sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Carta Aberta às organizações de esquerda que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN a Líbia: Organizar um ato nacional em defesa da resistência líbia contra a ocupação imperialista!

Dia após dias seguidos bombardeios dos caças da OTAN atacam a resistência nacional líbia. As milícias populares leais ao coronel Kadaffi lutam heroicamente, como em Sirte, contra a ocupação do país pelas potências capitalistas que atuam em aliança com os “rebeldes” financiados diretamente pelas transnacionais petrolíferas. Cidades inteiras, hospitais, escolas e estradas são destruídas na tentativa desses verdadeiros abutres controlarem a Líbia para que o país, sob o tacão do governo títere do CNT manietado pelo imperialismo ianque e europeu, passe a exportar petróleo barato a seus novos amos, entregando diretamente suas riquezas naturais nas mãos das grandes companhias e impondo ao povo líbio barbárie, exploração e miséria.

Frente à genocida agressão imperialista é uma tarefa elementar denunciar os bombardeios da OTAN e promover ações públicas de apoio e solidariedade à resistência armada líbia a ocupação imperialista sobre uma nação oprimida. Ainda que se tenha diferenças de caracterização sobre o regime nacionalista de Kadaffi, o curso da guerra impõe as organizações políticas de esquerda que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN a Líbia a tarefa de organizar um ato nacional em defesa da resistência nacional líbia, se postando claramente por sua vitória militar frente às forças estrangeiras abutres. Assim nos ensinou Lenin e trataremos de honrar essa lição elementar de combate ao principal inimigo dos povos, o imperialismo, como fazemos no Iraque, no Afeganistão e no Haiti, lutando ombro a ombro ao lado da resistência nestes países ocupados!

Trata-se de apoiar incondicionalmente os que lutam contra a ofensiva neocolonisalista na Líbia, investida que o imperialismo pretende “globalizar” atacando outros regimes ou países que tenham fricções com seus interesses políticos e econômicas (Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, Irã, Síria), assim como as organizações da esquerda armada como as FARC colombianas. Mesmo que não tenhamos acordo nem com o programa, nem com a estratégia destas forças ou regime, é um dever elementar da esquerda que se reivindica anti-imperialista lutar em frente única com os que se enfrentam com as tropas abutres do império. Só desta forma, na mesma trincheira da resistência, os marxistas revolucionários poderemos ter autoridade política para defender o socialismo como alternativa de classe para esses povos em luta. Nesse sentido, a LBI lança publicamente esta Carta Aberta e desde já conclama outras correntes políticas que se reivindicam anti-imperialistas e revolucionárias a se jogarem na concretização deste ato internacionalista, que deve ser antes de tudo uma construção coletiva de unidade de ação.

É vergonhoso que correntes como o PSTU/LIT, CST-PSOL, PCO e outros grupos menores, em nome do combate a uma suposta “ditadura sanguinária na Líbia”, apóiem os bombardeios da OTAN ou finjam que eles não existem, vendendo a fantasiosa cantilena que o governo Kadaffi foi derrubado por uma verdadeira “revolução de massas” promovida por “rebeldes”, que segundo estes delírios seriam os verdadeiros representantes do povo líbio. Para estes canalhas não foram as bombas da OTAN que abriram caminho por terra para o avanço “rebelde” e sim o suposto apoio popular espontâneo. Trata-se de um completo embuste, já que o fantoche CNT, órgão que representa os supostos “insurretos” não passa de um bando de mercenários a serviço das transnacionais, como publicamente se viu quando receberam com festa em Trípoli os carniceiros Sarkozy e Cameron, os “amigos-abutres da Líbia” que não passam de verdadeiras aves de rapinas ávidas a explorar a preço de banana os recursos naturais do país no norte africano, destruindo as conquistas sociais que ainda sobreviviam oriundas do movimento nacionalista que derrubou a monarquia em 1969. Vergonhosamente, essas correntes estão do outro lado da barricada de classe e são aliadas úteis ao imperialismo na cruzada que a Casa Branca impõe seus interesses econômicos e políticos travestidos cinicamente da defesa dos “direitos humanos” e da “democracia”.

Esta grande farsa está sendo avalizada pela escória da esquerda revisionista como os pilantroskos da LIT, corrente corrompida que recebeu uma “pontinha” do Departamento de Estado norte-americano pela via do ILAESE (Instituto Latino-Americano de Estudos Sócioeconômicos), “instituto” que tem como lema “formação para ação” (e que ação pró-imperialista!), para “formar” e escrever artigos pró-imperialistas escandalosos com uma fachada de esquerda. O responsável pela tal ONG (um canal de entrada para a captação de fundos “democráticos” internacionais), Américo Astuto (o nome já diz tudo!), é autor de textos em que afirma pérolas como: “A Líbia é palco de uma revolução que acaba de ter uma vitória de caráter democrático” (sítio LIT, 21/09).

Estamos em meio a uma guerra de rapina na Líbia, cujos enfrentamentos estão em curso nas areias do deserto norte-africano. Frente a esse quadro dramático, que exige uma firme posição da esquerda anti-imperialista, a direção nacional da LBI propõe publicamente através desta Carta Aberta que as organizações políticas que não apoiaram nem silenciaram diante dos covardes bombardeios da OTAN convoquem o mais rápido possível uma reunião de trabalho para que elaboremos uma convocatória comum chamando à realização de um ato nacional em defesa da resistência líbia a ocupação imperialista! Não há tempo a perder, mãos a obra!

LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA