quarta-feira, 28 de setembro de 2011

“Neocomunista” Aldo Rebelo leva rasteira da oligarquia “socialista” dos Arraes e perde “boquinha” no TCU

O Senado da república ratificou ontem (27/09) o nome da deputada federal Ana Arraes (PSB) para a vaga aberta no TCU, com a aposentadoria do tucano Ubiratan Aguiar. Ana já tinha vencido anteriormente a eleição na Câmara dos Deputados, derrotando com uma margem de cerca de 50 votos a fortíssima candidatura do deputado Aldo Rebelo do PCdoB, ex-presidente da casa e considerado imbatível no início da disputa pela “boquinha” no TCU.

A “zebra” aconteceu em função da entrada em cena de dois atores políticos de peso no “time” de Ana Arraes, nada menos que seu próprio filho o governador de Pernambuco Eduardo Campos e do ex-presidente Lula que determinou a vitória da matriarca “socialista”. Mesmo prestando valiosos serviços “sujos” à burguesia, como a recente aprovação do Código Florestal no Congresso Nacional, o “Neocomunista” Aldo não conseguiu granjear apoio político suficiente para sua “aposentadoria” confortável em um dos órgãos mafiosos do Estado capitalista. Agora fica o ressentimento com a “base aliada”, que seguiu a orientação de Lula de votar na “mãe do governador”, gerando inclusive especulações sobre a entrada de Aldo no novo partido do prefeito Kassab, o PSD.

Mas a derrota de Aldo começou mesmo quando seu próprio partido apoiou com reservas sua postulação ao TCU. Comenta-se nos bastidores de Brasília que a “cúpula” dos ex-stalinistas convertidos à ordem burguesa, sinalizou a Lula que não via com bons olhos a “generosa” aposentadoria precoce de seu dirigente “rebelde”. Aldo teria caído em “desgraça” junto a direção maior do PCdoB não por nenhuma dissidência de “esquerda” ou mesmo crítica do atrelamento do partido ao governo da frente popular, mas por defender internamente o abandono formal da referência comunista, que leva o PCdoB a um certo “engessamento” no mapa da política burguesa que desenvolve.

Para a cúpula do PCdoB, não há como se desligar da herança “comunista” sem perder o vínculo com os aparatos sindicais que dirige como a UNE e CTB. Afinal, não querem incorrer no erro político do velho “partidão” que ao se transformar em PPS (sem nenhuma referência ao passado “comunista”) perdeu toda sua base militante de apoio, ficando refém das oligarquias dominantes para sobreviver. A lição dada com a eleição da matriarca “socialista” no TCU, serve como alerta para a direção PCdoB, que mesmo sendo uma legenda de capachos da burguesia não podem confiar integralmente na elite capitalista para a manutenção de sua existência partidária.