quarta-feira, 14 de setembro de 2011


Para o PSTU/LIT as ações da resistência contra alvos da ocupação imperialista são “atos terroristas”?

Nos últimos dias o Talebã atacou a embaixada dos Estados Unidos e o quartel-general da OTAN no centro de Cabul, capital do Afeganistão, através de várias explosões com foguetes, carro-bombas e militantes armados suicidas. Foi uma forma heroica da resistência afegã furar o cerco da mídia imperialista e “lembrar” o imperialismo ianque que o Talebã e a resistência popular afegã estão em luta aberta contra a ocupação imperialista imposta pelos EUA logo após os ataques à sede da CIA nas Torres Gêmeas e ao Pentágono pela Al-Qaeda há dez anos. Quando ocorreu o 11 de Setembro, o conjunto da esquerda revionista e a LIT em particular condenaram os ataques da Al-Qaeda contra o alvos imperialistas, caracterizando-os como atos de “terrorismo individual”. Desta forma, se integraram politicamente à frente única antiterrorista encabeçada por Bush e os governos lacaios, apresentando os EUA como uma “vítima” dos “bárbaros terroristas” muçulmanos. Agora, diante dos recentes ataques da resistência a alvos imperialistas no Afeganistão ocupado desferidos pelo Talebã, perguntamos a esta mesma esquerda revisionista e à LIT em particular se as ações da resistência armada no Afeganistão, país ocupado pelos EUA, dirigidas pelas mesmas organizações que protagonizaram o ataque ao Pentágono e ao WTC em 11 de Setembro podem ser consideradas como “atos terroristas”?

Quanto se trata de condenar os ataques de 11 de Setembro, o PSTU/LIT é categórico como afirma um texto de Alvaro Bianchi, publicado no sítio do partido: “Daí a necessidade de condenarmos não somente a política externa norte-americana, mas os ataques terroristas” (Os neocruzados, a guerra no Afeganistão e a Nova ordem mundial, Revista Outubro nº6), colocando vergonhosamente um sinal de igual entre o terrorismo do Estado imperialista e a legítima resposta militar de organizações dos povos oprimidos por meios militares não-convencionais (aviões civis, carros e homens bombas, etc...). Porém, quando relata as ações da resistência no Afeganistão ou mesmo no Iraque não é esta a caracterização que lemos nas declarações da LIT. Por exemplo, no texto “Não à guerra colonial! Pela vitória militar do Iraque” o PSTU afirma “Esta guerra não será decidida somente dentro do Iraque. Sobre o terreno, a máquina militar e a arte da guerra jogarão seu papel. Fora dele, o decisivo será a política com que enfrentaremos esta empresa genocida... No entanto, ao iniciar a guerra colonial, não podemos ser neutros. A derrota dos EUA e de seus aliados passam ao primeiro plano de nossa ação... Por isso, lutaremos pela vitória militar do Iraque contra os EUA. A neutralidade frente a esta agressão significa o apoio disfarçado à máquina militar ianque. O PSTU lutará pela derrota dos EUA, pois esta será um passo a mais na luta contra o regime de terror e barbárie que o imperialismo dos EUA tenta impor ao mundo” (Opinião Socialista nº 144 - 06 de fevereiro a 19 de fevereiro de 2003). Se em solo iraquiano ou mesmo afegão o PSTU/LIT defende a resistência militar contra a agressão imperialista e inclusive sua vitória sobre as forças abutres invasoras, porque então estas mesmas organizações são taxadas de “terroristas” quando atuam em território inimigo, atacando o coração do monstro imperialista? Será que estes grupos só têm “autorização” concedida pelos revisionistas de atacar, com os meios de que dispõem, os militares ianques em nações semicoloniais ocupadas ou em via de serem agredidas?

O ataque perpetrado pela Al-Qaeda em 11 de Setembro a alvos estatais, não-civis como insiste em afirmar a grande mídia, no próprio território ianque através de meios militares não-convencionais comandado por forças políticas que estavam revidando a guerra promovida pelos EUA contra suas nações, só pode ser considerado como uma ação “terrorista” por correntes revisionistas corrompidas pela democracia burguesa como é o caso da LIT. São os mesmos trânsfugas que sempre condenam a violência espontânea das massas quando estas “extrapolam” os estreitos limites das regras do jogo democrático e seu regime institucional. Ao contrário desses filisteus, defendemos que frente aos ataques a alvos militares ou estatais (por acaso esqueceram que o WTC sediava a CIA em NY), seja ao território dos EUA, no próprio Afeganistão ou mesmo no Iraque ocupado, toda nossa simpatia está ao lado dos “bárbaros” que se levantam com os meios militares não-convencionais de que dispõem, como fizeram no 11 de Setembro, para atacar os alvos do imperialismo.

Seguindo a mesma política de condenação dos ataques ao Pentágono e ao WTC por serem supostamente atos de “terrorismo individual”, a LIT deveria condenar como “um ato bárbaro e covarde” a investida militar da resistência afegã contra embaixada da ONU e ao quartel-general da OTAN! Terá a ousadia de fazê-lo? Como marxistas revolucionários apoiamos criticamente (pelo fato de não serem conduzidos por uma estratégia proletária) cada ofensiva sobre os agressores imperialistas e suas tropas de ocupação, postando-se em frente única, com absoluta independência política, com as forças que enfrentam as tropas de rapina das potências capitalistas. Cada revés sofrido pelos invasores dos EUA e da OTAN no Afeganistão, no Iraque, na Líbia ou em qual quer parte do mundo, ajuda a elevar o nível de consciência do proletariado e aumenta a sua confiança de que o imperialismo pode ser derrotado, forjando as condições para a construção de uma autêntica direção revolucionária que lute pela edificação do socialismo. Esses ataques representam uma resposta militar dos povos oprimidos e suas organizações ao imperialismo, muitas vezes por meios não convencionais de combate militar. Defendemos a unidade de ação com as forças que estão em luta contra o imperialismo. Nesse combate consideramos legitima toda e qualquer ação de resistência armada das massas à dominação belicista das metrópoles capitalistas sobre os povos oprimidos e nunca como “atos terroristas”! Ao que parece, para a LIT só resta, em função de sua vergonhosa política de adaptação ao imperialismo, condenar a ações da resistência com simples “atos terroristas”... agindo como verdadeiro papagaio de “esquerda” da Globo, Fox e CNN...