SEM DENUNCIAR O SILÊNCIO CRIMINOSO DE FREIXO DIANTE DA
INTERVENÇÃO MILITAR NO RIO DE JANEIRO O MRT PEDE NOVAMENTE INGRESSO NO PSOL COM
O OBJETIVO DE SEGUIR O CAMINHO DE DISSOLUÇÃO DO “MAIS”
Já fazem mais de 15 dias que o Rio de Janeiro está sob intervenção das FFAA, uma militarização voltada fundamentalmente para reprimir o povo pobre e negro, além dos servidores públicos que lutam contra o ajuste neoliberal imposto pela quadrilha de Pezão e Temer. Durante esse período, o PSOL-RJ não emitiu sequer uma nota pública repudiando a ação do Exército. Marcelo Freixo, principal referência da esquerda carioca, que todos os dias usa as redes sociais para informar sobre as atividades de seu mandato parlamentar mantém-se “bem caladinho” sobre o tema apesar das tropas estarem ocupando morros e favela. Freixo não deseja chocar-se com a chamada “opinião pública”, ou melhor, com seus eleitores de classe média que defendem “mais segurança” diante da barbárie social imposta pelo roubo dos cofres públicos pela máfia do PMDB. O MRT, que apoiou a candidatura de Freixo para prefeito da capital fluminense, longe de denunciar essa política de apoio envergonhado do PSOL-RJ e de Freixo a intervenção militar no Rio de Janeiro, limitou-se a registrar diplomaticamente no meio de um artigo que: “Frente a essa situação é imprescindível que a esquerda, que em sua maioria segue calada frente à ocupação militar no Rio, encampe uma verdadeira campanha pela retirada imediata das tropas” (Esquerda Diário, 06/08). Recorrendo a uma crítica genérica a “esquerda” em geral o cínico MRT não denuncia diretamente o silêncio de Freixo, o maior expoente político e eleitoral da “esquerda” no Estado. Ao contrário, acabou de lançar um novo apelo para a direção do PSOL solicitando o ingresso na legenda socialdemocrata comandada por Ivan Valente, Luiz Araújo, Freixo e Chico Alencar. Para reforçar seu pedido declarou justamente como uma espécie de “passaporte” o apoio eleitoral que deu a Freixo nas eleições de 2016! Em um artigo publicado no mesmo dia também no Esquerda Diário (06/08), Diana Assunção declara “No Rio de Janeiro, durante o segundo turno, atuamos na campanha de Marcelo Freixo com um perfil anticapitalista, em combate frontal com o candidato Marcelo Crivella chegando a mais de 200.000 acessos no Esquerda Diário somente nesta cidade” como uma prova de fidelidade política ao PSOL. Em resumo, mesmo com Freixo e a direção do PSOL avalizando a intervenção militar das FFAA no Rio de Janeiro, o MRT volta a "suplicar" seu ingresso na legenda, reclamando que não foram aceitos como o MAIS do Prof. Valério Arcary: “Há alguns dias o MAIS, jovem organização que vem de uma ruptura com o PSTU a partir de rechaçar a posição de apoio ao golpe institucional, anunciou sua entrada no PSOL. Assim como em relação a outras correntes internas do PSOL, temos debates públicos e divergências com a política desta organização. Isso não nos impede de reivindicar a entrada do MAIS no PSOL, caminho que consideramos correto apesar de discordar da política de apoio às Diretas Já e de adaptação às burocracias sindicais durante as grandes paralisações nacionais no país. Mas a direção do PSOL precisa responder quais foram os critérios para aceitar a entrada do MAIS e seguir negando a entrada do MRT sem nenhuma resposta clara e séria”. O MRT nega-se a delimitar com Freixo para não se chocar com os “figurões” do PSOL, mesmo quando é público que o parlamentar é um fervoroso entusiasta da política das UPPs, iniciada pelo governo de Sérgio Cabral. Ao contrário dessa conduta vergonhosa do MRT, os Marxistas Revolucionários tem a obrigação de denunciar o papel de Marcelo Freixo, defensor das ultra-reacionárias UPPs e da “Operação Lava Jato”. Chamamos os trabalhadores e sua vanguarda a enfrentar essa ofensiva reacionária rompendo a paralisia imposta pelas direções reformistas e frente populista (PT, PCdoB e do PSOL), enquanto o MRT faz justamente o oposto, alimenta ilusões no PSOL! Para demonstrar seu servilismo ao reformismo, o MRT lembra que nos últimos anos disciplinadamente ajudou a eleger os parlamentares do PSOL e votou nos seus candidatos a prefeitos, como queridinho da Rede Globo, Marcelo Freixo: “Esta confluência com a posição majoritária das correntes do PSOL permitiu uma nova discussão sobre a nossa entrada, desta vez avançando diretamente para uma experiência em torno das filiações democráticas nas eleições em 2016. Em 5 cidades, o MRT apresentou candidaturas pelo PSOL: Carolina Cacau no Rio de Janeiro (1842 votos), Diana Assunção em São Paulo (3590 votos, a 11ª mais votada do PSOL na cidade), Maíra Machado (1496 votos, a mais votada do PSOL no ABC e a 41ª vereadora mais votada da cidade de Santo André), Flávia Valle em Contagem (693 votos, a mais votada do PSOL na cidade e proporcionalmente a quinta mais votada da esquerda na região metropolitana de Belo Horizonte) e Danilo Magrão em Campinas (1009 votos, o 4º mais votado do PSOL na cidade). No Rio de Janeiro, durante o segundo turno, atuamos na campanha de Marcelo Freixo”. O recente ingresso do MAIS para diluir-se posteriormente no PSOL e a nova "súplica" do MRT para ser aceito na legenda social-democrata justamente quando Freixo não denuncia a intervenção das FFAA no Rio de Janeiro demonstra que esses agrupamentos abandonaram o norte da revolução socialista e mesmo com ritmos distintos estão integrando-se ao reformismo que não “abre o bico” diante do brutal recrudescimento do regime político. Freixo, Chico Alencar e todos os parlamentares do PSOL-RJ estão neste momento por sua covardia política postando-se de fato no campo da burguesia e do imperialismo (apoiam vergonhosamente a direita golpista na Venezuela), como agora diante de mais esta intervenção militar contra os pobres e negros da periferia e morros da “Cidade Maravilhosa”.