MAIS UMA ENGANAÇÃO SOCIAL DEMOCRATA: "VAMOS"
REPETIR A VELHA FÓRMULA REFORMISTA DE "DEMOCRATIZAR A ECONOMIA"?
O "VAMOS" surgiu causando um verdadeiro frisson na
esquerda revisionista, particularmente nas tendências internas do PSOL, como o
MAIS, INSURGÊNCIA, COMUNA e afins programaticamente. A nova articulação
política impulsionada por Guilherme Boulos, do MTST, tem como referência teórica
nada menos do que o "PODEMOS" espanhol (que convidou Boulos a
conhecer seu projeto da "horizontalidade") e conta com o suporte de
"estrelas éticas" do PT, entre as quais o ex-governador Tarso Genro,
do senador Lindberg Farias e possivelmente até nos bastidores da ex-presidenta
Dilma Rousseff. O PODEMOS, tão reverenciado pelos ecossocialistas do SU, se
coloca no mapa da geopolítica europeia como o embrião ibérico do parceiro grego
Syrisa, que tem sua gerência estatal plenamente aprovada pelo capital
financeiro internacional. A versão "tupiniquim" do PODEMOS,o
"VAMOS" tentando antecipar-se a uma possível impugnação de Lula em
2018, lança uma suposta plataforma econômica alternativa ao petismo, criticado
pela inércia de suas gestões diante dos anacronismos nacionais. Contudo a
coordenação do "VAMOS" foi bastante sincera ao declarar que seu
"debut" está inteiramente condicionada ao cenário eleitoral de 2018,
ou seja, caso Lula seja impedido pela justiça de disputar o Planalto. A despeito
da "honestidade" eleitoral do "VAMOS", as correntes de
esquerda revisionista do PSOL não deixam de sonhar com uma chapa
Alencar/Boulos, que seria para estes cretinos a sublimação do "socialismo
ético", embora com o mesmo programa burguês "nacional-desenvolvimentista"
da Frente Popular. Vejamos então como pensa o "VAMOS" no principal
tópico de seu programa, o econômico: "Nossa economia precisa se voltar
para o desenvolvimento nacional e para servir aos interesses populares.
Queremos um modelo de desenvolvimento que possibilite alimentos saudáveis e
baratos, saúde e educação pública, moradia e transporte de qualidade, queremos
uma economia organizada com base na solidariedade, no cooperativismo, na
sustentabilidade e na integração regional do Brasil" (sitio do
"VAMOS"). Não há sequer um mínimo "retoque" da velha e
surrada tese socialdemocrata do "capitalismo sustentável", ou como os
reformistas preferem: " A democratização do capital". Que Chico
Alencar, Marcelo Freixo e C&A tenham um verdadeiro orgasmo político com
tamanho engodo populista nenhuma surpresa, afinal são apologistas convictos da
democracia burguesa como valor universal para toda a humanidade. Porém para
forças políticas que ainda reivindicam formalmente a "revolução
socialista", abraçar este amálgama de colaboração de classes do
"VAMOS" é um escárnio ao legado Marxista. Os Trotskistas não combatem
na trincheira da "democratização do capital", somos forjados na luta
programática para demolir de forma violenta o Estado Burguês, erigindo a
socialização da economia e sua planificação central através da Ditadura do Proletariado como um regime
transitório em direção ao Socialismo. A revolução socialista (e por
consequência o próprio socialismo) não virá como um "subproduto
eleitoral", como desgraçadamente afirmam os charlatães reformistas do
PSOL, será construída pela ação violenta das massas proletárias dirigidas por
um partido Leninista. Fora desta perspectiva histórica, o que vemos são as
antigas fórmulas fracassadas de "revigorar" o modo de produção
capitalista com "mecanismos de participação popular". O PT, PSOL e
agora o "new VAMOS", são apenas graduações políticas da Social
Democracia (mais ou menos neoliberais), que em sua essência de classe, estruturalmente são partes integrantes das inúmeras variações políticas das
classes dominantes que estão conduzindo o planeta para a porta da barbárie da economia mercantil.
Nossa única alternativa em escapar da catástrofe capitalista anunciada continua a ser o
Marxismo Revolucionário!