de uma frente única com as forças e
regimes atacados pelo imperialismo e seus agentes nativos, com total
independência política diante das direções nacionalistas burguesas, posição
defendida por Trotsky no Programa de Transição e negada pela LIT nos dias de
hoje em nome do combate às “ditaduras sanguinárias”, mostra a atualidade das
lições deixada pelo velho bolchevique, tanto que foram a base das polêmicas que
levaram a ruptura da seção espanhola morenista.
25 DE AGOSTO DE 1936 - PRIMEIRO “PROCESSO DE MOSCOU”:
EXECUTADOS ZINOVIEV, KAMENEV E OUTROS 14 ACUSADOS DE INTEGRAREM O SUPOSTO
“CENTRO TERRORISTA TROTSKI-ZINOVIEV”, UMA FARSA JURÍDICA MONTADA POR STÁLIN
PARA PERSEGUIR E ELIMINAR SEUS ADVERSÁRIOS POLÍTICOS
Em 25 de agosto de 1936 Grigóri Zinoviev, Lev Kamenev e
outros 14 dirigentes bolcheviques foram condenados sem provas e executados em
Moscou sob a acusação de assassinar Kirov e planejar a morte de Stálin. O
macabro espetáculo foi a primeira farsa jurídica de várias outras, sempre com o
mesmo padrão: os réus, em sua maioria militantes do Partido Comunista da União
Soviética (PCUS), eram submetidos a torturas, ameaças e maus-tratos, e acabavam
confessando crimes que não cometeram — como espionagem, envenenamento e
sabotagem. Centenas de milhares de membros do Partido Comunista e do Exército
Vermelho opositores de Stálin seriam perseguidos pela polícia, presos e, se não
eram executados, seguiam para campos de concentração. Essa série de julgamentos
públicos dos opositores de Stálin, ocorridos na União Soviética de 1936 a 1938,
ficou conhecida como Processos de Moscou. Velhos líderes bolcheviques que
dirigiram a Revolução de Outubro foram assim banidos, consolidando o poder
burocrático de Stálin. O Grande Expurgo, também conhecido como o Grande Terror,
entre 1936 e 1939 resultou na execução de 680.000 pessoas e a deportação de
centenas de milhares. Em agosto de 1936, Stalin pessoalmente autorizou o uso da
tortura nas prisões e só proibiu novamente no final de 1938.
Trotsky acompanhou
esses processos desde o México e denunciou-os como uma farsa jurídico-política
para eliminar os adversários de Stálin dentro e fora da URSS. No tomo IV de
seus Escritos, no texto intitulado “ A burocracia stalinista e o assassinato de
Kirov”, ele pontua “Em 17 de dezembro foi publicada uma notícia onde, pela
primeira vez, se afirma que Nikolaev fez parte do grupo de oposição de
Leningrado dirigido por Zinoviev em 1926. …. Em 1926 toda a organização
partidária de Leningrado, com muito poucas exceções, pertencia a oposição de
Zinoviev…. Posteriormente todos eles capitularam, com seu dirigente na cabeça;
mais adiante repetiram a capitulação de maneira mais decisiva e humilhante”. Em
seguida Trotsky afirma “Contudo, é evidente que essas informações referentes ao
‘grupo Zinoviev’ não foram lançadas acidentalmente; só podem significar que são
a preparação de um ‘amalgama’ jurídico, isto é, uma tentativa conscientemente
falsa de implicar no assassinato de Kirov a outros indivíduos e grupos que não
têm nem podem ter nada em comum com o ato terrorista”. Ligando o ato terrorista
de 1934 a mando da GPU com a antiga Oposição Unificada de 1926, a burocracia
stalinista ordenou a prisão de 15 membros do velho grupo de Zinoviev- Kamenev.
Acerca dessas prisões Trotsky escreveu “ Zinoviev: colaborador de Lenin durante
muitos anos no exílio, ex-membro do Comitê Central e do Birô Político,
ex-presidente da Internacional Comunista e do Soviete de Leningrado. Kamenev:
colaborador de Lenin no exílio durante muitos anos, ex-membro do Comitê Central
e do Birô político, vice-presidente do Conselho de Comissários do Povo,
presidente do Conselho de Trabalho e Defesa e presidente do soviete de Moscou.
Esses dois homens formaram, junto com Stalin, a troika (triunvirato) que
governou o país entre 1923 e 1925”. Buscando aprofundar a análise da farsa em
curso Trotsky escreveu “Esses 15 indivíduos são implicados, sem mais nem menos,
no assassinato de Kirov. Segundo as explicações dadas pelo Pravda (jornal
oficial do Partido), o objetivo deles era tomar o poder, começando por
Leningrado “com a secreta intenção de reestabelecer o regime capitalista”. Para
concluir Trotsky analisa que “Zinoviev e Kamenev não são tontos. No mínimo
entendem que a restauração do capitalismo significaria antes de mais nada o
extermínio de toda a geração que fez a revolução, incluídos, obviamente, eles
mesmos. Em consequência, não cabe a menor dúvida que a acusação engendrada por
Stalin contra o grupo de Zinoviev é totalmente fraudulenta, tanto no que se
refere ao objetivo especificado, a restauração do capitalismo, quanto aos
meios, os atos terroristas”. Apesar de denunciar os crimes de Stálin e os
Processos de Moscou, Trotsky pontua suas diferenças políticas e de caráter comZinoviev e Kamenev em um artigo de dezembro
de 1936 “Não há razões de peso que me obriguem a assumir responsabilidade
política ou moral sobre Zinoviev e Kamenev. Sempre foram meus ferrenhos
adversários, com exceção de um breve período (1926-1927). Pessoalmente, não
confiava muito neles. Porém é certo que eles eram intelectualmente superiores a
Stalin. Porém lhes faltava caráter. Este é o traço que Lenin levou em conta
quando disse em seu testamento que ‘não é casual’ que Zinoviev e Kamenev haviam
sido contra a insurreição do outono de 1917. Não puderam suportar a pressão da
opinião pública burguesa. Quando as profundas mudanças sociais começaram a se
cristalizar na União Soviética, combinadas com a formação da burocracia, ‘não é
casual’ que Zinoviev e kamenev se deixaram arrastar para o bando da burocracia
stalinista. Em 1933 Zinoviev e Kamenev não somente voltaram a se retratar, como
também se prostraram frente a Stalin. Nenhuma calúnia lhes parecia
demasiadamente vil para lança-la contra a Oposição [trotskysta], e
especialmente contra a minha pessoa. Sua autodestruição os deixou impotentes
frente à burocracia, que a partir de então passou a exigir-lhes qualquer
confissão. Seu destino posterior foi o resultado destas capitulações e auto –
humilhações”. Trotsky, apesar de combater o Stalinismo e a degeneração
burocrática na URSS jamais abriu mão de defender o Estado Operário degenerado
Soviético das ameaças do imperialismo, do fascismo e de seus agentes internos,
reivindicando inclusive a frente única com Stálin e o Exército Vermelho contra
os inimigos capitalistas da URSS, preparando a revolução política para superar
a burocracia despótica, mas preservando as bases sociais da União Soviética,
uma lição que os revisionistas do Trotskismo trataram de esquecer quando
celebraram a queda da URSS e a restauração capitalista pelas mãos de Yeltsin em
agosto de 1991.
24 DE AGOSTO DE 1954: A MORTE DE VARGAS E O OCASO DO
NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO
Neste 24 de agosto completa-se 63 anos do suicídio de
Getúlio Vargas. Episódio marcante da história política brasileira, a morte de
Vargas ocorreu em meio a uma profunda crise que refletia as contradições do
projeto desenvolvimentista de seu governo. Em 1953, a continuidade da política
de estímulo à industrialização, uma das principais características do
varguismo, começou a sofrer limitações, exigindo a ampliação de investimentos e
o aumento das importações de equipamentos e máquinas, o que provocava déficit
na balança comercial do país. O mesmo ocorria com a balança de pagamentos,
devido à sangria das riquezas nacionais, promovida pelo crescimento das
remessas ilegais de lucros pelas empresas estrangeiras que atuavam no país.
Esse quadro tornava-se ainda mais grave com a queda dos preços do café no
mercado mundial (principal commoditie para exportação no período), contribuindo
para o declínio da receita externa, o que reacendeu a disputa feroz entre as
diferentes frações da burguesia nacional pelas divisas em dólar e pelo controle
do Estado burguês a fim de preservar seus interesses comerciais. Foi esse o
“pano de fundo” fundamental da crise política que abalou profundamente o país
nos anos 50 e levou ao “suicídio” induzido do “caudilho nacionalista” em agosto
de 1954, sob a pressão direta do imperialismo ianque ávido pela “troca” do
chefe de estado brasileiro. A principal força de oposição a Vargas era a União
Democrática Nacional (UDN), que expressava os interesses das oligarquias
agroexportadoras descontentes com as restrições às importações e à política de
controle e confisco cambial, mecanismos que transferiam recurso do setor
agrário-exportador para o setor industrial. A UDN também agrupava os estratos
superiores da classe média, que temiam a esquerdização e o comunismo. O capital
imperialista, que desejava utilizar as divisas do país para a conversão e a
emissão de lucros para o exterior, era o aliado mais importante desse partido.
O governo Vargas, por sua vez, tinha como base de sustentação o chamado pacto
populista, uma espécie de aliança entre a burguesia industrial e as massas
trabalhadoras das cidades, incluindo também as facções das oligarquias
regionais atreladas ao Estado desde 1930 e setores nacionalistas das Forças
Armadas, todos unidos em torno de uma ideologia nacionalista que apresentava o
desenvolvimento industrial capitalista como meio de realização de interesses
comuns da burguesia e do proletariado. Fazendo um paralelo como os dias atuais,
paradoxalmente o governo Dilma sofreu um golpe parlamentar há um ano atrás, em agosto
de 2016. Tal como Getulío, Dilma foi impotente diante a direita e da pressão do
imperialismo, porém diametralmente oposta ao velho culdilho, a “gerentona
petista” não protagonizou nenhum ato de coragem pessoal e resistência política
simbólica, ao contrário, o PT tenta voltar a Presidência da República com Lula
em 2018 reeditando a mesma política de pacto das elites, reaproximando-se das oligarquias agrárias e dos setores da burguesia nacional que sustentaram as gestões anteriores da Frente Popular,
como vimos nas recentes caravanas do petista pelo Nordeste, abraçado com
figuras reacionárias como Renan Calheiros e Jackson Barreto, inclusive já
convidando para ser vice de sua chapa o empresário Josué Gomes da Silva, presidente da
Coteminas e filho do falecido burguês José Alencar.
DEPOIS DE FHC E DILMA PRIVATIZAREM A DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
E AS HIDROELÉTRICAS, TEMER ANUNCIA A ENTREGA DA ELETROBRAS: ORGANIZAR A GREVE
NACIONAL DOS TRABALHADORES DE TODO O SETOR ELÉTRICO!
A quadrilha de Temer instalada no Palácio do Planalto
anunciou a privatização da Eletrobras. A proposta causou frenesi no cassino
financeiro: valor da “venda” avaliado pelo mercado não corresponde nem a 10% do
potencial real da estatal. A Privataria Tucana desorganizou o setor,
privatizando praticamente toda a distribuição de energia do país ("filé
mignon" ou ponto final do negócio), Dilma continuou a trilha neoliberal
entregando a iniciativa privada as novas hidrelétricas recém construídas e sequer
concluídas, agora o "tiro de misericórdia" do golpista Temer com a
"doação" aos rentistas das antigas usinas de geração (a exceção de
Itaipu) e das redes de transmissão de todo território nacional. A perda do
controle estatal da geração e transmissão de energia é um hediondo crime que
afetará a segurança nacional do Brasil na medida que entregar centenas de
bilhões de dólares em capital investido em hidrelétricas, termelétricas e
linhas de transmissão. O dinheiro arrecadao com a
privatização será gasto com títulos da dívida pública que consome quase 50% do
orçamento. As subsidiárias da Eletrobras respondem por 32% da capacidade de
geração de energia do país, e a empresa tem 70 mil quilômetros de linhas de
transmissão, o que corresponde a 47% da malha nacional. A estatal participa,
também, da usina de Itaipu e de 178 projetos de energia com outras empresas. A
privatização da Eletrobras representaria um duro golpe à soberania energética
do Brasil. Com a geração e transmissão de energia nas mãos de multinacionais
estrangeiras, o país perderia o controle de uma área estratégica para o
desenvolvimento nacional. Lembremos que em 2015, Dilma leiloou 29 usinas
hidrelétricas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). As hidrelétricas
foram construídas há mais de 30 anos e pertenciam até o leilão, às companhias
estaduais de energia de Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo –
respectivamente Cemig, Copel, Celesc e Cesp. Com a venda o Dilma arrecadou R$
17 bilhões para amortizar os juros da dívida. Devemos lutar para impedir a
entrega das empresas estatais ao mesmo tempo denunciar as "parcerias"
e abertura de capitais e privatizações parciais que o PT promoveu. É necessário
convocar uma greve dos trabalhadores de todo o setor energético em defesa da
Eletrobras 100% estatal sob o controle pelos trabalhadores em todos os ramos,
desde a geração, passando pela transmissão e a distribuição! Para vencer é
preciso romper com a política de ilusões na eleição de Lula em 2018 e desde já
organizar a luta direta contra os ataques privatistas do golpista Temer!
77 ANOS DA MORTE DE LEON TROTSKY: A ESTÓICA TAREFA DE MANTER
VIVO E ORTODOXO O LEGADO REVOLUCIONÁRIO DO BOLCHEVISMO-LENINISMO!
Há exatos 77 anos morria o grande comunista revolucionário Leon
Trotsky. No dia 21 de agosto de 1940 o dirigente Bolchevique veio a falecer,
produto de um ataque covarde na cabeça de golpes de picareta desferido por um
agente da KGB no México. Estes 77 anos correspondem a um período relativamente
curto para a história da humanidade, mas de intensa transformação no planeta,
onde desgraçadamente a “roda da história” moveu-se no sentido contrário aos
interesses do proletariado mundial e da revolução socialista. No curso deste intervalo
de tempo somos obrigados a constatar que a causa do comunismo sofreu um duro
revés. O maior deles foi justamente a liquidação contrarrevolucionária da URSS
no começo dos anos 90, com o fim do Estado operário soviético que o velho
bolchevique ajudou a construir ao lado de Lênin com vitória da Revolução de
Outubro. O próprio assassinato de Trotsky no México, depois de vagar pelo
planeta desde sua expulsão da União Soviética em 1928, foi uma expressão
dramática da situação de perseguição e isolamento que sua corrente política
estava sofrendo por parte do stalinismo e do imperialismo. Para os que até hoje
defendem seu legado político e as lições programáticas que deixou o velho
bolchevique há o imenso desafio de manter de pé a construção do partido revolucionário
internacionalista em meio a uma etapa histórica de profundo retrocesso político
e ideológico das massas. Os dias de hoje estão marcados por uma brutal ofensiva
imperialista mundial que ganhou ainda mais impulso com o fim da URSS e foi
reforçada na atualidade com a fantasiosa “revolução árabe” que acabou por
possibilitar que a Casa Branca fizesse uma transição conservadora em países
estratégicos como o Egito, fato que agora se revela em toda sua plenitude com a
imposição do golpe militar pelos generais financiados pelo Pentágono e pusesse
fim a regimes adversários como o comandado por Kadaffi na Líbia. O cerco
imperialista a Venezuela, Irã, Síria e a Coreia do Norte fazem parte desta
nefasta estratégia que está ancorada em uma perda de referência da vanguarda
nos postulados políticos e teóricos do comunismo.
“GOLPE DE AGOSTO” NA URSS: OS TROTSKISTAS NA BARRICADA DA
DEFESA DO ESTADO OPERÁRIO CONTRA A RESTAURAÇÃO CAPITALISTA... OS REVISIONISTAS
COMEMORANDO A BURLESCA “REVOLUÇÃO” QUE ENTRONOU O “DEUS MERCADO” JUNTO COM
YELTSIN E O IMPERIALISMO IANQUE
Entre os dias 19 e 20 de agosto de 1991, há exatamente 26
anos atrás, um golpe militar dirigido por generais stalinistas e setores da KGB
tentou barrar a divisão da URSS um dia antes da celebração do chamado
"Tratado da União" que criava uma Federação de Repúblicas
Independentes, com ampla autonomia para seus presidentes levarem a cabo a
restauração capitalista. Sob o comando do então vice-presidente da União
Soviética, Gennady Yanaiev, esta ala da burocracia prendeu Gorbachev com o
objetivo de retomar o controle do aparelho central do então Estado operário
soviético. O golpe foi derrotado militarmente e de seu fracasso surgiu como
novo ícone da restauração capitalista o "herói" Boris Yeltsin, então
presidente da Federação Russa, que tratou de dar curso ao processo de
liquidação contrarrevolucionária da URSS. Yeltsin comandou um setor
restauracionista que havia rompido com o aparato estatal do PCUS, se alçou à
condição de representante direto do “mercado” e venceu, com a ajuda da
burguesia mundial, o golpe de estado liderado pelos burocratas stalinistas do
Comitê de Emergência. Os restauracionistas tomaram o poder de estado,
instaurando um governo capitalista na Rússia, disposto a destruir as antigas
bases sociais do Estado operário através da autonomia total das então
repúblicas soviéticas, privatizar a economia estatizada e a restaurar o
capitalismo na região, transformando a antiga URSS numa semicolônia
capitalista, condição na qual atualmente se encontra a Rússia, apesar de uma
certa recuperação econômica. Diante deste acontecimento, a grande maioria da
esquerda mundial, incluindo os revisionistas (PSTU, PO, PTS, PCO, TPOR, OT
etc...) saudaram a contrarrevolução de Yeltsin como uma “revolução democrática”
ou um “acontecimento revolucionário”, engrossando as fileiras do imperialismo e
da social-democracia em suas comemorações do “fim da ditadura stalinista”.
Ironicamente, há pouco tempo atrás, na Ucrânia, novamente a estátua de Lênin
foi derrubada em praça pública, bandeiras vermelhas com o símbolo da foice e martelo
pisoteadas por grupos fascistas e manifestações exigindo a “unificação” com a
Europa. Estas cenas em muito se pareceram com o que ocorreu em 1991 com o fim
da URSS, mas se passaram na Ucrânia, mais particularmente na capital do país,
Kiev. Quando houve a restauração capitalista da União Soviética e do Leste
Europeu, há mais de 26 anos (89-91) ocorrendo exatamente as cenas que se
passaram há pouco tempo na Ucrânia, as correntes revisionistas do trotskismo,
como PSTU e PCO, apresentaram estes acontecimentos como uma “vitória
revolucionária das massas”. Os morenistas seguem até hoje com esta
caracterização e inclusive apresentam as manifestações pró-imperialistas e o
golpe fascista que ocorreram na Ucrânia como parte da “revolução” que derrotou
o stalinismo no passado, já que a ligação entre o presidente ucraniano que
acabou deposto, Viktor Yanukovich com Putin representaria a manutenção dos
laços políticos e econômicos com a Rússia, que ainda influencia parte das
antigas repúblicas soviéticas. O PTS (MRT no Brasil, antiga LER-QI) que
celebrou a queda da URSS agora diz “lamentar” os efeitos da restauração
capitalista e cinicamente saúdam o MAIS (racha do PSTU) por supostamente fazer
uma autocrítica das posições da LIT, quando na verdade ambos agrupamentos
continuam a comemorar a fim do “aparato stalinista mundial” pelas mãos do
imperialismo como uma grande vitória. Mais oportunista ainda é a posição do
PCO, que hoje critica as “teses” pró-imperialistas da LIT, “finge” ser
defensista e contrária à restauração capitalista, quando era uma das correntes
mais fervorosas na defesa da suposta “revolução política” na RDA e na URSS,
posição contrarrevolucionária que inclusive levou a nossa ruptura programática
com esta seita revisionista e a fundação da LBI.
HÁ 25 ANOS DAS MOBILIZAÇÕES PELO “FORA COLLOR”: DEPOIS DE
DERROTAR O PT PELA VIA DA FRAUDE ELEITORAL, A BURGUESIA SE LIVRA DE UM “LADRÃO
DE GALINHAS” PARA PREPARAR A ERA DAS GRANDES PRIVATIZAÇÕES PELO TUCANO FHC
O governo Collor ascendeu ao Palácio do Planalto em 1990,
após derrotar Lula nas fraudulentas eleições presidenciais de 1989. Somente
passaram-se dois anos (1992) para ficar evidente que o “Caçador de Marajás” não
havia conseguido a sustentação política necessária no interior das classes
dominantes exatamente por representar um setor lúmpen e marginal da burguesia,
utilizado como alternativa de emergência diante da vitória eleitoral roubada de
Lula em 89. O movimento “Fora Collor”, de composição majoritariamente juvenil,
foi impulsionado diretamente pela Famiglia Marinho que resolveu abandonar sua
“criatura” quando esta tornou-se inútil e obsoleta diante das perspectivas que
a economia mundial estava abrindo para o Brasil. A mobilização dos jovens do
“Fora Collor”, levados às ruas pela Rede Globo, assumiu como eixo a luta
“contra a corrupção” e pela “ética na política” em função das “pequenas
comissões” cobradas pelo tesoureiro de Collor (PC Farias) a empresários que
pretendessem realizar “negócios” com o Estado brasileiro. Galvanizando
rapidamente nas ruas o ódio por um governo que confiscou a poupança da
população, o “Fora Collor” serviu como instrumento para a burguesia nacional
agilizar a troca de uma “gerência” capitalista arcaica por outra neoliberal “moderna”
(no marco do mesmo regime político), capaz de realizar as privatizações que o
capital financeiro exigia. O “Impeachment” de Collor, longe de representar o
“resgate da cidadania” ou o “Brasil passado a limpo”, como pregam até hoje os
reformistas de todos os calibres, expressou um movimento da própria burguesia
para utilizar melhor seu “fundo estatal”, apeando do poder um governo de
“ladrões de galinha” em benefício de “tubarões” da corrupção em um mundo recém
globalizado no início da década de 90. Em agosto começaram as manifestações que
exigiam o fim do governo Collor. Em setembro de 1992 o Congresso Nacional
votava o relatório da CPI do “PC Farias” que encaminhava a perda do mandato do
então presidente da república Fernando Collor de Melo por crime de
responsabilidade, era o início do fim para o alagoano conhecido como o “caçador
de marajás”. A “histórica” sessão do Congresso, presidida pelo deputado gaúcho
Ibsen Pinheiro (pouco tempo depois o próprio parlamentar peemedebista foi
cassado pelos seus pares) teve um resultado acachapante a favor do
“impeachment”, 441 votos sim e somente 38 contra, pela primeira vez a burguesia
brasileira descartava um presidente eleito, pela via institucional, sem
recorrer aos tradicionais golpes de estado comandados por milicos treinados
pela CIA. As acusações que pesavam contra Collor foram concentradas contra seu
tesoureiro de campanha, o lendário “PC Farias”, por ter recebido de “propina”
de corrupção um automóvel Fiat Elba, uma verdadeira piada da vida real,
chancelada como verídica por todos seus ex-apoiadores, como seu próprio irmão
(Pedro) e a poderosa organização mafiosa Globo. Fiel politicamente até o fim ao
amigo Collor somente o falecido ACM, que com uma fração de seu partido, o PFL,
lhe brindou os 38 votos contrários a sua cassação. Mas, o “inferno astral” do
primeiro presidente eleito após o fim do regime militar, começou mesmo no mesmo
dia que assumiu o governo, em março de 1990, com um decreto de congelamento da
poupança popular, Collor iniciava uma sinuosa trajetória de “rupturas” que
poucos anos depois acabaram por deflagrar o movimento dos “Cara Pintadas”,
considerado pelos revisionistas da LIT, como a “segunda revolução democrática
no país” (a primeira teria sido a campanha das “Diretas Já”), na verdade mais
uma manobra política das classes dominantes que granjeia o apoio das massas.
Para compreender as razões da queda de Collor, de um ângulo marxista, será
necessário retroceder um pouco mais na história e voltar ao final dos anos 80,
precisamente no processo de esgotamento da chamada “Nova República” do biônico
Sarney.
No ano de 1989, o Brasil se preparava para realizar o
“sonho” das eleições diretas, após cinco anos de uma gestão estatal de profunda
crise política, estamos nos referindo ao presidente Sarney que chega ao fim de
seu mandato biônico, “eleito” pelo Colégio Eleitoral da ditadura, sem nenhum
apoio popular. O oligarca maranhense, ex-presidente da ARENA (partido dos
militares golpistas de 64), que assumiu o comando da “Nova República” por conta
da estranha morte do governador mineiro Tancredo Neves, tinha na figura do
então líder do PRN, Collor de Melo, seu principal adversário político no campo
da burguesia. Como o isolado Sarney não tinha sequer um partido político para
enfrentar as eleições de 89 (que eram exclusivamente para a presidência da
república), rejeitado tanto pelo PMDB como pelo PFL, partidos da base de apoio
do regime, resolveu impulsionar materialmente o minúsculo PCB, lançando a
candidatura do deputado Roberto Freire, único candidato que não “batia” no
“cachorro morto” Sarney. Em um quadro de completa crise dos partidos
tradicionais da burguesia, o PMDB sob controle do decrépito Ulisses e o PFL nas
mãos do esclerosado Aureliano Chaves, a possibilidade concreta do operário
petista “radical” Lula ganhar as eleições presidenciais acionou o “alerta
vermelho” da burguesia nacional, que de forma emergencial organizou às pressas
a “alternativa” Collor, mesmo consciente dos riscos posteriores que esta opção
política engendraria.
HOJE, 16 DE AGOSTO DE 2017, “O CAPITAL” COMPLETA 150 ANOS:
VIDA LONGA A TEORIA REVOLUCIONÁRIA DO MARXISMO LENINISMO!
Em 16 de agosto de 1867 Marx finaliza a elaboração do
primeiro tomo de “O Capital”, após anos de pesquisa e reflexão teórica. É um
período em que Marx estreita seus vínculos com o movimento operário, então norteado
por teses anarco-economicistas que não conseguiam explicar com profundidade
toda a dinâmica do regime capitalista, desde o mundo do trabalho até o acúmulo
de riquezas das classes dominantes. Nesta época envia uma carta breve e
comovente a Frederich Engels como um tributo ao seu novo trabalho intelectual:
“Se foi possível, devo-o apenas à você. Sem seus sacrifícios em meu favor eu
jamais teria conseguido realizar o imenso trabalho exigido pelos três tomos. Eu
cumprimento-o com enorme gratidão”. Sem sombra de dúvida uma contundente demonstração
de camaradagem militante de Marx, que rejeitava qualquer "título" ou
vaidade acadêmica de "brilhantismo". O Capital cuja influência sobre
a história contemporânea da luta de classes é incalculável, desperta desde o
fim do século XIX uma polêmica teórica permanente sobre a sua natureza. Mas no que consiste precisamente a essência
das teses contidas no “Capital”? É uma obra econômica? É um texto filosófico?
É o nascedouro da sociologia moderna ou uma plataforma científica para a
política revolucionária do proletariado? Para Marx, a economia política se distingue da ciência clássica, ou seja
, uma ciência que se transformou em ideologia. A evolução da economia política
foi interrompida e ela se desviou da via científica, pois permaneceu
prisioneira dos preconceitos e das ideias da classe dominante da sua época, a
classe burguesa. É em decorrência da própria lógica da economia política
clássica, que teria conduzido obrigatoriamente à condenação do modo de produção
capitalista, ao desvelamento de suas contradições, descoberta de seu caráter
transitório e ao prenúncio de seu fim, que os economistas burgueses não foram
capazes de levar a termo a obra de Adam Smith e de Ricardo, e que a escola
clássica de economia política começou a se desagregar. Ao efetuar a crítica da
economia política, Marx combinou simultaneamente três elementos distintivos,
primeiramente analisar o funcionamento da economia capitalista, dissecando suas
contradições e mostrando o quanto a ciência econômica oficial é incapaz de dar
conta destas e de explicá-las. Analisando as teorias dos economistas burgueses,
revelando suas contradições, insuficiências e equívocos, localizando suas
raízes em sua função ideológica, em relação à sociedade burguesa. E por fim,
analisou a luta de classe entre capitalistas e trabalhadores, de maneira a
encarnar a evolução econômica e ideológica nos homens concretos, que fazem sua
própria história, em última instância, através das condições objetivas da luta
de classes. O “Capital” não pretende explicar todas as sociedades humanas,
passadas e futuras. Ele se contenta, mais modestamente, em explicar apenas a
sociedade predominante há quatro séculos: a sociedade burguesa, e desta forma
apontar uma nova perspectiva histórica para a humanidade. Para poder elucidar o
funcionamento do modo de produção capitalista, Marx é obrigado a localizar a
origem das “categorias econômicas” (mercadoria, valor, dinheiro, capital), cuja
gênese está na sociedade pré-capitalista. Ele é obrigado, portanto, a exercer o
ofício de historiador, a prover também os elos fundamentais para a compreensão
das sociedades pré-capitalistas. Marx não pode analisar as contradições do modo
de produção capitalista com justeza sem, com isso, dar à classe trabalhadora um
instrumento de luta poderoso, sem intervir, por essa razão, ativamente nesta
luta de classes e sem procurar orientá-la a um objetivo preciso: a derrubada do
regime de produção capitalista.
MACRI, COM SEU DURO AJUSTE NEOLIBERAL, FOI O GRANDE VENCEDOR
DAS ELEIÇÕES PARLAMENTARES ARGENTINAS: UM SINAL DE ALERTA AOS CRÉDULOS NA
DEMOCRACIA BURGUESA E NO "SAGRADO" SUFRÁGIO UNIVERSAL
As eleições parlamentares (primárias) argentinas, nominadas
de "PASO", realizadas no último domingo, brindaram o atual presidente
Macri com uma "generosa" vitória nacional, contra o conjunto das
forças políticas da oposição burguesa, que tem na ex-presidente Cristina
Kirchner sua principal expressão eleitoral. Apesar da articulação eleitoral em
torno de Mauricio Macri (Cambiemos) ter origem e maior peso na capital do país,
a cidade autônoma de Buenos Aires (CABA), o presidente colheu excelentes
resultados em praticamente todas as províncias, inclusive as governadas pelo
Peronismo. Na principal província da Argentina, Buenos Aires (capital La Plata)
a apuração foi Interrompida quando se verificava um "empate técnico"
entre a candidatura oficialista apoiada por Macri e Cristina Kirchner, ambas na
disputa pela simbólica vaga do Senado da república. Mesmo tratando-se de
"prévias" a vitória na província de Buenos Aires tem um
"sabor" de resultado final do embate nacional, por isso a suspensão
da apuração logo após a ascensão de Cristina em pleno escrutínio dos votos,
teve um caráter claro de fraude operada diretamente pelo governo central. Sem o
resultado oficial de Buenos Aires, o troféu das "PASO", ficou com a
Casa Rosada e seu reacionário arco de apoio político. Macri ao longo de seu
primeiro mandato na presidência aplicou um duro ajuste neoliberal, reduzindo
salários, eliminando conquistas operárias e cortando investimentos estatais,
seguindo a mesma cartilha internacional determinada pelos rentistas, exatamente
o mesmo "cardápio" oferecido por Temer ao Brasil. O desgaste social
de Macri não tardou muito e logo as lutas populares de resistência começaram a
se generalizar no país, de cara com as primeiras eleições gerais desde sua
posse todos os analistas de "esquerda" previam uma retumbante derrota
nacional do presidente alinhado com o "Consenso de Washington", porém
ocorre exatamente o inverso e foi a oposição quem colheu um impressionante
retrocesso eleitoral. A razão do "inesperado" êxito macrista embora
não seja de simples explicação reside no fato do caráter histórico e
contemporâneo da democracia burguesa, hoje um regime ancorado na manipulação
midiática da população e na fraude direta do "sufrágio universal"
pelos organismos estatais. Este elemento central da investigação Marxista sobre
a conjuntura política é simplesmente ignorado pela totalidade da esquerda
reformista que insiste em replicar, até à exaustão, sua fé inabalável na
legitimidade das instituições republicanas.
No caso concreto das prévias
argentinas, a esquerda revisionista abrigada na FIT, só conseguiu
"enxergar" que ultrapassou o piso mínimo de 1% exigido pelas
"PASO", e que terá alguma chance de eleger um deputado nacional na
eleição final de outubro. Fora da FIT, o MAS e o MST (conformaram o bloco
"Esquerda a Frente pelo Socialismo") sequer conseguiram o piso mínimo
de 1%, responsabilizando o oportunismo do PTS pelo seu fiasco eleitoral. Como é
fácil constatar o eixo programático absoluto do revisionismo portenho está
concentrado na disputa parlamentar, e nem lhe passa pela cabeça denunciar a
grotesca fraude eleitoral em curso. Para a esquerda brasileira, que sonha com o
retorno da Frente Popular a gerência do Estado capitalista nas eleições de
2018, deveria ficar a lição argentina: a burguesia nacional "elegerá"
seu candidato preferencial ao Planalto a despeito do "sagrado" sufrágio
universal da maioria da população do país.
MAIS UMA ENGANAÇÃO SOCIAL DEMOCRATA: "VAMOS"
REPETIR A VELHA FÓRMULA REFORMISTA DE "DEMOCRATIZAR A ECONOMIA"?
O "VAMOS" surgiu causando um verdadeiro frisson na
esquerda revisionista, particularmente nas tendências internas do PSOL, como o
MAIS, INSURGÊNCIA, COMUNA e afins programaticamente. A nova articulação
política impulsionada por Guilherme Boulos, do MTST, tem como referência teórica
nada menos do que o "PODEMOS" espanhol (que convidou Boulos a
conhecer seu projeto da "horizontalidade") e conta com o suporte de
"estrelas éticas" do PT, entre as quais o ex-governador Tarso Genro,
do senador Lindberg Farias e possivelmente até nos bastidores da ex-presidenta
Dilma Rousseff. O PODEMOS, tão reverenciado pelos ecossocialistas do SU, se
coloca no mapa da geopolítica europeia como o embrião ibérico do parceiro grego
Syrisa, que tem sua gerência estatal plenamente aprovada pelo capital
financeiro internacional. A versão "tupiniquim" do PODEMOS,o
"VAMOS" tentando antecipar-se a uma possível impugnação de Lula em
2018, lança uma suposta plataforma econômica alternativa ao petismo, criticado
pela inércia de suas gestões diante dos anacronismos nacionais. Contudo a
coordenação do "VAMOS" foi bastante sincera ao declarar que seu
"debut" está inteiramente condicionada ao cenário eleitoral de 2018,
ou seja, caso Lula seja impedido pela justiça de disputar o Planalto. A despeito
da "honestidade" eleitoral do "VAMOS", as correntes de
esquerda revisionista do PSOL não deixam de sonhar com uma chapa
Alencar/Boulos, que seria para estes cretinos a sublimação do "socialismo
ético", embora com o mesmo programa burguês "nacional-desenvolvimentista"
da Frente Popular. Vejamos então como pensa o "VAMOS" no principal
tópico de seu programa, o econômico: "Nossa economia precisa se voltar
para o desenvolvimento nacional e para servir aos interesses populares.
Queremos um modelo de desenvolvimento que possibilite alimentos saudáveis e
baratos, saúde e educação pública, moradia e transporte de qualidade, queremos
uma economia organizada com base na solidariedade, no cooperativismo, na
sustentabilidade e na integração regional do Brasil" (sitio do
"VAMOS"). Não há sequer um mínimo "retoque" da velha e
surrada tese socialdemocrata do "capitalismo sustentável", ou como os
reformistas preferem: " A democratização do capital". Que Chico
Alencar, Marcelo Freixo e C&A tenham um verdadeiro orgasmo político com
tamanho engodo populista nenhuma surpresa, afinal são apologistas convictos da
democracia burguesa como valor universal para toda a humanidade. Porém para
forças políticas que ainda reivindicam formalmente a "revolução
socialista", abraçar este amálgama de colaboração de classes do
"VAMOS" é um escárnio ao legado Marxista. Os Trotskistas não combatem
na trincheira da "democratização do capital", somos forjados na luta
programática para demolir de forma violenta o Estado Burguês, erigindo a
socialização da economia e sua planificação central através da Ditadura do Proletariado como um regime
transitório em direção ao Socialismo. A revolução socialista (e por
consequência o próprio socialismo) não virá como um "subproduto
eleitoral", como desgraçadamente afirmam os charlatães reformistas do
PSOL, será construída pela ação violenta das massas proletárias dirigidas por
um partido Leninista. Fora desta perspectiva histórica, o que vemos são as
antigas fórmulas fracassadas de "revigorar" o modo de produção
capitalista com "mecanismos de participação popular". O PT, PSOL e
agora o "new VAMOS", são apenas graduações políticas da Social
Democracia (mais ou menos neoliberais), que em sua essência de classe, estruturalmente são partes integrantes das inúmeras variações políticas das
classes dominantes que estão conduzindo o planeta para a porta da barbárie da economia mercantil.
Nossa única alternativa em escapar da catástrofe capitalista anunciada continua a ser o
Marxismo Revolucionário!
DIANTE DAS DEMISSÕES NA FORD: OCUPAR A FÁBRICA E CONVOCAR
IMEDIATAMENTE A GREVE GERAL DOS METALÚRGICOS!
A Ford anunciou a demissão de 364 metalúrgicos em sua planta do ABC paulista. Eles serão demitidos nesta semana (segunda e terça-feira).
Depois de mais de dois anos adotando o lay-off (suspensão temporária dos
contratos), PPE (Programa de Proteção ao Emprego) e férias coletivas a fábrica
decidiu, unilateralmente, demitir 364 pais e mães de família. Em resposta, os
trabalhadores em assembleia votaram por unanimidade fazer a luta contra todas
as demissões a partir da próxima quarta-feira. É necessário
lutar pela reintegração de todos os operários. Só negociar alguns benefícios a
mais na demissão não adianta, faz-se necessário ocupar a fábrica para barrar o
conjunto das demissões, cerca de 15% dos trabalhadores da produção. Se no
futuro a demanda sofrer novo aquecimento, os patrões vão incrementar ainda mais
os ritmos de produção (aumento das metas) e a Ford contratará mão de obra
terceirizada para suprir suas demandas recorrendo as medidas aprovadas pelo
governo Temer no parlamento. A burocracia sindical da CUT que aceitou
passivamente todas as medidas que levaram as demissões (lay-off, PPE e férias
antecipadas) agora tardiamente definiu uma campanha contra as demissões na
categoria somente para...14 de setembro, um mês após o ataque no Ford do ABC!
Essa “unidade de ação” atrasada envolve representantes sindicais da
CSP-Conlutas, CUT, CTB, Força Sindical, UGT e Intersindical, quando seria
necessário convocar uma greve geral da categoria metalúrgica imediatamente,
chamando a ocupação já da planta da Ford! Para barrar as demissões em massa é
necessária, desde já, uma mobilização nacional, unitária e centralizada dos
trabalhadores, baseada num programa operário e anticapitalista, capaz de
defender os empregos através da greve com ocupação de fábrica. Para vencer, o
proletariado precisa superar as direções sindicais. É preciso rechaçar as
demissões, convocar pela base uma assembleia e deflagrar a greve com ocupação
de fábrica, chamando a solidariedade de toda a categoria. É hora de resistir
usando os métodos de luta da classe operária! Para a vanguarda classista e
revolucionária este é o momento certo para apoiar fortemente a luta dos
operários da Ford com toda solidariedade política e material e construir uma
verdadeira oposição classista alternativa aos pelegos da CUT! Neste momento o
programa de luta é a escala móvel de salários, onde os contratos coletivos de
trabalho devam assegurar aumento automático dos salários, de acordo com a
elevação dos preços dos carros e a escala móvel por horas de trabalho, para
absorver a mão de obra metalúrgica desempregada. Ao mesmo tempo defendemos uma
campanha nacional em solidariedade a luta dos operários para o cancelamento das
demissões. Estatização da empresa sob controle dos trabalhadores e sem nenhuma
indenização. Para que esta luta possa vencer é necessário superar a política de
colaboração de classes da direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. É
fundamental para enfrentar a ofensiva dos patrões a retomada dos métodos de luta
e ação direta, com assembleias massivas democráticas e greves unificadas para
arrancar verdadeiros aumentos salariais e fazer avançar a consciência política
da classe, a fim de aumentar o potencial de combate contra os seus inimigos de
classe que têm imputado derrotas econômicas, sociais e políticas aos
trabalhadores. Como sempre temos que enfrentar o perigo da CUT abrir mão da
luta direta e da greve com ocupação de fábrica, único meio para barrar as
demissões, para fazer acordos vergonhosos com os patrões!
NAZISTAS SAEM ÀS RUAS NOS EUA E
ENFRENTAM O JUSTO ÓDIO DO POVO EXPLORADO: TODO APOIO A RESISTÊNCIA PROLETÁRIA
EM SUA LUTA HEROICA CONTRA O RACISMO E O FASCISMO! CONSTRUIR MILÍCIAS DE
AUTO-DEFESA PARA RESPONDER AOS ATAQUES DA “NOVA” KKK E DOS BANDOS REACIONÁRIOS!
A marcha de neonazistas ocorrida neste final de semana em
Charlottesville (Virgínia), nos EUA, empunhando bandeiras com a suástica de
Hitler e dos estados norte-americanos que lutaram contra o fim da segregação racial,
escancara a tendência política de crescimento do fascismo com a eleição de
Trump. Essa “nova” KKK, formada por alguns milhares de pessoas saiu às ruas da
cidade inicialmente sob proteção policial. Exigiam a manutenção de uma estátua
em homenagem a um dos símbolos da segregação racial e para expressar seu ódio
contra negros, latinos, muçulmanos, LGBT's e os imigrantes em geral, uma pauta
patrocinada pela Casa Branca e principalmente pelo Partido Republicano assim
como pelo Tea Party. Um dos racistas atropelou propositalmente com
seu carro manifestantes que repudiavam o evento reacionário, deixando pelo menos uma
pessoa morta e vários feridos. Esse ataque neonazista foi respondido por
centenas de pessoas, ativistas da Black Lives Matter e grupos antifascistas que
se “armaram” de paus e pedras para deter a agressão covarde. O cínico Donald
Trump declarou para a imprensa “condenamos nos termos mais enérgicos esta
indignante manifestação de intolerância, ódio e violência por parte de muitos
bandos”, omitindo que a marcha racista incitou as agressões. Desde a LBI
deixamos claro que toda nossa solidariedade está incondicionalmente com o
movimento negro, latino e das chamadas “minorias” que resistem a repressão
estatal e aos bandos fascistas. Consideramos justa e legítima a reação ao
ataque neonazista e avaliamos que a melhor forma de combater a ofensiva
assassina da nova KKK e dos bandos fascistas apoiados pela polícia ou a
violência desferida diretamente pelo aparato estatal comandado por Trump é a
formação de milícias de autodefesa unindo trabalhadores negros e brancos contra
a exploração e o racismo. Os ataques de claro conteúdo fascista e racistas
estão em consonância com a época de ofensividade bélica e de reação ideológica
preconizada pelo imperialismo ianque que Trump é porta-voz. Como não há um
contraponto revolucionário a degradação de uma sociedade doente que recorre a
um estado policial contra seu próprio povo, a humanidade tende a caminhar para
a barbárie imposta pelo império decadente. Desgraçadamente, se não houver uma
direção política que aponte uma saída comunista para os trabalhadores de todo o
planeta, assassinatos racistas, carnificinas neonazistas e guerras genocidas
acontecerão como norma de sobrevivência do regime capitalista senil. Como
podemos observar, continua ascendente a tendência política de deslocamento à
direita nos EUA, com o avanço do fascismo que questiona pela direita a
representatividade da democracia burguesa. Este caminho está sendo pavimentado
por um rebaixamento no nível de consciência das massas, um giro à direita no
terreno da política e um retrocesso no campo da cultura que vem crescendo desde
a queda contrarrevolucionária do Muro de Berlim e a vitória da restauração
capitalista na URSS. Nesse sentido, é preciso alertar, preparar e organizar o
proletariado e, particularmente, sua vanguarda mais combativa para um período
de fascistização dos regimes e de mais aventuras militares neocolonialistas.
Este processo reacionário está baseado em um profundo retrocesso na consciência
do proletariado (apesar do revisionismo do trotskismo caracterizar que
“revoluções” estão pipocando em todo o planeta) e somente pode ser barrado com
a resistência operária e popular aos planos do imperialismo, apontando a
Ditadura do Proletariado como alternativa revolucionária à crise do capital e
seu regime político senil, o que para os comunistas se materializa por erguer
em alternativa ao fascismo ascendente. A materialização deste longo e paciente
combate passa pela construção de um partido internacionalista e revolucionário
que lute por derrotar o imperialismo ianque, sob a qual a vida das massas
converte-se em uma bárbara escravidão. Sem a intervenção do proletariado nesta
conjuntura fascistizante em defesa da liquidação deste estado policial e pela
liberdade imediata dos negros e trabalhadores encarcerados, o capitalismo não
se extinguirá, nem cairá de podre, ao contrário, arrastará a humanidade para a
barbárie. Estamos vendo a volta com força do fascismo ianque em escala interna
e planetária. Para que não se repitam novas cenas sanguinárias dentro e fora
dos EUA, somente a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter
estas tendências nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de
produção capitalista e tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto
de poder socialista!
AGOSTO DE 1945 - LANÇAMENTO DA BOMBA ATÔMICA EM HIROSHIMA:
UM ATAQUE TERRORISTA DO IMPERIALISMO IANQUE PARA IMPOR A SUA NOVA ORDEM MUNDIAL
Na manhã do dia 6 de agosto de 1945, sob as ordens do
presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, a bomba atômica de urânio é
detonada a 600 metros de altura nos céus da cidade de Hiroshima. Em segundos,
mais de cem mil vidas humanas foram exterminadas. Em torno do centro do impacto
da explosão, tudo fora reduzido a cinzas e escombros. Três dias depois, uma
segunda bomba de plutônio era jogada sobre Nagasaki, provocando cerca de 80 mil
vítimas fatais. Este foi o macabro resultado de três anos de desenvolvimento da
tecnologia nuclear sob a égide do capitalismo, conhecido como “Projeto
Manhattan”, criado em 1942 e dirigido pelo físico norte-americano Julius
Oppenheimer, em Los Alamos. O imperialismo ianque concentrou todos os seus
esforços para desenvolver a bomba atômica com o objetivo de superar os alemães,
que supostamente estariam desenvolvendo esta tecnologia. Não por coincidência,
o “Projeto Manhattan” começou a ser desenvolvido pouco antes da URSS dar início
à sua ofensiva contra as tropas nazistas em território russo. O Exército
Vermelho passa à ofensiva militar a partir de novembro de 1942, esmagando
heroicamente as unidades alemãs e se dirigindo rumo ao Ocidente. Três anos
depois, no dia 8 de maio de 1945, a Alemanha se rende incondicionalmente. Os ianques
assimilaram muito bem a derrota nazista, pois Hitler, conforme pensavam os
estrategistas do Pentágono, havia subestimado a força do Exército Vermelho. Era
necessário agir o mais rápido possível. Derrotada a Alemanha, de 17 de julho a
2 de agosto de 1945 são realizados os “Acordos de Potsdam”, através dos quais
foram definidas as zonas de ocupação do território alemão pelas tropas
imperialistas e pela URSS. Neste período, o Japão ainda arrastava-se em
frangalhos na guerra. O Japão, um país imperialista, entra na guerra com o
objetivo de apoderar-se do petróleo e dos recursos minerais do Sudeste
Asiático. Desde a década de 30, tropas japonesas invadem a China, e impuseram
seu domínio sobre a região da Manchúria, onde promoveram o massacre de 350 mil
chineses na tomada da cidade de Nanjing, em 1937. Seu expansionismo
imperialista visava ainda o domínio sobre a Coréia e importantes ilhas do
Pacífico, região controlada por bases militares norte-americanas. Penetrar
nesta região implicava declarar guerra aos EUA, o que aconteceu em 7 de
dezembro de 1941, com o ataque japonês a Pearl Harbor, abrindo, assim, um
confronto interimperialista.
Em junho de 1942, o Japão é vencido na “Batalha de Midway” e
os EUA dominam esta região do Pacífico, assinalando praticamente a derrota
japonesa na guerra. Com a guerra total, declarada pelos EUA, as indústrias
japonesas foram aniquiladas, não havia matérias- primas, nem produção de
armamentos, nem como prover o exército com alimentos. As principais cidades,
incluindo a capital Tóquio, estavam em ruínas, destruídas por pesados
bombardeios. Em Potsdam, o imperialismo ianque já havia tomado a decisão de
detonar a bomba atômica no Japão. A reunião serviu para dissimular e medir as
forças do real inimigo, o Estado operário soviético, que se tornara uma ameaça
ao domínio capitalista na Europa.