terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lutemos pela derrota e expulsão das forças de ocupação da ONU comandadas pelo exército brasileiro, todo apoio as forças da insurgência haitiana! Lobby para governo Dilma "retirar as tropas" é política ditracionista e pró-imperialista!

Nos últimos dias foi denunciada uma série de abusos sexuais cometidos pelas tropas da ONU no Haiti contra adolescentes da ilha negra ocupada. O contingente militar protagoniza todos os dias torturas, chacinas, estupros, que a grande mídia burguesa e a imprensa dos países invasores tratam de ocultar para manter a fachada de pacificadores e justificá-las a pretexto de “perseguir gangues mafiosas”. Esta é mais uma consequência da barbárie imposta pelas tropas invasoras comandadas pelo exército brasileiro em um país devastado por terremotos, doenças e fundamentalmente pela miséria social imposta pela recolonização imperialista. Já fazem mais de 7 anos, desde junho de 2004, que as tropas da ONU ocupam o país depois que o imperialismo ianque através dos seus marineres impuseram a saída de Aristide via um golpe de estado e mudam seus marionetes a frente do governo fantoche, sendo o mais recente o cantor Michel Martelly, ou seja, um “novo” presidente foi escolhido para manter a velha dominação neocolonial.

Com a escolha de Celso Amorim para o Ministério da Defesa, alguns setores petistas agora promovem atos e manifestos solicitando que o governo Dilma retire o contingente brasileiro da ilha em comum acordo com a ONU, não perdendo a oportunidade de elogiar Amorim: “A Presidente Dilma deve tomar a iniciativa, trazendo de volta o contingente brasileiro... No Brasil, o novo ministro da Defesa, Celso Amorim declarou que ‘é hora de discutir uma saída organizada, inclusive com as Nações Unidas, claro. Não sei se em agosto, dezembro, janeiro, não é o que importa’” (Comitê Defender o Haiti é defender a nós mesmos). Já o PSTU afirma que “independentemente das avaliações que fazemos sobre o governo Lula e mesmo sobre o governo Dilma, é hora de exigirmos que Celso Amorim, agora à frente do Ministério da Defesa, faça jus às suas próprias palavras e atue pela imediata retirada das tropas brasileiras do Haiti e o fim definitivo da ocupação militar no país” (sítio PSTU, 05/08). A iniciativa patrocinada pelos petistas trata-se de um claro embuste, já que não passa de um limitado movimento distracionista de pressão sobre o governo da frente popular para, diante do desgaste das tropas de ocupação, encontrar uma saída negociada com o imperialismo e seu novo fantoche Martelly que mantenha o processo de superexploração econômica das empresas brasileiras e outras transnacionais sobre o país ocupado, reduzindo lenta e gradualmente a presença militar estrangeira direta aos moldes do modelo de deslocar exércitos de mercenários privados para a Ilha, como Obama vem fazendo no Afeganistão/Iraque e como a própria ONU já planeja segundo declarou o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon.

Não esqueçamos que o governo Dilma acaba de reconhecer os “rebeldes” pró-OTAN como novo governo legítimo da Líbia, apoiando assim os agressores imperialistas e a investida neocolonizadora também neste país norteafricano. Os petistas que subscrevem o pedido de “retirada das tropas” são os mesmos que apóiam a política pró-imperialista do governo Dilma com relação a Líbia agredida pela OTAN! Desta forma, os revisionistas do trotskismo, dentro e fora do PT, têm com pequenas diferenças de grau, a mesma política pró-imperialista na Líbia e agora, pasmem, reivindicam justamente ao responsável por organizar a missão de ocupação no governo Lula a retirar as tropas brasileiras do Haiti! Lembremos que Amorim foi o responsável direto por todas as etapas da montagem desta ocupação militar sob as ordens de Washington.

Longe de apoiar a inócua política distracionista de pressão sobre o Conselho de Segurança da ONU, que se reúne em outubro para renovar a missão de ocupação do Haiti, e de "sensibilizar" o governo burguês de Dilma a "retirar as tropas" é preciso fomentar uma saída operária para a barbárie social imposta pelo imperialismo, a única alternativa que pode evitar o agravamento das desgraças do país. Por isto, os revolucionários apóiam a organização da resistência armada haitiana pela derrota e expulsão das tropas invasoras, inclusive as brasileiras, uma vez que a ONU e o imperialismo nunca cederão aos apelos piedosos “pela retirada das tropas” como prega a esquerda reformista. Contra a tragédia capitalista incrementada pelo terremoto, cólera, os estupros e a miséria social é necessário que as massas da ilha organizem a resistência por uma nova expulsão dos colonizadores responsáveis pela “moderna” escravidão assalariada imposta pelo imperialismo através das tropas da ONU comandadas pelo exército brasileiro. No Brasil, lutemos por derrotar o governo Dilma e denunciemos sua vergonhosa política de submissão a Casa Branca no Haiti e na Líbia!