DIANTE DAS PROVOCAÇÕES MILITARES DE TRUMP À COREIA DO NORTE:
DEFENDER O ESTADO OPERÁRIO BUROCRATIZADO NORTE-COREANO E SEU DIREITO DE
RESPONDER AOS ATAQUES DO IMPERIALISMO IANQUE COM O USO DE SEU ARSENAL NUCLEAR!
Usando como ameaça a expressão “Fogo e Fúria”, Donald Trump
afirmou nesta sexta-feira (11.08) que a solução militar ianque para um eventual
ataque da Coreia do Norte já está pronta: “As soluções militares estão agora
totalmente instaladas, guardadas e carregadas, se a Coreia do Norte atuar
imprudentemente. Espero que Kim Jong Un encontre outro caminho! É melhor que a
Coreia do Norte não faça mais ameaças aos Estados Unidos. Enfrentarão fogo e
fúria como o mundo nunca viu”. A República Popular Democrática da Coreia (RPDC)
contra-atacou afirmando que os Estados Unidos irão “sofrer uma derrota
vergonhosa e uma condenação final caso persistam em suas aventuras militares,
sanções e pressões extremas”. A ameaça ocorreu após a Casa Branca advertir os
dirigentes stalinistas norte-coreanos de que o país está arriscando a sua
destruição se continuar com o seu programa nuclear. A Coreia do Norte confirmou
que planeja disparar quatro mísseis contra a ilha americana de Guam no Pacífico
(um estratégico enclave militar ianque com 6.000 soldados), alegando que apenas
a força faz sentido para o presidente americano, Donald Trump: “Um diálogo
sensato é impossível com um sujeito assim, desprovido de razão, e com ele só
funciona a força absoluta”, declarou o general Kim Rak-gyom. Como parte do
cerco imperialista, o Japão afirmou “Apelamos firmemente à Coreia do Norte para
que leve a sério as reiteradas advertências da comunidade internacional, acate
as resoluções da ONU e se abstenha de realizar novas provocações”, disse o
porta-voz do governo japonês Yoshihide Suga. A pedido da Casa Branca e com
apoio da China e da Rússia, a ONU endureceu há alguns dias as sanções contra
Pyongyang por seu programa nuclear, que pode custar ao estado operário
burocratizado um bilhão de dólares anuais. As provocações de Trump vem subindo
de tom após dois testes bem-sucedidos de mísseis balísticos intercontinentais
(ICBM) por parte da Coreia do Norte. O cenário se agravou ainda mais após
reportagem do jornal The Washington Post em que oficiais de inteligência dos
EUA informavam que a Coreia do Norte já teria capacidade de miniaturizar ogivas
nucleares e acoplá-las em mísseis. O desenvolvimento dos programas de energia
nuclear e comunicação na Coreia do Norte é uma necessidade de obtenção de uma
alternativa de fonte energética e de monitoramento climático-militar diante do
brutal bloqueio a que o país está submetido, tecnologia fundamental para
possibilitar que Estado possa desenvolver projetos nesse setor com condições de
enfrentar os períodos de adversidade climática, marcado também por secas e
inundações. Nesse sentido, esta estrutura de energia atômica legitimamente
desenvolvida também pode e deve ser utilizada pelo Estado operário
norte-coreano para se defender das ameaças do imperialismo norte-americano através
de seu enclave, a Coreia do Sul e o Japão, onde os EUA mantem bases militares
desde o final da Segunda Guerra Mundial. Os recentes testes de mísseis
balísticos em meio as provocações organizadas por Trump na Península coreana é
um ato de autodefesa do Estado operário norte-coreano diante das ameaças do
imperialismo. A imprensa pró-imperialista em todo planeta faz alarde acerca dos
testes nucleares promovidos pela Coreia do Norte, afirmando serem uma “ameaça à
humanidade”. Oculta, criminosamente, que só na Coreia do Sul, um enclave criado
e militarizado pelos EUA, há um contingente militar acima de 40 mil soldados,
mais de mil ogivas nucleares apontadas para o Norte. Como explicar que a Coreia
do Norte não pode lançar um satélite ou inclusive testar um míssil ou uma bomba
H, se quem a condena, os EUA, têm 439 satélites em órbita, sendo 98 deles para
uso especificamente militar? Diante dessa realidade de conflito permanente não
negamos a possibilidade da Coreia Popular, devido ao isolamento econômico imposto
pela China restaurada e das provocações do império ianque, ser forçada a
utilizar suas ogivas atômicas ou termo-nucleares contra o território “enclave”
da Coreia do Sul ou mesmo o Japão. Com o fim da URSS e a perda dos parceiros
comerciais do Leste europeu, a Coreia do Norte viu sua economia contrair-se em
30% nos cinco anos que se seguiram a 1991. Restou a China, hoje convertida ao
capitalismo. A intensa reação ideológica mundial patrocinada pela mídia
imperialista e o cerrado bloqueio econômico tendem, cada vez com maior
intensidade, a estrangular o Estado operário. Como Marxistas Revolucionários,
não podemos assumir diante de um conflito que pode ter proporções nucleares a
“posição de avestruz” da maioria das correntes revisionistas, por isto declaramos
em “alto e bom som” nosso apoio ao Estado Operário norte-coreano, apesar da
burocracia dinástica que o governa. Devemos mobilizar amplos setores do
proletariado e da juventude para repudiar as provocações militares do império
ianque contra a Coreia do Norte e apontar o governo Trump como responsável pela
escala militar. Por outro lado, não devemos nutrir a menor confiança política
na capacidade de resistência da burocracia stalinista coreana, pronta para
capitular a qualquer momento em troca de sua própria sobrevivência enquanto uma
casta social privilegiada. A tarefa que se impõe no momento é o chamado ao
conjunto do proletariado asiático que se unifique na bandeira da derrota do
imperialismo ianque e seus protetorados militares da região, em particular
convocando a classe operária do Sul para cerrar fileiras na luta pela
reunificação socialista do país. Oficialmente, a Coreia do Norte está em
situação de guerra contra os EUA e a Coreia do Sul, o armistício de Panmunjom,
assinado em 1953, apenas estabeleceu uma trégua temporal entre os dois lados. O
imperialismo ianque sabe que ao contrário de 1953, a Coreia do Norte não pode
mais apoiar-se na URSS, hoje Rússia, e tampouco na China. Como diz o provérbio
popular, que a vingança é um prato que se deve saborear a frio, os EUA esperam
pacientemente responder a humilhante derrota sofrida na Guerra da Coreia, que
só não foi maior devido à política stalinista de Mao Tsé Tung de contenção da
revolução em toda a Ásia e Europa. Para os marxistas leninistas a tarefa da
unificação socialista da Coreia se mantém tão vigente como na década de 50, mas
sabemos muito bem que o primeiro passo para concretizar este objetivo passa
pela derrota política e militar do imperialismo ianque, obstinado em liquidar
as conquistas operárias ainda existentes na RDPC. Convocar o proletariado
mundial, em particular a poderosa classe operária sul-coreana a defender
incondicionalmente a Coreia do Norte, o que não significa em hipótese alguma
depositar a menor confiança política no regime stalinista, como nos ensinou o
“velho” Trotsky, “lutamos lado a lado de Stalin contra os inimigos da
revolução, para depois acertarmos nossas próprias contas”. Como genuínos
revolucionários, jamais nos somamos à sórdida e criminosa campanha da Casa
Branca que sataniza o regime político da Coreia do Norte para debilitar o
Estado operário; ao contrário, defendemos incondicionalmente suas conquistas
sociais revolucionárias. Justamente por esta razão, nos opomos a essa “trégua
nuclear” que a China deseja impor a Coreia do Norte e reivindicamos o legítimo
direito de defesa da Coreia do Norte, inclusive utilizando seu arsenal bélico
nuclear, para responder às provocações imperialistas. Para tanto, é preciso que
o proletariado norte-coreano se oponha ao processo de restauração capitalista,
seja pelas mãos da China ou dos EUA, pela via de uma revolução política para
colocar à frente do Estado operário um autêntico partido comunista como
alternativa proletária à empedernida burocracia stalinista.