HÁ TRÊS ANOS DO “ACIDENTE” ORQUESTRADO PELA CIA QUE VITIMOU
EDUARDO CAMPOS E ABRIU CAMINHO PARA ATUAL ETAPA DE REAÇÃO BURGUESA
Neste 13 de agosto completam-se 3 anos do “acidente” que
vitimou o então candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos. A
LBI foi a primeira corrente política não só a anunciar a morte de Campos como a
denunciar que a queda do moderno avião Cessna não foi produto de uma falha
humana ou mesmo de um problema mecânico ocasional, mas na verdade de uma
operação que teve as digitais da CIA para retirar o “socialista” da disputa a
fim de abrir caminho para que Marina Silva (a candidata preferencial dos
rentistas e do imperialismo ianque naquele momento), pudesse voltar a concorrer
ao Palácio do Planalto. Esta artimanha fatal acabou forçando um segundo turno
disputadíssimo entre PT e PSDB e derivou na polarização eleitoral e política em
que está mergulhado nosso país até hoje com a ofensiva da direita reacionária
contra o governo Dilma que derivou no golpe institucional pela via parlamentar. Passados três anos da queda do jato, a FAB ainda não
chegou sequer a um resultado preliminar dos reais motivos do “acidente”
justamente porque deseja-se no meio desta situação inconclusa, onde a caixa
preta da aeronave estranhamente não conseguiu gravar os últimos momentos do voo
terminal de Campos, deixar um rastro de imprecisões do fabricante sobre o
acidente que facilitam convenientemente jogar a responsabilidade da tragédia
sobre o piloto. A esposa do piloto falecido denunciou recentemente com laudos
bastantes robustos tecnicamente enviados a FAB que o motivo da abrupta queda da
aeronave foi uma falha mecânica provocada na revisão feita na própria empresa
Cessna nos EUA, uma companhia norte-americana controlada sabidamente por
militares ianques. Como dissemos a época e reafirmamos agora sem medo de errar,
tudo aponta para mais um acidente “fabricado” por razões “estratégicas de
estado” com a tragédia tendo as digitais da CIA, uma prova disto é que até hoje
a PF não chegou a conclusão de quem é o dono da aeronave. O mais importante
agora é compreender que a morte de Campos foi parte de uma ofensiva reacionária
do imperialismo que neste momento se condensa no incremento da sanha da direita
contra o governo do PT apontando em uma única direção: entronar no Planalto uma
marionete diretamente alinhada com a Casa Branca, que inclusive rompa
futuramente as relações econômicas e comerciais com os BRIC´s em favor do amo
do norte e abra caminho para varrer qualquer vestígio de influência da
“esquerda” na política brasileira ou mesmo traço de soberania nacional de nosso
país. Para resgatar esse processo político que consideramos ter um claro fio de
continuidade, apresentamos para nossos leitores e simpatizantes o livro sobre o
“acidente”, com uma coletânea de artigos que inclui o publicado no dia 13 de
agosto de 2014, poucas horas depois do acidente. Além disso disponibilizamos
uma série de textos que a partir da análise do ocorrido abordou o caráter
pró-imperialista da candidatura de Marina Silva (PSB-REDE), coletânea que está à
disposição dos nossos leitores em forma do livro “O ‘acidente’ fatal de Campos
e a ‘operação’ embuste Marina: Teoria da conspiração ou uma exigência do imperialismo?”,
cujo texto principal reproduzimos abaixo a fim de que a vanguarda militante
possa abstrair as importantes conclusões deste “acidente” fabricado e sua
relação direta com a própria dinâmica da luta de classe no Brasil.
O “ACIDENTE” FATAL DE CAMPOS E A “OPERAÇÃO” EMBUSTE MARINA:
TEORIA DA CONSPIRAÇÃO OU UMA EXIGÊNCIA DO IMPERIALISMO?
Por mais contraditório que possa parecer, os mais “crédulos”
no funcionamento das instituições “democráticas” deste bastardo regime burguês
são justamente as organizações da esquerda, incluindo neste bojo as que se
reivindicam “reformistas ou revolucionárias”. Enquanto neste país a direita
golpista conspira abertamente contra todos aqueles que “atravessem” seu
caminho, inimigos ideológicos ou não (sempre com o suporte de seus “amigos” da
CIA), a esquerda jura obediência à institucionalidade, confiante na “probidade”
de seus adversários mais reacionários. No caso do suspeito acidente aéreo que
levou à morte do candidato Eduardo Campos não foi diferente. Diante da abrupta
queda de um jato Cessna moderno, em condições de uma manobra de relativa
segurança (o arremetimento da aeronave foi realizado com êxito, ao contrário do
que ocorreu com o acidente da TAM em 2007) deveria no mínimo se buscar uma resposta
elementar para as causas do trágico acidente. Porém, o caminho da investigação
parece que seguiu por um rumo diferente, como em todo crime a primeira pergunta
a ser feita é a quem serviu a morte de Campos? Que forças foram as grandes
beneficiadas com a queda inexplicável de seu avião, porque Marina Silva não se
movimenta um milímetro sequer para buscar uma averiguação rigorosa do acidente
que vitimou seu companheiro de chapa. Não seria demais lançar o país, que
mergulhou em um clima de induzida comoção pela mídia com a morte de Campos, na
procura dos responsáveis pelo fatal acidente. Sim porque os responsáveis terão
que aparecer um dia, a menos que se acredite na “mão de deus” como a que levou
Marina para o Planalto, sob as cinzas e destroços do avião da comitiva de
Campos. O Cessna de Campos tinha pouco mais de quatro anos de uso, sendo
considerada uma moderna e leve aeronave, uma das mais seguras de sua categoria.
Após o arremetimento na pista do Guarujá, por questões de clima e visibilidade,
o piloto do Cessna sobrevoou normalmente a cidade de Santos quando perdeu o
contato com a torre e logo depois veio a cair em “forma de faca” apontada para
o chão em um terreno urbano. A caixa preta da aeronave estranhamente não
conseguiu gravar os últimos momentos do voo terminal de Campos, deixando um
rastro de imprecisões do fabricante sobre o acidente. Tudo aponta para mais um
acidente “fabricado” por razões “estratégicas de estado”, assim como foi o
acidente aéreo que vitimou o ex-presidente golpista Castelo Branco. Crimes e
Assassinatos bem planejados são a especialidade da “Casa”, aquela mesma
“residência” albina que está situada em Washington, e no Brasil não seria o
primeiro caso (e nem o último com certeza) o do ex-governador de Pernambuco.
Mas logo os “crentes” na democracia dos ricos nos acusarão de delírio, de
estarmos acolhendo a mais nova versão da “Teoria da Conspiração” para as
eleições presidenciais deste ano. Para estes senhores tudo não passaria de uma
mera coincidência sinistra, o fato de Marina despontar como a nova “salvadora
da pátria” após a morte de Eduardo Campos, a figura “redentora” que veio livrar
o país das “garras da esquerda petista”.
Para termos uma noção da extrema importância da “anulação”
definitiva da figura de Campos para a disputa eleitoral em curso é só
vislumbrar que com o seu nome no páreo a vitória de Dilma estaria assegurada
praticamente no primeiro turno, e mesmo supondo que ocorresse uma segunda volta
a candidatura de Aécio seria esmagada sem grandes dificuldades pelo PT. Estava
configurado um “cenário dos sonhos” para a Frente Popular e o pior dos
ambientes políticos para os interesses de Washington, com um quarto mandato
consecutivo para o PT. Soma-se a esta “configuração” política já impossível de
ser digerida pela Casa Branca o elemento que no final da segunda gerência Dilma
o PT ainda teria o trunfo de lançar a mítica liderança de Lula, com uma vitória
bastante provável. Vinte anos com o PT na condução do estado burguês brasileiro
alteraria radicalmente o quadro de forças internacionais na América Latina,
criando fortes laços entre a região e os BRICS, “oferecendo” para a China uma
grande plataforma comercial no
tradicional quintal do império ianque em decadência.
A disputa presidencial este ano no Brasil ocorre em meio de
uma forte polarização global, que envolve tantos aspectos políticos e
econômicos, quanto a feroz luta pela hegemonia militar do planeta. Pela
primeira vez desde a restauração capitalista a Rússia se volta contra o governo
norte-americano, tentando se defender da ofensiva imperialista que hoje ameaça
suas fronteiras históricas, como a Ucrânia. Por sua vez, a China começa a
“costurar” uma aliança estratégica com o Irã, retardando desta forma os planos
ianque-sionistas de atacar suas usinas atômicas sob receio de uma resposta
violenta do pacto sino-iraniano. Na Síria o governo Obama também foi obrigado a
recuar da invasão, temendo uma represália russa. Em resumo os BRICS, ou pelo
menos seus “cabeças” China e Rússia estão no meio do caminho da ofensiva imperialista
para espoliar povos e nações, um reforço deste bloco nas Américas era tudo que
o Tio Sam não suportaria assistir passivamente.
Os seguidos governos da Frente Popular no Brasil não são
propriamente um exemplo de anti-imperialismo, seguiram a cartilha neoliberal
preservando os lucros das grandes corporações transnacionais no país. Porém,
sob a batuta estatal de Lula, para escapar do crash financeiro provocado pelo
cassino de Wall Street, conduziu a burguesia nacional a estabelecer novas
parcerias comerciais, fincando sua “bandeira” em outros mercados distantes dos
centros imperialistas. Esta “inflexão internacional” da Frente Popular gerou ao
país uma enorme reserva cambial, além de atrair para o Brasil uma massa de
crédito para o consumo de bens e serviços. Quando o “milagre econômico” do PT
emite claros sinais de esgotamento cíclico, as hienas da reação tramam
abertamente pelo retorno ao leito original dos EUA.
Também por parte da Casa Branca há o temor que a
consolidação dos BRICS na América Latina não se resuma aos aspectos puramente
econômicos e comerciais, como até então tem se limitado. O objetivo de refazer
a capacidade bélica das Forças Armadas brasileiras preocupa o Pentágono,
principalmente se forem firmados acordos de cooperação militar com a Rússia e a
China. Como facilmente podemos aferir o comando do Planalto pelo PT, por mais
quatro ou oito anos, afeta diretamente a “doutrina de segurança”
norte-americana, nem tanto pelas posições neoliberais da Frente Popular, mas
pelas implicações dos “links” mundiais estabelecidos.
O quadro de uma eleição “fácil e tranquila” para o PT, como
até então vinha se desenhando, não passava perto dos objetivos da reação
tupiniquim, aliada visceral de Washington. A única maneira de “virar o jogo”
seria recolocar Marina como protagonista da disputa pelo Planalto, mas Campos
se recusava a ceder seu lugar. O Tucanato em estado falimentar não despertava
nenhuma “esperança” na derrota de Dilma, a única via possível era convencer
Eduardo a abrir mão de seu posto. Em viagem aos EUA, acompanhado do banqueiro
Roberto Setúbal, o último esforço foi tentado, Campos se reúne com a cúpula do
Partido Democrata e assume vários compromissos com os parasitas, entre os quais
o mais significativo foi a promessa de tornar o Banco Central “independente” do
governo. Mas ainda era pouco, os rentistas queriam uma troca na composição da
chapa do PSB, catapultando Marina para a “cabeça”. Eduardo, mesmo sob intensa
pressão, não cede e ali mesmo, sem saber é óbvio, assina sua própria sentença
de morte. Fazer cair um pequeno jato civil não é uma das tarefas mais
complicadas para a CIA, ainda mais quando o governo Obama tem contratos com a
própria fabricante Cessna.
O “currículo” de tentativas de golpes militares (bem e mal
sucedidos), crimes e conspirações políticas dos EUA no Brasil é bastante
extenso, remontando à própria proclamação da república. Como não relacionar a
“Operação Condor” coordenada diretamente pela CIA para eliminar as lideranças
políticas que em algum momento “atrapalharam” os planos do imperialismo para a
região. Para o “Tio Sam” nunca foi problema envenenar, inclusive aliados fiéis
como o reacionário Carlos Lacerda, assassinado no final dos anos 70 às vésperas
de fundar a “Frente Ampla”. Como já afirmamos anteriormente, o “socialista”
Campos não era inimigo dos EUA, apesar da antipatia que o império nutria pelo
seu falecido avô Miguel Arraes, porém estava no “posto” errado em um momento
crucial para geopolítica internacional. Não estava disposto a “pacificamente”
mudar de posição em favor da fundamentalista Marina Silva, pagando com a
própria vida a “ousadia” que teve em romper com o PT para encabeçar uma chapa
na disputa pelo “poder” central.