Neste 7 de setembro eclodiu o movimento dos “indignados” no Brasil, tão ou mais reacionário do que na Espanha e Israel!
Não só as paradas militares ou o já o “tradicional” Grito dos Excluídos, organizado pelo MST, marcaram o cenário nacional neste 7 de setembro, as manchetes dos principais jornais do país e do mundo deram destaque ao surgimento do movimento chamado internacionalmente de “indignados”. O periódico espanhol “El País” desta quarta deu o seguinte destaque a questão: “Arranca en Brasil el movimiento de los indignados contra la corrupción”, também a imprensa local fez uma ampla cobertura da eclosão do movimento dos “indignados” em Brasília e São Paulo. De fato, ocorreram passeatas em várias cidades do país contra a corrupção de uma maneira geral, convocadas a partir das redes sociais como o Facebook e o Twitter. Em Brasília, onde ocorreu a maior “mobilização”, com cerca de cinco mil pessoas, os organizadores entraram em confronto com militantes do PSOL e PSTU que pretendiam levar suas bandeiras ao “protesto”. Acontece que os “indignados”, muitos dos quais empresários, profissionais liberais e “mauricinhos” de classe média, não aceitam a participação de organizações de esquerda no movimento, por mais domesticadas à democracia burguesa que estas estejam, como é o caso do PSTU.
A esquerda revisionista vem “lambendo” o surgimento mundial do fenômeno dos “indignados”, um movimento de caráter pequeno-burguês avesso à ação direta e aos métodos políticos da classe operária . Na Espanha os “indignados” se organizam em uma espécie de Fórum Social Mundial, uma enorme ONG do reformismo assumido para “pressionar” o regime da democracia dos ricos. Em Israel os “indignados” representam uma espécie de sionismo de esquerda, reivindicando mais moradias para os judeus nos territórios ocupados do povo palestino. No Brasil não poderia deixar de ser diferente e os “indignados” reacionários nascem sob a égide da “ética” e contra a corrupção estatal dos quais muitos fazem parte como a própria OAB, uma das forças propulsoras do movimento. Até mesmo os elementos mais pitorescos das manifestações ocorridas neste 7 de setembro revelam o caráter superficial e antiproletário dos “indignados”. Organizados pelo grupo Anonymous, criado por hackers, parte dos manifestantes usaram a máscara popularizada pelo filme “V de Vingança”, dirigido pelo conservador James Mcteigue em 2006.
A vanguarda classista e combativa do proletariado não pode manter a menor expectativa política no surgimento do movimento dos “indignados” no Brasil, não são nossos aliados “táticos” como afirma o revisionismo, agora adaptado completamente a OTAN e suas ações criminosas contra os povos e nações. O caráter reacionário do movimento dos “indignados” em nosso país confirmou plenamente nossas caracterizações já realizadas em outras partes do mundo, resta ao PSOL e PSTU o papel sujo de “embalar o pacote” com um matiz progressista, mesmo sendo rejeitados e até ameaçados por tentarem se “colar” ao modismo da classe média. A paciente e árdua organização revolucionária da classe operária para a tomada violenta do poder, passando ao largo da reivindicação de “mais democracia”, continua sendo a tarefa central dos marxistas leninistas em uma etapa histórica de forte ofensiva em toda linha do imperialismo.